Química – Ciscato, Pereira, Chemello e Proti



Yüklə 3,69 Mb.
səhifə19/41
tarix12.01.2019
ölçüsü3,69 Mb.
#95291
1   ...   15   16   17   18   19   20   21   22   ...   41
. Acesso em: jan. 2016.
Página 143

Para a geração de corrente elétrica, a reação que acontece no ânodo é a oxidação do carbono com a consequente formação de íons lítio, o que mantém a neutralidade elétrica do material:

LiyC6(s) ⇌ C6(s) + y Li+(solv) + y e

No cátodo, o cobalto se reduz na estrutura do óxido, provocando a entrada de íons lítio em sua estrutura:

LixCoO2(s) + y Li+(solv) + y e ⇌ Lix + yCoO2(s)

Consequentemente, a reação global da pilha é:

LixCoO2(s) + LiyC6(s) ⇌ Lix + yCoO2(s) + C6(s)

Como as baterias de íons lítio são feitas com materiais de baixa densidade, podem ser projetadas para ter menor massa, tamanho e custo. Além disso, o meio ambiente é menos agredido por elas em comparação às baterias anteriores, que apresentavam em sua composição metais com alto potencial tóxico, como níquel e cádmio, nocivos ao meio ambiente e à saúde. As baterias de íon lítio atuais possuem longos ciclos de vida: elas comumente têm uma duração de até mil ciclos de carga e descarga – com uso moderado, as baterias de íons de lítio podem fornecer cerca de 80% de sua capacidade inicial após 300 ciclos, ou cerca de um ano de uso. Atualmente, a maioria dos fabricantes de aparelhos celulares utiliza esse tipo de bateria.

O lítio é encontrado combinado sempre com outros átomos, nunca isolado na natureza. Está presente em rochas vulcânicas e sais naturais, como nas salinas de Uyuni (Bolívia) e do Atacama (Chile). A salina de Uyuni apresenta mais da metade das reservas mundiais de lítio: aproximadamente 9 milhões de toneladas. O sal carbonato de lítio (Li2CO3), substância em que o elemento lítio é encontrado nas salinas, pode se tornar a principal matéria-prima das baterias de alto rendimento dos carros elétricos do futuro. A grande quantidade de lítio na Bolívia permitiria às empresas produzir carros elétricos com maior autonomia. O preço atual do carbonato de lítio extraído das salinas é de 6.500 dólares por tonelada, mais que o dobro do que era há dez anos. Vários especialistas consideram o lítio a fonte de energia do século XXI.

0143_001.jpg

Tips/Zuma Press/Glow Images

Fernando José Ferreira

Na foto, de 2013, vê-se o salar de Uyuni (A), localizado no sul da Bolívia (B). Trata-se do maior deserto de sal e também da maior reserva de lítio do planeta.


Página 144

• Uma célula a combustível é uma bateria eletroquímica de funcionamento contínuo que produz corrente elétrica pela oxidação eletroquímica de um combustível, geralmente o gás hidrogênio. Em uma célula a combustível como a representada na ilustração a seguir, os gases hidrogênio e oxigênio, ao serem convertidos em água a partir de reações de oxirredução, possibilitam a produção de corrente elétrica. Essa energia, por sua vez, pode ser usada até mesmo para mover um automóvel.



0144_001.jpg

adilson secco

Esquema simplificado do funcionamento de uma célula a combustível. Representação sem escala; cores fantasia.

A célula a combustível tem três partes principais:

• ânodo — as moléculas de hidrogênio são adsorvidas na superfície do ânodo e são oxidadas, produzindo, cada uma, dois íons de hidrogênio (H+), também chamados de prótons, e dois elétrons, de acordo com a equação 2 H2(g) ⇌ 4 H+ + 4 e; os elétrons doados geram a corrente elétrica;

• membrana que separa cátodo de ânodo — feita de material que permite a passagem dos íons H+;

• cátodo — as moléculas de oxigênio são adsorvidas na superfície do cátodo, reagem com os prótons e são reduzidas, como mostra a equação O2(g) + 4 H+ + 4 e ⇌ 2 H2O(l).

Assim, a equação global de uma célula a combustível que utiliza o hidrogênio gasoso é:

2 H2(g) + O2(g) ⇌ 2 H2O(l)

Uma das vantagens das células a combustível que utilizam o gás hidrogênio em relação a outras fontes é o fato de elas não serem poluentes, uma vez que o único produto formado é a água. No entanto, o funcionamento das células a combustível que utilizam o gás hidrogênio apresenta algumas limitações, como a dificuldade no armazenamento desse gás e em sua própria síntese, comumente feita a partir da eletrólise da água, reação que exige quantidade significativa de energia elétrica e será assunto do próximo tema deste capítulo. Por esses motivos, cientistas têm estudado a possibilidade de utilizar, nessas células a combustível, o metanol ou o etanol.

Como retardar ou evitar a corrosão

Como visto no tema anterior, a corrosão é uma reação química espontânea que causa enormes prejuízos, principalmente em regiões litorâneas, por causa da maresia. No entanto, existem algumas estratégias para evitar ou retardar a corrosão em metais. A seguir, serão apresentadas algumas dessas formas.

Página 145

• Recobrimento do metal com uma fina camada de outro metal com maior potencial de oxidação, método conhecido como galvanização (por exemplo, pregos de ferro galvanizados com zinco).



0145_001.jpg

Representação esquemática simplificada da galvanização do ferro com zinco, também chamada de zincagem. Representação sem escala; cores fantasia.



Fonte: BROWN, T. L. et al. Chemistry: the central science. 13 ed. New York: Pearson, 2015, p. 892.

O zinco depositado na superfície da peça, ao ser oxidado, protege a estrutura interna do prego feita de ferro, evitando que o ferro seja oxidado. A corrosão é um fenômeno que ocorre geralmente na superfície do material. Na galvanização do ferro com zinco, por exemplo, protege-se a superfície de ferro dificultando seu contato com a água e o gás oxigênio. Mesmo que esse revestimento seja danificado, o zinco evita a oxidação do ferro oxidandose em seu lugar. Isso ocorre porque o potencial de oxidação do zinco (E°oxi = +0,76 V) é maior que o potencial de oxidação do ferro (E°oxi = +0,44 V). É possível utilizar outros metais além do zinco na galvanização do ferro, como o alumínio (E°oxi = +1,66 V) e o crômio (E°oxi = +0,74 V) – metais que também têm maior potencial de oxidação que o ferro.

• Formação de película protetora, método chamado de passivação. Como exemplo, tem-se o aço inox (abreviação de inoxidável). O aço inox é altamente resistente à corrosão por causa da adição de crômio (E°oxi = +0,74 V) à liga metálica. O crômio reage com o gás oxigênio, criando na superfície da peça uma película fina, aderente e transparente de óxidos de crômio que serve de barreira de proteção contra a corrosão. O alumínio (E°oxi = +1,66 V) tem um potencial relativamente alto de oxidação quando comparado ao do ferro (E°oxi = +0,44 V), mas mesmo assim é muito usado em estruturas metálicas que vão de simples portões a aviões, em razão de sua baixa densidade e da formação de uma camada de passivação constituída por Al2O3 (óxido de alumínio).

Apesar de ser um fenômeno que ocorre naturalmente com o metal exposto ao ambiente, tanto no aço inox como no alumínio, a passivação pode ser induzida por meio da aplicação de ácidos fortemente oxidantes, como o ácido nítrico. Além disso, é possível usar meios eletrolíticos (assunto do Tema 4 deste capítulo) para gerar a camada de proteção, processo denominado anodização.

• União do metal a um ânodo de sacrifício, ou seja, um pedaço de outro metal com maior potencial de oxidação (por exemplo, canos subterrâneos de ferro conectados a barras de magnésio).

0145_002.jpg

ilustrações: Adilson Secco

O magnésio tem potencial padrão de oxidação maior que o do ferro. Assim, o magnésio é oxidado preferencialmente, atuando como metal de sacrifício, evitando que o ferro do cano seja oxidado. Representação sem escala; cores fantasia.

Página 146

Esse método do ânodo de sacrifício pode ser usado também em cascos de navios. Pelo fato de os navios estarem em contato direto com a água do mar, um ambiente muito corrosivo, são conectadas barras de zinco no seu casco que desempenham o papel do ânodo de sacrifício.



0146_001.jpg

Blue Pig/Shutterstock

Mar Photographics/Alamy/Glow Images

Proteção por ânodo de zinco em cascos de navio de aço: (A) vista inferior do navio em um dique seco; (B) fixação do ânodo de zinco no casco do navio.

• Uso de tinta como proteção. Como já mencionado, a corrosão é um fenômeno que ocorre principalmente na superfície do material. Assim, uma forma de evitá-la ou retardá-la é proteger a superfície com tintas específicas. Existem no mercado revestimentos protetores, como tintas contendo em sua composição zarcão (nome usual de um composto químico de fórmula Pb3O4), fosfato de zinco e cromato de zinco — que dificultam o contato do gás oxigênio com o metal interno.

0146_002.jpg

Fernando Favoretto/Criar Imagem

Revestimentos à base de zarcão (Pb3O4) protegem a superfície do metal contra a corrosão.



Projeto da Engenharia Ambiental recolhe pilhas e baterias para reciclagem

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), são vendidas no Brasil, por mês, cerca de 400 milhões de baterias e mais de 1 bilhão de pilhas. Desse total, estima-se que apenas 1% seja reciclado.

Isso sem contar o problema ambiental que representam as pilhas de origem ilegal, atualmente, cerca de 40% do mercado nacional. Podendo ter em sua composição metais [...] altamente tóxicos, como cádmio, chumbo e mercúrio, as pilhas ilegais representam um problema ambiental grave ao serem jogadas no lixo comum. O tempo de degradação de uma pilha é avaliado entre 100 e 500 anos.

Uma iniciativa do Programa de Educação Tutorial (PET) do Curso de Engenharia Ambiental da UFC tem atuado contra esse problema por meio da coleta de pilhas e baterias, no bairro Planalto Pici. Desde 2012, o projeto vem realizando ações de sensibilização na comunidade, instalando coletores de pilhas em comércios locais.

“As pessoas do bairro compravam as pilhas nos comércios da área e tinham a possibilidade de depositar as usadas, sabiam onde lançar esse material. Instalamos 50 coletores e, ao longo de 2013, alcançamos o total de 48 quilos”, comenta o coordenador do projeto, Prof. Ronaldo Stefanutti.

Duas caixas integrando o primeiro lote de pilhas coletadas foi enviado à Abinee, que desenvolve um trabalho com esse material através do “Abinee recebe pilhas”. O Programa prevê o recebimento, encaminhamento para reciclagem e disposição final das pilhas. No intuito de avolumar as próximas quantidades coletadas pelo Projeto da UFC, se iniciará, ainda este mês, a instalação de novos coletores no campus do Pici Prof. Prisco Bezerra.


Página 147

[...]


“A gente tenta coletar aqui na própria UFC, falamos com nossos colegas de sala, pessoas do curso. Neste mês, a gente vai espalhar pelo campus 10 coletores, em pontos de referência do Pici, e vamos, de duas em duas semanas, verificar o conteúdo. Também já entramos em contato com diretores de escolas das adjacências para realizarmos ações de educação ambiental – conscientizando os alunos a respeito da importância de coleta de pilhas e implantarmos os coletores”, detalha o bolsista do PET e integrante do projeto, Lucas Abreu.

“Estamos vendo que o sistema funciona. Então, vamos estender isso às escolas para que elas próprias façam as coletas. É uma ação de sensibilização que estamos fazendo, provocando a pró-atividade da comunidade. O projeto das pilhas é uma das ações que fazem parte da meta de implantação da coleta seletiva no bairro Planalto Pici”, destaca Stefanutti.



Fonte: Universidade Federal do Ceará, 20 mar. 2014. Disponível em:
Yüklə 3,69 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   15   16   17   18   19   20   21   22   ...   41




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©muhaz.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

gir | qeydiyyatdan keç
    Ana səhifə


yükləyin