Português: contexto, interlocução e sentido



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. Acesso em: 2 mar. 2016. (Fragmento adaptado).

Complacência: benevolência, condescendência.
Prospecção: perspectiva, probabilidade.
Inação: não ação, ausência de ação.

Análise

1. Qual é o tema abordado no texto?

> Por que um órgão como o PNUD se preocuparia com um tema como esse?

2. Qual é a principal ideia defendida no documento?

3. O modo como utilizamos os recursos da língua revela nossa opinião ou posição sobre a questão abordada. Observe os destaques nos trechos abaixo.

“Em muitos países, a pobreza está intimamente relacionada à contínua exposição aos riscos climáticos.”

Muitas autoridades [...] reconhecem os problemas especiais enfrentados pelos pobres e pelas populações vulneráveis.”

a) Que função os termos destacados desempenham no trecho em que ocorrem em relação à abrangência das afirmações feitas?

b) Por que esses termos indicam que os autores do relatório foram cuidadosos no momento de manifestar suas opiniões?

Estratégias expositivas

Modalizadores: a atenuação das afirmações

Uma forma de evitar que a análise apresentada seja facilmente contestada é eliminar do texto afirmações categóricas, muito amplas ou genéricas. Isso pode ser conseguido com o auxílio de modalizadores, ou seja, termos que atenuam o sentido geral da afirmação/ conclusão apresentada. Alguns modalizadores são os pronomes indefinidos (alguns, poucos, muitos, etc.), os advérbios (frequentemente, muitas vezes, quase sempre, talvez, etc.) e determinadas flexões de tempo/ modo verbal (gostaria, quereria, etc.). Há ainda verbos auxiliares modais, como poder e dever, que expressam possibilidade em alguns contextos de uso (Ele deve chegar amanhã. Pode ser que o filme seja interessante.).



4. O uso do verbo poder, em algumas passagens do relatório, é uma forma de modalizar o texto. Observe:

“Pessoas, famílias e comunidades estão em permanente exposição a riscos que podem ameaçar o seu bem-estar.”

“As alterações climáticas poderão igualmente aumentar a população exposta à dengue.”

> Explique por que, nesses contextos, esse verbo promove a modalização do que é dito.

5. O confronto é um dos recursos estruturais dos gêneros expositivos. Releia um trecho do relatório, observando o modo como as ideias são articuladas. a

a No Capítulo 27 do volume do 2º ano, o confronto é analisado, de modo mais detalhado, como estratégia argumentativa.

“Existem grandes áreas de incerteza em relação às avaliações, refletindo a complexa interação entre a doença, o ambiente e as pessoas. No entanto, na saúde, tal como em outras áreas, o reconhecimento da incerteza não é um motivo suficiente para a inação.”



a) Qual é o termo, no texto, que marca o confronto entre as ideias expostas?

b) Explique de que modo esse confronto foi utilizado para chamar a atenção do leitor para a não ação governamental.

O relatório apresentado pode ser dividido em três partes, de acordo com a função que desempenham na sua estruturação.

1ª parte: do início do texto (Capítulo 2 — Choque climático: risco e vulnerabilidade num mundo desigual) até o subtítulo Risco e vulnerabilidade.

2ª parte: subtítulo Risco e vulnerabilidade.

3ª parte: subtítulo Saúde humana e fenômenos climáticos extremos.

6. Releia cada uma dessas partes e escreva no caderno qual a função desempenhada por elas na estrutura do relatório.

7. Há, no relatório, um gráfico referente às pessoas afetadas pelos desastres climáticos. Qual é a função do gráfico nesse documento?
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Relatório: definição e usos

Em diferentes situações, somos solicitados a apresentar, de modo organizado, um relatório. Mas para que serve afinal um relatório? A sua finalidade fica clara quando lemos a definição desse gênero discursivo.



Tome nota

O relatório é um texto de natureza analítico-expositiva, no qual são apresentados os resultados de um experimento observado ou da análise de dados coletados durante uma pesquisa.

Assim, o relatório funciona como uma prestação de contas ao final de uma atividade ou pesquisa específicas.

Existem diferentes tipos de relatório, que atendem a necessidades diversas. Os mais frequentes são:

Relatório científico (ou de pesquisa): apresenta o desenvolvimento e as conclusões de uma pesquisa ou de experimentos científicos.

Relatório de gestão: apresenta os resultados alcançados em um período específico de uma administração. Costuma ser feito por executivos ou administradores em cargos de chefia.

Relatório de atividades: apresenta as realizações de um indivíduo no exercício de uma função específica. Costumam ser feitos por professores universitários, alunos de pós-graduação, etc.

Relatório de inquérito: apresenta os resultados de uma investigação administrativa ou policial, conduzida com a finalidade específica de apurar uma situação particular (uma fraude, um crime, etc.).

Agora que conhecemos alguns tipos mais comuns de relatório, podemos concluir que os trechos do Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008, do PNUD, fazem parte de um relatório de pesquisa.

Contexto de circulação

Há dois contextos de circulação próprios dos relatórios. Um contexto é mais restrito, quando se trata de documentos próprios de uma área de atuação. Um exemplo são os relatórios de inquérito. Elaborados para apresentar as conclusões de uma apuração de responsabilidades, os relatórios de inquérito raramente são de circulação geral. Em alguns casos, quando as apurações referem-se a crimes ou fraudes, podem ser sigilosos.

Há relatórios de circulação mais ampla. São aqueles feitos para prestação de contas (relatórios científicos, relatórios de Comissões Parlamentares de Inquérito, etc.). Nesses casos, os documentos podem ser publicados para distribuição geral. É o que acontece, por exemplo, com relatórios de pesquisa produzidos por órgãos das Nações Unidas, como o PNUD, ou por entidades que congregam diferentes países, como a OCDE. Relatórios desse tipo costumam também ficar disponíveis para consulta nos órgãos aos quais são apresentados ou em sites na internet.

Do relatório à pizza?

Nos últimos anos, relatórios produzidos por Comissões Parlamentares de Inquérito têm merecido destaque na mídia nacional pelo impacto das denúncias que investigam. Algumas sessões das CPIs são transmitidas por canais de televisão e acompanhadas por brasileiros interessados no resultado das investigações. Muitas vezes, porém, as expectativas dos eleitores são frustradas quando veem relatórios que apontam responsabilidades por crimes de corrupção e desvio de verbas públicas serem “engavetados” sem que os responsáveis sejam punidos.



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JOÃO MONTANARO/FOLHAPRESS

MONTANARO, João. Folha de S.Paulo, 19 maio 2012.

Os leitores de relatórios

Relatórios de circulação restrita são dirigidos a leitores de perfil bem específico. Os relatórios de inquérito, por exemplo, serão lidos pelas pessoas diretamente envolvidas na investigação de que tratam. Um relatório de inquérito criminal terá como leitores preferenciais delegados, advogados, juízes e promotores.

Autores de relatórios que têm interlocutores definidos podem pressupor que compartilham com seus leitores um conhecimento geral sobre a questão abordada. Nesse sentido, podem fazer um texto que focalize aspectos específicos sem terem a necessidade de apresentar informações prévias.

Isso não acontece com relatórios de circulação mais ampla. Nesse caso, os autores do relatório devem levar em consideração o fato de terem como interlocutores pessoas que se interessam pelo assunto abordado, mas não têm qualquer conhecimento sobre ele. No momento de elaborar o relatório, será preciso levar esse fato em consideração e introduzir, no texto, todas as informações necessárias para garantir que os leitores possam acompanhar os dados apresentados, a análise feita e a conclusão decorrente dessa análise.

É esse o caso do Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 produzido pelo PNUD. Logo no início do texto, por exemplo, define-se o conceito de risco climático, fundamental para que os leitores possam compreender a questão analisada nesse documento.


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Estrutura

A estrutura básica do relatório deve atender às finalidades próprias desse gênero discursivo. Como se trata de um texto voltado para a apresentação de resultados (de uma investigação, de um experimento, etc.), o relatório deve conter uma parte inicial (a introdução), na qual os objetivos gerais e a questão central são expostos.



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REPRODUÇÃO

Em seguida, tem início a segunda parte do documento. É o momento de fazer a apresentação dos dados, acompanhada de uma discussão e análise do significado desses dados para a questão central exposta.

Para a apresentação dos dados podem ser utilizadas diferentes linguagens: gráficos, mapas, fotografias, tabelas, etc. O importante é garantir que os leitores do texto receberão, da maneira mais clara possível, as informações necessárias para acompanhar o que é dito.



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Gráficos e tabela de uma página do Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008.

REPRODUÇÃO

UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAMME, 2003. ALL RIGHTS RESERVED

A última parte do relatório deve conter a conclusão. Nela são apresentados os resultados da análise dos dados introduzidos na seção anterior. A conclusão pode também trazer recomendações para uma modificação do cenário analisado, caso seja pertinente fazê-lo.
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No caso de relatórios muito extensos, é comum a apresentação de anexos, após a conclusão. Nesses anexos são reproduzidos os dados coletados durante a pesquisa e que, muitas vezes, não fazem parte do corpo do relatório, mas permitem ao leitor aprofundar-se na questão.



Linguagem

Por se tratar de um texto de caráter analítico-expositivo, o relatório deve ser redigido em linguagem clara, concisa e objetiva, obedecendo às características da variedade escrita de prestígio. Observe a seguinte passagem:

A dengue encontra-se já em altitudes elevadas, em áreas da América Latina anteriormente livres dessa doença. Na Indonésia, as temperaturas mais elevadas levaram à mutação do vírus da dengue, causando um aumento de fatalidades na época das chuvas.

No trecho citado não existem termos que possam traduzir uma visão particular, subjetiva da questão abordada. Adjetivos e advérbios, por exemplo, aparecem quando é necessário caracterizar ou enfatizar um aspecto específico.

Também não se observa o uso de linguagem figurada e há um predomínio da ordem direta na organização sintática dos enunciados.

Como apresenta uma estrutura mais rígida, o relatório não é um gênero discursivo que favorece a exploração de recursos estilísticos que definem um estilo individual por parte de seu autor.



Apresentação de resultados: produção de um relatório

1. Pesquisa e análise de dados

Em equipe, você conduzirá uma pesquisa sobre o que é feito com o lixo produzido na sua cidade.

O primeiro passo será realizar um levantamento de informações gerais sobre o lixo. Leia alguns textos que abordam a questão do lixo.

>> Definição

Lixo [De or. obscura.] S. m. 1. Aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua, e se joga fora; entulho. 2. P. ext. Tudo o que não presta e se joga fora. 3. Sujidade, sujeira, imundície. 4. Coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor. 5. Restr. Resíduos que resultam de atividades domésticas, industriais, comerciais, etc. [...]

BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA, Aurélio. Novo Aurélio: o dicionário da língua portuguesa — século XXI. 3. ed. rev. e atualiz. Curitiba: Positivo, 2004. p. 1222. (Fragmento).



>> Um pouco de história

[...]


A partir da Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir objetos de consumo em larga escala e a introduzir novas embalagens no mercado, aumentando consideravelmente o volume e a diversidade de resíduos gerados nas áreas urbanas. O homem passou a viver então a era dos descartáveis, em que a maior parte dos produtos — desde guardanapos de papel e latas de refrigerante, até computadores — são inutilizados e jogados fora com enorme rapidez.

Ao mesmo tempo, o crescimento acelerado das metrópoles fez com que as áreas disponíveis para colocar o lixo se tornassem escassas. A sujeira acumulada no ambiente aumentou a poluição do solo, das águas e piorou as condições de saúde das populações em todo o mundo, especialmente nas regiões menos desenvolvidas. Até hoje, no Brasil, a maior parte dos resíduos recolhidos nos centros urbanos é simplesmente jogada sem qualquer cuidado em depósitos existentes nas periferias das cidades.

A questão é: o que fazer com tanto lixo?

[...]


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