Química – Ciscato, Pereira, Chemello e Proti



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. Acesso em: jan. 2016.

Perguntas sobre o texto



Responda em seu caderno

1 Com base nas informações obtidas, pode-se dizer que toda fonte de água doce não poluída é potável? Explique.

2 Quantas vezes o teor de fluoreto nas duas fontes citadas na reportagem é maior do que o determinado pela legislação brasileira vigente?

3 Com relação às informações do texto, é correto afirmar que:

a) os íons fluoreto são prejudiciais à saúde e sua ingestão deve ser evitada em quaisquer concentrações.

b) se ingerido em excesso, o flúor pode causar alterações na estrutura dos ossos, deixando-os mais susceptíveis a fraturas.

c) as águas do município de Águas da Prata estavam, na época da reportagem, com excesso de flúor, pois provavelmente foram contaminadas por efluentes de indústrias de pastas de dente.

d) todas as fontes da cidade apresentaram variações nas concentrações de fluoreto.

e) as águas com excesso de fluoreto podem ser utilizadas como águas medicinais.

Alguns contaminantes das águas

Algumas espécies químicas tornam a água imprópria para o consumo, caso ocorram fora da faixa de concentração considerada adequada de acordo com a legislação vigente. Foi o caso dos íons fluoreto em fontes do município de Águas da Prata (SP), abordado no texto do quadro acima. Essas espécies químicas podem surgir naturalmente nos corpos d’água (rios, riachos etc.). No entanto, há também contaminantes introduzidos em decorrência de atividades praticadas pelo ser humano, como os efluentes provenientes das indústrias.

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Entre os principais contaminantes de corpos d’água oriundos de fontes antropogênicas está o chumbo, indicado na tabela Valores máximos permitidos de algumas espécies químicas na água potável de acordo com a legislação brasileira. Entre as espécies químicas que podem ser encontradas na água, o chumbo constitui um dos poluentes mais tóxicos aos seres vivos. As fontes geradoras de chumbo no ambiente podem ser: tintas utilizadas na construção civil, encanamentos antigos (que nas últimas décadas foram substituídos pelos de cobre e de plástico), solda usada na conexão entre canos de cobre. Uma vez ingerido, o chumbo pode causar danos neurológicos permanentes e graves, além de danos aos rins e ao fígado. As crianças, mesmo que expostas a baixíssimas concentrações desse metal, podem apresentar deficiência mental. A presença de chumbo no organismo, inclusive, pode ser fatal.

Na tabela a seguir, as concentrações de chumbo estão relacionadas aos sintomas que um indivíduo pode apresentar caso tenha sido exposto a essa espécie química. Acompanhe.

Sintomas relacionados à contaminação por chumbo

Concentração de chumbo no organismo (microgramas de chumbo/100 mL de sangue)

Sintomas

10

Nenhum.

40

Dores de cabeça, constipação, irritabilidade, falta de concentração.

80

Os mesmos sintomas citados acima, porém mais severos, além de depressão, anemia e cansaço extremo.

100

Todos os sintomas já citados, mais insônia, formigamento das mãos e pés, linha azul nas gengivas, infertilidade em homens e aborto.

150 ou mais

Todos os sintomas já citados, além de convulsões, paralisia, cegueira, alucinações e coma.

Fonte: EMSLEY, J. The elements of murder: a history of poison. Oxford: Oxford University Press, 2005. p. 263.

Observe, mais uma vez, que a concentração de determinada espécie química pode ser expressa de maneiras diferentes. Como o chumbo é altamente tóxico em mínimas dosagens, os valores utilizados nessa tabela foram da ordem de microgramas (1 μg = 10−6 g), por uma questão de praticidade (o uso de valores em gramas, ou mesmo quilogramas, implicaria a utilização de grandezas como 0,000040 g de chumbo por 100 mL de sangue, ou, ainda, 0,000000010 kg por litro de água potável). Mas há outras maneiras de indicar valores de concentrações. A continuidade desse assunto será o foco do estudo no próximo tema deste capítulo.

O chumbo é considerado um metal pesado. Embora não haja uma definição padrão para metais pesados, esse termo está relacionado a metais que apresentam toxicidade aos organismos. Algumas definições consideram, nessa classificação, o elevado número atômico do metal (tendo o cálcio como referência), além da elevada massa atômica (tendo o sódio como referência). A maioria dos metais classificados como pesados apresenta densidade geralmente maior que 5,0 g/cm3. Entretanto, tem-se observado que é necessário considerar, para essa definição e classificação, fatores ambientais e toxicológicos, bem como a avaliação de quanto determinada espécie química pode ser absorvida pelos seres vivos, junto ao seu acúmulo ao longo da cadeia alimentar (denominado biomagnificação).

Veja na tabela da página seguinte alguns outros exemplos de metais que podem ser considerados pesados. Importante observar que esses metais estão presentes nas águas como cátions, como Cd2+ e Hg2+.


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Fontes de alguns metais pesados e seus efeitos para a saúde

Metais pesados

Fontes

Alguns efeitos para a saúde

Mercúrio

Queima da hulha, baterias, alguns processos industriais, consumo de peixes contaminados.

Taquicardia, danos nos sistemas nervoso (tremores, fraqueza e perda de memória), renal e digestório.

Cádmio

Fabricação de cimento, queima de combustíveis fósseis, refino de minérios de zinco e chumbo, produção de ferro, tabagismo, consumo de alimentos contaminados.

Irritação no trato respiratório, edema pulmonar fatal, desordens cardiovasculares, danos renais; interferência no metabolismo do zinco.

Níquel

Extração de minério e refino de níquel, óleo diesel, resíduos de óleo mineral, hulha, fumaça de tabaco, ligas de aço.

Dermatite de contato, câncer de pulmão, danos ao sistema nervoso central.

Arsênio

Fabricação de herbicidas, ingestão de água de fontes naturais contaminadas, queima da hulha, consumo de frutos do mar contaminados.

Colapso cardiovascular, anemia, tumores de pele, pulmões e bexiga, perda sensorial no sistema nervoso periférico.

Antimônio

Tintas, vernizes e esmaltes, manufatura de vidros.

Hepatite, insuficiência renal, anorexia.

Fontes consultadas: BRUNTON, I. I.; HILAL-DANDAN, R. Manual de farmacologia e terapêutica de Goodman & Gilman. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015; OLSON, K. R. (Org.). Manual de toxicologia clínica. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014; KLAASSEN, C. D.; WATKINS III, J. B. Fundamentos em toxicologia de Casarett e Doull. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.

Hulha: tipo de carvão mineral.

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RMF /Visuals Unlimited, Inc. /Glow Images

Eletromicrografia colorizada por computador que mostra a bactéria da espécie Vibrio cholerae, causadora do cólera, doença que pode ser adquirida por meio do contato com águas contaminadas pelo esgoto doméstico.

A presença dos chamados metais pesados em águas que poderiam ser destinadas ao consumo humano pode ser proveniente de diferentes fontes. Por exemplo, o antimônio e o cádmio podem ser provenientes dos materiais empregados em tubulações e acessórios (como torneiras). Entretanto, as águas podem ser contaminadas também em suas nascentes.

Origem dos contaminantes

A agricultura moderna faz uso frequente de adubos e defensivos agrícolas. Levados pelas chuvas, os defensivos agrícolas podem atingir rios, lagos e aquíferos, poluindo as principais fontes de água doce. As águas subterrâneas também podem ser contaminadas pelo uso dessas substâncias diretamente na terra ainda não semeada. O grau de toxicidade dessas substâncias é reportado por meio da dose letal média (DL50) e varia de uma para outra: o DDT, por exemplo, apresenta uma DL50 de 135 mg/kg, enquanto o pesticida denominado paration apresenta DL50 de 6 mg/kg (ambos em testes com camundongos).



Dose letal média: corresponde à quantidade de determinada substância capaz de matar 50% de um grupo de indivíduos – geralmente ela é informada em mg da substância por kg de massa corporal (mg/kg) a partir de testes realizados em animais (como coelhos, peixes, ratos).

Mesmo que essas substâncias alcancem os corpos d’água em baixas concentrações, elas podem bioacumular no organismo humano, ocasionando a longo prazo prejuízos à saúde.



Bioacumulação: processo que pode ser definido como a absorção e a retenção de substâncias no organismo de determinado ser vivo. Muitas delas são acumuladas no tecido adiposo dos animais.

Além da presença de substâncias como os pesticidas, alguns microrganismos podem ser considerados contaminantes das águas, e sua fonte pode ser o próprio esgoto. A frequente inadequação dos sistemas de captação e de tratamento de esgoto (no Brasil e em muitos outros países) faz com que ele alcance córregos, rios e mares, contaminando-os. O esgoto pode ser dividido em três tipos diferentes: o doméstico, proveniente das residências; o pluvial, oriundo das águas da chuva; e o industrial, proveniente das fábricas. Essa classificação é importante, porque cada tipo apresenta substâncias diferentes e é um meio para sobrevivência de espécies de microrganismos também distintos. Em apenas um litro de esgoto doméstico podem existir bilhões de bactérias causadoras de doenças como o cólera e a leptospirose.

Na ausência ou na impossibilidade de obter água potável – como na crise de abastecimento que afetou diversas regiões brasileiras em 2014 e 2015 –, devem-se tomar alguns cuidados a fim de prevenir doenças causadas por microrganismos como bactérias e protozoários. Veja o infográfico da página a seguir.
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DE OLHO NA ÁGUA

A crise hídrica pode levar os consumidores a usarem água de origem desconhecida, em poços desativados ou recipientes improvisados sem limpeza adequada. Veja os problemas de saúde que podem ser causados pelo contato com água não tratada corretamente

DOENÇAS RELACIONADAS



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HEPATITE A


• É transmitida por meio de contato de fezes de outra pessoa, o que geralmente ocorre pela presença de coliformes fecais em água contaminada ou manipulação de alimentos sem lavagem prévia das mãos
• Causa mal-estar, vômitos e náuseas

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DIARREIA INFECCIOSA


• A água contaminada é uma das principais causas da doença, causada por vírus, bactérias e protozoários
• Causa dores, cólicas, náuseas, febre e, em casos mais graves, fezes com sangue

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DENGUE
• O Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, gosta de água limpa e parada. A vedação de reservatórios impede que o armazenamento se torne um criadouro possível para o mosquito


• Entre os sintomas da dengue, estão febre alta e dores generalizadas

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FEBRE TIFOIDE


• É causada pela bactéria Salmonella typhi, presente em água contaminada ou alimentos não lavados
• Entre os sintomas estão intensas cólicas abdominais e febre alta

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PARA ANALISAR A ÁGUA

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• Quem vai construir um poço artesiano ou começar a utilizar água de fonte desconhecida deve levar a água para análise antes do consumo. O laudo sai em 30 dias.



Onde fazer
• Instituto Adolf Lutz, av. Dr. Arnaldo, 355, Cerqueira César, São Paulo, fone (11) 3068-2942
• Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP, av. Pádua Dias, 11, Piracicaba (SP), fone (19) 3429-4150.

Folhapress

Fonte: Folha de S.Paulo, 20 fev. 2015. Disponível em:
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