Sam bourne o código dos justos



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Um amigo em necessidade é um amigo de verdade
Will estava ficando mais irritado a cada mensagem recebida. Se isso era ajuda, por que diabos ele tinha de ser tão indireto? Sentia vontade de sacudir o Yosef Yitzhok pelo colarinho: Se quer ajudar, simplesmente ajude!

  • Que merda é essa, Noite dos Clichês? Um amigo em necessidade é um amigo de verdade. Que porra é essa? Como ele espera que a gente resolva tudo tão rápido?

  • Escute e acalme-se, Will. No momento, ele é tudo o que temos. Talvez de repente esteja num lugar onde possa digitar sem ser visto; talvez queira mandar todas as mensagens enquanto pode.

Era plausível; Will mordeu o lábio. Não queria começar uma dis­cussão com TC agora, enquanto ela se concentrava com tanto esforço em sua função de criptógrafa não oficial.

Ele se pôs a andar de um lado para o outro, os poros cheios da gordu­ra que impregnava o ar, embora o local até vendesse salada. Entrou numa área onde havia um monitor de TV ligado. Sintonizado no NY1, o canal de notícias locais, via imagens da prisão de um rabino do Brooklyn em Bancoc, por acusações criminais. O sujeito exibia o visual típico — barba, camisa branca, terno preto, chapéu de feltro — ao ser algemado e afastado por dois jovens e carrancudos policiais tailandeses. Estava de cabeça bai­xa, sem mostrar o rosto, não se sabia se de vergonha ou para evitar ser reconhecido, Will não conseguia adivinhar. No conjunto, a visão não po­deria ter sido mais incongruente. A essa seqüência seguiram-se tomadas de policiais do Departamento de Polícia de Nova York chegando a pé a Crown Heights, evitando as habituais radiopatrulhas num gesto de "sen­sibilidade" aparentemente ordenado pelo gabinete do prefeito.

As imagens reacenderam uma discussão que Will e TC travaram várias vezes naquela longa tarde.


  • Eu devia voltar lá, já.

  • E fazer o quê? Ser enfiado na água mais uma vez?

  • Não. Diria a eles o que eu, o que você, escrevemos naquele e-mail. Que sei o que estão aprontando e que deviam fazer um acordo.

  • Arriscado demais. Poderia simplesmente dizer a coisa errada e pôr tudo a perder. A vantagem do e-mail é podermos controlar exata­mente o que é dito.

"É dito", a voz covarde passiva mais uma vez. Obviamente TC re­lutava em admitir que pusera aquelas palavras na boca de Will.

  • Não posso simplesmente deixar Beth lá. Quem sabe o que po­deriam fazer, agora que estão cercados? Talvez entrem em pânico. Um daqueles bandidos poderia se exceder um pouco, ou deixar a cabeça dela na água dez segundos a mais...

  • Já está fazendo a mesma coisa de novo. Entrando em pânico. Eu lhe disse, é como escalar uma montanha. Não pode olhar para baixo. Não deve pensar em nenhuma dessas coisas. Além disso, o lugar está fervilhando de policiais hoje. Eles não fariam nada com os policiais lá. Essas mensagens do Yosef Yitzhok mostram que tudo ainda está em jogo. Nada mudou. Nada de terrível aconteceu.

  • Só que você acha que elas não vêm de Yosef Yitzhok...

  • Eu não tenho certeza, é só isso.

E assim a coisa prosseguiu, repetidas vezes, terminando inconclusi­vamente com TC e Will num silêncio mal-humorado. Depois disso, ele refletiria sobre o fato de Beth e ele jamais brigarem; discutiam, mas nun­ca brigavam; ele e TC haviam transformado isso num esporte olímpico.

Interrompiam quando chegava uma mensagem. Os pequenos tex­tos, que antes faziam o peito de Will martelar de nervoso, começavam a tornar-se rotina. Até chatos. Will clicou para ver o último.


Ao vitorioso os despojos
Essa mensagem parecia ameaçadora, como se os hassídicos regis­trassem um direito sobre Beth: se vencermos, vamos ficar com ela. Will sentiu o ódio se intensificar.

  • Agora estão nos ameaçando.

  • Ao vitorioso os despojos — ela repetiu devagar, assim que ele leu em voz alta, como se tomasse um ditado.

Will deu uma olhada no que parecia uma folha quadriculada no bloco de TC, toda preenchida com cada nova frase enviada por YY.

— O que conseguiu?

— Os números não funcionaram, por isso fiquei procurando anagramas para cada mensagem. Consegui alguma coisa, mas nada que se encaixe. Não tem padrão algum. Tentei arrumá-las,como um acróstico.

— Um o quê?

— Um acróstico. Onde a primeira letra de cada frase fornece uma letra da palavra oculta. Você sabe: "Rosas são vermelhas" nos dá R, "Violetas são azuis" nos dá V. Alguns salmos são apresentados as­sim. A primeira letra de cada frase forma outra frase da prece. Era um truque: um poema de doze versos com um décimo terceiro invi­sível.

— Entendo. Então o que temos se fizermos isso?

— Até agora? P, A, A, U, A. Não muito melhor. Se pularmos os artigos... então é "Amigo em necessidade", não "Um amigo em neces­sidade"..., sobram apenas P, D, F, A, A. Não ajuda muito.

— De que diabos ele está brincando? Espere aí. Entrou outra mensagem.



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