Português: contexto, interlocução e sentido



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. Acesso em: 26 fev. 2016.

“Os joguinhos de videogame que ele gosta são muito violentos!” Nessa fala de Mauro, no segundo quadrinho, observamos a ocorrência de uma construção muito comum: uma oração adjetiva introduzida por um pronome relativo que não é antecedido pela preposição exigida pela regência do verbo. No exemplo, o verbo gostar exige um complemento que deve ser introduzido pela preposição de (gosta de joguinhos de videogame). Na oração acima, o termo que funciona como objeto indireto de gostar é o pronome relativo que (que retoma o antecedente “joguinhos de videogame”). A construção adequada, segundo a gramática normativa, seria: Os joguinhos de videogame de que ele gosta são muito violentos. No uso coloquial da linguagem, como no diálogo apresentado na tira, essas construções em que a preposição é omitida são aceitas. Porém, nos contextos que apresentam um maior grau de formalidade, é importante prestar atenção à regência do verbo e, quando necessário, utilizar as devidas preposições antes dos pronomes relativos em orações adjetivas.



Orações subordinadas adjetivas explicativas

Em alguns casos, a informação acrescentada pela oração subordinada adjetiva não tem a função de restringir o sentido de um termo mais amplo, mas sim a de introduzir uma informação suplementar em relação a um termo já específico. Observe.



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REPRODUÇÃO

VIOTTO, Jordana. O desafio de ler um livro por dia. Fantástico: o show da vida em revista. São Paulo: Globo, dez.-jan. 2010. p. 47. (Fragmento).

No “olho” da notícia, vemos uma oração adjetiva que tem por função acrescentar uma informação sobre um referente específico: a irmã da norte-americana Nina Sankovitch, a respeito de quem versa a notícia. Veja a análise da estrutura sintática desse período.

“Sensibilizada pela morte da irmã, que era uma ávida leitora, a norte-americana Nina Sankovitch decidiu...”

Oração principal (primeira parte): Sensibilizada pela morte da irmã,

Oração subordinada adjetiva explicativa (acrescenta uma informação sobre o núcleo (irmã) do adjunto adnominal funcionando também como seu adjunto adnominal): que era uma ávida leitora,
Pronome relativo: retoma o antecedente irmã e acrescenta uma nova informação sobre ele.

Oração principal (segunda parte): a norte-americana Nina Sankovitch decidiu...

O núcleo (irmã) do adjunto adnominal pode ser compreendido pelo leitor sem que seja necessário o uso de outros termos para esclarecer melhor sua significação. A oração subordinada adjetiva, nesse caso, acrescenta uma explicação a respeito desse referente: “era uma ávida leitora”. Trata-se de uma oração subordinada adjetiva explicativa.


Página 206

Tome nota
As orações subordinadas adjetivas explicativas têm a função de acrescentar alguma explicação ou informação suplementar a um termo já suficientemente definido e delimitado. Essas orações são geralmente separadas da oração principal por meio de vírgulas.

Pelos exemplos analisados, podemos concluir que a diferença entre as orações subordinadas adjetivas restritivas e as orações subordinadas adjetivas explicativas está no tipo de informação que acrescentam a respeito do termo que tomam como referente na oração anterior. As adjetivas explicativas introduzem uma informação suplementar relativa ao termo a que se referem, enquanto as adjetivas restritivas introduzem uma informação que contribui para a especificação do termo a que se referem.

Orações subordinadas adjetivas reduzidas

As orações subordinadas adjetivas, quando não são desenvolvidas, podem ser reduzidas de Infinitivo, de Gerúndio ou de Particípio. Nesse caso, não são introduzidas por um pronome relativo (mas podem ser introduzidas por preposições) e apresentam o verbo em uma das formas nominais (Infinitivo, Particípio e Gerúndio).

Veja alguns exemplos de orações adjetivas reduzidas.

• Oração adjetiva reduzida de Infinitivo.



Vejo um objeto voador não identificado a mover-se velozmente na linha do horizonte.
Oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de Infinitivo

que se move velozmente na linha do horizonte.
Oração subordinada adjetiva restritiva (desenvolvida)

• Oração adjetiva reduzida de Gerúndio.



Vejo um objeto voador não identificado movendo-se velozmente na linha do horizonte.
Oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de Gerúndio

que se move velozmente na linha do horizonte.
Oração subordinada adjetiva restritiva (desenvolvida)

• Oração adjetiva reduzida de Particípio.



Esta é a foto do objeto voador não identificado avistado pelo turista na linha do horizonte ao cair da noite.
Oração subordinada adjetiva restritiva reduzida de Particípio

que o turista avistou na linha do horizonte ao cair da noite.
Oração subordinada adjetiva restritiva (desenvolvida)
Página 207

ATIVIDADES

Leia os outdoors reproduzidos abaixo para responder às questões de 1 a 4.

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REPRODUÇÃO



26º Anuário do Clube de Criação de São Paulo. São Paulo: Clube de Criação, 2001. p. 247-248.

A natureza vê o homem destruir mas não pode fazer nada.



0207_002.jpg

26º Anuário do Clube de Criação de São Paulo. São Paulo: Clube de Criação, 2001. p. 247-248.

REPRODUÇÃO

A natureza vê o homem destruir mas não pode fazer nada.

1. Qual é o objetivo da campanha veiculada nesses outdoors?

2. De que modo o texto explora os elementos visuais para alcançar um efeito persuasivo?

3. Releia e compare a função dos termos destacados.

“Eu vi as árvores que você cortou.”

“Eu vi a floresta que você queimou.”

> Qual é a função sintática do termo destacado acima? A que classe de palavras ele pertence nesse contexto? Explique.

4. Cada uma das orações introduzidas pelo que podem ser substituídas por uma única palavra, sem prejuízo de seu sentido. Que palavras poderiam substituir cada uma das orações?

a) A que classe gramatical pertencem essas palavras? Por quê?

b) Qual é a função sintática exercida por essas palavras?
Página 208

A tira a seguir serve de base para as questões 5 e 6.

CALVIN


BILL WATTERSON

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CALVIN & HOBBES, BILL WATTERSON © 1986 WATTERSON/DIST. BY UNIVERSAL UCLICK

WATTERSON, Bill. Calvin e Haroldo: e foi assim que tudo começou. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2007. p. 39.

5. Na fala de Calvin no último quadrinho, há uma oração adjetiva. Transcreva no caderno essa oração e classifique-a.

6. Pode-se afirmar que o efeito de humor da tira está relacionado a essa oração adjetiva. Explique por quê.

A tira abaixo serve de base para a questão 7.

LAERTE


© LAERTE

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LAERTE. Deus 3: a missão. São Paulo: Olho d’Água, 2003. p. 30.



7. Nessa tira, há uma série de orações adjetivas reduzidas. No caderno, transcreva-as e classifique-as.

> É possível afirmar que o efeito de humor da tira está relacionado ao tipo de informação apresentado por essa série de orações adjetivas reduzidas. Explique por quê.

Leia atentamente o texto abaixo para responder às questões 8 e 9.

O simples milagre da vida

[...] A alquimia da transformação dos alimentos no fogo tem um espírito. E esse espírito começou a ocupar a minha casa, criando aconchego e a sensação de uma casa com vida própria. Quando se usa um micro-ondas, não se cozinha. A relação que temos com o alimento é bastante impessoal. Na comida congelada, o sabor já vem decidido e é o mesmo para todos. Os cheiros ficam embutidos. O tempo é programado. Mas, quando se trata de usar o fogão, nossos sentidos são todos instigados e nos envolvem no cuidado do alimento, no cuidado do que nos alimenta. Obrigam-nos à proximidade e à intimidade com tudo com que lidamos. Cozinhamos com os olhos — que comparam e procuram cores, movimentos, texturas —, com os ouvidos — que acompanham os sons da fervura, da cebola fritando —, com as mãos — que descobrem as consistências e as temperaturas —, com a boca e o nariz — que orientam na dosagem dos temperos e no ponto do aprontamento. Cozinhamos com a imaginação e com a curiosidade. E o tempo não é mais a duração fria e programada controlada pelos timers e relógios nem o da nossa mera expectativa. É um tempo de espera, em que nos empenhamos ativamente na preparação de um acontecimento. É um advento.

CRITELLI, Dulce. Folha de S.Paulo. São Paulo, 25 set. 2003. Folha Equilíbrio. (Fragmento).

8. O texto trata da relação estabelecida entre alguém que cozinha e os alimentos que produz. Segundo a autora, há uma grande diferença entre o uso de um forno de micro-ondas e o de um fogão. Por quê?
Página 209

a) Para explicar melhor essa diferença, a autora faz uso de uma estrutura sintática recorrente. Transcreva no caderno a passagem em que esse uso é feito, destacando as orações que se repetem.

b) Sintaticamente, como se classificam essas orações recorrentes?

9. Podemos afirmar que o uso dessas estruturas sintáticas recorrentes contribui para convencer o leitor de que é válida a opinião de Dulce Critelli sobre as diferenças entre o uso do micro-ondas e o do fogão, no preparo dos alimentos. Explique por que isso ocorre.

As orações que equivalem a advérbios

O cartum abaixo serve de base para as questões de 1 a 3.

OS PESCOÇUDOS

CACO GALHARDO

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© CACO GALHARDO

GALHARDO, Caco. Os pescoçudos. Folha de S.Paulo. São Paulo, 17 fev. 2004.

1. Que ser está sendo apresentado nesse cartum?

> O autor do cartum criou um nome em latim para denominar a “nova espécie” apresentada. Qual seria a “tradução” desse nome? O que ele sugere sobre a personagem?

Leia.

Na Idade Média, bestiários eram livros em que descrições detalhadas do mundo natural, principalmente da fauna, eram compiladas por monges católicos. Os bestiários apresentavam animais, pássaros e peixes comuns (o leão, o corvo e o golfinho) e também seres imaginários e fantásticos (o unicórnio, a fênix e a sereia).

O objetivo fundamental dos bestiários era expor o mundo natural, mais do que documentá-lo ou explicar o seu funcionamento. Outro dos objetivos era a instrução do homem. [...] Através da natureza e dos hábitos dos animais, o homem poderia ver a humanidade refletida e aprender o caminho para a redenção.

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