Resposta aos leitores


PERGUNTA: Qual um exemplo comum para apreciarmos as noções do sistema? RAMATIS



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PERGUNTA: Qual um exemplo comum para apreciarmos as noções do sistema?

RAMATIS: Supondo que, em vosso mundo, países como a França, a China ou o Japão produzam tecidos iguais, como a seda, desde que esses países fossem apenas comarcas sob o controle central de um Governo Mundial, este determinaria que o país ou a comarca capaz de produzir a melhor seda devesse assumir o compromisso definitivo de fornecer a todo o orbe aquele produto. Todos os recursos técnicos, seleção de tra­balhadores específicos no produto, aumento de energia, con­vergência de matéria-prima necessária à produção anual, seriam mobilizados para a comarca produtora da seda. Breve, os senões e as decorrências comuns das indústrias que depen­

dem de uma nutrição eficiente, que sofrem impactos inespera­dos ante as oscilações financeiras e modificações políticas de um mundo confuso, como o vosso, desapareceriam ante a segurança de serem órgãos emancipados, tão potentes e respei­tados como um órgão humano.

É de senso comum o provérbio de vosso mundo que diz: "muitos regatos disseminados pelo campo não valem o que move a roda do moinho". Nos vossos próprios estados, que compõem o conjunto federativo, trocais, por cima das frontei­ras, produtos iguais, do mesmo sabor, configuração e substân­cia, gerando-se as competições que exaurem o bolso popular. Inúmeras vezes, cruzam-se nas estradas veículos transportando produtos idênticos, na exótica tarefa de recomporem, recipro­camente, os desfalques de mercadorias semelhantes. Em Marte, conforme o plano definitivo do "cérebro-diretor", cada órgão ou comarca alimenta o conjunto com obrigações especificas iguais à função dos órgãos do corpo humano que menciona­mos; há aquele que é responsável apenas pelo vestuário, calça­dos, roupagem de leito; outro atende só a indústria de maqui­naria para lavoura, aparelhos científicos ou instrumentos extra­tivos; nas zonas tropicais disseminam-se as obrigações em con­formidade com o meio; nas zonas frias ficam especificadas as comarcas responsáveis pelo maior êxito da produção dos cereais próprios do clima.

PERGUNTA: Nesse plano anual de produção e obrigação, por comarca, não podem surgir imprevistos e prejuízos, como sói acontecer em muitos planos tipos "qüinqüenais" ou "bisa­nuais", já experimentados, sem muito êxito, na Terra?

RAMATIS: Não ocorre tal acontecimento no orbe marciano, pois o mecanismo do seu trabalho se alicerça perfeitamente em elementos definitivos, como sejam o clima controlado, a "mão-de-obra" equilibrada, coesa, espiritualizada, incapaz de distor­ção, rebeldias ou "greves" imprevistas. Os planos são elabora­dos sob a tradição prática de inúmeros séculos; a matéria-prima é fomecida por um conjunto especializado, que também conta com mecanismo perfeito, indene de surpresas.

A estabilidade política que é comum a todos os componen­tes da humanidade marciana; o sentimento religioso como ele­mento de ligação a Deus, e não como fundamento de tricas sec­taristas; a ausência absoluta e inconcebível de revoltas, guerras ou conflitos de preconceitos racistas; a libertação da complexi­dade cambial que lança a vossa indústria em apressadas solu­ções de "última-hora"; a aquisição exata, fundamentalmente prevista e utilizável, de todas as produções, aliada ainda à con­cepção de um lucro exclusivamente à base de "serviço-hora", criam perfeita segurança na consecução de todos os planos ela­borados para a nutrição da vida em Marte.



Até que possais "cristianizar" o vosso mundo; que o cidadão terreno se compenetre da realidade eterna da vida espiritual; que compreenda ser ínfima célula que deve integrar a harmo­nia do Todo; que sinta a ventura pessoal, dependente ou adstri­ta à ventura coletiva; que lhe repugne à consciência a função triste de salteador dos bens alheios, cremos que hão de falhar todos os "planos bi ou qüinqüenais" e vos serão sempre inúteis todos os rótulos de sistemas doutrinários, políticos ou filosófi­cos, enquanto os vossos movimentos conservarem a vossa alma distante dos calores evangélicos. O estado "crístico" vos dis­pensará de qualquer preocupação formalística exterior. O "Cristo" é um sistema com disciplina previamente estatuída por líderes humanos. É a espiritualização do homem, em Marte, que deixa um sulco luminoso em tudo o que ele realiza; é a sua disciplina "moral-indivíduo"; é a correção, a honestida­de e o desinteresse pelos tesouros que se findam à beira do túmulo, o que torna feliz o marciano sob qualquer sistema ou regime político. Depois do homem cristianizado, o sucesso é absoluto em todos os movimentos idealísticos humanos. O Evangelho ainda é o regime insubstituível, o alimento puro, o combustível divino, superenergético, para movimentar o maquinismo dos mundos de formas. "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" é o lema que há dezenas de séculos se revela como a mais perfeita insígnia de todas as aspirações humanas!


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Indústria.

PERGUNTA: Tendo o irmão nos afirmado que Marte é essencialmente industrializado, qual o gênero industrial que predomina, no momento?

RAMATIS: A maior preocupação industrial que presente­mente se evidencia naquele planeta é a que gira em torno da "substância-vítrea", cujo material se presta às mais inconcebí­veis realizações técnicas e científicas. A falta de analogia mais compreensível para vós, diremos que a civilização marciana, em face do domínio que obteve na utilização e industrialização desse metal-vítreo, pode ser considerada como situada na "era do vidro". Há imensa atividade e planos de renovação total na face estrutural do orbe, a fim de ser modificada a configuração antiga, quase toda à base de um elemento da família do alumí­nio, mas que será substituído pelo novo metal que se tornará comum a todas as construções.

PERGUNTA: Poderíamos receber uma noção mais exata e assimilável da natureza da "substância-vítrea", a que o irmão alude constantemente?

RAMATIS: É um metal leve como o vosso alumínio, quase na cor deste mineral, podendo ser polido ou fosco, mas tão duro que pode resistir a temperatura superior a 6.000 graus sem qualquer sinal de fusão. É opaco, denso, rígido ao extremo, conforme o tratamento industrial que receber; mas sob a ação de certos raios energéticos, que os marcianos empregam como multiplicadores de freqüência, torna-se absolutamente transparente, podendo rivalizar com o vidro mais cristalino do vosso orbe. Inúmeros eflúvios específicos que são aplicados contra esse metal aumentam-lhe ou modificam-lhe a estrutura íntima, quer deixando-o translúcido, em colorações suaves, claras, ou então fazendo-o conservar por longo tempo a luminosidade que lhe é projetada. É o elemento de maior condutibilidade de luz e magnetismo, revelando propriedades excepcionais na absorvência e condensação do meio ambiente.

PERGUNTA: É encontrado livre ou em combinação com outros minérios?

RAMATIS: Extraem-no do subsolo, por vezes a alguns qui­lômetros de profundidade, por processos mecânicos automáti­cos, facilmente controlados a distância, por eficientes aparelhos "eletromagnético-etéricos", cuja configuração nos seria impos­sível descrever-vos. Possui, ainda, outras notáveis qualidades, podendo liquefazer-se sob o influxo de raios adequados, adqui­rindo estado análogo ao vosso mercúrio, ou, submetido a pro­cessos de "aceleração magnética", sublimar-se na forma de "tênue radiação"; e pode retornar à forma primitiva, embora descontado parcialmente no seu volume. Atuando nos "cam­pos-áuricos-radiativos" de outras substâncias, no meio atmos­férico, é um dos metais responsáveis pela absorvência da ener­gia-magnética, que os marcianos aproveitam como força-motriz para suas atividades em geral.

PERGUNTA: Não possuímos minério semelhante, em nosso mundo?

RAMATIS: Há a distinguir que não é o minério bruto, no seu teor primitivo, que apresenta todas essas qualidades "extraterrenas", mas o torna acessível a inúmeras expressões admiráveis e de fascinante aproveitamento. Quando é extraído do seio da terra, seu aspecto é semelhante ao do vosso alumí­nio, revestido também de uma ganga protetora. Essa substân­cia inferior também á aproveitada no revestimento de ligação dos invólucros das aeronaves interplanetárias, a fim de produ­zir um "campo magnético", que se responsabiliza pelo atrito e modificações termobarométricas. Depois de extraído das entra­nhas do solo, esse minério é submetido à fusão "a jacto", sob a ação da energia-magnética, em fornos móveis, espiralados, fei­tos de tubos que giram a alta velocidade, e cuja configuração específica não podemos conseguir descrever-vos. Após a fusão

é canalizado para gigantescas formas, que têm a excêntrica pos­sibilidade de atuar na substância ainda liquefeita, com a mesma ação de vigorosa prensa-hidráulica, transformando-a em chapas de várias espessuras, cuja contextura, hermetica­mente alcançada, chega a insinuar um estado símile da "pasta nuclear". Posteriormente, sob a ação de aparelhos complexos, silenciosos, as chapas são desfiadas rapidamente, e os fios, à semelhança de teias de aranha, são recolhidos velozmente em grandes carretéis cônicos. Esses fios formam o último produto após as fases de fundição e compressão; e destinam-se à opera­ção de "cerzimento", a qual consiste num processo especial de técnica tão sutil e complexa, que seria inacessível à vossa análi­se e à vossa compreensão. Tais fios são visíveis sob lentes de um "azul-vítreo", atuantes já na esfera do magnetismo-etérico, no campo íntimo e vibratorial do "Éter Cósmico".



PERGUNTA: Por que o cerzimento do metal?

RAMATIS: Para aumentar-lhe consideravelmente a resis­tência, prestando-se a múltiplas aplicações, assim corno fundis o ferro ou o transformais no aço para exigências mais impor­tantes. O ouro também vos serve em moedas, fios, blocos ou lâminas. O cerzimento não só aumenta a resistência, maleabili­dade, transparência magnética, receptividade às ondas lumino­sas, como ainda melhora a sua capacidade intrínseca, às altas temperaturas, podendo resistir a 6.000 graus sem alterações, Sob esse tratamento científico e além das possibilidades terre­nas, destina-se, então, às aeronaves interplanetárias, de alta velocidade, às construções e aos processos vigorosos de capta­ção magnética das usinas de força, aos "centros pluviais-autô­matos"; e também à canalização dos lençóis de lavas subterrâ­neas para as zonas frígidas. Afora isso é substância comum, aplicável na feição do uso costumeiro do ferro no vosso mundo, exceto nas coberturas de edifícios ou cúpulas dos tem­plos.

PERGUNTA: Existem outros materiais usados em comum?

RAMATIS: Marte é de natureza física; em conseqüência, a sua massa planetária, oriunda do mesmo núcleo, o Sol que ori­ginou a Terra, contém substância idêntica, variando tão-somen­te quanto ao tratamento industrial mais avançado e sob energia que atua mais profundamente na intimidade dessa substância. Há no seio na Terra mineral que vos permitirá, no futuro, realizar coisas tão admiráveis como as que os marcianos lograram obter na confecção £la "substância vítrea". Embora ainda vos separem 5 ou mais Séculos para esse desiderato, sabemo-lo rea­lizável, porque é contingência normal de todo orbe em ascen­são espiritual.

PERGUNTA: Quais os aspectos comuns das siderurgias marcianas?

RAMATIS: O estilo arquitetônico é quase sempre o de uma gigantesca siderúrgica terrena: no centro a fundição como imenso garrafão bojudo, vítreo, de exterior gláucico, rodeado por um conjunto de pavilhões cor de alumínio claro, semelhan­te à de vossos aviões comerciais. As usinas não produzem pó, fumaça ou elementos graxosos, porque são movidas por "força­magnético-etérica" e pulsam, silenciosamente, num disciplina­do ritmo de labor interno. Apresentam um ar "extraterreno", como organismos vivos, que funcionam maravilhosamente per­feitos, cercadas de bosques e jardins floridos. Lembram, mais fielmente, exótico recanto de descanso, algo dos edifícios das "estações de veraneio".

PERGUNTA: Quais os labores fundamentais dessas usinas? Apenas fundir e modificar o estado físico dos materiais?

RAMATIS: Correspondem às necessidade idênticas para que também foram construídas as vossas fundições, mas são dotadas de recursos ainda desconhecidos na Terra, que permi­tem extraordinários resultados. Sob um processo superior, agem na intimidade da matéria e modificam, gradualmente, o estado físico da substância em manipulação. Em vez de proces­sos de bombardeamento atômico, no rompimento do núcleo e libertação eletrônica, os técnicos usineiros operam por modo mais "qualitativo" e homogêneo, num ritmo de rigorosa previ­são e conclusão "fisioquímica". Aceleram a natureza microcós­mica das substâncias escolhidas para esse fim, e obrigam-nas a um desgaste precoce, verdadeiro envelhecimento antecipado. A energia que está acumulada no seio da matéria, que costuma exsudar-se lenta e naturalmente, é acelerada nessa libertação, vendo-se obrigada a apressar-se nos seus ciclos de vida.

PERGUNTA: É possível dar-nos um exemplo mais objetivo a fim de alcançarmos melhor essa realidade do processo mar­ciano?

RAMATIS: Considerai que um miligrama de "rádium" pre­cisa mil anos para extinguir-se por completo no meio ambiente, e cujas partículas se dispersam à razão simbólica de 10 em cada segundo. Se puderdes encontrar um processo de acelerar essa fórmula, e, em vez de 10 partículás por segundo, conseguirdes 20 por segundo, tereis, logicamente, apenas 500 anos para que se extinga o miligrama de "rádium". E, sucessivamente, à medida que aumentardes a dispersão por segundo, reduzireis o tempo de vida da substância. Só podemos vos afirmar que os cientistas marcianos conseguem exterminar uma substância radioativa, em poucas horas, quando assim desejam, fazendo essa aceleração progressiva, sem os efeitos radioativos e exaus­tivos das vossas bombas atômicas. É um processo rotineiro, comum e compreensível pelo mais leigo marciano; enquadra-se nos princípios da própria vida cósmica e nas múltiplas oscila­ções decorrentes do "éter-cósmico".

PERGUNTA: Mas esse apressamento, numa substância mineral, não contradiz as leis comuns de durabilidade? E essa libertação de energia, de forma gradual, pode oferecer a mesma potência dinâmica do processo com que os nossos cientistas atuam no fabrico da bomba atômica?

RAMATIS: Insistimos em vos lembrar: estamos nos esfor­çando para vos apresentar exemplos aproximados, os quais, no entanto, estão ainda longe da realidade marciana. Enquanto não dominardes essa energia extraordinária que nós denomina­mos magnetismo-etérico" (apenas para diferenciação do que na Terra chamais magnetismo) não podereis aquilatar com clareza e sensatez os acontecimentos que estão muito além das vossas últimas conquistas científicas. Assim como podeis apressar a vida de uma pera ou maçã, colocando-as em estufas para mais breve amadurecimento, e há criaturas que apressam a sua quota de vida, envelhecendo mais rapidamente, em virtude da exaustão prematura de suas forças devido a vicissitudes morais, no reino mineral, todas as perturbações que atuam na intimidade eletrônica, mesmo sem o impacto de bombardea­mento nuclear, também apressam o desgaste, e, conseqüente­mente, envelhecem a substância. O pedaço de metal que com­põe a cauda de um avião "morre" muito antes do retalho que ficou abandonado na fábrica de aeronaves. A cauda, perma­nentemente submetida às vibrações dos vôos contínuos, tem acelerado o desgaste do material pelo enfeixamento das "trepi­dações", que percorrem o corpo do aparelho e se escoam na lei de "fuga vibratória". Se pudésseis apanhar essa quota de ener­gia que se liberta natural e gradualmente pelo metal em des­gaste mais acelerado, ela serviria para realizar algum trabalho útil. E, se conhecêsseis a maravilhosa capacidade do "magnetis­mo etérico", que permite agir na intimidade eletrônica de todas as substâncias, pois é o seu próprio "habitat", verificaríeis que os marcianos podem atuar com facilidade nas constelações ele­trônicas, como a fada produz maravilhas com sua varinha de condão. Em conseqüência, o calor apressa a libertação de ener­gias nos frutos; as comoções morais desgastam o homem e a "tensão magnético-etérica" acelera os movimentos eletrônicos na intimidade da matéria, exsudando maior quantidade de energias, que podem ser aproveitadas como fazem os cientistas marcianos.

PERGUNTA: As usinas marcianas movimentam-se com essa força que é libertada gradualmente da substância?

RAMATIS: Podem aproveitá-la, se assim quiserem, mas preferem usá-la noutros setores que seria fastidioso enumerar. Normalmente, as indústrias funcionam com a "força-motriz" que lhes é fornecida pela usina captadora da energia atmosféri­ca, conforme vos explicaremos adiante.

PERGUNTA: Qual é a lei que rege a aceleração na intimida­de da matéria?

RAMATIS: A lei do amor no Cosmos. A do positivo e nega­tivo que se atraem em forma de coesão ou se repelem no campo material; o feminino e o masculino que se unem pela mesma lei, na paixão, entre as criaturas no mundo, e, na feição de "amor divino", entre os espíritos.

PERGUNTA: Existe em Marte a variedade de indústrias que há na Terra?

RAMATIS: Indubitavelmente. Superam-vos, no entanto, porque são destinadas à produção de recursos para uma huma­nidade superior, operando no plano da qualidade e entregando à população o que de mais sadio, belo e útil. Não mais encon­trareis as distorções tão prejudiciais no campo industrial do vosso mundo, onde a febre de lucros irregulares leva o homem terreno às mais disparatadas e indignas realizações.

PERGUNTA: Pode nos dar um exemplo dessa produção exclusiva de qualidade?

RAMATIS: O Estado marciano atingiu o ponto de seleciona-mento absoluto no máximo recurso doado pela natureza. Exemplifiquemos: uma vez que o cristal puríssimo é a matéria-prima de melhor qualidade para a confecção de objetos e coisas de uso doméstico, não se fabricam mais utensílios de substân­cia inferior; e todo o orbe é abastecido pela indústria absoluta de artigos de cristal. De maneira alguma a preocupação de lucro que dita os estados de vossa consciência, na Terra, existe entre o sistema de trabalho marciano. Se o cristal é a melhor substância para a fabricação de todos os objetos utilizáveis na alimentação, não se justificaria, entre seres tão afeitos à "verda­de e ao bem coletivo", que ainda continuassem a produzir, por exemplo, utensílios domésticos de pó de pedra, que tanto semeiam a irritação nas mucosas 'delicadas do vosso aparelho digestivo. Tendo conseguido o mais perfeito e útil vestuário à base de substância radioativa, que permite certa purificação na aura-vital humana, imediatamente transformaram toda a indústria de tecidos para o fabrico exclusivo do novo traje-superior, destinado a toda a coletividade. A ausência de con­corrência disparatada e que gera a deslealdade humana, comum entre os terrícolas, permite aos marcianos o aumento contínuo de "mais qualidade" em todas as suas conquistas científicas, sociais ou artísticas.

PERGUNTA: No parque industrial marciano, move-se a mesma multidão de homens empregados na indústria terrena?

RAMATIS: Todo o comando central de qualquer indústria marciana deriva-se fundamentalmente do "cérebro-magnético­etérico", que controla, por sistema remoto, a complexidade das operações próprias do gênero que comanda. A função costu­meira dos trabalhadores, técnicos, fiscais ou engenheiros espe­cialistas restringe-se ao exame intermitente do funcionamento da aparelhagem, que se movimenta silenciosa, disciplinada e sob a ação da maior realização marciana, que é o "cérebro-mag­nético-etérico".

PERGUNTA: Ser-vos-ia difícil dar-nos uma idéia aproxima­da desse aparelhamento-diretor, uma vez que já estamos nos familiarizando com os chamados "cérebros-eletrônicos" do nosso mundo? Não terão estes a mesma base e princípio cientí­fico dos "cérebros-magnético-etéricos"?

RAMATIS: Não encontramos vocábulos, figuras ou compa­rações que vos aproximem da realidade desses conjuntos assombrosos para o vosso entendimento. Usamos a nomencla­tura de "cérebro-magnético-etérico", como ponto de apoio para nossas comunicações no assunto, mas não é exatamente isso o que representa a realidade "físico-química". Embora citeis "cérebros eletrônicos" ainda não estais familiarizados com a idéia de que o próprio "eléctron" tem a sua origem etérica, por cujo motivo o fundamento da substância material e fluídica do Universo está implicitamente contida no "éter-cósmico", res­ponsável por todas as vibrações que conheceis como o calor, ele­tricidade, luz, magnetismo, som, etc. Embora não possais ver ou medir esse éter que inunda o Espaço, sem um só interstício de ausência, os marcianos puderam lobrigar-lhe certas leis direto­ras, sobre as quais firmam as suas maravilhosas realizações, inclusive o controle da lei de gravidade para o grau que melhor lhes interessa. Puderam coordenar inúmeros efeitos "eletromag­néticos", que se derivam das oscilações etéricas e, dominando perfeitamente as linhas de força que se derivam dos campos gravitacionais, conseguiram aferir as ondulações cósmicas, apreciando a força expansiva e a condensação dos fluidos etéri­cos e as suas recíprocas reações nesse fenômeno "expansão-con­densação". Não temos a pretensão de vos compor um quadro acessível apenas ao cientista ou dar-vos roteiro lógico e fiel aos princípios matemáticos da vossa ciência. No entanto, diremos que esses efeitos "eletromagnéticos", conforme demonstrare­mos em capítulo especial, são forças de poderosa influência e levadas em apreço no campo da navegação interplanetária.

PERGUNTA: Poderia dar-nos qualquer elucidação a respei­to desses "cérebros-magnético-etéricos"?

RAMATIS: Cremos que a iluminação a distância, que Marconi efetuava, com facilidade, de seu barco "Electra", faria cair de bruços os zulus que a apreciassem. Tememos, pois, que a nossa elucidação se vos afigure um exótico "conto de fadas", mas devemos vos comunicar que esses "cérebros-magnético­etéricos" podem ser acionados, a distância, através da telepatia dos engenheiros, que atuam nas freqüências vibratórias previa­mente reguladas à emissão das "ondas-ultracurtas cerebrais".

Os técnicos, cientistas e especialistas encarregados de superin­tender as gigantescas indústrias atuam nos campos "eletro­magnético-etéricos" desses aparelhos, emitindo através do éter, em faixa vibratória uníssona, os padrões-mentais que foram ajustados na "tela-receptiva", captadora, hipersensível, cuja oscilação vibratória desata movimentos automáticos e regula­dores de funções mecânicas disciplinadas.



PERGUNTA: Desejosos de experimentar a nossa capacidade mental de recepção das vossas comunicações, indagamos: –qual a imagem mais próxima que nos fará conceber a ação mental dos técnicos sobre os "cérebros-magnético-etéricos"?

RAMATIS: Consideramos que os feixes luminosos que os aparelhos cinematográficos projetam nas telas prateadas dos cinemas terrenos, se fossem invisíveis, espécie de raios "ultra­violetas", que só reproduzissem imagens quando se chocassem com o retângulo, poderiam aproximar o exemplo. Imaginai, pois, que o "cérebro-magnético-etérico" seja uma "tela-recepto­ra", que só reage sob a ação dos raios "infra" ou "ultramentais" do homem, na emissão de suas "ondas-cerebrais". Considerai que essas "ondas-cerebrais", de certa cor especial, ao chocarem-se com a "tela-receptora" do "cérebro-magnético-etérico" tor­nam-se visíveis, criando uma reação vibratória no retângulo da tela, conforme a densidade da cor projetada. Para vosso enten­dimento, conjeturai que se processa um funcionamento à base da mesma lei de interceptação de luz, que rege a ação da "célu­la fotoelétrica", desatando jogo de alavancas, chaves ou fechan­do circuitos predeterminados. Deveis ainda supor que essa projeção mental dos técnicos sobre a "tela-receptora" pode ser controlada por esta, de tal modo, que toda freqüência vibrató­ria que ultrapassa ou não alcança a "faixa cronometrada" se torne inócua, resguardando o mecanismo de qualquer eventua­lidade "extra-oficial".

PERGUNTA: Embora não estejamos esclarecidos quanto às últimas realizações científicas da Terra, parece-nos que existe algo de "magnetismo-eletrônico", que opera sob processo pare­cido em certos "cérebros eletrônicos". Que nos diz a este res­peito?

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