Sam bourne o código dos justos


É o nome de um rabino já falecido. YY recebeu o nome em sua homenagem. Morreu há 50 anos



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É o nome de um rabino já falecido. YY recebeu o nome em sua homenagem. Morreu há 50 anos.

  • Muito bem — disse o rabino, mais uma vez acomodado na ca­deira. — Isto é uma espécie de autobiografia do rabino. Aqui ele des­creve os tzaddikim como se fossem uma sociedade secreta. Não se refere a eles explicitamente como lamadvavniks, mas é sobre eles que fala. Su­gere que essas pessoas, cada uma habitando uma cidade diferente, fo­ram de algum modo as fundadoras do hassidismo. — Afastou-se do livro, os olhos fechados, como a ler um texto escrito dentro das pálpe­bras. Will percebeu que ele buscava algo na memória. — Também há o grande rabino Leib Sorrer. Do século XVIII. Dizia-se que mantinha con­tato secreto com os justos escondidos, que cuidava até para que fos­sem alimentados e vestidos. Dizem o mesmo sobre o Baal Shem Tov, o reconhecido fundador do hassidismo. — Abriu os olhos. — Mas essas são as exceções. Em geral, subentende-se que os tzaddikim permanecem ocultos. Há histórias de desencontros por um triz, tzaddikim prestes a conhecer outro de seu tipo, mas sem conseguirem. E acredita-se que um justo teria a sabedoria de reconhecer outro. Você sabe, ele de algum modo "sentiria o brilho, a irradiação." — O rabino abriu o sorriso que Will vira antes, o que pertencia ao jovem brincalhão e travesso que ele parecia ter sido outrora. — Mas em geral esses homens não são reco­nhecidos, por si mesmos, uns pelos outros, pelo resto de nós.

    Como alguém conseguiria encontrá-los?

    Ora, esse é o tipo de pergunta que Tova Chaya fazia, uma pergun­ta que o rabino Mandelbaum não sabe responder! — Os dois trocaram sorrisos afetuosos, como um avô e a neta preferida. — Eu gostaria de sa­ber, Sr. Monroe, mas não sei. Para isso, precisaria conversar com outros. Aqueles que penetraram nos mais profundos segredos da cabala.



    Will viu que o rabino começava a ficar cansado. E, no entanto, não quis deixar a conversa terminar. Na última meia hora, tivera mais res­postas que nas 48 horas anteriores. Afinal, não apenas entendera as pis­tas que haviam chegado por mensagem de texto, mas vira a imagem maior, a história antiga se desenrolando. Com certeza aquele velho sábio tinha a chave do motivo de Beth ser prisioneira. Se ao menos conse­guisse pensar na pergunta certa a fazer.

    Ouviu-se um zumbido, a baixa vibração de um telefone celular. TC, tão habituada a usar calça cargo com múltiplos bolsos, parecia confusa com a percepção de que agora vestia uma saia longa, sem bolsos: não sabia onde procurar. Por fim lembrou-se. Pegara emprestada uma ele­gante bolsa que pertencia a Beth — algo que ela própria não possuía. O telefone estava lá. Pediu desculpas, saiu da sala para atender.

    Will esforçava-se para absorver tudo que acabara de ouvir. Teorias loucas sobre o fim do mundo, terríveis avisos de um profetizado cata­clismo. Pôs a cabeça nas mãos. No que havia se metido?


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