Português: contexto, interlocução e sentido



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. Acesso em: 7 mar. 2016.

a) De que forma esse modelo social que nega a “incorporação das diferenças” se manifesta literariamente no conto de Luandino Vieira?

b) Se tomarmos o conto como uma “representação das relações sociais” em Angola, como podemos interpretar a amizade entre Zito e Zeca?

Uma amizade acima das diferenças

O conto “Zito Makoa, da 4ª classe” faz parte da coletânea Vidas novas (1968) e foi escrito por José Luandino Vieira em 1962, na prisão, onde esteve de 1961 a 1972 por exercer atividades anticolonialistas. O conto se passa na escola, que é apresentada como um espaço de injustiças, desigualdade e violência.

Por meio da narrativa de uma briga entre Zito Makoa, um menino negro, e seus colegas, que sofre a intervenção da professora, toma-se contato com a amizade delicada e generosa entre essa personagem e Zeca Silva, um menino branco. Num ambiente marcado pela discriminação, o afeto, o respeito e a aceitação do outro tornam-se forças fundamentais na luta pela liberdade.

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Capa do livro Vidas novas, de José Luandino Vieira. Porto: Edições Afrontamento, 1975.

REPRODUÇÃO
Página 177

GRAMÁTICA

Unidade 3 - Sintaxe do período composto

Qual é a diferença entre uma frase, uma oração e um período? Como diferentes orações se relacionam umas com as outras, criando enunciados sintaticamente complexos? Para responder a essas e a outras questões, os capítulos desta unidade tratam da sintaxe do período composto.

Você aprenderá a diferenciar relações de coordenação e subordinação. Descobrirá que as orações subordinadas podem desempenhar a função de substantivos, adjetivos e advérbios, o que fará com que você compreenda melhor a denominação utilizada pela gramática normativa para classificá-las.

Capítulos

9. O estudo do período composto, 178

10. Período composto por coordenação, 186

11. Período composto por subordinação I, 193

12. Período composto por subordinação II, 203
Página 178

Capítulo 9 - O estudo do período composto

A articulação das orações

Leia atentamente a tira abaixo para responder às questões de 1 a 3.

Frank & Ernest

Bob Thaves

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THAVES, Bob. Frank & Ernest. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 16 out. 2015.

FRANK & ERNEST, BOB THAVES © 2015 THAVES/DIST. BY UNIVERSAL UCLICK

1. Na tira, Frank chama a atenção de Ernest para o comportamento dos gansos em seu voo migratório. Que aspecto do comportamento das aves merece a atenção de Frank?

2. Em sua fala, Frank identifica duas ações do bando de aves. Quais são essas ações?

a) Que relação de sentido se estabelece entre as duas ações identificadas? Explique.

b) Qual termo da fala determina o sentido dessa relação entre as ações?

3. Embora o foco da fala de Frank sejam os gansos que grasnam, podemos supor que a crítica do autor da tira não é dirigida a essas aves migratórias. A quem pode ser dirigida essa crítica? Justifique.

Agora leia esta outra tira com as mesmas personagens para responder às questões 4 e 5.

Frank & Ernest

Bob Thaves

0178_002.jpg

FRANK & ERNEST, BOB THAVES © 2007 THAVES/DIST. BY UNIVERSAL UCLICK

THAVES, Bob. Frank & Ernest. São Paulo: Devir, 2009. p. 117.

4. Qual é a cena retratada na tira?

a) Ernest parece satisfeito com a modernização das máquinas e Frank, não. O que explica a reação diferente dos dois amigos nesse caso?

b) Como Frank interpreta a trilha sonora do caixa eletrônico?
Página 179

5. Leia novamente os trechos a seguir.

1ª tira
“Eles grasnam mas ninguém sai da frente.”

2ª tira
“Eu preferia que não pusessem uma trilha sonora de risadas quando eu pedisse meu extrato.”

a) Observe a maneira como as orações estão organizadas em cada caso. Em qual dos trechos é possível identificar independência entre as orações? Por quê?

b) No trecho em que algumas orações apresentam dependência de outras, que termos estabelecem vínculos entre as diferentes orações?

c) Qual é a natureza dos vínculos estabelecidos por esses termos?

A comparação entre as estruturas sintáticas presentes nos dois textos nos leva a uma constatação importante sobre a maneira de organizar as orações no interior dos períodos: a depender das intenções do falante, a articulação das orações pode ser feita para criar vínculos sintáticos entre diferentes informações que se tornam dependentes umas das outras. Pode também ser adotado um outro modo de apresentar as informações, mantendo a independência sintática das orações.

Para estudar os diferentes modos de articular, sintaticamente, as orações em períodos, precisamos tratar de dois conceitos básicos: o de coordenação e o de subordinação.

No texto do primeiro cartum, observamos a apresentação de uma série de orações coordenadas. No texto do segundo, em que é evidente a construção de vínculos sintáticos entre as orações, elas aparecem subordinadas.



Tome nota

Ao estudar a sintaxe do período composto, identificamos o tipo de relação (de coordenação ou de subordinação) que se estabelece entre as orações no interior do período; investigamos a natureza da relação semântica que se estabelece entre as orações; e, quando o período é composto por subordinação, procuramos identificar a que termos equivalem as orações subordinadas na estrutura da oração principal e que função elas exercem em relação a essa oração.



Período composto por coordenação

Observe a tira abaixo.

Mutts

Patrick McDonnell



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© 2016 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS

McDONNELL, Patrick. Mutts: os vira-latas. São Paulo: Devir, 2008. p. 37.

O autor da tira, parodiando a célebre frase do filósofo René Descartes (“Penso, logo existo”), atribui ao gato Chuchu uma conclusão de natureza filosófica: “Ronrono, logo existo”.

Há, nessa fala da personagem, duas orações. Quando analisamos o modo como elas se relacionam, podemos observar que os dois verbos (ronronar e existir) apresentam-se com um mesmo peso sintático. Caso fôssemos representar a relação entre as informações a eles associadas, poderíamos criar um esquema como o seguinte. Observe.

0179_002.jpg

Informação 1
Ronrono

Informação 2
existo

logo
Página 180

As duas informações não têm uma dependência sintática. Elas são articuladas por meio da conjunção conclusiva logo, que estabelece a relação de sentido entre elas. Trata-se, nesse caso, de uma decorrência lógica em que a primeira informação leva a concluir algo, que é apresentado como segunda informação. Dizemos que essas orações são coordenadas entre si. O período em que se apresentam é, portanto, um período composto por coordenação.



Tome nota

Período composto por coordenação é aquele constituído por orações sintaticamente independentes, que se apresentam organizadas em uma sequência. Em termos da significação, cada uma delas vale por si e o sentido do período é construído pela “soma” de todas elas.

A organização das orações coordenadas: uma questão pragmática

Observe o período a seguir, composto por coordenação.

Vim, vi, venci.

O período é composto por três orações, colocadas em relação através do processo sintático da coordenação. Diz-se, portanto, que são coordenadas entre si. Cada uma delas é sintaticamente independente das demais, sendo constituída por um sujeito simples (oculto, ou elíptico), eu, e por um predicado verbal cujo núcleo é um verbo transitivo ou intransitivo.

Embora sejam sintaticamente independentes, as três orações coordenadas ocorrem em uma ordem específica. Parece impossível modificar essa ordem para Vi, vim, venci; Vi, venci, vim; Venci, vi, vim; Venci, vim, vi ou Vim, venci, vi. É importante perceber que não são restrições sintáticas, mas semântico-pragmáticas, que exigem a ordenação das orações segundo um critério cronológico das ações que se sucederam no tempo.

Essa frase foi dita pelo imperador romano Caio Júlio César após uma vitória de seus exércitos. Era essa exatamente a ordem dos fatos que lhe interessava explicitar, para assim resumir a conquista do território pelos romanos.

É o contexto da enunciação que muitas vezes determina a ordem em que utilizamos as orações em uma sequência coordenada.

Veja a seguir outros casos interessantes.



Paulo está muito doente, logo não vai ao cinema com Patrícia.

Paulo não vai ao cinema com Patrícia, logo está muito doente.

Temos, nos dois exemplos, estruturas com duas orações coordenadas. A conjunção coordenativa conclusiva logo articula as duas orações sintaticamente independentes (Paulo está muito doente e Paulo não vai ao cinema com Patrícia), estabelecendo entre elas uma relação conclusiva.

O interessante é que o enunciado ganha um sentido diferente para cada ordem escolhida para a sequência de orações. Quando dizemos Paulo está muito doente, logo não vai ao cinema com Patrícia, conclui-se que ele não vai ao cinema com Patrícia a partir do fato de que está muito doente. Portanto, o enunciado Paulo está muito doente é em si suficiente para que se conclua que Paulo não vai ao cinema com Patrícia.

Já em Paulo não vai ao cinema com Patrícia, logo está doente, o percurso trilhado para chegar à conclusão é um pouco diferente, pois baseia-se em uma inferência feita com base em um conhecimento de tipo pragmático: conhecemos tão bem Paulo, que sabemos que o único motivo que o faria não ir ao cinema com Patrícia seria uma doença que o impedisse de sair de casa.

Diferentemente do primeiro exemplo, não se pode concluir, apenas a partir dos elementos linguísticos presentes no enunciado Paulo não vai ao cinema com Patrícia, que ele está muito doente.

Também, nesse caso, são considerações de ordem semântico-pragmática que levam à escolha da ordem das orações nas estruturas coordenadas.


Página 181

Período composto por subordinação

Observe o anúncio abaixo.



0181_001.jpg

Clube de Criação do Rio de Janeiro. Disponível em:


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