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Chuvas mudam paisagem no interior da PB



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Chuvas mudam paisagem no interior da PB

Data: 30/03/2008



  • PAULA BRITO


    

CABACEIRAS - A cidade onde menos chove no País ficou inundada
Até um mês atrás, o cenário das regiões do Sertão, Cariri e Curimataú era de desolação. Animais mortos, pasto seco e açudes sem água. Desanimados, os agricultores pareciam não acreditar que o inverno deste ano seria bom, mesmo com os prognósticos positivos dos órgãos responsáveis pela previsão do tempo. As primeiras chuvas que caíram no final de janeiro começaram a mudar a paisagem, mas o que ninguém previa, nem mesmo a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa) é que as chuvas de março, historicamente as maiores no semi-árido paraibano, viriam com tanta força.
O fenômeno La Niña, que fica no Oceano Pacífico, combinado com as águas do Oceano Atlântico, que este ano estão levemente aquecidas, foi o responsável pelas chuvas mais fortes. A informação foi repassada pela meteorologista da Aesa, Carmem Becker.
Há duas semanas, as chuvas ficaram mais intensas e cidades tradicionalmente secas, de repente se viram inundadas. O caso mais curioso foi de Cabaceiras, no Cariri paraibano. A cidade onde menos chove no país foi surpreendida por uma enxurrada histórica no último dia 17 deste mês. Foram exatos 218 milímetros (mm), um recorde histórico dos últimos 14 anos, segundo a Aesa.  
A explicação, segundo Carmem Becker, foi a combinação de Zona de Convergência Intertropical (que é um aglomerado de nuvens que circundam o globo todo) próximo à linha do Equador, com a intensificação dos ventos que sopram do Oceano Atlântico, trazendo umidade.  “Em determinadas épocas do ano, essas nuvens se deslocam um pouco mais para o norte e em outras épocas, para o sul. De fevereiro a maio, elas costumam ficar mais ao sul da linha do Equador. No dia 17 de março, em Cabaceiras, esses dois fatores formaram um complexo convectivo, que é a formação de nuvens de trovoada, raios e chuvas intensas”, disse a meteorologista. A média anual para o município, segundo a Aesa, é 333,5 mm. “É comum ter esse tipo de nuvem no Cariri, mas essa especificamente foi mais intensa que as outras. O que aconteceu em Cabeceiras foi uma coisa rara, mas passível de acontecer”, explicou Carmem.
Assustadas com o fenômeno inesperado, as pessoas se trancaram em casa e algumas apelaram às crenças populares. “Quando vi a ventania, peguei as cinzas da fogueira de São João que eu havia guardado e fiz três cruzes no terreiro. Aprendi com o meu pai. Ele dizia que isso servia para afastar a tempestade”, disse a dona-de-casa Maria do Socorro Sousa.
Segundo os moradores, a chuva teve início por volta de 16h20 e só deu uma trégua depois das 18h. “Estou com 76 anos de idade e nunca vi uma coisa dessas. Era muito vento, relâmpago e trovão. Tive muito medo”, disse a aposentada Iraci Martins, do sítio João Nunes.
Para se ter uma idéia, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) considera como chuva forte, uma precipitação de 60 mm em uma hora. No dia em que entrou para a história, Cabaceiras acumulou 73,8 mm às 17h e uma hora depois, o total era de 82,4 mm. “Foram duas chuvas intensas em duas horas. Isso é um evento extremo, que na minha opinião, deveria ser estudado”, disse a meteorologista Morgana Almeida, do Inmet.
De acordo com Carmem Becker, na Paraíba é comum, no período chuvoso, ocorrerem chuvas acima de 150 mm em um único dia. “Todos os anos chove acima de 200 mm em alguma cidade paraibana. O caso de Cabaceiras chamou atenção pelo fato de que lá é o local onde menos chove no Brasil”, comentou.
As chuvas, que levaram medo e apreensão ao povo do interior, também renovaram as esperanças de uma boa colheita. Quando viram que o inverno prometia, os agricultores correram para os roçados. Severino de Freitas, 61 anos de idade, não escondia a animação. “Não vou negar que fiquei amedrontado com tanta chuva, mas a minha vontade de ver o milho embonecando foi maior. Quando o dia amanheceu, a primeira coisa que fiz foi pegar as sementes de milho e feijão para plantar”, comentou o agricultor.
Há quem diga que as chuvas de 2004, ano em que a barragem de Camará se rompeu, foram mais intensas que as deste ano. No entanto, a Aesa ainda não fez o comparativo. “Em 2004, foi um caso atípico por causa do vórtice ciclônico que aconteceu de janeiro a fevereiro. Este ano, temos um inverno bom, como costumam dizer popularmente os agricultores. A previsão é de que permaneçam as chuvas nas três regiões, podendo ter ainda mais chuvas fortes. Isso não está descartado”, disse Carmem Becker, acrescentando que as chuvas só deverão cessar em maio.

  • Agricultores comemoram e já pensam na colheita

Em Olivedos, no Curimataú paraibano, foram 15 dias ininterruptos de chuvas intensas.  A estrada de barro que dá acesso à cidade se transformou num imenso barreiro. No sítio Malhada de Areia não chovia há dez anos. “Esse era o lugar mais seco de Olivedos. Tem muita criança aqui que não sabia o que era uma chuva”, disse o agricultor Manoel de Almeida Vasconcelos, 38 anos de idade, que seguia viagem a pé. “Nessa região demora a chover, mas quando chove, a água vem com força”, disse Manoel de Almeida.
A média anual de chuvas para o município é de 471 mm, mas somente este ano já choveu 378,4 mm. Vários açudes da região estão sangrando e a população comemora o inverno, apesar dos transtornos. “Chuva deve ser sempre motivo de alegria, não importa a quantidade. Não podemos negar que São José exagerou um pouco este ano, a ponto da nossa cidade ficar ilhada, mas depois que esses problemas se resolverem, teremos muito o que comemorar. O São João será de fartura, com muito milho verde e feijão, se Deus quiser”, comentou a agricultora Maria Aparecida dos Santos, 34 anos de idade.
Soledade, no Cariri paraibano, ficou conhecida pelos longos anos de estiagem e sofrimento da população. No início deste ano, os moradores chegaram a realizar um protesto para chamar a atenção das autoridade para a falta de água na zona rural. Sem esperança, os agricultores nem queriam plantar com medo de prejuízos. “Agora é diferente, todo mundo se animou depois das chuvas e correu para os roçados. Isso é uma bênção dos céus, a coisa mais bonita que eu já vi na vida”, disse o agricultor Francisco Rosendo, 60 anos de idade, morador do sítio São José.
Para 2008, a Aesa prevê em torno de 391,2 mm de chuva para o município, com base nos anos anteriores. Até a última sexta-feira, havia chovido mais de 350 mm. Isso significa que as chuvas deste ano ficarão acima da média na região já que a previsão é de que continue chovendo até a primeira quinzena de abril. Os dois principais açudes da região estão sangrando: o açude Soledade e o ministro José Américo, que desde 1985 não transbordava. “Ouvia meus pais falarem da época em que o açude sangrou e tinha muita vontade de testemunhar um momento como esse. Já estava até perdendo a esperança”, disse o estudante Márcio Pereira, 17 anos de idade, enquanto contemplava a sangria do reservatório na companhia de amigos.
São José da Lagoa Tapada, no Alto Sertão paraibano, registrou o maior índice pluviométrico do ano, segundo a Aesa (1.153,1 mm), mais do que a média anual que é de 998,5. Na região, 13 açudes pequenos foram embora e mais dois, que estavam sendo construídos no leito da estrada, estão transbordando. O município de São José de Piranhas aparece em segundo lugar, com 1.059,2 mm. Serra Grande está na terceira colocação com 1.005,1mm. Em várias cidades, as chuvas deste ano já ultrapassaram a média anual. 
Segundo o Inmet, a previsão para a próxima semana é de mais chuvas intensas no Cariri, Sertão e Curimataú. “Em algumas áreas, poderão ocorrer chuvas mais fortes, acompanhadas de rajadas de vento e trovoadas”, disse a meteorologista Priscila Monteiro. (PB)


  • Enxurrada fez vítimas e deixou desabrigados

Data: 30/03/2008



  • PAULA BRITO

Alegria para uns, transtorno para outros. As chuvas, que serviram para renovar as esperanças do povo paraibano, também provocaram tragédias. Cinco pessoas morreram em decorrência das enxurradas e dezenas estão desabrigadas. Equipes do Corpo de Bombeiros trabalham 24 horas para atender as ocorrências, a maioria no Alto Sertão paraibano. Mais de mil pessoas que moram na extensão da sangria do açude de São Gonçalo, em Sousa, foram obrigadas a abandonar as casas, invadidas pela água. O reservatório está transbordando há mais de oito dias.
O prefeito de Sousa, Salomão Gadelha, decretou estado de calamidade e encaminhou um pedido de auxílio à Secretaria Nacional de Defesa Civil no início da semana. Diariamente, são enviados relatórios ao secretário do órgão sobre a situação da região. A Prefeitura disponibilizou alimento e medicação para as famílias atingidas.
Em Aparecida, na mesma região, o encontro do Rio Piranhas com o Rio do Peixe, na fazenda Acauã, deixou cerca de 200 pessoas desabrigadas e o açude da Lagoa do Arroz, localizado entre os municípios de Santa Helena, Cajazeiras e São João do Rio do Peixe pode sangrar a qualquer momento, levando ainda mais água ao Rio do Peixe, que corta Sousa, Aparecida, São João do Rio do Peixe e outras cidades. Se isso acontecer, milhares de ribeirinhos serão atingidos caso não abandonem suas casas. O açude foi construído há mais de 20 anos e nunca sangrou.
Em São José da Lagoa Tapada, mais de 500 pessoas tiveram as casas inundadas pela água do Rio Trapiá e estão alojadas em prédios públicos. Já em Seridó, distrito de São Vicente de Seridó, mais de mil pessoas também tiveram que sair às pressas por causa do risco de rompimento do açude São Gonçalo, localizado em Cubati.
No distrito de Gravatá, em São João do Rio do Peixe, as crianças estão impedidas de freqüentar a escola por causa da cheia do Rio do Peixe. A travessia do rio é feita em duas canoas, mas nem todo mundo se arrisca. “A gente tem medo dos meninos caírem dentro da água e se afogarem. É melhor esperar a água baixar para que eles possam voltar à escola”, disse a agricultora Maria Salete Abreu. À noite, a situação se complica e os moradores rezam para o dia amanhecer. “O nosso maior medo é que alguém adoeça à noite, porque não tem como sair daqui. É muita água e a escuridão só piora as coisas”, comentou a agricultora Lucilene Barreto.
A população dos municípios de Boqueirão, Cabaceiras, Olivedos, Sossego e Carrapateira também enfrentam dificuldades para se locomover por causa das péssimas condições das estradas, tragadas pelas águas.
Em Patos, cerca de 200 famílias continuam desabrigadas e em Campina Grande, mais de 100 pessoas continuam alojadas numa escola municipal. Somente este mês, choveu o dobro da média prevista para março em Campina e a Aesa prevê mais chuvas para os meses de abril, maio e junho.

AÇUDES

Mês passado, apenas cinco reservatórios estavam com a capacidade máxima e até a última sexta-feira, o número havia saltado para 45. Em várias localidades do Sertão, Agreste e Curimataú, mais de 100 pequenos e médios transbordaram.



 Confira os açudes que estão sangrando
  Gamela, em Triunfo;
  Jenipapeiro Buiú, em Olho D’ Água;
  Bom Jesus II, em Água Branca;
  Bartolomeu I, Bonito de Santa Fé;
  Soledade, em Soledade;
  Acauã, em Itatuba;
  Santa Rosa, em Brejo do Cruz;
  Queimadas, em Santana dos Garrotes;
  Paraíso, em São Francisco;
  Olho D’Água, em Mari;
  Vazante, em Diamante;
  Cachoeira dos Cegos, em Catingueira;
  Gamela, em Triunfo;
  Poleiros, em Barra de Santa Rosa;
  Pilões, em São João do Rio do Peixe;
  São Mamede, em São Mamede;
  Emas, em Emas;
  Epitácio Pessoa (Boqueirão), em Boqueirão;
  Cachoeira da Vaca, em Cachoeira dos Índios;
  Bom Jesus, em Carrapateira;
  Cachoeira dos Alves, em Itaporanga;
  Livramento, em Livramento;
  Catolé I, em Manaíra,
  Felismina Queiroz, em Seridó;
  Cafundó, em Serra Grande;
  São Gonçalo, em Sousa;
  Jenipapeiro, em São José da Lagoa Tapada;
  São José I, em São José de Piranhas;
  São José III, em São José dos Cordeiros;
  Tavares II, em Tavares;
  Santa Luzia, em Santa Luzia;
  Araçagi, em Araçagi;
  Manoel Marcionilo, em Taperoá;
  Frutuoso II, em Aguiar;
  Cochos, em Igaracy;
  Açude da Farinha, em Patos;
  Riacho Verde, em Boa Ventura;
  Cacimba da Várzea, em Cacimba de Dentro;
  Video, em Conceição;
  Engenheiro Arcoverde, em Condado;
  Coremas/Mãe D’Água, em Coremas;
  Carneiro, em Jericó;
  Glória, em Juru;
  São Domingos, em São Domingos do Cariri;
  Pimenta, em São José da Caiana.


  • Quatro corpos são resgatados em Itabaiana

Data: 01/04/2008



  • JOCEANE GOMES E BARTOLOMEU HONORATO


    

FORTES CHUVAS - Residências podem desabar em quatro bairros; no Varadouro (detalhe), teto cai e causa susto
Mais de trinta soldados do Corpo de Bombeiros das cidades de João Pessoa, Campina Grande, Itabaiana e Guarabira estão trabalhando no resgate dos corpos dos seis amigos que tomavam banho agarrados em um tronco de bananeira próximo à sangria da Barragem de Campo Grande, localizada na cidade de Itabaiana, no último sábado. Os garotos que foram levados pela força das águas desapareceram no Rio Paraíba e até o fechamento desta edição apenas quatro, dos seis corpos, foram resgatados. Segundo informações do coronel Ricardo Rodrigues, responsável pela operação de resgate, o volume das águas do local está muito forte, e por isso a operação está enfrentando dificuldades.
O coronel Rodrigues informou que os seis amigos ainda chegaram a pedir ajuda para as pessoas que observavam a aventura na margem do rio. Contudo, não conseguiram esperar até que os bombeiros chegassem ao local do acidente.
O primeiro corpo encontrado foi o de Severino Dinaldo Pereira, 24 anos, que foi resgatado na manhã do último domingo, nas proximidades da barragem da Cagepa. Já o segundo foi o de Paulo Ricardo da Silva, 15 anos, seguido de Valtemir Mota da Silva, 18 anos, e Romário Santos de Brito, 17 anos. Todos resgatados ontem. Ainda estão desaparecidos o jovem Gilmar Dias do Nascimento (mais novo da turma), 14 anos, e José Carlos da Silva, 21 anos.
De acordo com o coronel, até hoje  a operação de resgate terá sido concluída.

SANTA LUZIA


Duas pessoas morreram afogadas no último domingo em Santa Luzia, Sertão do Estado.  As vítimas foram Edvan José do Nascimento, de 36 anos, e Rivaldo Eugênio dos Santos. De acordo com o delegado da cidade, Joás Marques de Barros, os dois homens se afogaram em horários diferentes, quando tomavam banho no Açude Novo, sendo o primeiro por volta das 10h30, o segundo, às 17 horas.



  • Tetos desabam no bairro do Varadouro

As chuvas também provocaram estragos em casas do Varadouro na capital. O teto de duas residências localizadas na rua Amaro Coutinho caiu e por questão de minutos não desabou em cima dos moradores. O restaurador de móveis Manoel Renato Costa dos Santos, de 45 anos, contou que se levantou para pegar comida para o gato quando o telhado desmoronou. Na hora em que o telhado desabou o restaurador contou que chovia bastante. Apesar da ação da força das águas, o teto não merecia confiança, estava com cupins e as paredes da casa apresentavam rachaduras.  Na residência ao lado do restaurador, os estragos também foram grandes. Parte da estrutura do telhado do vizinho caiu na residência da cabeleireira Vânia Lúcio, de 27 anos, destruindo por completo os quartos e as salas da casa. Grávida de quatro meses, Vânia contou que a tragédia não foi maior porque ela, o marido e a filha de apenas oito anos não estavam na residência quando o teto desabou.
Os dois imóveis foram interditados pelo Corpo de Bombeiros.

  • Defesa Civil interdita 8 casas na capital

Com as fortes chuvas que caíram durante todo o final de semana em João Pessoa, cinco casas localizadas na comunidade Boa Esperança, no bairro do Cristo Redentor foram interditadas e as famílias residentes nos locais tiveram que ser relocadas para outras moradias. A mesma situação também ocorreu nos bairros do José Américo de Almeida, Ernani Sátiro e Geisel. As três casas sofreram com a ação dos fortes ventos ocorridos na cidade, porém com a interdição os familiares não precisaram ser relocados para outras moradias. De acordo com o coordenador da Defesa Civil do município, Manoel Duré, as residências que foram construídas em barreiras devem ser desocupadas urgentemente, tendo em vista que apresentam risco iminente de vida dos ocupantes. Já as que tiveram apenas os telhados desgastados passaram apenas por processo de interdição. “Na comunidade Boa Esperança três famílias já desocuparam as casas, e até o final do dia as outras também serão relocadas para áreas da comunidade”, explicou o coordenador.
A presidente da Associação de Amigos e Moradores da Comunidade Boa Esperança, Lourdes Soares, explicou que as famílias do local estão aterrorizadas com as fortes chuvas que estão caindo na cidade e que até o momento o único órgão de ajuda que compareceu à comunidade foi a Defesa Civil.
Manoel Duré afirmou que a burocracia está impedindo que a Defesa Civil ajude mais pessoas, pois por se tratar de ano eleitoral para que o órgão ajude de forma financeira precisa que relatórios sejam feitos e depois apresentados ao Ministério Público, para só depois a verba de pagamento dos aluguéis sejam liberados. “A ajuda prestada pela Defesa Civil não é eleitoreira, por isso acredito que as ações de ajuda deveriam ser mais práticas e rápidas. Contudo, estamos verificando o problema e ajudar as pessoas antes que tragédias aconteçam”, concluiu. (JG)  


  • Força-tarefa e Exército vão atender vítimas das chuvas no Sertão da PB

Data: 01/04/2008



  • ROSÂNGELA ARAÚJO

A  partir de agora, as ocorrências relacionadas às chuvas na região do Sertão serão atendidas por uma coordenadoria da força-tarefa do governo do Estado, implantada na cidade de Patos. A decisão, tomada pelo secretário da Infra-Estrutura, Francisco Evangelista, facilitará as ações das equipes da Defesa Civil Estadual, Corpo de Bombeiros, Departamento de Estradas de Rodagem, Aesa e Suplan, além das secretarias de Saúde e Educação. O Exército, através do 1º Grupamento de Engenharia e Construção da Capital, também se disponibilizou para, em parceria com o Estado, prestar assistência aos municípios necessitados.
A informação foi repassada ontem pelo comandante da corporação, general Ernesto Pinto Fraxe, depois que o governo estadual enviou ofício pedindo a ajuda do Exército. Segundo o coronel Márcio Saraiva, do 31º Batalhão de Infantaria Motorizado de Campina Grande, que também está incluída na ação, não se trata de uma operação integrada, apenas de um trabalho onde os homens do Exército vão dar apoio à força-tarefa, oferecendo toda estrutura aos trabalhos realizados pelos diversos órgãos. “Vamos mandar, especialmente para Sousa, homens habilitados para o resgate de vítimas ilhadas e botes para ajudar na remoção, além de ajudar a alojar todos os que precisarem”, declarou Saraiva.
Com o apoio do Exército, o governo do Estado espera maior agilidade nas ações, como enfatizou o governador em exercício José Lacerda Neto. Francisco Evangelista informou que as 14 Regionais da Emater estão em estado de alerta e repassam informações à Defesa Civil Estadual e à Defesa Civil Municipal sobre qualquer problema em barragens, rios cheios, pessoas ilhadas, dentre outros casos que necessitem da intervenção das equipes da força-tarefa estadual.
A unidade da força-tarefa em Patos será comandada pelo secretário executivo da Infra-Estrutura, Guaray Martins Medeiros. As ocorrências serão atendidas pelos telefones 193 (Bombeiros) e 3241.2640 (Emater).

  • Vale do Piancó sofre com as precipitações

Em toda a região do Vale do Piancó as chuvas continuam de forma intensa.  Apenas a barragem Saco localizada na cidade de Nova Olinda ainda não sangrou. A barragem é um dos maiores reservatórios de água do Estado e apesar das chuvas, falta aproximadamente cinco metros para atingir sua capacidade máxima. Todas as estradas de terraplenagem que cortam o Vale estão praticamente intransitáveis, devido ao rigoroso inverno. Cidades como São José de Caiana e Serra Grande estão a duas semanas ilhadas. Um açude que transbordou no último sábado deixou uma cratera na estrada que liga as cidades de Aguiar e Igaracy. O trânsito para veículos de porte grande foi interrompido e veículos pequenos só conseguem passagem pelo local após esperar 20 minutos. 
A previsão é que as chuvas no Vale devem continuar. Foi o que informou a Aesa (Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba). Com informações de  Joaquim Franklin

  • 52 açudes já estão sangrando

As chuvas que caíram em várias cidades paraibanas no final de semana, serviram para aumentar o volume de mais sete açudes que transbordaram de sexta-feira para ontem. Até o fechamento dessa edição, 52 reservatórios haviam atingido a capacidade máxima.
O diretor técnico da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), Laudízio Diniz, disse nos próximos quatro anos, as cidades de João Pessoa, Campina Grande, Patos, Sousa, Cajazeiras e cidades vizinhas não sofrerão problemas com a falta de água.
Em Patos, a população comemorou ontem, a sangria de mais dois açudes localizados no município, a Barragem de Capoeira, que tem capacidade para mais de  53 milhões de metros cúbicos de água e o açude do Jatobá, com mais de 17 milhões de metros cúbicos de água. O açude da Farinha está transbordando desde a semana passada.

PONTO FACULTATIVO


O açude Engenheiro Arco Verde, em Condado, que há 23 anos não sangrava, foi motivo de festa na cidade. Na última sexta-feira, a prefeitura decretou ponto facultativo nas repartições públicas e houve até a celebração de uma missa em ação de graças.  Com informações de Damião Lucena



  • Trecho da BR-101 é interditado

Na madrugada de ontem um trecho de aproximadamente 10 metros da BR-101, km 38, localizada no município de Mamanguape cedeu e teve que ficar com umas das faixas interditadas por 12 horas para que reparos fossem feitos na via. Com esta interdição sobe para três o número de rodovias federais na Paraíba que teve problemas ocasionados com as chuvas que caíram em todo o Estado. De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF/PB), o trecho da rodovia desabou por volta de 1h da manhã deixando a faixa no sentido Natal/João Pessoa sem movimentação por toda a manhã. A população da área relatou que a cratera aberta na pista fez com que dois carros caíssem na abertura, contudo a PRF/PB não confirmou o incidente.
O técnico de segurança do trabalho da construtora responsável pela obra de duplicação da rodovia, Joselito Araújo, explicou que devido às fortes chuvas caídas no local durante todo o final de semana, parte da estrutura que está sendo preparada para a criação de um viaduto no local cedeu e ocasionou o problema. “Com as fortes chuvas que estão caindo praticamente em todo o Estado, a estrutura cedeu um pouco em uma das faixas, mas como foi uma parte simples, que nós mesmos tamparemos o buraco e devolveremos a pista de imediato”, afirma. 
O superintendente do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), Expedito Leite, relatou que os trechos da BR-230 km 191, na região de Soledade e no km 104 da BR-230 que fica próximo à cidade de Caldas Brandão (Cajá), onde também ocorreram problemas na pista, já estão liberados para o tráfego de transportes. “Estamos fazendo o monitoramento completo de todas as BRs que cortam a Paraíba, contudo os trechos que passaram por problemas já foram vistoriados por nossas equipes e entregues à comunidade”, disse o superintendente.
Expedito Leite disse ainda que os três trechos foram vistoriados pelo órgão, e os reparos foram feitos sem haver a necessidade de interdição por mais tempo das áreas afetadas. “O Dnit foi acionado em todos os casos e realizou os reparos necessários para a liberação do tráfego de veículos, por isso a população pode se tranqüilizar ao trafegar nas BRs”, concluiu.  (Joceane Gomes)
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