Paulo, distribua as letras de sino ao Cristo! (1, 7,29)
No bombardeio das últimas horas, ele quase esquecera o mensageiro fantasma. Ainda associava na mente essas mensagens a Yosef Yitzhok, embora soubesse, racionalmente, que era impossível. O último texto era a prova definitiva: alguém mais vinha dando-lhe essas pistas codificadas o tempo todo. Mas quem?
O sentido da última mensagem parecia quase ao alcance. Quarenta e oito horas de comunicação com aquele homem lhe tinha dado alguma idéia de como sua mente funcionava. Deve ser como fazem os viciados em palavras cruzadas, pensou: após algum tempo, enfiavam-se na cabeça do criador dos quebra-cabeças.
E essa parecia ser de fato uma definição de palavras cruzadas. Sem dúvida, o sentido literal era irrelevante. Sabia como essas pistas funcionavam, com instruções numa parte relacionadas ao resto. Mas quem era Paulo? E por que a solução incluía uma palavra de 29 letras?
Começaria com a parte mais óbvia, seguindo a instrução "distribua as letras", rearrumar as palavras "sino ao Cristo". Com a inconsciência de um homem recém-libertado, pegou uma caneta da mesa da escriturária e escreveu nas costas do recibo que ela acabara de entregar.
Trinos ociosa. Não funcionou. O sino cristão. Não era muito melhor.
E então viu, dando o primeiro sorriso em horas. Que maravilha essa mensagem chegar logo agora, quando se achava sozinho, sem TC. A única área em que com certeza teria mais conhecimento do que ela.
Pegou o telefone a fim de ligar para o pai. Para dar-lhe a boa notícia de que fora solto sem acusação e pedir-lhe que parasse no caminho, talvez num hotel, e pegasse a única coisa que, compreendeu de repente, ia precisar: uma Bíblia.
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