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RAMATIS: De modo algum queremos vos tolher nas fun­ções naturais do fenômeno genésico e dos recursos arbitrados pela Natureza no mecanismo do sexo. Consideramos, tão-somente, a inversão dos valores que atribuís ao processo e à sinalética sexual, tornando-o afrontoso, porque o vosso mundo é que o inferioriza. O imperativo sexual não é fenômeno limita­do às funcões fisiológicas ou procriativas da configuração físi­co-humana. Vós o encarais especialmente como um motivo de sensação voluptuosa e de que abusais até à alucinação: mas vos equivocais, considerando que o sexo seja absoluta distinção na estrutura do corpo físico, ou apenas dois pólos diferenciadores denominados "masculino" e "feminino". Perante as disposi­ções divinas, o sexo masculino é identificação de alma com dis­posições mais ativas, enquanto o sexo feminino corresponde às entidades predominantemente passivas. Desde a posse instinti­va absoluta e natural dos agrupamentos primitivos, até ao obje­tivo sagrado na sublimação do "amor divino", o sexo represen­ta o curso natural e puro, que, gradual e progressivamente, conduz o homem-animal até a contextura definitiva do anjo eterno.
PERGUNTA: Em nosso mundo existem muitos casos de desequilíbrios extremos, que foram satisfatoriamente resolvi­dos com o ajuste sexual. Que nos diz a este respeito?

RAMATIS: Somente a compreensão elevada das funções sexuais alcançará suplantar a terapêutica comum do mundo, afastando os pacientes dos recursos proverbiais da "psicanáli­se" e das neuroses clássicas dos estados sexo-patológicos: Porém, antes da preocupação da genética dirigida, deve existir a disciplina emotiva das relações sexuais, no controle absoluto do instinto inferior e da imposição bruta do reino animal. É fácil comprovar que os homens sábios, demasiadamente entre­tidos com o intelecto, geralmente são afeitos à continência sexual. Criam, naturalmente, uma segunda natureza que lhes coordena as forças inferiores e as sublima para os eventos bené­ficos e criadores no campo mental. A angústia sexual, respon­sável pela multiplicidade de aspectos patológicos de ordem neurótica e emotiva, não será solucionada sob a frieza de com­primidos, injeções ou tisanas de qualquer espécie; só o amor espiritualizado, manifesto e vivo, sob a inspiração sadia da con­duta evangélica, conseguirá a terapêutica tão desejada no plano sexual. Jamais podereis encontrar aquele "amor ideal", tão desejado, no íntimo da humanidade, algo de santificante, que transcende as formas comuns, grosseiras, da vida humana, através do excesso das aberrações sexuais. O instinto satisfeito pode dar-vos transitória sensação de paz, na letárgica condição que advém após as trocas genésicas, mas o amor verdadeiro só o conseguireis quando o fizerdes independer das relações efê­meras da carne.

Acima do sexo definido pela biologia do vosso mundo, pal­pita a alma eterna e repleta de ansiedades afetivas e duradou­ras, cuja angústia aumenta tanto quanto as frustrações contí­nuas na troca de sensações grosseiras. Os sonhos etéreos que flutuam em torno de vossos espíritos sedentos de afeto e de compreensão, impregnam-se de vibrações grosseiras, aviltam-se e definham, se os tentais resumir na precariedade de uma sensação oriunda dum breve encontro carnal. Procurar o equilí­brio psíquico através do ajuste sexual, é, na realidade, terapêu­tica do vosso mundo; porém, no plano do espírito, essa concep­ção é comparável ao recurso de iludir o pássaro aflito ou ansio­so por liberdade, prendendo-o numa gaiola.



PERGUNTA: Qual a situação primordial da mulher, em Marte, com relação ao casamento e à união sexual?

RAMATIS: O homem a considera nobre companheira, o complemento exato de sua ansiedade. Ela coopera e participa, integralmente, de todas as atividades humanas, operando ao nível do homem, na ciência, na arte, na filosofia e na religiosi­dade. É preceptora tão eficiente quanto o seu companheiro, e compõe metade dos Conselhos Diretores do governo marciano, fazendo-se notada na indústria, na administração e nas pró­prias comunicações interplanetárias. No entanto, embora ombro a ombro com o homem nas atividades públicas ou pri­vadas, ela procurou sempre manter-se na esfera do "feminismo delicado", acentuadamente passiva, sem perder a divina fun­ção de "inspiradora e graça humana". Desistiu de uma compe­tição feroz com o elemento masculino, no sentido de uma peri­gosa e ridícula "masculinização" virtual, que termina em gros­seiro plágio das funções do homem. Plena de atividade e vigor, movendo-se com desembaraço e segurança no meio ambiente, guarda supremo cuidado na sua figura, a qual irradia sempre graça e beleza em todos os setores ou ambientes da vida huma­na. Embora nos agrupamentos marcianos da raça loura ela quase se confunda com o talhe masculino, múltiplos movimen­tos e realizações que é chamada a efetuar traem, já, a sua pre­sença poética e emotiva. No campo da afetividade recíproca, a mulher marciana é um halo de luz e poesia, insuflando ternura em seu companheiro e recebendo deste o alento de energia que também precisa para atuar com equilíbrio e prazer no mundo de formas. A permanente boa-vontade que existe entre o homem e a mulher, em Marte, exclui e elimina todos os perigos que se geram em vosso mundo, sob o guante sombrio do ciúme, da cólera ou amor-próprio ferido. Sem abdicar de sua ternura, avessa à competição com o homem, ela seguiu ao encontro espiritual do seu companheiro, adoçando-lhe o tem­peramento e firmando-lhe o caráter. Compreendendo que nunca poderia abdicar da função sublime e extrema de ser mãe – a "médium" da vida –, a mulher marciana adotou a inteligen­te atitude de "genializar-se" mesmo femininamente. Procurou sua emancipação exterior, desprezando os artificialismos que a poderiam afastar dessa divina função de ser o tempo sagrado do espírito reencarnado. Soube evoluir para os níveis definiti­vos do intelecto e da ciência marciana, sem perder a tessitura simbólica do ente angélico; conseguiu formar com o homem o maravilhoso binômio "sentimento-razão"; sustentáculo glorio­so de uma vida feliz.

PERGUNTA: A gestação e a "délivrance", em Marte, obede­cem às mesmas leis da genética terrena?

RAMATIS: Marte, como orbe de natureza física, não pode­ria se distanciar anormalmente das leis comuns da evolução, no campo funcional da gestação e "délivrance". Desde o mecanis­mo da sinalética sexual até à hora do "vir à luz", o espírito reencarnante opera no casulo materno, sob condições análogas às terrenas. Ressalvam-se, no entanto, as condições de ordem psíquica, mental e espiritual, que é de imensa superioridade sobre as que circundam os cônjuges terrestres. Conforme já esclarecemos, tanto o pai quanto a mãe conservam-se em estrei­ta colaboração de ordem mental, controlando a emotividade e fornecendo ao reencarnante a melhor quota de fluidos saluta­res. Criam uma zona psíquica de harmonia e equilíbrio para que no astral o futuro filho atue com serenidade no reingresso à forma física.

PERGUNTA: O período de gestação é mais curto do que na Terra?

RAMATIS: Só em casos excepcionais, quase à semelhança dos prematuros do vosso mundo, pois, em geral, a fase gestati­va marciana é um pouco mais longa do que a terrena, embora sem oferecer os quadros mórbidos e opressivos da gravidez terrena, que apresentam certas parturientes demasiadamente negligentes com seus altos deveres de "médium" da vida!

Os espíritos da aura marciana, além da estrutura do sistema orgânico-físico, têm que prover, na forma, o ajuste dos seus delicados veículos astrais, muito mais requintados do que os vossos no plano imponderável. A gestação marciana é logica­mente um pouco mais demorada porque, ao espírito reencar­nante, também é mais complexa a ligação com a matéria, devi­do à maior "distância" vibratória entre o espírito e o plano em que vai corporificar-se. Acresce, ainda, que o período gestativo é também a reprodução, num resumo biológico, de todas as formas que precederam a configuração definitiva do homem. Sendo os marcianos entidades mais evoluídas do que os terre­nos, é óbvio que a sua gestação se retarda um pouco mais, em face de existir uma fase "mais além", que deve reproduzir, no último mês, a configuração do homem terrestre, porém, aper­feiçoado. O recém-nascido, em Marte, assim que se desliga da placenta, oferece a figura exata do ciclo completo do homem terreno, assim como o "recém-nascido" terrícola traz no "facies" o estigma do "primata das cavernas", que é a fase que precede a figura atual do vosso orbe. Embora ocorra essa seqüência ges­tativa mais longa do que a terrestre, já vos dissemos que os médicos marcianos podem retardar ainda mais, ou acelerar as fases da gestação, utilizando processos que escapam ao vosso entendimento.



PERGUNTA: Há certa correlação de fenômenos entre os esposos quando da gestação da esposa, conforme há quem afir­me existir na Terra?

RAMATIS: Normalmente, quando o espírito se reencarna nos mundos físicos, e que procura reduzir o seu perispírito para atingir internamente os contornos da matriz feminina, encontrará mais facilidade para esse encaixe vibratório-etérico, se puder recorrer também ao magnetismo que exsuda do futu­ro pai. O espermatozóide doado pelo homem, à medida que vai desatando, na matriz materna, a configuração do nascituro, também alimenta e expande o campo magnético que vive em si, potencialmente, como substância energética masculina. Em conseqüência, o período gestativo cria fenomenologia de iden­tificação comum, entre os esposos, embora diferenciados pela matéria. Não importa se ambos estão separados, em corpo físi­co, pela distância do mundo de formas, porquanto não existem separações vibratórias do mesmo magnetismo, que se possam interpor e interpenetrar-se, mesmo a consideráveis distâncias.

O psiquismo do genitor, que fica em estado de "hipersensi­bilidade" magnética, sofre a atuação mais enérgica e intensa do psiquismo da esposa em estado de gestação e conseqüentemen­te em íntima relação com os planos imponderáveis. Forma-se, então, uma ponte, um elo psíquico indestrutível entre ambos, e, pela rigorosa lei de correspondência magnética do Cosmos, inúmeros estados emotivos e psíquicos da mulher projetam-se no campo etereomagnético do homem. Desencadeiam-lhe, por vezes, até fenômenos objetivos e de ordem enfermiça, atestável nos quadros ginecológicos.

O chinês, o índio e certos povos exóticos, pressentindo essa influência "psicomagnética" entre os esposos, quando das épo­cas gestativas, faziam-se co-participantes do período de gesta­ção, culminando alguns no exagero de ficar de "quarentena", enquanto a esposa não cessava as atividades comuns. A vossa ciência já deve ter verificado inúmeros casos de dispnéia, náu­seas e afogueamento abdominais, que por reflexão magnética têm provocado fenômenos no esposo da gestante.

PERGUNTA: A "délivrance", em Marte, é dolorosa como na Terra?

RAMATIS: Não se justificaria que assim fosse, pois a mu­lher marciana é espírito liberto do carma, símile da Terra, guar­dando equilíbrio e severa dignidade na esfera das atividades conjugais. Não somente graças aos recursos da medicina espiri­tualizada, de Marte, como em face da nutrição sadia e energéti­ca, aliada à harmonia emotiva e ausência de desregramentos, a hora do parto é acontecimento despido de toda preocupação, realizando-se na mais impecável serenidade e ritmo funcional sob o controle perfeito da Natureza. Em face de um sistema nervoso delicadíssimo e da maravilhosa distribuição endocríni­ca no campo dos hormônios, o mais perfeito cronômetro do vosso mundo perde para a delicadeza dos estímulos nervosos que controlam toda a operação da "délivrance". Para os nossos olhos espirituais, na hora do parto marciano, o sistema dos "chakras", ou seja, os centros de forças distribuídos à periferia do corpo etérico, lembram-nos a mais perfeita orquestração de cores cintilantes e de energias puras. O comandante augusto e divino do sistema, que é o "chakra" coronário, na mais fasci­

nante pulsação rítmica, emite do seu centro níveo e imaculado os mais deslumbrantes fulgores dourados, que partem em fun­ção com o variado colorido das bordas exteriores. Não nos recordamos de haver encontrado, na Terra, essa harmonia e ritmo "etereofísico" na hora grave da "délivrance". Pudemos observar o quanto pode o pensamento nobre e evangélico auxi­liar a mulher no delicado momento de ser o templo sagrado de outra vida.



PERGUNTA: Quais são os motivos que mais podem atribu­lar a mulher terrena, na hora da "délivrance", ou mesmo, no período gestativo?

RAMATIS: Fundamentalmente é a ausência de evangeliza­ção, quando a mulher é um pomo de rebeldia e avessa à gesta­ção, desempenhando essa nobre tarefa sob os imperativos cor­rosivos da mente revoltada. A preocupação imensa de evitar a deformação do corpo perecível costuma criar situações depri­mentes para o espírito reencarnante, o qual desce à Terra sob compromisso que a futura mãe assumiu ainda no Espaço. Inúmeras vezes, espíritos endividados, desejando fugir à caus­ticidade da própria consciência, aceitam reencarne entre as suas vítimas ou algozes, para um entendimento e aproximação, na escola do lar terreno. No entanto, assim que a gestante sente o fluido hostil daquele com quem ela ainda não se ajusta e se dispõe a romper o compromisso íntimo e sagrado, recorrendo ao aborto, essa disposição mental, ao acentuar-se no pensamen­to materno, vai-se infiltrando, qual veneno aguçado, na intimi­dade do reencarnante; e este, muitas vezes, para garantir a sua materialização, não trepida em esgotar a futura mãe, a fim de fazer sobreviver o seu corpo. E se a gestante não modifica o seu pensamento daninho e adverso, meditando sempre na expul­são do intruso que lhe povoa a mente, é possível ir até à desen­carnação na hora da "délivrance". O temor de não nascer leva o espírito reencarnante a proteger o seu casulo de carne sob qual­quer condição, mesmo extraindo completamente o "tônus vital" da gestante, ficando esta com menores probabilidades de êxito na sobrevivência após o parto. E se, efetivamente, o abor­to for consumado, dificilmente a abortante escapará, para o resto da existência física, dos mais acerbos sofrimentos na esfe­ra genital. A alma que ela desprendeu, compulsoriamente, ser-lhe-á terrível fantasma de todos os momentos de debilidade psíquica, com a agravante de esperá-la, à beira do túmulo, para a desforra definitiva.

Se o Inferno de Dante precisasse de alimento contínuo, para criar sofrimentos acerbos, acreditamos que seria suficiente manter na Terra as "instituições de aborto", para que esse ali­mento fosse fornecido diariamente e em condimento excitante. Os infelizes que, em vosso mundo, ainda trocam a comodidade da matéria pela insânia de destruir o corpo já comprometido antes do reencarne, se assim o fazem, traindo contratos espiri­tuais, é porque ignoram os pavores satânicos que os esperam no "Além", quando as almas enlouquecidas, que não puderam descer ao mundo físico, se lhes aderirem vampirescamente e por tempo imprevisto.



PERGUNTA: E quais os efeitos da mente contrariada, mesmo que cumpra o seu dever de gestar e ser mãe?

RAMATIS: O período da concepção é a mais delicada e sen­sível manifestação das forças dos reinos imponderáveis. Pensamentos, emoções e disposições de ordem psíquica, gra­vam-se em torno do campo mental, diretor da configuração do corpo em gestação, com a mesma facilidade com que as vozes e os sons musicais se fixam na cera dos discos gramofônicos. As vibrações que se sucedem, se inferiores, irritam as formações genéticas, acentuando a manifestação dos genes belicosos ou deprimentes e concorrendo para que o sistema "psiconervoso" se constitua sob tensão irregular.

A criança ingressa no campo físico, conduzindo no comando do psiquismo diretor de sua existência estímulos irritantes ou manifestações letárgicas, na conformidade do conteúdo que foi dosado pela mente materna na gestação. Não vos deve ser estranho que as crianças muitíssimo irritáveis, nos primeiros meses de vida, são as amamentadas por mães ou amas-secas irritáveis, neuróticas ou hipertireóidicas. Outras mães distan­ciam-se completamente no ato de doar o precioso liquido ao seu descendente, transmitindo, através do leite, os pesares, a melancolia e o desalento irremediável. Nessa infeliz disposição de insuflar psiquismo mórbido, no próprio ser que acalentou no ventre, favorece, desde cedo, o evento de mais um hipocon­dríaco na Terra. Esse é o motivo por que as mães marcianas se mantêm vigilantes em todo o curso da gestação, e, na fase rapi­díssima de amamentar, exercem a sua função sob um clima de efusão e júbilo espiritual. É certo que a desumanização da figu­ra marciana, para linhas angélicas, já procedeu a inúmeras modificações nos processos de nutrição, estando o "recém-nas­cido" isento das necessidades do lactente terrestre. Apenas nas zonas rurais ainda apegadas ao tradicionalismo da forma, embora equilibradas, a amamentação é processo aceitável.



PERGUNTA: É possível conceber a existência do divórcio, em Marte?

RAMATIS: O divórcio, na feição com que o imaginais, é acontecimento próprio dos mundos contraditórios, das decep­ções e desajustes imprevistos. As desilusões domésticas são produtos naturais das contradições psicológicas, entre esposos, que se unem afetando "harmonia", quando, na realidade, são portadores de mazelas habilmente dissimuladas entre si. O divórcio, comumente, é a solução precária para a união conju­gal, que se efetua sob bases transitórias, na origem do noivado defeituoso. Os corpos que se separam, por lei, apenas confir­mam a separação que já existia entre as almas.

Em Marte, a principal firmeza da afinidade conjugal reside na sadia atitude dos noivos, quando se autopsiam no recôndito das almas, sem receios ou falsas veleidades de amor-próprio, a fim de estabelecerem a segurança emotiva e o entendimento espiritual. Não pode haver decepções e surpresas entre aqueles que, previamente, puseram a nu o teor de suas "piores possibi­lidades". Daí não haver instituição propriamente dita, entre os marcianos, para solver as dissensões conjugais, porque não se resumem desilusões naquilo que já está absolutamente previs­to. Aceitando o nobre compromisso de se ampararem mutua­mente nas próprias debilidades espirituais, os jovens marcianos eliminam o fundamento espinhoso das alterações e dos capri­chos insatisfeitos. O desinteresse do prazer sensual, que é com­pletamente substituído por ansiedades ardentes de "mais espi­ritualidade", extingue a solução do divórcio.



PERGUNTA: Os elos conjugais marcianos são indissolú­veis?

RAMATIS: Há completa liberdade de dissolução e reconsti­tuição de um novo lar, o que pode ser efetuado pelo simples acordo recíproco. Tratando-se de espíritos emancipados, de carma disciplinador, já no limiar da fraternidade universal, dis­tantes da idéia de "posse" muito ao gosto terreno, o que importa à humanidade marciana é o perfeito entendimento de rela­ções fraternas. Existe perfeita "liberdade" no agir e decidir, assim como alunos de uma instituição tradicionalmente impe­cável assumem a responsabilidade de seus atos para consigo mesmos. A própria união conjugal pode ser efetuada sem o beneplácito das autoridades vigentes, porque não oferece esses aspectos deformados das relações terrenas. No entanto, assim como o estudante criterioso é o primeiro a cumprir os seus deveres para com o regulamento e estatuto da sua academia, o marciano é absolutamente afeito à ordem e ao equilíbrio para o bem coletivo.

É de norma comum, mesmo no vosso mundo, que os direi­tos se sucedam aos deveres realizados. Não há necessidade de obrigações compulsórias para a harmonia da coletividade mar­ciana, uma vez que é impossível encontrar um só cidadão em falta com o meio em que vive. Agem sob o império exato de um critério espiritual superior, sem malícia, subterfúgios ou interesses subalternos, graças aos seus sagrados objetivos que estão muito além dos tesouros pl.' ecários dos mundos físicos. Não lhes pode ocorrer inversão de valores, quando esses valo­res são indestrutíveis e invioláveis, quais sejam os bens do espí­rito eterno. Não há indissolubilidade entre os elos conjugais, podendo se suceder a mais espontânea e natural separação entre os cônjuges, fato raro e que, quando ocorre, é por razão de objetivos superiores.



PERGUNTA: Supondo um divórcio "espontâneo" entre os cônjuges marcianos, quais seriam as razões e os objetivos supe­riores?

RAMATIS: Esse divórcio só poderá suceder pela definitiva separação de "corpos", do mesmo lar, devido a transferência espontânea para outro local, outra comarca de atividade, quan­do convém a um dos cônjuges fixar-se em nova zona de labor. A separação é unicamente visando à oportunidade de se consti­tuírem dois novos lares, para novas reencarnações de almas amigas, parecendo-lhes egoísmo que a separação tão longa ou definitiva elimine a oportunidade de novas oficinas domésticas de trabalho reencarnatório. Todos os atos dessa humanidade são de absoluta abdicação individual, sempre em favor da cole­tividade. O bem comum sobrepõe-se ao bem do indivíduo, na mais natural e alegre renúncia. Quanto aos resultados emotivos, inclusive as tradicionais frustrações comuns à Terra, desa­parecem pela continuidade dos motivos que geraram as uniões conjugais. Não havendo o interesse gerado pela paixão carnal, base de quase todas as tragédias de vosso mundo, os afetos conservam-se íntegros, imunes de manchas dos mundos transi­tórios.

PERGUNTA: Há sempre êxito e absoluta afinidade entre noivos, culminando sempre em casamentos sem conflitos?

RAMATIS: As uniões se fazem através de "afinidades eleti­vas", em que a reunião de dois seres, no mesmo lar, deve aumentar as quotas de emotividade espiritual. É a aproximação de duas metades, o mais afins possível, para compor uma uni­dade também mais harmoniosamente alcançável. Desde que entre os dois jovens, em mútuo teste para casar, se verifique desperdício de aprendizagem conjugal, ambos, leal e sincera­mente, desistem do projeto em mente. Interessa-lhes, sempre, o aproveitamento máximo da vida física, para a mais breve liber­tação das contingências reencarnatórias.

4
Família.

PERGUNTA: Os marcianos estão submetidos aos mesmos dispositivos da constituição de família que são adotados na Terra?

RAMATIS: As características fundamentais são análogas, porém a norma comum em Marte é já a composição da "família universal". O lar é organização muito diferente do vosso ego­centrismo de "família por vínculos sangüíneos", em que vos devotais ferozmente ao grupo doméstico, considerando os outros grupos alheios como adversos ou estranhos no campo dos favores humanos. Não existe essa disposição rígida e estreita de manter coeso o círculo restrito do lar, baseado exclu­sivamente na descendência da mesma ancestralidade. O agru­pamento doméstico, marciano, assemelha-se à generosa hospe­dagem de "boa-vontade", em que o homem e a mulher aceitam a divina tarefa de preceptores de almas que buscam o aperfei­çoamento espiritual. Muito acima da idéia de "propriedade" sobre os filhos, prevalece o conceito de "irmandade universal", em que o organismo físico, sendo apenas um veículo transitó­rio, não deve sobrepor-se às realidades morais, evolutivas, do indivíduo espirito eterno reencarnado.
PERGUNTA: Como se exerce essa função preparatória para a "família universal"?

RAMATIS: Através da consciência de que o grupo domésti­co é um perfeito conjunto de almas ligadas por velhos compro­missos apenas diferenciadas pelas condições de cônjuges, parentes, pais ou filhos. A recordação de outras vidas, que é comum entre os marcianos, anula filosófica e espiritualmente os complicados laços de ascendentes biológicos que compõem o quadro consangüíneo. A convicção de que a realidade espiri­tual sobrevive às condições físicas, desvanece as preocupações ancestrais de sangue e tradições de família. Os corpos físicos que servem de "habitat" aos espíritos descidos do Espaço, são considerados provisórias e rápidas estações de pouso educati­vo em vez de personais característicos de família.

Consideram o lar como oficina e escola de aperfeiçoamento espiritual, distante da "arena doméstica" em que os terrícolas se digladiam nos conflitos gerados pelos sentimentos ferozes do ciúme e do amor-próprio. A célula doméstica significa-lhes antes a preliminar do entendimento espiritual, sobrepondo-se à instituição de deveres de parentela física. Não se entrechocam interesses opostos, porque os preceitos puros do espírito preva­lecem acima da transitoriedade da carne. O homem e a mulher marcianos convivem e se confraternizam, intercambiando for­ças do magnetismo divino e absolutamente desinteressados de manterem "pontos de vista" pessoais. Amam-se e admiram-se, aventando experimentações para o mútuo aperfeiçoamento, assim como os escolares se amparam para o exito das lições em comun



PERGUNTA: Não poderá haver um desajustamento, embo­ra sob aspectos diferentes dos da família terrena?

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