Resposta aos leitores



Yüklə 1,51 Mb.
səhifə11/35
tarix29.10.2017
ölçüsü1,51 Mb.
#20734
1   ...   7   8   9   10   11   12   13   14   ...   35

RAMATIS: Quando tecem histórias ou contos, sempre o fazem em sentido criador e endereçados ao futuro. Os autores esforçam-se por compor assuntos agradáveis e edificantes, que girem em torno de novos conhecimentos ou concepções de vida superior. Evitam narrações aventurosas, cuja função seja no conceito comum de "passar o tempo", sem substância de uma lição proveitosa ou construtiva. Os dramas passionais, as tragédias repletas de ódios e vinganças não encontrariam eco no leitor marciano, por serem assuntos inexistentes no seu "habitat". As epopéias heróicas, que marcam momentos de exaltações no vosso mundo, onde heróis são glorificados por­que cumpriram obrigações que lhes foram confiadas, também carecem de atenção ou curiosidade, em Marte, por ausência de melodramas inesperados. O elevado teor moral de aconteci­mentos que criam a vida espiritualizada não oferece ensejos para destaques de conflitos ou encontros guerreiros. A preocu­pação constante e geral, de servir, amar e ser verdadeiro, elimi­na qualquer oportunidade dos fanatismos belicosos muito comuns nos mundos inferiores.


PERGUNTA_:_Não_se'>PERGUNTA: Não se preocupam com os fatos essenciais da história do seu mundo?

RAMATIS: O critério na composição dos quadros históri­cos da civilização marciana é rigorosíssimo porque exige abso­luta exatidão dos feitos enunciados. Não importam os movi­mentos e a psicologia pessoal dos personagens consagrados pela tradição histórica, mas somente os objetivos espirituais, superiores, que advieram dos acontecimentos. Aliás, a tessitura da história marciana é de harmonia e pacifismo, condicionada à ascensão espiritual, em que os mais destacados heróis vence­ram pela renúncia, pelo amor e dedicação. Não há falseamento, nem desajustes racistas, habilmente focalizados pelo historia­dor. Este, além de sua reconhecida honestidade pública, só pode desempenhar essa função, depois que obtiver promoção em rigoroso curso de psicometria.

PERGUNTA: A poesia em Marte recorda o labor de nossos poetas?

RAMATIS: É outro recurso admirável dos marcianos, que transformam palavras em graciosos ramalhetes de sons emo­cionantes. É poesia liberta da rígida disciplina terrena; não obriga o poeta a controlar a inspiração, na exigência acadêmica do mundo, mas atende sempre a que a substância da idéia resulte natural, e assimilável. O poeta marciano é um canal vivo de beleza espiritual. Desprendendo-se da forma angus­tiante do orbe, transcende as condições comuns da vida; e o seu estro, pelas expressões claras e humanas dos sentimentos que exprime, forma um laço de união entre a Terra e o Céu. Os sen­timentos puros que governam a humanidade marciana permi­tem que as comunidades siderais projetem as suas vibrações sublimes como ajuda aos esforços dos seus vates.

Em vez do vosso poeta acadêmico que adota estilo rebusca­do e excêntrico, de expressões vazias, sem sentido assimilável, que, enfim, faz do vocabulário uma espécie de fogo de artifício, o poeta marciano é, acima de tudo, uma alma, um coração que, sem redundâncias, traduz as excelsas emoções da espiritualida­de. A mensagem silenciosa que desce do Alto, a sua alma dócil recebe-a e, sob o êxtase da inspiração, ele a transforma no pro­longamento vivo do fascínio que se irradia dos "arcanjos da poesia". É poesia dinamicamente espiritual. Seu conteúdo endereça-se ao futuro distante dos fanatismos racistas e dos heroísmos pátrios, e avesso, ainda, à vacuidade poética que faz da poesia uma espécie de noticiário simbólico ou charadístico. Não se justificariam em Marte, onde tudo é dinâmico e ascen­sional, os artificialismos pungentes e comuns de vossos jovens poetas que cantam dramas e pessimismos sem, entretanto, terem conhecido as amarguras da vida real. Os poetas marcia­nos cantam, de preferência, os anseios da alma em vez dos transitórios episódios da sua existência terrena. Ultrapassaram o limiar dessas pieguices anêmicas do "eu sofro", do "eu te adoro!" e vivem os princípios sadios do "mentalismo de cons­ciência evangélica". Sua poesia é de linha vertical, para o Céu; e desprendida sempre dos imperativos do solo planetário. É poe­sia do espírito, centelha imortal; é luz eterna que se fragmenta de Deus.



PERGUNTA: Poderíamos avaliar os princípios do "menta­lismo de consciência evangélica" a que os poetas marcianos dão preferência?

RAMATIS: É a honestidade do espírito que vive aquilo que canta na beleza da poesia. O poeta marciano difere de inúme­ros poetas terrenos que, festejando a vida com rimas deslum­brantes, inundam o ambiente com conceitos virtuosos, de musicalidade atraente, mas tão fora das realidades da vida que muitos deles não conseguem ajustar o singelo mecanismo de um lar.

Denominamos "mentalismo de consciência evangélica" para vos advertir que os poetas marcianos vivem aquilo que comu­nicam através da sua virtuosidade poética. Sua poesia é um retrato fiel da sua moral na vida pública e particular. E não se tornam aves de cânticos nefelibatas, esfuziantes de imagens grotescas e ridículas, que despertam atenção, apenas, pelo seu absurdo.



PERGUNTA: Recordando os nossos poetas que cantam a natureza, as epopéias heróicas ou os amores clássicos da histó­ria humana, qual o assunto objetivo das poesias marcianas?

RAMATIS: Interpretam tudo que se refere à peregrinação do espírito nos caminhos futuros do Cosmos. Cantam em subli­mes estrofes, tão livres quanto as libélulas sob o irisado das flo­res, desde o panorama celestial dos mundos felizes, até aos esforços gigantescos que o espírito empreende para desvestir-se da forma escravizante e sublimar-se na plenitude do anjo.

Essa escalada, ainda incompreensível para a vossa mente subjugada pela forma, é assunto de amplitude eterna, é uma divina epopéia que transcende os limites acanhados do vocabu­lário humano. Assim como não seria possível vos descrever a plenitude do sol, comparando-o à tosca luz de uma vela, não podemos vos elucidar quanto à peregrinação da alma eterna, em confronto com as limitações dos ambientes humanos.



PERGUNTA: Em Marte não há museus ou instituições de tradição histórica e religiosa que sirvam ao homem moderno, como uma espécie de curso demonstrativo da evolução social?

RAMATIS: A clarividência dos mentores da civilização marciana conserva os relatos em dia, os quais, aliados à psico­metria, mais ou menos conhecida de todos, possibilita fazer reviver os diversos estágios do passado, numa tradição verbal. A civilização marciana conhece todo o panorama e etapas de sua evolução progressiva porque sua visão espiritual abrange maiores perspectivas para "trás e para a frente". Assemelha-se à criatura que, subindo a um alto pico, vai desvendando, gra­dualmente, maior extensão da paisagem e estabelecendo con­frontos com o que está embaixo, pois, na base da pirâmide só lhe vê um lado e anota as características da "massa"; no entan­to, assim que se coloca no ápice, não somente vê a configuração total da pirâmide, como ainda lhe anota as disposições relacio­nadas com o meio onde está edificada. O homem marciano possui consciência mais ampla do plano psíquico, desprezando grande soma de coisas adstritas ao mundo de formas. Afora alguns elementos de relação com o passado, absolutamente imprescindíveis, cinge-se às realidades arquivadas nos regis­tros astrais, recurso conhecido dos iniciáticos de vosso mundo, como sendo os "registros akashicos", cujo modo de operar foge ao assunto em apreço. Em face de tais possibilidades e graças à sua mentalidade, são mais idealistas do que conservadores. Rasgando sempre novas estradas no campo infinito da vida espiritual, a aura sombria dos vossos museus é substituída, em Marte, pela claridade diáfana que ilumina os atos nobres da vida, que aponta os caminhos pacíficos, os esforços do amor fraterno, a espontaneidade da renúncia pelo bem alheio e o desprendimento tradicional desses "bens" que a "alfândega" do Espaço não deixa passar e que ficam no vosso mundo à beira do túmulo.

Conhecendo profundamente que a vida material é apenas lição educativa espiritual, espécie de "estágio acadêmico" em região inóspita, o marciano não se apega definitivamente às tradições, ancestralidade de berço ou preconceitos de raça. O museu marciano é a breve biblioteca que possui, com inteligen­te parcimônia, exclusivamente aquilo que a mente não pode guardar ou que não convém memorizar. Significa o registro dos fatos principais do passado, cuja substância ainda tem liga­ção com a vida em curso.



PERGUNTA: O irmão fala em registros. Não há objetos, insígnias, utensílios ou obras raras, que devam ser conservados para retificações históricas ou comparações educativas?

RAMATIS: A pergunta é induzida pela vossa preocupação condicionada à memória formada no mundo terreno, porque desconheceis, ainda, a maravilhosa dádiva do Pai, que é a "memória sideral", preexistente antes da reencarnação e que sobrevive sempre após o desenlace do corpo. Quando souber­des avivá-la convenientemente, quando puderdes unir num só fio eterno todas as contas que significam cada existência física e que, então, já tiverdes o conhecimento exato que ultrapassa o simbolismo do "tempo e do espaço", haveis de prescindir, completamente, dos museus e das preocupações de guardardes provas de vidas transitórias, como são as que viveis nos mun­dos planetários. E como os marcianos já ultrapassaram o limiar dessa compreensão sideral, pouco lhes interessa um museu atravancado de retalhos simbólicos de bandeiras, trajes, arma­mentos, condecorações e acessórios que atestam a belicosidade de mundos como a Terra. E uma vez que os marcianos vivem como verdadeiros irmãos sob os preceitos crísticos; e, por con­seguinte, não têm adversários, nem traçam fronteiras racistas entre as suas comarcas, também não se justificaria entre eles a consagração de heróis que conquistaram louros em lutas san­grentas. A inexistência de fronteiras adstritas a nacionalismos territoriais exterminou o superficialismo de quaisquer símbo­los, representando pedaços de terra. A espada, o canhão, o fuzil, a bomba, a baioneta não existem nos museus marcianos por serem instrumentos que lembram os rios de sangue derra­mado nas guerras; pois, na realidade, os vossos campos de batalha são verdadeiros matadouros. A diferença consiste ape­nas em que, nuns, as vítimas são bois; e naqueles, em vez de

bois, assassinais vossos próprios irmãos. Os marcianos não comemoram barbaridades fanáticas que são próprias ou com­patíveis com a estupidez do homem das cavernas. Essas guer­ras ou chacinas não se concretizam em Marte porque o cidadão marciano é incapaz de falsear os princípios do "amai-vos uns aos outros" e do "não faças aos outros o que não queres que te façam".



PERGUNTA: Não existem, então, quaisquer preocupações de tradição, nem mesmo quanto às figuras que são tidas como paladinos do progresso da civilização?

RAMATIS: É de senso comum que as tarefas de responsabi­lidade são confiadas sempre àquele que se presume ser o mais credenciado para executá-las. Conseqüentemente, não se justi­fica qualquer homenagem ou consagração especial a quem agiu como lhe cumpria; pois nada mais fez do que cumprir o seu dever. A surpresa ou espanto seria o de alguém escolhido para um labor excepcional e que o deixasse de cumprir por admitir que, após sua tarefa, não lhe rendessem homenagens. Desde que se confia missão especial a alguém, este já está consagrado pela confiança; devendo, pois, dispensar os acréscimos de lisonjas e vaidades, pois estes superficialismos são incompatí­veis com as sublimes virtudes de heroísmo ou abnegação. Aliás, na história que tendes escrito sobre o vosso mundo e que, ingenuamente classificais de "história universal", muitos dos tijolos de seus alicerces estão firmados com a argamasa de palpites e errôneas deduções, conseqüentes, muitas vezes, das paixões atrabiliárias próprias do falível juízo humano. E por isso, tendes diversos réprobos e intrusos em cima do altar da imortalidade e desconheceis muitos mártires e santos que estão abandonados no sepulcro do ostracismo ou jogados na vala do anonimato. Tendes cultuado homens que escalaram os monu­mentos da vossa veneração à custa do sacrifício e da virtude de muitas almas que no vosso mundo viveram ignoradas mas que tudo lhe deram, inclusive a própria vida.

PERGUNTA: Embora contrariando o espírito pacífico mar­ciano, crê o irmão que não devíamos consagrar os patriotas que em lutas, mesmo sanguinárias, arriscaram sua vida para fazer valer princípios melhores do que os que perturbam a paz do mundo?

RAMATIS: Em Marte não seria considerado heroísmo ou motivo de consagração o sucesso, por mais absoluto, de um comandante num campo de batalha, isto, pela simples razão de que só a um general cabe executar tais tarefas. Desde que foi escolhido por ser o mais credenciado, não mais se justificaria realçar especialmente os seus heroísmos. Em nosso entendi­mento, no caso em apreço, herói merecedor de uma estátua, deveria ser, por exemplo, o fato de um padeiro ou sapateiro, que vencesse uma batalha sem ser militar. Este, sim: por ser um caso algo excepcional, faria jus a uma excepcional consagração. Por conseguinte, em nosso conceito, o general que até hoje, em vosso mundo, teve méritos extraordinários e ímpares, que fazem jus a uma imorredoura e imortal consagração, foi essa humilde camponesa, Joana d'Arc, que, sendo analfabeta e afei­ta somente ao trabalho de apascentar cabras e ovelhas, instan­taneamente se transformou num general sábio, atilado, deste­mido e com uma capacidade de comando tão singular que der­rotou os exércitos ingleses e salvou a França de ser submetida a colônia da Inglaterra.

Joana d'Arc é, pois, sob todos os títulos, o maior general que tem havido no vosso mundo, porque, além da sua ignorância inerente à simplicidade da vida rural, era mulher e tinha ape­nas dezoito anos; e ainda porque a "homenagem" que lhe pres­taram foi consentir que essa heroína, emissária dos Céus, fosse torrada numa fogueira. General, enfim, tão sublime, que além de vencer os exércitos ingleses, tem direito à veneração da consciência da humanidade inteira porque, do cimo da sua cruz e já envolta em chamas, exalçou-se à santidade e grandeza do próprio Cristo, na pureza da sua inocência e no exemplo divi­no do perdão que ela também implorou para os seus algozes!



8
Religião.

PERGUNTA: Qual é a concepção a respeito de Religião em Marte?

RAMATIS: A ciência está absolutamente conjugado à Fé. A sabedoria e o sentimento estão intimamente unidos na mais lídima expressão de harmonia espiritual. Todas as conquistas dos marcianos no campo científico são uníssonas no campo da Fé. Os sábios marcianos não investigam nem pesquisam à semelhança de alguns cientistas da Terra que, procurando a origem das coisas divinas nas premeditações "terra-a-terra", sistematizam ou incorrem na negação inconsciente. A Ciência em Marte alenta todos os seus projetos e objetivos com o calor inerente à sua confiança ilimitada nos poderes superiores e diretores da vida cósmica.

PERGUNTA: Porventura, há em Marte crenças diversas ou seitas religiosas, como acontece na Terra, defendendo postula­dos doutrinários distintos ou divergentes entre si?

RAMATIS: São diversos os sistemas de devocionamento a Deus, embora todos convergindo para o mesmo objetivo espiri­tual. Não existem instituições dogmáticas defendendo postula­dos opostos, em conflito ideológico. Embora se distingam cer­tas preferênciae de ordem mental, psicológica, estética, climáti­ca ou emotiva, a preocupação fundamental entre todos é a pre­valência de fraternal unidade na diversidade.

PERGUNTA: Poderá citar alguns exemplos mais objetivos, compatíveis com a morfologia do nosso mundo?

RAMATIS: Não ocorrem diferenças doutrinárias ou inter­pretações antagônicas, da idéia Divina. Todos os sistemas reli­giosos são reencarnacionistas, admitem a pluralidade dos mun­dos e entram em contato com os espíritos desencarnados. De­saparece o conflito religioso, porque todos devocionam Deus sob o mesmo aspecto do Absoluto, o Incriado ou Onipotente, acima de qualquer pretensão descritiva. Consideram a Mente Suprema como sempre existente, sem princípio nem fim – a causa sem causa. Em todo o orbe marciano, a concepção de Deus é uma só: o Absoluto Incriado Criador.

PERGUNTA: Em que sentido diferem de nós?

RAMATIS: Apenas no processo devocional, que reúne os grupos na conformidade de sua estrutura psicológica mental, emocional ou espiritual.

PERGUNTA: Servem-se de cerimônias ou liturgias, à parte, em templos apropriados?

RAMATIS: Congregam-se em templos, instituições ou comunas religiosas, distintas, entre si, quanto à feição devocio­nal, mas sempre culminando no mesmo objetivo de alcance espiritual.
PERGUNTA: A estrutura desses templos ou instituições religiosas assemelha-se à da Terra?

RAMATIS: Apresenta profunda analogia com a que adotais, exceto quanto ao material empregado, que é a substância vítrea, que lhes dá um aspecto de leveza e elasticidade, desta­cando-os muitíssimo das catedrais petrificadas e compactas que conheceis. Dispensam, no entanto, a exaustiva ourivesaria de pedra, os bordados excessivos nos granitos que enfeitam os edifícios religiosos terráqueos. A majestosa beleza que se evola de alguns deles depende exclusivamente da estética das linhas arquitetônicas, lembrando sonhos artísticos talhados no cristal colorido. Há, no entanto, dois estilos que muito se diferenciam, e que ireis conhecer, com detalhes, no decorrer destas comuni­cações. Os templos que se refererem mais à emotividade dos marcianos apresentam edificação abobadada, de cúpulas trans­lúcidas e torres que se erguem para o céu, lembrando antenas diamantíferas a captar o magnetismo divino do Alto. As insti­tuições devocionais, onde os fiéis se agrupam atraídos pelas afinidades mentais, têm apenas as cúpulas gigantescas, sem as torres, formando deslumbrante cobertura refulgente, análoga ao cristal azulado, verde-seda, amarelo ou lilás-rosa. Quase sempre se constituem de edifícios circulares, achaparrados, estendidos sobre fascinantes tapetes de verdura, pintalgados de flores. Os bosques límpidos, refrescantes e com fontes de água magnetizada e radioativa, formam extensos cordões em torno dos templos numa impressão graciosa de "ciranda" vegetal. Há, ainda, um ou dois tipos piramidais, inteiramente de lâmi­nas vítreas e algumas edificações ao ar livre, sem abóbadas ou cúpulas, abertas ao influxo direto do sol, que atende ao gosto de inúmeros devotos, que na Terra lembrariam os antigos pita­góricos.

PERGUNTA: Quais as diferenças desses credos, entre si, que os impelem a diversos sistemas devocionais, embora ende­reçados ao mesmo objetivo espiritual?

RAMATIS: São agrupamentos simpáticos e eletivos, que atendem às várias disposições psicológicas dos devotos. Esses santuários, templos e instituições são preferidos pelos marcia­nos, conforme as suas atividades na vida profana. Diferem do vosso mundo, porque agrupam os seus adeptos pelas afinida­des mentais, científiças, artísticas ou emotivas, em vez de comunidades divididas por um psiquismo heterogêneo.

PERGUNTA: E não há contradição quanto ao mesmo objeti­vo religioso?

RAMATIS: Variam no "modo devocional", mas não quanto ao objetivo único que é a mesma idéia de Deus. Na essência de suas venerações, o conteúdo é de uma só Religião.

PERGUNTA: Como se exercem essas diferenças devocio­nais, formando uma só Religião?

RAMATIS: A Religião não prescinde do Amor, nas suas manifestações sublimes porque é um esforço que a criatura empreende no sentido de "religar-se" com a Divindade. E os marcianos, embora sigam estilos diversos, entre si, quanto à devoção, identificam-se absolutamente pela mesma disposição amorosa para com Deus e o próximo. Separam-se na preferên­cia dos caminhos escolhidos para o seu "religare" ao Pai, mas objetivam um só alvo a atingir: o aperfeiçoamento do espírito e a integração consciente em um só Deus.


PERGUNTA: Quais são essas diferenças devocionais? RAMATIS: Alguns agrupamentos reúnem os escritores, autores, pensadores ou que melhor se afeiçoam pelo intelecto; outros santuários abrigam apenas os artistas, os poetas, músi­cos etc.; há os que são integrados só pelos cientistas, enquanto determinados templos compreendem apenas os filósofos, meta­físicos e aqueles que propendem para as divagações etéreas. Distinguem-se, também, os emotivos, que formam outro grupo à parte, pois se agrupam fraternalmente através de sentimentos especificamente afetivos. Finalmente, como sói acontecer em todos os mundos, há ainda um conjunto eletivo, integrado pelos mais desenvolvidos no campo mental e espiritual, de maior consciência cósmica no orbe, que formam a comunidade avançada no campo religioso. São os mentalistas que operam em uníssono, para o desenvolvimento espiritual das coletivida­des menores do planeta.

PERGUNTA: Poderíamos ter uma noção mais objetiva de cada gênero devocional e das características de cada templo religioso?

RAMATIS: Exporemos noções claras de um dos agru­pamentos distintos, no qual se reúnem aqueles que se juntam exclusivamente pelos sentimentos emotivos do afeto fraterno. É o "Templo do Amor", cujos adeptos distanciam-se grandemen­te das elucubrações mentais, científicas ou concepções filosófi­cas, para se unirem sob os imperativos da emotividade espiri­tual e despertarem suas energias divinas. Esse templo é decora­do num dos indescritíveis matizes do carmesim-rosa, numa expressão de fascinante beleza; a tonalidade suave, límpida, fulgente e amorosa diz bem o simbolismo de sua cor, que é o amor. Esse matiz que ao mesmo tempo seduz e comove, na sabedoria cromosófica da ciência marciana, foi o escolhido para um efeito iniciático nos devotos emotivos, ligando-os pelos laços invisíveis do Amor Divino. Mas é um efeito produzido na intimidade etérica do ser, porque também é utilizada a tessitu­ra etérica da cor. Não se trata de influências objetivas, que a cor provoca atuando sobre o sistema nervoso, assim como o ver­melho excita, o azul-claro suaviza ou o verde-suave desperta emoções pastorais. O efeito, obtido pelo "eterismo-carmesim­rosado", no "Templo do Amor", é decalcado do mesmo matiz que revela uma aura humana, quando dominada pelo mais puro afeto.

PERGUNTA: Só a presença dessa cor carmesim é suficiente para despertar os sentimentos afetivos dos presentes?

RAMATIS: A maravilhosa influência das cores, nos tem­plos, é exercida em inteligente combinação de luz, perfume e sons. Todos os recursos vibratórios que possam atuar no psi­quismo do espírito reencarnado são utilizados pelos cientistas marcianos, a fim de obterem o máximo de exaltação espiritual entre os religiosos. A luz, a cor, o perfume e o som também são dotados de verdadeiros "duplos-etéricos" e "substância astral", tornando-se os mais vigorosos "despertadores etérico-astrais" no psiquismo humano. Empregados em uníssono, na mais per­feita conexão vibrátil, são recursos enérgicos e positivos que elevam as freqüências vibratórias para planos superiores. O espírito excitado pela luz, fascinado pela cor e avivado pelo perfume sintônico à emotividade, termina hipnotizado pela música e desprende-se da configuração carnal, alcançando as sutilezas dos planos edênicos. Não há milagres, privilégios ou mistérios na escalada sideral: a alma tece a sua felicidade atra­vés de um esforço disciplinado e ascensional. Os marcianos conhecem essa realidade imodificável e utilizam-se de todos os meios científicos ou psicológicos, para maior rapidez na ascen­são espiritual. Nos seus esforços religiosos, para a alma religar­se ao Pai, o som, cor, luz e perfume funcionam como elementos energéticos, multiplicadores de freqüências na intimidade divi­na do espírito.

PERGUNTA: Qual a idéia que poderíamos fazer, de um cerimonial no templo do amor?

Yüklə 1,51 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   7   8   9   10   11   12   13   14   ...   35




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©muhaz.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

gir | qeydiyyatdan keç
    Ana səhifə


yükləyin