TC revirou os olhos, depois se controlou e fez uma expressão que dizia: Por onde devo começar?
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Não. A da Madonna é um culto de celebridade sem sentido. Tão próxima da verdadeira cabala como... não sei, o Coelhinho da Páscoa para o cristianismo. Preste atenção.
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Perdão.
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A cabala é misticismo judaico. É uma forma muito antiga de estudo judeu, proibido à maioria das pessoas. Não se deve estudá-la até ter completado 40 anos. E é só para os homens.
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E essa imagem?
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É como o ponto de partida da cabala. Contém tudo. É chamada de Árvore da Vida.
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Meu Deus.
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Isso mesmo... é mais ou menos o que eles acham que é. Uma representação diagramática das qualidades fundamentais de Deus. Cada um desses círculos é um Sefirah, um atributo divino.
Apontou o círculo mais abaixo de todos.
— Veja, começa aqui embaixo com Malchut, que significa Reino. Refere-se ao reino físico. Depois se ramifica para Yesod, Fundação; Hod, Glória, e Nezah, Eternidade. Depois progride para Tiferet, Beleza; Gevurah, Julgamento, e Hesed, Misericórdia. E por fim, no topo da árvore, Binah, que equivale ao entendimento intelectual; à direita, Hochmah, que é Sabedoria. E no cume, Keter, a Coroa. Algo como a essência divina.
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Então estamos vendo a imagem de Deus.
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Ou a mais próxima que chegaremos a ter.
Will não pôde dizer nada. Um arrepio percorrera-lhe a espinha enquanto TC falava. Talvez tudo aquilo não passasse de um excêntrico absurdo, mas a série de linhas e círculos, desenhada há centenas de anos e passada por gerações apenas àqueles considerados capazes de lidar com seus segredos, parecia emanar uma espécie de força.
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