NOVE
QUARTA-FEIRA, 18H51, MISSOULA, MONTANA
Chegou tarde demais; o Laboratório de Crime já encerrara o expediente. Lábia alguma poderia alterar esse fato; o pessoal fora para casa. Ele teria de voltar no dia seguinte, o que significava passar a noite em Missoula.
Sentiu-se brevemente tentado pela C’mon Inn, simplesmente porque o nome era bom demais para resistir. Mas compreendeu que poderia falar do lugar às pessoas em Nova York: não precisava de fato hospedar-se ali. Assim, optou pelo confiável e registrou-se no Holiday Inn para uma terceira noite de serviço de copa, controle remoto e um telefonema para Beth.
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Você está complicando isso demais — disse ela, claramente saindo do banho.
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Mas é complicado. O cara tem um rim faltando.
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Precisa ver o histórico médico dele. Talvez... qual é o nome dele mesmo?
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Baxter.
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Talvez Baxter tivesse histórico de problemas renais, o que explicaria isso.
Will calou-se.
— Estou arruinando a matéria, não? — ela perguntou.
— Bem, se falamos em valor de notícia, a opção entre a morte de um velho com um antigo histórico de insuficiência renal e um crime para roubo de rim, com certeza. Mas, sim, talvez tenha razão: o roubo do órgão na certa não tem nada a ver.
Will sentiu-se aliviado por estarem retomando o modo brincalhão. Vários dias agora se interpunham entre eles e a briga; a ferida parecia fechar-se.
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