QUARENTA
DOMINGO, 16H04, MANHATTAN
— Quando chegou essa?
— Agora mesmo. Neste segundo.
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Bem, a primeira conclusão que podemos tirar é que Yosef Yitzhok não era afinal nosso informante.
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Não podemos ter certeza disso, TC. Quem o assassinou talvez tenha pegado seu telefone e continuado a enviar as mensagens.
Ao dizer isso, Will percebeu o absurdo da sugestão. Quais as chances de um assaltante roubar um telefone, conferir o arquivo "de mensagens enviadas" e continuar mandando mensagens codificadas semelhantes? Além disso, havia um meio fácil de saber.
— Sandy, pode me fazer um favor? Ligue para casa e descubra se alguém levou o telefone de Yosef Yitzhok quando ele foi assassinado.
— Depois, retornando ao fone, ofereceu a TC outra teoria. — E se alguém roubou o telefone dele antes dele ser assassinado?
— Bem, então não teria sido YY mesmo que enviava as mensagens, teria?
Ela começava a ficar exasperada. Temendo voltar ao seu próprio apartamento, tinha fugido para o Central Parle Para seu grande alívio, dera de cara com algumas pessoas que conhecia: amigos casados, cheios de filhos. Enquanto ouvia Will pelo telefone, juntara-se ao grupo. Os carrinhos de bebê, as crianças pequenas e as toalhas de piquenique serviriam como um cordão de segurança, mantendo perseguidores e seqüestradores afastados. Ao ouvir as vozes das crianças, os jogos de beisebol e uma mãe servindo bolo, Will sentiu uma pontada de inveja, ou melhor, de ardente desejo — desejo de uma tarde de domingo de normalidade relaxada e banhada de sol.
— Quer dizer que foi outra pessoa o tempo todo.
— Acho que foi, sim. YY está morto, mas as mensagens não pararam. Logo, não era ele quem as enviava.
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Então por que o matariam?
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Quem?
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Os hassídicos.
— Não sabemos se foram os hassídicos que mataram YY. Essa é apenas mais uma conclusão precipitada que você está tirando. A verdade, Will, é que não sabemos quase nada. Podemos adivinhar, especular e teorizar, mas sabemos muito pouco.
— E o desenho na biblioteca. Você viu alguma coisa?
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Acho que na certa está nos dizendo uma coisa muito simples. Diz o seguinte: "Pense na cabala." A imagem é tão complexa, cheia de tantos componentes, que não pode ser nenhuma delas. É apenas a idéia geral. Aquele diagrama é o bloco de construção fundamental de toda a cabala. É quase como uma logomarca.
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