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RAMATIS: São múltiplas as formas que assinalamos de ins­trumentos preferidos pelas crianças, mas fogem imensamente à tradicional morfologia dos que usais. Somos obrigados a nos cingirmos às descrições semelhantes, a fim de poderdes com­preender a capacidade técnica e real dessa instrumentação, que chega a abranger as espécies de harmônicas, flautas, bandolins, miniaturas de harpas, etc. Anotamos, também, certa esfera translúcida, eriçada de agulhas cônicas, que as crianças giram rapidamente, como esses piões multicores do vosso mundo, com a fascinante faculdade de serem regulados desde os sons agudíssimos que emitem, à semelhança dos pássaros estriden­tes, até às mais deliciosas combinações de vozes cristalinas. Sob os dedos de movimentos inconcebíveis e que provocam exóti­cas combinações melódicas, em consonância com a velocidade rodopiante do instrumento, dificilmente o homem da Terra notaria ser música instrumental, acreditando em maviosos cân­ticos da passarada festiva. Quando se reúnem os itinerantes, que convergem de todos os ângulos das cidades, portadores dos instrumentos mais variados, cessa a atividade comum e o povo co-participa dos maravilhosos momentos de graça e espi­ritualidade superior, em que os bandos gárrulos de crianças interpretam todas as vozes da natureza, desde os sons do rega­to refrescante sobre as pedras polidas até às combinações mis­teriosas do canto do "pássaro espiritual". Este é um dos traços mais encantadores da vida marciana, e que tornam as crianças itinerantes em motivos de júbilo, arroubos e ineditismos, na figura de uma graça divina doada ao orbe: não vos podemos transmitir de quanta beleza e magnetismo divino se exornam nesses momentos, em que os espíritos marcianos anulam as fronteiras da idade física, para se unirem, uníssonos, na intimi­dade santa da manifestação "crística". À simples enunciação de "crianças itinerantes", modifica-se a pulsação do ritmo da vida social e comum, porquanto esses bandos de aves humanas que peregrinam de cidade em cidade, de comarca em comarca, são como traços-de-união entre todos, conduzindo em suas roma­rias, canções, melodias, costumes e ineditismos de outras regiões. São consideradas sempre turistas ou mensageiros da boa-vontade, cuja linguagem mais comum é a ternura, a músi­ca, a cor e a admirável fonte de renovação magnética que lhes transborda como alimento energético para os mais velhos.

PERGUNTA: Havíamos concebido a idéia de que essa crian­ça de emancipação espiritual fosse sisuda, avessa aos folguedos e trotes comuns da infância terrena. Não é estranho?

RAMATIS: Quanto mais o espírito humano se sublima em direção aos mundos edênicos, mais ele se aproxima daquele conceito de Jesus: "Vinde a mim os pequeninos, porque deles é o reino dos céus". A tristeza, a melancolia e o excesso de sisu­dez são mais próprios das almas pessimistas, insatisfeitas, demasiadamente dadas às situações prosaicas da vida efêmera. A figura definitiva do anjo, que paira acima dos entendimentos e interesses humanos, não é de catadura triste e penosa, exage­radamente preocupada com as opiniões exteriores; na realidade, é fisionomia radiosa, doce e terna como a criança despreve­nida e inocente. Seus movimentos são expansões de afetividade incondicional; sua presença acende alegrias no coração. Em conseqüência, o adulto marciano é uma "criança crescida", que vibra incondicionalmente ante a contagiosa presença da alegria do itinerante. E este, ainda mais vibrátil no conteúdo espiritual sublimado, porque é menos matéria e mais espírito, revela-se na mais absoluta e espontânea disposição travessa, folgazã, na mais pura garotice que é toda inofensiva e atraente! Esse estado de pureza infantil não lhe rouba as características latentes do espírito evolvido, de mente dominadora e muito além dos pru­ridos geniais do vosso mundo. Sob a figura alegre e expansiva do anjo majestoso, também palpita a sabedoria cósmica do gênio divino.

PERGUNTA: A criança, em Marte, começa a trabalhar logo, em tenra idade?

RAMATIS: Existe, sim, a obrigação de aprimoramento para os objetivos sagrados do trabalho, que é necessário ao bem comum; mas a criança marciana alcança esse desiderato sob gradual e inteligente curso preparatório, espontâneo e imper­ceptível, que lhe dá a obrigação laboriosa como um prazer sem­pre desejável. A habilidade dos psicólogos marcianos favore­ceu-os na instituição de recursos suaves e progressivos, nas exi­gências do labor cotidiano, que puderam eliminar todo o aspec­to alérgico, desagradável e monótono das tarefas prosaicas. Os pais estão distantes do falso pudor de serem confiadas tarefas comuns à criança mais favorecida no campo econômico; não privam sua prole de desenvolver suas energias em potencial, que através do trabalho humano criam as condições dinâmicas do futuro anjo criador. A disciplina de cooperação no plano físico forma o curso preparatório para o desenvolvimento das forças cósmicas que estão condensadas na intimidade da alma criada por Deus. Os mundos físicos ou materiais não são vales de lágrimas, penitenciárias do Espaço ou celas planetárias de expiações espirituais, na feição comum com que conheceis essas definições; na realidade, significam sempre, e eternamen­te, abençoadas escolas de ratificação espiritual. O Criador, que é infinitametne Sábio, Bom e Justo, não teve em mente criar departamentos corretivos, mas, sim, institutos de aprimora­mento sideral. A dor e o sofrimento são "processos" de aperfeiçoamento espiritual, à semelhança da lixa que beneficia e dá polimento à madeira, do ácido que asseia a vidraça ou do cin­zel que desbasta o carbono e o transforma em rutilante precio­sidade de ourivesaria.

PERGUNTA: Como é essa preparação gradual para o traba­lho, que recebe a criança marciana?

RAMATIS: É a adaptação crescente a uma profissão ou labor, suave e imperceptível, em vez de uma obrigação repenti­na e que se torna desagradável pela ausência de preparo psico­lógico. Analogamente, lembramos os ajustes gradativos que o acadêmico faz no curso de Medicina, e que o blindam natural­mente contra os efeitos repulsivos da patologia, possivelmente não suportados se fossem apresentados "ex abrupto". As crian­ças marcianas vão agregando aos seus divertimentos, lazeres e iniciativas, pequenos esforços que as condicionam às responsa­bilidades definidas. Os pedagogos traçaram um ritmo educati­vo e compulsório em toda a peregrinação das crianças itineran­tes, que as predispõe ao labor futuro na comunidade. Embora com todas as vontades e gostos favorecidos, sempre lhes são exigidas tarefas, ajustes e cooperações para suas próprias solici­tações. Quando em trânsito, nos veículos à sua disposição, devem cuidar dos controles magnéticos, espécie de "radar" que impede o choque de contrários nas mesmas faixas de tráfego; o alimento obtido nas "reservas nutritivas" públicas pede-lhes as iniciativas de busca, escolha e auto-serviço; o líquido aguarda-lhes as providências de dosagens radioativas; os instrumentos públicos despertam-lhes reflexões preliminares para os mane­jos funcionais; o leito nos lares de hospedagem espera os cuida­dos da arrumação adequada; o vestuário e o asseio são tarefas que devem ser executadas pessoalmente, embora sob orienta­ções superiores. Em todos os lares de visitações, a criança pro­põe uma tarefa de responsabilidade à seguinte que a substitui­rá. Milhares de motivos graduais vão intensificando o potencial laborioso, criando uma segunda natureza dinâmica e discipli­nada, além dos recursos de cooperação a que se vê obrigada a criança no concurso alheio, despertando maiores ensejos de fra­ternidade. Normalmente, o menino se transforma em cidadão adulto, portador de um conteúdo energético laborioso e sufi­ciente, que o predispõe às tarefas mais prosaicas e fatigantes, sob a mesma índole com que se mantém nos folguedos e prazeres. Existem seres, na Terra, que, ainda nos derradeiros dias de suas vidas físicas, não suportam a imobilidade ociosa, vivendo inquietos e ativos, sem poderem libertar-se da condição dinâmi­ca que se modelou através de uma infância árdua e laboriosa. Sentem-se prazenteiros, otimistas e desafogados no trabalho continuo, nas obrigações materiais que lhes compensam o trans­bordamento de energias criadoras. É o trabalho, na realidade, que desata o conteúdo do espírito candidato à angelitude.

PERGUNTA: Em face da ausência prematura do lar, a crian­ça marciana não se sente nostálgica, a distância dos afetos mais chegados?

RAMATIS: Essa nostalgia de que falais é comum aos espíri­tos sublimados, porque reflete a saudade do seu verdadeiro "habitat", que é o mundo edênico. A concepção da fisionomia triste do anjo desterrado tem seu fundamento, pois o meio hos­til obriga a entidade espiritual a um recolhimento íntimo, pro­curando compensação à sua manifestação subjugado pelas for­ças que lhe limitam a expansão sideral. Afora isso, a criança marciana, que é também um espírito a caminho da angelitude, não é possuída de melancolia pela ausência do lar humano, uma vez que vive, no âmago de sua contextura espiritual, as vibrações expansivas do "amor fraterno", universal.

PERGUNTA: Até que idade análoga à terrestre a criança iti­nerante prossegue em sua peregrinação voluntária?

RAMATIS: Até ao equivalente físico dos sete anos terres­tres, quando assim preferem, ou, então, prosseguem até quator­ze ou vinte e um anos, no vosso calendário, porque realizam o curso educativo, periódico, consecutivamente aos lugares que freqüentam na peregrinação. Lembramos-vos que a esponta­neidade e livre escolha de estudos ou profissões, ou mesmo de trabalho, em Marte permitem a cada um viver, tanto quanto desejar, nos objetivos que traça para sua ventura íntima. Ocorre, no entanto, que, em se tratando de almas muito evoluí­das, ingressam normalmente no ciclo comum da vida coletiva.

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Educação e escolas.

PERGUNTA: Como são os edifícios escolares, em Marte?

RAMATIS: São algo semelhantes às últimas edificações escolares do vosso mundo, que já se constroem em função da necessidade pedagógica. Formam conjuntos extensos, compor­tando dezenas de edifícios amplos, de material vítreo, translú­cido, alguns de forma retangular, com o aspecto de enormes blocos de vidro terrestre, inteiriços, de cobertura plana; outros são ovóides, de abóbadas maciças, e cercam a edificação princi­pal, assemelhando-se aos tanques gigantes das refinarias de petróleo, caracterizando-se pelas suas estruturas agradavel­mente coloridas e iluminadas. Lembram imensos focos de luz polarizada, entre vastos caramanchões cobertos por trepadeiras solferinas e cipós cor de topázio. Nas bases inferiores, viceja prodigalidade de flores cor de rubi e gema-ovo, brotando do seio de aveludados cinturões de vegetação lilás, de imaculada brancura, e que constituem fascinantes rodapés de relevos vivos e rendilhados cintilantes. Extensos canteiros de grama esmeraldina, com reflexos avermelhados, servem de tapete natural para os estudos ao ar livre, sob a direção de afetuosos preceptores.

PERGUNTA: Quais as cores preferidas para essas escolas?

RAMATIS: As cores internas ou externas são as do próprio material de que são feitas as paredes, à semelhança das resi­dências a que já nos referimos. As salas de estudo afiguram-se espaçosos caixões de cristais suavemente coloridos, que absorvem a luz solar e a polarizam para o interior, em tons sedativos e poéticos, propiciando uma riqueza de matizes refrescantes, nas zonas tropicais, e caloríficos nas regiões polares. As pare­des, assentadas em compridas e transparentes corrediças de metal polido, podem ser deslocadas facilmente, formando amplas aberturas que põem em comunicação com o interior das salas vastíssimos jardins externos, que as inundam de per­fumes inebriantes, trazidos pela brisa das colinas.

PERGUNTA: Exige-se, também, nas escolas, a cor funcional ao tipo de estudo?

RAMATIS: Essa peculiar disposição de cor funcional, como é exigível em Marte, refere-se à necessidade de a alma se exer­citar, gradualmente, nos campos de todas as atividades huma­nas, a fim de incorporar em si maior padrão de cores, sons, luzes e perfumes, aumentando sua bagagem sideral e apressan­do a sua ventura eterna, no apercebimento vibratório das bele­zas cósmicas. Eis por que as salas reservadas aos estudos cientí­ficos ou pesquisas são iluminadas comumente por suaves tons lilases "extraterrenos", sugerindo cores além do violeta; as cogitações filosóficas se processam em ambiente de sedativo azul-claro; os esforços intelectuais mais objetivos, ou de ordem mental criadora, se realizam sob a luz amarelo-dourada; as evocações históricas, como são de caráter mais afetivo, suce­dem-se nos salões de refulgente carmim-rosado, a cor do afeto.

PERGUNTA: Essas cores apenas predispõem emotividade ou também auxiliam a maior percepção espiritual?

RAMATIS: Em virtude da maravilhosa combinação de "luz­cor-magnetismo", peculiar a toda atividade marciana, o ambiente de cada sala de estudo é envolto por um magnetismo luminoso e colorido, cuja aceleração ou redução de freqüência predispõe os alunos à correspondência com o assunto em cogi­tação, quer excitando ou suavizando o ritmo vibratório cere­bral, ou produzindo estados dinâmicos mentais, ou à serena meditação! Na realidade, a cor magnetizada não atua direta­mente nos centros sensoriais do cérebro, mas no "duplo-etérico e astral", que é o campo íntimo onde o espírito age diretamente e com mais eficiência. Embora o cérebro apresente efeitos obje­tivos, capazes de serem assinalados por aparelhamento análo­go aos detectores-de-mentira ou eletroencefalógrafos, é o no campo causa que se exerce a sua mais enérgica atuação. Já conheceis no vosso mundo a influência da cor na estrutura psi­cológica de cada ser; aquele que se sente tranqüilo sob o clima azul-claro, pode-se tornar inquieto diante do verde-seda; o que prefere esse verde como sedativo, pode sentir-se incomodado em face do azul. Os cientistas, em Marte, produzem "faixas vibratórias cromáticas", em torno das crianças, predispondo-as psicologicamente à maior receptividade do estudo, pela atua­ção das cores e matizes prediletos aos estados emotivos e men­tais. Conhecendo as cores básicas que também predominam conforme a esfera de estudos, científica, filosófica ou artística, conseguem bons prognósticos sobre os, alunos, observando-lhes a predileção por determinada cor e verificando que espécie de atividade essa cor fundamenta!

PERGUNTA: Quais essas cores básicas e como atuam?

RAMATIS: Considerando, por exemplo, que o vermelho é cor excitante e vital, capaz de agir no sistema endocrínico e apressar a função da tireóide, e, conseqüentemente, do metabo­lismo orgânico, a criança que, em Marte, é letárgica nas suas funções de assimilação pedagógica, devido a hipofunção endo­crínica, é transferida para o salão vermelho, no qual encontra excitações para melhores desideratos mentais. No caso inverso, do aluno ser um hipertireóidico, em que o sistema nervoso apressa o raciocínio além do ritmo natural exigido pelo estudo, o seu aprendizado é continuado em salas cuja cor atue como frenadora da glândula tireóide! Embora façamos comparações ao gosto terreno, vos advertimos que essa atuação da cor é exercida fundamental e diretamente no "campo astral ou etéri­co", através dos centros de forças que a medicina ocultista oriental denomina de "chakras", ou "discos" na vossa lingua­gem ocidental.

PERGUNTA: A natureza comum dos estudos é mais pro­gressiva do que os nossos sistemas pedagógicos?

RAMATIS: O principal fundamento do ensino marciano é desenvolver a imaginação da criança, em perfeita sintonia com o mundo invisível. Sendo a vontade fator preponderante no equilíbrio da vida humana, os mestres submetem os alunos a exercícios graduais de imaginação, fazendo-os evocar, na mente, objetos que foram previamente examinados. Ensinam-lhes a delinear no campo imponderável da imaginação, estre­las, rosas, objetos ou formas geométricas, em que a luz e a cor

devem predominar. Acentuam-lhes o exercício até que essa imaginação se faça correta, à luz examinadora dos professores clarividentes.



PERGUNTA: Um aluno que pretende ser pintor, recebe o mesmo ensino preliminar que um músico?

RAMATIS: O aluno de predicados inatos para pintura, além do curso primário de adaptação mental, bem mais adiantado do que o de vossas academias, ingressa num instituto especiali­zado, a fim de aprender a lei de correspondência das funções psicológicas e etéricas das cores. Geralmente, os vossos pinto­res fixam as cores em rigorosa conformidade com as que lhes apresenta a paisagem do mundo material, ignorando, a maio­ria, que as nuanças cromáticas vão muito além do academismo fotográfico do orbe. Muito "além" da expressão objetiva de "cor-substância", existe algo que interfere na intimidade etérica e astral de cada ser, criando estados emotivos e psíquicos, que erradamente são atribuídos a acontecimentos morais ou patogê­nicos. Para vosso melhor entendimento, diríamos que o "mundo de fada", das cores, é regido por um espírito, isto, é, por uma qua­lidade ou consciência coordenadora que entra em relação direta e profunda com o fragmento sideral que é o espírito do homem. Daí -a necessidade de o futuro pintor, em Marte, precisar discer­nir a função "psicoastral-etérica" de cada cor, muito antes de ela representar aspectos do ambiente físico. O fato de o vermelho excitante provocar elevação de calor no aposento em que é deco­rado, o azul ser refrescante e o branco ou cinza baixar a tempera­tura bem vos comprova uma energia ou força, um "espírito consciencial", que atua no campo magnético do mundo e conse­qüentemente no plano espiritual de cada criatura.

PERGUNTA: O aluno que já foi pintor em outra existência, deve tornar a repetir essa arte, apesar de já ser um exímio artista?

RAMATIS: Não é aconselhável repetir-se as mesmas expe­riências humanas, se estas não oferecem ensejos para novos progressos de aperfeiçoamento. Não haveria sensatez espiri­tual, se a alma tivesse de voltar a reproduzir, "ipsis literis", as mesmas realizações que já estratificou no subconsciente, como patrimônio inalienável.

PERGUNTA: Não há, então, conveniência em o artista reno­var suas tentativas, a fim de aprimorar melhor a sua primeira experiência?

RAMATIS: Quando se trate, como dizeis, de aprimorar a primeira experiência, isso importa em reconhecer que ele precisa repetir a lição anterior, por não haver conseguido aprendê-la perfeitamente. Neste caso, é óbvio que ele necessitará repetir a "lição", até que faça jus a passar para curso mais adiantado.

Há, entretanto, a considerar que o artista, seja ele pintor, músico, poeta ou, também, profitente de qualquer ciência, para alcançar o auge da perfeição possível no "seu mundo", precisa que se aperfeiçoe, também, na "arte" ou "ciência" das virtudes superiores da alma; pois, sem este fundamento, a inspiração do artista não alcança aquela receptividade "espiritual" que possi­bilita à alma captar as expressões superiores do "motivo" que a empolga.



PERGUNTA: Por que, conforme afirmam os espíritos, preci­samos voltar a nos reencarnar na Terra, se em Marte isso não é condição exigível?

RAMATIS: Se retornais a novas reencarnações para repetir­des as mesmas experiências, tantas vezes vividas, é porque não executais com firmeza e diligência as tarefas que vos são dadas para o vosso eterno Bem Espiritual! E como não realizais os vossos labores espirituais com o devido respeito e correção às leis do Cosmos, mas os substituís pelos valores transitórios dos mundos de formas, haveis de repeti-los até exaurir-se a sedu­ção por paixões inferiores! Em Marte, a repetição das mesmas lições recebidas em reencarnações anteriores, seria um parado­xo, equivalendo ao acadêmico, do vosso mundo, que resolvesse retomar ao curso primário para balbuciar novamente o a-b-c! Em face das vossas contraditórias romagens reencarnativas, em que "desceis" à matéria e "regressais" sempre com o desalento e a queixa profunda em vossas almas, tanto "lá" como "cá", cremos que longa ainda é a estrada de espinhos para conhecer­des a Verdade. Ainda não vos preocupais em desatar os laços do "mundo de César", a fim de gozardes a liberdade definitiva do "mundo de Deus"! Alegais sempre a necessidade de equilí­brio entre a matéria e o espírito, dedilhando o conceito popular de "nem tanto à terra, nem tanto ao mar". A realidade, entre­tanto, é que ainda apreciais imensamente os mundos materiais com as suas ilusões e seduções transitórias; ainda vos atrai e fascina o desejo e o manuseio de quinquilharias terrestres, na feição de sedas e veludos, símbolos hierárquicos, relevos personalísticos; enfeites e bordados, gloríolas e latifúndios. Ainda não voz seduz o mistério santificado do "meu reino não é deste mundo", nem vos importais com os "tesouros que a traça não rói e a ferrugem não come". Naturalmente, não vibrou, no âmago do vosso espírito, a "voz silenciosa do EU SOU!".

PERGUNTA: Como são os livros, em Marte?

RAMATIS: São feitos de substâncias radiantes, em cores verde-seda, ou azul-claro, a fim de não fatigarem a vista. As gravuras parecem animadas, cheias de vida. São chamados, livros "definitivos".

PERGUNTA: Por que "livros definitivos"?

RAMATIS: São os livros históricos, os dicionários e as enci­clopédias que registram os assuntos já definitivos no campo a que se reportam. Suas folhas exalam, muitas vezes, certos per­fumes correspondentes aos assuntos expostos.


PERGUNTA: Como poderíamos entender esses perfumes em analogia com os assuntos?

RAMATIS: Imaginai, por exemplo, livros terrestres, que, descrevendo panoramas geográficos da Índia, exsudam perfu­mes de sândalo, natural daquele pais; outros, que, descrevendo uma floresta, exalam os odores agrestes da mata virgem e das parasitas ou das folhagens úmidas debruçadas sobre os rega­tos. Se é um livro de narrativas históricas, evoca os odores das épocas romanas, egípcias ou os sutis perfumes da aristocracia francesa; um tratado de zoologia exala as emanações das espé­cies em estudo; uma explicação técnica, de enciclopédia, des­prenderá as características odorantes dos assuntos em cogita­ção, seja uma técnica de fundição ou a exposição científica na indústria química das tintas. Desnecessário lembrar a riqueza de motivos odorantes que pode existir num tratado de flores, ervas ou frutos!

PERGUNTA: Essas folhas impregnadas de perfumes não se tornam estéreis com o uso constante?

RAMATIS: O processo de impregnação de perfumes, nesses livros definitivos, está muito além das vossas perspectivas mentais, porque são obtidos com os maravilhosos recursos do magnetismo, que permite, em tudo, processos realmente defini­tivos. A gama olfativa dos marcianos também é mais extensa e mais etérica que a dos terrícolas, facultando-lhes viver mais profundamente no campo imponderável.

PERGUNTA: É possível um relato mais detalhado desses livros?

RAMATIS: Não é fácil, devido a não possuirmos vocábulos específicos para vos esclarecer o teor da energia magnética que os marcianos empregam nas suas realizações superiores. Da mesma forma que vos seria difícil explicar aos antigos romanos que as imagens projetadas numa tela cinematográfica ou apare­lho de televisão são produzidas pela eletricidade, também nós deparamos com dificuldades idênticas para vos revelar as con­quistas avançadas da ciência em Marte. Vamos expor, no entanto, o mais aproximado possível, um relato em correspon­dência com a vossa percepção mental. Os livros definitivos, compostos de folhas radiantes, assemelham-se a lentes finíssi­mas, iguais aos mais finos papéis de seda, que refletem, em ter­ceira dimensão, os caracteres impressos. A impressão tipográfi­ca não é análoga à terrena; os caracteres se imprimem por pro­jeção, nas páginas translúcidas e suavemente coloridas.

PERGUNTA: Afora esses livros definitivos há outro proces­so de leitura?

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