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RAMATIS: São análogas às do vosso mundo, embora a pre­dominância seja para a música "mecânica", que exige menor intervenção direta dos músicos. A sua instrumentação, devido ao nível espiritual do ambiente, também é mais aprimorada na qualidade e na execução instrumental.

PERGUNTA: Como entenderemos essa "qualidade aprimo­rada"?

RAMATIS: Cada músico toca o instrumento que está em equilíbrio com a sua sensibilidade artística. Os chocalhos, as marimbas e os "tantãs" são preferidos pelos que apreciam a música aliada aos trejeitos do corpo; enquanto as combinações sinfônicas de violinos, violas, violoncelos, fagotes, trompas, oboés, clarinetas e pianos traduzem pensamento espiritual mais elevado e de maior extensão emotiva. O público marciano é profundamente analítico e evita a instrumentação antiestéti­ca. Aprecia, especialmente, a música de teor espiritual, de ins­trumentação mais divina, menos humana.

PERGUNTA: Quais os tipos dos instrumentos e qual o material de que são feitos?

RAMATIS: Os instrumentos são feitos de materiais apro­priados, que os técnicos submetem a tratamento específico, de acordo com a função musical a que os mesmos se destinam. Não usam fibras animais nos instrumentos de corda nem peles da mesma procedência quanto a instrumentos cuja função sonora seja a de produzir sons idênticos aos vossos bombos ou tambores. São poucos os instrumentos para execução privada; as próprias crianças preferem execuções em conjunto e as itine­rantes formam graciosas orquestras com instrumentos de sopro quase magnético e de manejo delicado, em conformidade com o gosto e sutileza espiritual dos marcianos. Os instrumentos são de matéria vítrea, confeccionada com lâminas transparentes e tão vibráteis, que soam à simples mudança de altitude ou deslocamento de ar. São mais delicados e artísticos do que os usados no vosso meio. A sensibilidade desses instrumentos, como certos tubos de matéria radioativa, vibram à simples pas­sagem da brisa do ar, lembrando as estátuas dos antigos deuses egípcios, que ao nascer o Sol e pelo aquecimento do ar emitiam sons guturais e sonoros, que serviam para atemorizar e impres­sionar os fiéis.

PERGUNTA: Não existem tipos de violinos, violas ou vio­loncelos?

RAMATIS: Os que eles utilizam são fundidos e confecciona­dos com substância vítrea, magnetizada e sob pressão "magne­toetérica", que torna os campos eletrônicos mais sensíveis e energéticos em suas órbitas comuns, produzindo-se melhor diapasão vibratório no metal. Um dos singulares recursos que os técnicos aplicam nesses instrumentos é a modificação sonora que podem obter com a simples mudança da temperatura e sob a ação de eflúvios magnéticos projetados sobre os mesmos.

PERGUNTA: Qual o instrumento mais impressionante, em Marte?

RAMATIS: É o "plurifono", e assim o denominamos para vossa melhor compreensão. Substitui, fácil e galhardamente, uma sinfonia terrestre de mais de quinhentos músicos em per­feita conexão de harmonia. Assemelha-se a gigantesco órgão de catedral. Os que funcionam nos departamentos de música para o povo atingem até a altura de quinze a vinte metros e todos possuem majestosa tela-vítrea, resplandecente e prateada que lhes forma a fronte suntuosa. Funcionam com a força-motriz aproveitada por magnetismo etérico e seu mecanismo é cons­truído de metal nobre, num dos mais geniais recursos de acús­tica, sem a mínima ressonância. Os grupos de tubos sonoros que representam as partes dos sons de órgãos parecem papel de seda polido, transparente; os sons se produzem através de jatos magnéticos e não mediante o sopro de ar que faz vibrar os vossos órgãos terrestres. A composição sonora é produzida por incontável quantidade de instrumentos em séries, cujos sons se articulam sob controle do executante em operações técnicas que não podereis compreender.

PERGUNTA: Qual uma idéia mais nítida dessa instrumen­tação em série?

RAMATIS: Citaremos um exemplo: o clarinetista das vossas orquestras é obrigado a uma série de esforços na graduação do sopro no seu instrumento, a fim de obter as diversas notas e modulações exigíveis na pauta musical. Conseqüentemente, tanto os sons graves como os agudos resultam das deformações entre a pressão e a quantidade de ar soprado na clarineta; o "plurifono", entretanto, possui a série completa de todos os sons naturais da clarineta, assim como os de qualquer outro instrumento, através do singular engenho de cada nota musical se reproduzir num só tipo, menor ou maior, de cada instru­mento. Há, pois, desde a "microclarineta", que atende à mais aguda e sensível nota musical emitida por um clarinetista exí­mio, até ao som mais grave que é então reproduzido por uma clarineta-gigante. Sob a mesma disposição há série de clarins, trombetas, oboés, flautas, etc., inclusive a série de harpas desde o tipo delicadíssimo, qual cintilante teia de aranha, que emite sons mediante o simples hábito humano, até à harpa-gigante, cujos sons lembram a majestade dos sinos festivos das grandes catedrais.

PERGUNTA: Esses aparelhos funcionam por sopros, per­cussão ou dedilhamento?

RAMATIS: O seu mecanismo interno corresponde a todos os modos de execução, desde o sopro, fricção, dedilhamento ou percussão, através de um teclado anatômico, transparente, que se divide em sete semicírculos em torno do executante, em vez da linha reta de vossos pianos. As teclas são luminosas e cada fileira é decorada numa cor; as sete cores que formam o teclado assemelham-se às cores do espectro solar, embora profunda­mente translúcidas e mais puras. A impressão, à primeira vista, é a de um imenso maxilar com sete fileiras de dentes lumino­sos. Não há dificuldade ou exaustão para o executante, num "crescendo" ou vigoroso "allegro", porque as teclas não preci­sam ser comprimidas; elas se movem à simples aproximação dos dedos do artista, através do seu próprio magnetismo. O instrumento imponente, mergulhado num cenário de luzes e cores resplandecentes; e o executante tangendo as teclas sem movimentos frenéticos, desdobra sonoridades que parecem fluir de uma antecâmara celestial.
Os "plurifonos"-gigantes funcionam em edifícios de constru­ção especial, compostos de um único salão. É uma edificação esférica, toda vítrea, inteiriça, de uma só peça; assemelha-se a imensa bola de cristal fosco, ligeiramente achatada na parte que fica em contato com o solo; os assistentes entram por diversos pórticos que se abrem em volta, na sua parte inferior.

O monumental instrumento, de aspecto sublime, fica no cen­tro desse imponente salão. Os ouvintes se acomodam em macias poltronas de material neutro, que não repercute nem vibra com as ondas sonoras emitidas. As paredes, construídas sob processos de física transcendental, refletem, docemente, todas as notas vibradas pelo "plurifono", cujas harmonias são de tal pureza e sublimidade que os ouvintes, extasiados, che­gam a perder a sensação física do seu conduto auditivo; pois os sons deslizam, flutuam e lhes acariciam o espírito, propiciando emoções indescritíveis ao vosso entendimento. Essa música, além de terapêutica, a sua espiritualidade se reflete profunda­mente no psiquismo humano, fazendo que a alma consiga ouvir e aperceber-se de algumas ressonâncias harmoniosas da sublime sinfonia cósmica. O excelso artista, como elo vivo entre a Terra e o Céu, transfunde-se na beleza e na hipnose dos sons divinos que, como lentejoulas cintilantes, esvoaçam em torno, espalhando odores de fragrância celestial e transmitindo as emoções do êxtase espiritual.



PERGUNTA: O executante segue um tema definido, ou seja, música escrita?

RAMATIS: Só conseguem execuções no "plurifono" os gênios da música marciana; pois há que possuir o "dom" apri­morado em vidas anteriores. São necessárias certas faculdades que só um clarividente as possui no grau de poder aplicá-las, atendendo e sentindo o traçado das melodias que vibram nos planos etéricos. O "plurifonista" não improvisa nem segue qualquer pauta. Ele segue um roteiro abstrato, mas compreen­sível, captando nos mundos imponderáveis a beleza sonora das harmonias celestiais.

A execução do "plurifono", além de profundo "sentido musical", exige vontade disciplinada, conhecimento exato das "cores sonorizadas" e renúncia absoluta a qualquer prurido de vida material. A mente tem que estar espiritualmente ligada ao Alto. Há que compreender que o "som tem cor" e a "cor tem

som". As reações psicológicas dos ouvintes demonstram que eles participam e sentem também as emoções causadas pelo som e pela cor em vibração uníssona.

PERGUNTA: Por que o "plurifono" exige o conhecimento da cor?

RAMATIS: Porque na imensa "tela radioativa" que se encontra na parte superior do "plurifono" projetam-se cores hermeticamente associadas aos sons produzidos; e o mais sutil apalpar das teclas do instrumento produz na tela a cor corres­pondente, a qual se encorpa ou dilui, se alarga ou esvoaça; ascensiona e, por vezes, desenha arabescos fascinantes, de matizes indescritíveis que vão surgindo de névoas cromáticas, o descerrando panoramas de beleza deslumbrante, matizados de nuanças coloridas de tons lilases, azuis, esmeraldinos e de topázio. Súbito, numa surpreendente metamorfose de alta con­cepção espiritual que arrebata a alma, o artista "desenha a música" em novas cores, em novas frases e acordes melodiosos que traduzem o sentido espiritual da partitura em toda sua ple­nitude!

PERGUNTA: O povo marciano aprecia concertos e audições públicas?

RAMATIS: Certamente, pois a música, em Marte, é um pra­zer espiritual integrante da própria vida de seus habitantes. Também, um simples telefonema à "Casa da Música" e, logo, no próprio lar, podem captar e gravar a última composição ou sinfonia executada nos "plurifonos" pelos artistas insignes.

PERGUNTA: Quais as cores que projetariam algumas das músicas do nosso planeta, cujas mudanças cromáticas tradu­zam ou expressem, com vigor, o sentimento ou a idéia que o seu autor lhes transfundiu?

RAMATIS: Em "Sonata ao Luar", de Beethoven, a nostalgia misteriosa do raio de luar se traduziria na cor de suave pratea­do, envolvendo suavemente os contornos silenciosos da natu­reza; a música mórbida de Tchaikovsky vos mostraria um ama­relo patológico, preferencial de um Van Gogh. A "Terceira Sinfonia" de Beethoven, na sua feição enérgica, deve firmar o matiz vermelho, afogueado; a sua "Sexta Pastoral" daria os matizes verde-seda. A mensagem sublime da "Nona Sinfonia" se apresentará em cambiantes de azul-celeste refranjadas de filigranas douradas.

Quando as vossas faculdades psíquicas alcançarem a gama vibratória dos marcianos, indescritíveis sensações novas vos proporcionará a audição da música. Então, ouvindo as amoro­sas composições de Schubert, escutareis não apenas a doçura sonora, mas sentireis o suave perfume dos lírios, o cheiro fra­grante das flores que se debruçam sobre os rios europeus, por­que o tímido compositor só tecia suas páginas com a mente envolta nas expressões que pudessem traduzir o seu pensa­mento de amarguras transformadas em amor. E Wagner vos fará retornar aos milênios passados mediante a visão psíquica de pressentirdes a formação telúrica do vosso mundo; aves gigantescas e vegetação agreste, tempestades e pavor; os deu­ses movem as forças criadoras, que se atritam num espetáculo de grandiosidade aterradora. Em vez das cores claras, suaves e límpidas, do roseiral florido ou dos jasmins inebriantes, os tons escuros, riscados de fogo e de relâmpagos e de odores sufocan­tes da vegetação bárbara!



PERGUNTA: Qual um dos sentidos mais úteis, da música, em Marte, além de emoções e inspirações superiores?

RAMATIS: Em épocas passadas, usaram-na muitíssimo, conjugada à cor, como terapêutica musical, a fim de restabele­cer a harmonia entre as energias da alma e a emotividade do sistema nervoso. Em Marte, os sacerdotes dirigentes dos "tem­plos espiritualistas" sabem ligar-se, diretamente, ao que vós chamaríeis os "Arcanjos da Música", ou a fonte espiritual da música. Os "mantrans" curativos, na evocação do "ego supe­rior", que ainda usais em certas instituições iniciáticas e que é tradicional entre os orientais, constituem excelente terapêutica musical conhecida desde a Lemúria, também na Atlântida, e exercida fortemente no Egito.

A música possui a virtude de formar verdadeiros "canais cósmicos sonoros", das forças curativas do espírito; e os livros fundamentais de todas as doutrinas espiritualistas estão reple­tos de episódios em que a música é parte integrante das emo­ções sublimadas. Assim como as cerimônias ritualistas impres­sionam pelas suas pompas exteriores, a música empolga a alma pela sublimidade de suas vibrações sonoras. A música, pelo mistério que possui, consegue hipnotizar o homem-animal; e despertando nele o homem-espírito, põe-lhe a consciência em sintonia com os Poderes Divinos. Grande parte das realizações no plano da intuição, em Marte, se devem à influência que a música exerce na alma. Selecionando melodias para os ouvin­tes, os marcianos conseguiram despertar emoções criadoras de objetivos superiores. Através dos sons excelsos, apurou-se a sensibilidade do espírito e este se desvencilhou, mais cedo, da "ganga" da música sensual, mórbida ou maliciosa, que rebaixa a alma.




PERGUNTA: Podemos admitir a possibilidade de o compo­sitor marciano criar músicas apropriadas a influir em diversos estados opressivos ou doenças da alma?

RAMATIS: Inegavelmente: os cientistas médicos marcianos assim o fizeram em épocas remotas, quando encomendavam aos compositores música destinada a certas instituições de tra­tamento mental, nervoso, circulatório ou glandular, pedindo-lhes um "medicamento musical" correspondente à doença. Esse tratamento pela "musicoterapia" produziu êxito extraor­dinário, pois conseguia ativar certos estados patológicos, letár­gicos, ou acalmava os de extrema excitação. Favorecia, inclusi­ve, a recomposição sadia das células e o trabalho endocrínico, devido às reações do psiquismo otimista e sereno.

PERGUNTA: Tendo o irmão citado certa função terapêutica na música marciana, quais seriam essas condições, em nosso mundo, se tomássemos, por exemplo, as composições de Beethoven, Mozart, Chopin ou Tchaikovsky?

RAMATIS: Embora de menor profundidade psíquica, pela ausência dos fatores etéricos que mencionamos, essas composi­ções musicais também podem causar modificações terapêuti­cas. Há que distinguir, entretanto, a seleção que deve ser feita, pois cada compositor varia muitíssimo na sua gama emotiva, produzindo, comumente, música para vários estados psicológi­cos ou biológicos. Chopin, embora seja psicologicamente um produto do sofrimento contínuo, que o hipersensibilizou e criou música de uma agudeza dolorosa, apresenta diversas produções entre si; nas suas "Polonaises", de feição patriótica, tenaz e decidida, terapeuticamente deve produzir efeitos exci­tantes, vigorosos; no entanto, o cansaço mental encontra um bálsamo suavizante nos seus "Noturnos"; os "Estudos" convi­dam à meditação e as Valsas ou Mazurcas aligeiradas propor­cionam um afastamento da tristeza; são uma espécie de recom­posição mental condicionada a novo gosto pela vida. Mozart, na sua pureza espiritual, com sua música bordando as nuvens claras dos mundos celestiais, afasta o egocentrismo humano e o dilui na forma alada de afeição humana. Tchaikovsky exige maior seleção terapêutica, pois o efeito mórbido de uma "paté­tica" seria de agravo ao doente mental, introspectivo e emotiva­mente pessimista, porque essas sinfonias são um brado deses­perado de dor psíquica introvertida; Beethoven, no seu univer­salismo e mensagem coletiva de libertação à forma e aos pre­conceitos, é um grande "medicamento" para contrastar os "autoglorificados", os muito apegados ao "eu" humano. A música, em seu mistério de espiritualidade, pode agir em ambos os campos "psicofísicos", atendendo a forma e o sonho, a razão e a emoção, o instinto e a alma, o indivíduo e a massa, o selvagem e o gênio!

PERGUNTA: Será a música, também, na Terra, motivo de futuro melhoramento da consciência coletiva?

RAMATIS: Assim deverá ser, como já tem acontecido nou­tros orbes, pois a música age no físico, emocional, espiritual e mental. É necessário que os vossos psicólogos, compositores e cientistas se interessem pela propagação da música criadora de sentimentos elevados, em vez de conjunto de melodias estimu­lantes de recalques libidinosos. Ela é impulso de vida, dinâmica e criadora; serve para o modelamento harmônico da alma e do corpo. Embora se manifeste, também, alentando emoções regionais e os anseios locais, na feição de música popular, há que ser cordial e limpida, que sensibilize a alma e afaste as insi­nuações torpes. É linguagem alta, divina, que não deve ser con­vertida em ritmos lascivos, ou insinuantes à malícia, aos crimes de lesa-beleza. É admissível o ritmo inocente e brutal do selva­gem, pois está em consonância com a rudez de seu ambiente; mas não quanto ao civilizado, que já sabe distinguir a diferença entre a melodia superior e a fescenina. O desejo de mais breve angelitude exige, também, maior familiaridade à música que traz o brado emotivo e a ansiedade de pássaros cativos, como foram os vossos esclarecidos compositores da música divina! Tanto quanto o homem ascensiona para o Alto, mais ele se aproxima da mensagem da música, como alta manifestação da Natureza Divina!

PERGUNTA: Alcançaremos o desiderato da música mar­ciana?

RAMATIS: Já tendes, também, no vosso mundo, alguns expoentes de Marte, aí reencarnados, que vos darão os roteiros dessa música libertadora, racional e distante dos pieguismos sentimentalistas. Pouco a pouco os seus admiradores surgirão entendendo a singular mensagem renovadora dos sons. Variam, também, no vosso mundo, os modos de ouvir; há os que preferem só a beleza "física" do som; outros reagem pela emoção, alguns pelo intelecto puro e outros como ouvintes psí­quicos, recebendo-a por via-espiritual! Há os que a desejam em forma abstrata, no devaneio aos mundos metafísicos; e outros que se rejubilam pela forma descritiva, anotando a pulsação sonora do regato na floresta através do fio agudo e suave da flauta, ou então, as ameaças da natureza, na voz grave e amea­çadora da tempestade, que é o violoncelo. Para os mais religio­sos, Bach nos faz ver majestosas catedrais projetando na abóba­da celeste os sons dramáticos e profundos de seus órgãos sole­nes e austeros!

Esse desiderato haveis de alcançar, pois a música une e con­fraterniza os homens, faz-se entendível em qualquer ângulo do orbe; sua beleza e inspiração sobrevive ao tempo e anula o espaço. Desenvolve as faculdades sutis da alma e ajusta o ritmo do corpo. A Música, essa voz sonora de Deus — essência predo minante em todo o Cosmos, é a Visão que a alma pode ter na consecução final do seu Ideal — a Angelitude Eterna!



13
Canto, dança e teatro.

PERGUNTA: Os marcianos têm pelo canto a mesma alegria e satisfação que lhe dispensamos na Terra?

RAMATIS: Não pretendemos descrever com exatidão a maviosidade dos cânticos marcianos. Há que atender às suas disposições orgânicas, quanto ao seu equilíbrio de saúde per­feita, ao ritmo irrepreensível no mecanismo da respiração e do coração: e à maleabilidade dos seus delicados órgãos vocais; pois, graças a esses requisitos, é comum surgirem entre o povo, cantores que fariam empalidecer Caruso, Gigli, Schipa, Martinelli ou as vossos consagradas sopramos como Galli­Curci, Cláudia Muzio, Gina Cigna, etc.

PERGUNTA: Quer o irmão dizer que o homem comum, de Marte, suplante com facilidade os nossos melhores cantores e cantoras?

RAMATIS: Confirmamos que, entre a massa popular, exis­tem muitos desses insignes rouxinóis humanos, em virtude do seu psiquismo superior e da sua natureza sadia, pois a limpi­dez sonora da própria voz depende, essencialmente, da pureza dos condutos vocais; e nos marcianos têm uma conformação anatômica mais sensível e vibrátil; e, ainda, da função sincrôni­ca do sistema respiratório. Além disso, o seu saudável e perfei­to conjunto endocrínico, aliado a um sistema nervoso hipersen­sível, que obedece às mais delicadas emoções do espírito, faz com que eles utilizem essas maravilhosas faculdades para se desafogarem em fascinantes melodias. Os homens, salvo raras

exceções, são cantores inatos e as mulheres são sopranos e con­traltos de recursos artísticos admiráveis.



PERGUNTA: Embora as faculdades superiores para o canto sejam comuns, não existem os que as possuem num padrão que os consagra como artistas muito acima da generalidade?

RAMATIS: Em qualquer situação da vida espiritual, seja nos mundos planetários ou nas esferas celestiajs, há sempre almas que se distinguem nas coletividades. O nivelamento absoluto nas expressões da vida humana seria aniquilamento aos estímulos e ansiedades que se sobrepõem à rotina comum. As mesmas faculdades, possuídas por todos, liquidaria o esfor­ço de alguns vanguardeiros que traçam os caminhos do futuro. Assim, em Marte, acima do homem comum que, apesar disso, revela qualidades superiores aos dos vossos excepcionais vir­tuoses do canto, existem também telentos privilegiados que constituem o setor dos responsáveis pela beleza espiritual nas mensagens do cântico humano. E ainda não possuis na Terra organismos sensíveis que possam servir de comparação à natu­reza admirável desses artistas de Marte. Dizermos que o cânti­co marciano supera o encanto e a harmonia do vosso rouxinol ou que evoca a misteriosa limpidez do cisne, no seu cântico de adeus à vida física, tudo isto não passa de fracas analogias. Teríamos que recorrer aos vossos dicionários rebuscando vocá­bulos mais primorosos, a fim de definirmos o que é intraduzí­vel pela linguagem comum. Não é apenas a natureza puríssima da voz marciana, nem é somente o ritmo harmonioso do seu sistema respiratório, que correspondem com absoluta sincronia às modulações vocais. Há que considerar também a resso­nância que os cânticos produzem na atmosfera magnética e tênue do planeta, especialmente quando evocam mensagens de conteúdo espiritual. Os passaros e os próprios animais quedam-se como quem escuta e ausculta essas vibrações dos regozijos canoros dos marcianos; pois, nesses momentos, o amibiente parece transfigurar-se num santuário de hosanas ao Criador, como se os grandes gênios intérpretes da Música participem em espírito desses hinos que elevam a alma à sua origem divina.

PERGUNTA: Quais os motivos principais que os artistas utilizam em Marte, para temas de seus cânticos?

RAMATIS: Os homens marcianos são criaturas que vivem além das linhas divisórias que separam a matéria e o espírito. As suas manifestações emotivas vibram na opulência de idéias e ansiedades que ultrapassam o limiar comum desses dois mundos. Os artistas, portanto, em qualquer circunstância, afei­çoam-se aos temas de ordem puramente espiritual. Distanciados, mentalmente, dos propósitos comuns da existên­cia física, são veículos abertos ou ligados aos mundos superio­res. Seus pensamentos voam, sempre, em direção às fontes de beleza eterna que flui do Espírito Divino. Seus esforços, como sentinelas avançadas, devotam-se às belezas insuperáveis da alma, no serviço fraterno de assistência aos que estão na reta­guarda. Esses artistas significam os acenos, os convites perma­nentes às massas, a fim de que se esforcem no sentido de sua ascensão espiritual. Os temas das festividades ou representa­ções artísticas são sempre de ordem educativa, pois não lhes interessa reviver os melodramas compungentes, nem mesmo as epopéjas estrepitosas ou os feitos transitórios do homem dos mundos inferiores.

PERGUNTA: O cântico em Marte é usado, apenas, nas representações e festividades coletivas, ou o cidadão marciano, em geral, é apreciador dessa expressão artística?

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