Sam bourne o código dos justos


A essa altura, Will estava diante da entrada principal, andando de um lado para o outro, no alto da imensa escadaria



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A essa altura, Will estava diante da entrada principal, andando de um lado para o outro, no alto da imensa escadaria.

Will, estamos quase no prazo final. — A palavra foi proferida num sotaque inglês gozador; Andy enviava-lhe o material, o que era um bom sinal. — Muito bem. Aqui vai. Terei de ser rápido e vou pular os nomes estranhos, certo? "De John Bishop, Bancoc: Samak Sangsuk foi pranteado ontem por aqueles que melhor o conheciam. E por alguns que nem sequer o conheciam.



O Sr. Samak, vítima do que parece um complô de seqüestro inter­nacional no último sábado, era membro da elite financeira da Tailândia, faturando milhões em imóveis e na próspera indústria turística tai­landesa.

Ande logo com isso, pensava Will.

— Mas também era conhecido da classe inferior de Bancoc como o homem a quem chamavam de Sr. Funeral. O Sr. Samak, parece, tinha uma estranha atividade paralela, que dirigia não por lucro, mas por vontade própria. Organizava funerais para os pobres.



O Sr. Samak mantinha contato com todos os necrotérios, hospitais e funerárias, comentou um sócio no domingo. Se um cadáver dava en­trada sem família ou amigos, sem ninguém para reclamá-lo, eles tele­fonavam para o Sr. Samak. Se não tivessem dinheiro para fazer um funeral adequado, telefonavam para o Sr. Samak.

Will sentiu o sangue nas veias correndo mais rápido.

  • Will, ainda está aí?

  • Sim, continue lendo.

— Antes, os mais pobres de Bancoc terminavam seus dias numa sepultura de indigentes, às vezes enterrados 12 de uma só vez, sem nem sequer um caixão. Credita-se ao Sr. Samak a eliminação dessa prática. Ele não apenas pagava os custos do funeral; os moradores dizem que ele também reunia uma congregação para a cerimônia, muitas vezes pagando às carpideiras alguns dólares para comparecerem. Graças ao Sr. Funeral, disse um médico, ninguém era enterrado como um cachorro e sem a presença de alguém.

Will já tinha ouvido o bastante. Desligou e desceu às pressas a es­cada, se deliciando com o sol no rosto. Primeiro Macrae, depois Baxter, agora Samak. Não apenas homens bons, mas singular e estranhamente bons. Não era mais uma coincidência.

Encontrou uma loja, comprou duas garrafas de chá gelado e voltou para a biblioteca: teria de contar a novidade a TC e desvendar sua liga­ção com o desenho. Sem dúvida, tudo começava a se encaixar.

Só então notou um vulto que até então estivera em sua visão peri­férica. Escondendo-se, como se assustado pela possibilidade de ser visto, havia um homem alto de jeans e agasalho de capuz cinza. A idade, cor, expressão, tudo era impossível de discernir: tinha o rosto inteiramente encoberto pelo capuz. Apenas uma coisa era nítida: ele estava vigian­do Will.

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