Samantha James Alana, a Bruxa



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Capítulo XIII

Embora a condição de Radburn não houvesse melhora­do, também não piorara. Ele tampouco mostrava sinais de febre. Alana interpretou tudo isso como um bom sinal, mas ainda era cedo, dissera ela a Genevieve, para prever que rumo à recuperação do cavaleiro saxão tomaria.

Pela manhã, ela ensinou Genevieve a limpar os ferimentos e aplicar a cataplasma medicinal. Contudo, enquanto traba­lhavam, Genevieve não conteve a preocupação e lhe pergun­tou o que acontecera entre ela e Merrick na noite anterior.

— Ele estava furioso — Alana admitiu, sentindo-se cons­trangida. — Onde Merrick dormiu, não sei.

Um sorriso gentil curvou os lábios de Genevieve.

— Ele está com ciúme, Alana. Deus, meu irmão está enciumado!

Por que Genevieve se mostrava tão feliz Alana não sabia. Embora nada dissesse, ela não estava convencida. Aliás, pensou com amargura, Merrick não a considerava nada além de uma posse, um fantoche, e sem dúvida fora apenas isso que precipitara a ira do normando.

Mais tarde, resolveu verificar o estado de Radburn e ver Genevieve. O paciente dormia tal qual aquela que dele cuidava. Sentada em um banco ao lado da cama, a cabeça de Genevieve pendia de um jeito que parecia muito descon­fortável.

Gentilmente, Alana tocou-a no ombro. A boa mulher fitou-a com olhos sonolentos.

— Você não dormiu durante a noite, não é? O sorriso tímido de Geneviève foi a resposta. Alana a levou em direção à porta.

— Vá para seu quarto e descanse — ordenou. — Ficarei aqui com Radburn até você voltar.

Geneviève se levantou e, espontaneamente, abraçou Alana.

— Você tem o coração de um anjo.

Assim que ela se retirou, Alana assumiu a cabeceira da cama. Era inevitável que sua mente se concentrasse em Merrick. Não o via desde que ele a deixara sozinha no quar­to na noite anterior.

E se a encontrasse com Radburn? No mesmo instante, ele apareceu no cômodo, tão gigantesco que sua cabeça quase tocava as vigas do teto. Alana se levantou, tomada pela cul­pa que a fez corar.

— Geneviève precisava descansar — explicou. — Eu pedi que fosse dormir um pouco.

Eles se entreolharam. Se Merrick tinha algo a dizer ela nunca saberia, pois Simon surgiu à soleira da porta. O rosto do garoto estava sério e aflito.

— Tio, há um cavaleiro chamado Gervase lá embaixo. O soldado assassinado em Fenwald era de seu exército. Ele sabe que Radburn ainda está vivo e exige que o entreguemos para que a justiça seja feita.

Alana soltou uma exclamação de medo. Merrick a ignorou.

— Faça com que lhe sirvam comida e vinho, Simon. Descerei em breve.

Simon assentiu e se foi, apressado.

Para a agonia de Alana, Merrick não revelava nenhuma intenção. Sua expressão estava neutra. Esfregou o queixo, pensativo. Alana teve a nítida sensação de que a esquecera.

Sem nem sequer fitá-la, ele se virou e saiu.

Ela correu atrás dele. No corredor, puxou-o pela manga.

— Deixe-me, saxã — Merrick ordenou.

— Não! Por favor, Merrick! Não pode entregar Radburn aos normandos. Ele ainda está fraco.

— Ontem à noite você disse que a vida dele não corria perigo — Merrick a questionou, desconfiado.

— Por enquanto, não. Mas o quadro pode facilmente mudar se ele for jogado em alguma prisão fétida.

— Prisão? — Ele soltou uma gargalhada. — Se eles o levarem, saxã, Radburn não terá tempo de apodrecer na prisão.

Ela ficou pálida.

— O quê? Quer dizer que vão matá-lo?

— Executá-lo, para ser mais preciso — Merrick esclare­ceu. — É o que vai acontecer porque ele é um saxão que matou um soldado normando.

O coração de Alana quase parou.

— Não pode deixar que isso aconteça!

— Não é da sua conta, saxã.

— É, sim! Radburn não fez nada de errado. Você disse que ele tinha de cuidar de mim e Geneviève. Aqueles homens teriam nos violentado, se Radburn não houvesse interferido. Ele só seguiu suas ordens, Merrick!

— Não interfira, saxã.

Alana soltou um soluço angustiado.

— Santa Mãe de Deus, que tipo de homem é você? Pretende entregá-lo só para... me espezinhar?

De repente, Merrick ficou uma fera.

— Ele é tão importante assim para você, esse seu amante?

— Oh, pare! Ele não é meu amante e você sabe melhor que ninguém que Radburn nunca o foi!

— Você suplicaria por ele, saxã?

— Sim — gritou, desesperada. — Se isso salvasse a vida dele, sim!

— Se eu fizer o que me pede, saxã, exigirei muito mais em troca. O que teria para dar?

— Não se trata do que eu daria, Merrick. Radburn salvou minha vida. Logo, preciso fazer o que necessário for para salvar a vida dele — Alana falou com o fervor de um crente. — Então eu daria a você qualquer coisa, o que quiser.

Merrick a tomou nos braços com sensualidade. Mas as palavras soaram brutalmente francas.

— Sabe o que quero, saxã. Você. Você em minha cama. Quero que venha até mim e não rejeite meu carinho, pois assim você me faz sentir o pior dos seres por ousar tocá-la. Quero que se entregue a mim e não me despreze.

A idéia causou ondas de calor em Alana e incitou uma sensação estranha dentro dela. Por mais autoritário e arro­gante que fosse, Merrick não era cruel. Somente o orgulho sairia ferido, já que ela se ressentia da própria impotência.

Mas a verdade era que o ato sexual com Merrick não fora a tortura que temera. Apesar da dor dilacerante inicial, ele não a machucou. Aliás, fora muito cuidadoso. Agora ela não tinha escolha. O jeito seria colocar de lado o orgulho pela salvação da vida de outra pessoa.

— Sou toda sua, normando — disse em um murmúrio qua­se inaudível. — Sou sua para fazer o que desejar comigo.

Não houve engano. Um brilho nítido de triunfo ilumi­nou os olhos, azuis. Por um instante, Alana se odiou por ter cedido.

— Que assim seja, saxã. Aceito sua barganha. — Merrick a soltou e desceu.

Alana o seguiu com os olhos até vê-lo desaparecer. Voltou ao cômodo de Radburn, que ainda dormia. Mas estava ner­vosa demais para sentar-se e, antes que atinasse para o que fazia, desceu a escadaria de pedra da torre. Acomodou-se no último degrau e, respirando fundo, prestou atenção em cada palavra. De onde estava, pôde ver de relance o cava­leiro, o qual não reconheceu, mas certamente era o normando Gervase.

Gordo e careca, ele se achava sentado à mesa diante de Merrick. As faces estavam avermelhadas de raiva e os olhos, saltados.

— O desgraçado matou um dos meus soldados! — Gervase dizia. — Exijo que me entregue o condenado!

Embora não pudesse ver o rosto de Merrick, ela o viu erguer os ombros.

— Não sabia que seus homens atacaram duas mulheres? Gervase bufou.

— Ora, uma delas era saxã! Claro que você não a protegeria.

A voz de Merrick soou fria.

— Trata-se de uma saxã que me é muito cara.

Cara. Ela lhe era muito cara por causa do prazer que sen­tia através de seu corpo!

— A outra mulher — Merrick prosseguiu, friamente — era minha irmã. E não vou apoiar nenhum homem, normando ou saxão, que tente aviltar, aqueles que me são caros. Pare de fingir que desconhecia a intenção de seus homens, Gervase, porque eles não têm honra. Em minha mente, o saxão Radburn protegeu o que é meu. Não o entregarei a você nem agora nem nunca. Aliás, os dois normandos que escaparam deviam se considerar afortunados porque, se eu lá estivesse, estariam tão mortos quanto o amigo. Mas estou disposto a ser justo. Ofereço-lhe uma compensação razoável pela perda de um cavaleiro.

Alana o viu estender um saco repleto de moedas. Gervase não hesitou. Pegou o dinheiro de uma só vez.

Os homens continuaram a conversar, mas Alana não quis escutar mais. Seu coração batia tão depressa que mal conseguia pensar. Merrick fizera o que havia prometido. E agora cabia a ela cumprir sua parte no acordo.

Alana passou o restante do dia com Geneviève e Radburn. Infelizmente, quando a noite caiu, a temperatura de Radburn começou a subir.

Mas perto da hora do jantar Geneviève teimou, garantindo que já havia cuidado de doentes e que era totalmente capaz de tratar a febre do cavaleiro saxão. Alana não duvidou, pois sabia que Radburn estava em boas mãos.

Não havia sinal de Merrick no hall, ela notou ao esquadri­nhar os presentes. Porém, sabia que ele não demoraria a apa­recer, uma perspectiva que a deixava trêmula. Foi então que sentiu o toque gentil no ombro.

Era somente Simon. Ele carregava uma bandeja repleta de comida e bebida.

— Meu tio pede que a senhora me acompanhe.

Tensa, Alana assentiu. Se Simon notou o nervosismo enquanto subiam a escada, ele nada disse. O medo crescia à medida que os pés de Alana percorriam os degraus.

Simon abriu a porta e se afastou para que ela pudesse entrar. Sentindo que estava a caminho da guilhotina, Alana adentrou o cômodo. Simon colocou a bandeja sobre a mesa e se retirou.

Merrick tinha acabado de tomar banho. Nu da cintura para cima, usava somente a calça comprida. Os cabelos estavam molhados e penteados para trás. Em meio aos pelos negros do peito gotas de água cintilavam como diamantes. De repen­te, Alana sentiu dificuldade de respirar.

— Venha e sente-se, saxã.

Cabisbaixa, Alana o obedeceu e rezou para que ele não percebesse sua agonia. Merrick lhe ofereceu um prato cheio de comida. Os dedos de ambos se roçaram quando ela aceitou.

O breve contato a percorreu como um raio que atravessa o céu em uma tempestade.

Enquanto se alimentava, Merrick não prestou atenção nela. O apetite voraz que ele mostrava nem sequer se igua­lava ao de Alana. Estava tão aflita que não conseguiu comer mais que algumas garfadas de peixe. De quando em quando, fitava-o de soslaio. Mas não discernia nada que se relacio­nasse ao humor ou aos pensamentos dele.

Por fim, Merrick se inclinou para trás, sem dúvida satis­feito, e tomou um gole de vinho. O jeito com que a fitou foi explicitamente apreciativo. Alana lamentou não estar tão tranqüila quanto ele.

Por que Merrick sempre a fazia sentir-se em desvanta­gem? Oh, que pensamento idiota! Ele muito provavelmente acreditava que ela estava mesmo em desvantagem.

— Precisa ficar me olhando? — Ela foi incapaz de ocul­tar a irritação.

Merrick sorriu, embora seus olhos continuassem sérios.

— Estou ponderando sobre seu sacrifício, saxã. Na verda­de, espero que seu jovem namorado saiba ser grato. — Ele a estudou intensamente. — Você deve gostar muito dele.

— Não do jeito que está imaginando.

— Então como, saxã? Você o ama?

Na realidade, Alana ficou perplexa com a veemência de Merrick. Geneviève teria razão? Estaria ele enciumado?

Mordeu o lábio inferior, alheia à vivida incerteza estam­pada em seu rosto.

— Certa vez, acho que o amei — confessou, tímida. — Mas eu era muito menina e ele já era praticamente um homem feito. Eu não sabia nada sobre o que acontecia entre casais.

Pensativa, Alana inclinou a cabeça para o lado.

— Radburn é filho de um lorde da região sudeste da Inglaterra — contou em voz baixa. — Eu logo percebi que um cavaleiro como ele jamais cortejaria a filha de uma camponesa, tampouco flertaria comigo só para passar o tem­po. Do contrário, o futuro dele estaria arruinado. Eu sabia que Radburn tinha de se casar com uma dama e não com uma bastarda.

Enquanto a escutava, Merrick traçava a borda do cálice com o dedo áspero. Ficou contente em saber que ela não era dada a libertinagem. Sim, estava muito satisfeito. Radburn fora um tolo por não tomar conhecimento de uma beleza rara como a dela. Contudo, não conseguia deixar de pensar se Alana ainda nutria sentimentos pelo saxão mesmo que secre­tamente.

Ele se levantou e parou diante da lareira.

— Eu gostaria de saber uma coisa, saxã. Pensou nele quando se deitou comigo?

— Não! — Alana ficou indignada. De súbito, percebeu que, se houvesse respondido de forma diferente, teria poupa­do aquela noite e muitas outras.

O olhar implacável de Merrick era desconcertante.

— Pagou um preço caro pela liberdade dele, saxã. Sabe que não vai receber nenhuma retribuição.

— Não gosto de ver nenhum homem se prejudicar por minha causa. Eu teria a mesma preocupação por um doen­te ou ferido.

— Então jura que Radburn nada significa para você? Ela corou, mas não se esquivou do olhar ou da pergunta.

— Juro.

— E virá até mim por vontade própria?



Para seu próprio horror, Alana descobriu que não conse­guia tirar os olhos dele. Parecia hipnotizada. Simplesmente assentiu, incapaz de fazer qualquer outra coisa.

— Venha até aqui agora.

O coração de Alana começou a bater como um tambor alucinado. Os olhos de Merrick cintilavam como tochas de prata. Ele a esperava, com as pernas levemente separadas e a cabeça erguida em uma pose de superioridade arrogante.

A garganta de Alana ficou seca. Mesmo com as pernas trêmulas, levantou-se. Fizera um acordo e agora precisava cumpri-lo. Caminhou devagar até parar diante dele.

Um tremor estranho a percorreu. Estava mais dividida que nunca. Por causa da proximidade, Merrick parecia gigantes­co demais a seus olhos. Estava conformada com o próprio destino e, no entanto, perguntava-se por que ele a afetava tanto, já que se tratava de um homem que desprezava com todo seu ser. Bastava um olhar para ela sentir uma tormenta dentro de si. E quando a tocava...

As mãos ásperas acariciaram os cabelos cacheados. Ondas de arrepio a percorreram quando os dedos roçaram sua nuca.

— Está tremendo, saxã. Acha-me repulsivo?

— Não — ela respondeu de pronto. — É que não sei o que você quer que eu faça.

A imaginação de Merrick criou várias possibilidades. A proximidade de Alana sempre o levava a um estado doloroso de excitação. Queria sentir as mãos delicadas no próprio cor­po, acariciando e descobrindo. Os lábios quentes deslizando sobre a pele nua.

Apreciou a maciez dos cabelos loiros e, segurando-a pela nuca, aproximou-a ainda mais. Fitou-a com extremo fascínio.

— Quero que não me negue esta noite, saxã — sussur­rou com a voz rouca. — Quero que compartilhe minha cama e todos os prazeres, sem tentativas de recusa. Sem arrepen­dimento. Se não puder fazer isso, talvez deva ir embora ago­ra mesmo, saxã.

Enquanto o ouvia, Alana nunca se sentira tão perturbada, tão confusa. Havia entrado naquele quarto, certa de que ele não a queria, certa de que o normando por orgulho desejava apenas amansá-la. Entretanto, não detectava nenhum traço de zombaria ou triunfo em suas feições, somente um calor crescente que fazia o coração bater mais forte.

Mesmo hesitante, tocou o peito másculo com a ponta dos dedos. Ondas quentes a invadiram. Embora o impulso de se afastar fosse intenso, ela não o fez. Ocorreu-lhe subitamente que suas mãos eram pequenas e brancas demais em contras­te com a pele morena.

— Não pretendo renunciar ao acordo que fizemos — sus­surrou. Sacudiu a cabeça, convicta. — Não vou embora, normando.

— Que assim seja — Merrick a fitou com paixão — por­que não consigo esperar mais.

Então ele capturou-lhe os lábios. Ela se rendeu ao gesto voluptuoso com um gemido profundo. Sentiu que os ossos se diluíam. Abraçou-o pelo pescoço para se amparar. A pres­são da boca voraz era violenta, mas Alana se deleitou com a sensação. Podia sentir a fome de Merrick através do jeito urgente que seus braços a prendiam.

Porém, ela também percebia a própria voracidade.

Negá-lo?, pensou, atônita com as reações. Santa Mãe de Deus, não conseguiria. Jamais. Não podia negar tampouco a traidora necessidade que tinha dele.

Em nenhum momento, Merrick interrompeu a fusão aluci­nante dos lábios, nem mesmo quando a carregou até a cama e a deitou. As roupas de Alana sumiram em questão de segun­dos. Somente então ele ergueu a cabeça. Corou ao notar que os olhos azuis admiravam-lhe o corpo nu, mas não se fechou para ele ou o repeliu.

Sob a luminosidade fraca do fogo na lareira, Merrick se afastou. O torso bem torneado e musculoso brilhava enquan­to ele se despia.

Fascinada, Alana observava o movimento dos braços for­tes. Então, corajosa, ateve-se à região abaixo da cintura. Sua respiração parou. Merrick estava tão excitado que a espes­sura rígida de seu membro era implícita. Ela voltou a fitar o rosto normando só para descobrir que ele também a obser­vava. O rubor tomou conta de suas faces ao ser pega em fla­grante.

— Não posso esconder a paixão que sinto por você, saxã — Merrick sussurrou. — Mas não me importo que olhe para mim. Na verdade, gostei da experiência. Porém, eu gostaria ainda mais se suas mãos tocassem essa parte de mim que lhe despertou tanto interesse.

Espantada, Alana o encarou. Ora, Merrick não sugeria certamente que ela o tocasse lá... ele não se atreveria.

Santo Deus, era isso mesmo!

Quase desfaleceu quando Merrick tomou-lhe as mãos e as pousou sobre o tórax. Como se tivessem vontade própria, as palmas deslizaram e acariciaram os pelos negros. Ele então segurou os dedos delicados. Alana sentiu as mãos passarem pela barriga também musculosa. Merrick a guiou até que ela tocasse verdadeiramente seu poder viril, sua essência.

Uma emoção estranha a dominou. Estava quente, muito quente! Alana ficou surpreendida com a textura e o formato. Percebeu então que os músculos da barriga retesaram. Mais uma vez, ele segurou a mão delicada enquanto lhe mostrava, sem palavras, o movimento que mais o agradava.

Foi um tormento, um tormento doce e completo. Mesmo assim, Merrick não abriria mão daquele instante nem por toda a glória do cristianismo. Fechou os olhos e jogou a cabeça para trás. A carícia inocente o levava a loucura. Suportou a tortura até não poder mais, certo de que chegaria ao clímax a qualquer instante.

Gentil, deitou-a novamente na cama. Dedos afoitos esti­mulavam o corpo feminino que se abria ao toque sensual. Alana era linda. Os seios, pequenos e firmes, possuíam mamilos delicados como botões de rosa. Merrick tocou o cír­culo rosado com a ponta da língua e em seguida sugou-o. Umedeceu e intumesceu os bicos dos seios, um de cada vez, até senti-lo endurecidos.

Alana o agarrou pelos ombros. O som da respiração ofegante e rápida inflamava-o para além da razão.

Lentamente, ele foi percorrendo o resto do corpo. A mão deslizou em direção ao ventre. Quando os dedos se enrosca­ram nos pelos dourados, quase gemeu de delírio. Alana esta­va deliciosamente úmida. O coração de Merrick batia com tamanha velocidade que mal conseguia respirar. O desejo o consumia, mas sabia não estar pronto ainda para ela.

Enfim, encontrou o que procurava. Todo o corpo femini­no reagiu quando ele roçou o ponto sensível. Sentiu-a enri­jecer ao intensificar a carícia em sua feminilidade. Ela não o rejeitou. Na verdade, as pernas esguias se abriram por livre e espontânea vontade.

Excitada, Alana arqueou o corpo. Sacudiu a cabeça e entreabriu os lábios em um gesto extremamente sensual. Merrick a observava, enquanto empreendia uma carícia eró­tica. Sons de prazer emergiam da boca rubra.

Foi então que ele se posicionou sobre ela, incitando-a a partilhar aquele deleite. Entrelaçaram as mãos antes de ele a penetrar.

O ar quase lhe faltou nos pulmões ao sentir Merrick dentro de si. Não conseguia desviar o olhar ou a atenção. Precisava que a preenchesse por completo. O membro movia-se em um ritmo primitivo à medida que se impunha.

— Eu a estou machucando, querida? — ele murmurou.

O fato de ainda conseguir falar o impressionou sobre­maneira. Foi tudo que pôde fazer antes de intensificar a união. O movimento tornou-se frenético, ameaçava o con­trole que Merrick lutava para manter. Alana era tão pequena que poderia tê-la machucado, se não estivesse úmida e pron­ta para ele.

A respiração dela voltou a ficar ofegante. O corpo chegava ao limite, mas não havia dor. Ela não conseguia tirar os olhos de Merrick. O rosto moreno estava tenso, os olhos azuis brilhavam como fogo.

De súbito, ele a segurou pelos quadris.

— Merrick... Merrick...

Foi como se algo explodisse dentro dele. Agarrou-a e suprimiu o grito de prazer com um beijo. Um beijo sôfrego, que parecia não ter fim. Então, de repente, luzes começaram a pipocar dentro de Alana. Ao mesmo tempo, Merrick tam­bém atingiu o clímax.

A noção de tempo parecia ter sumido. Alana percebeu vagamente que Merrick saía de cima dela. Ele a puxou e a cobriu com as peles.

Alana soltou um suspiro profundo e uma paz curiosa se instalou, uma paz que ela não queria romper.

Foi Merrick, na verdade, que maculou o silêncio. Após resmungar um impropério, ele se deitou de lado.

— O que foi? —- Alana perguntou, sonolenta agora.

— É esse gato maldito! — exclamou, irritado. — Ele ficou aqui o tempo todo?

— Refere-se a Cedric? — Alana ergueu a cabeça e sor­riu ao divisar Cedric. O gato estava sentado em um canto do cômodo, lambendo as patas. Como se pressentisse os olha­res humanos, o bichano levantou a cabeça e os encarou com aqueles olhos amarelados. Então atravessou o quarto com o rabo empinado.

Alana o chamou. Cedric pulou na cama para receber o afa­go de sua dona. Rindo, ela se regalou com os pelos macios.

— Criatura inconveniente! — Merrick resmungou. — Ontem mesmo ordenei a Simon que o levasse para a floresta e lá o soltasse.

— Ele não tem para onde ir — Alana alegou. — Cedric é como eu, meu senhor. Ah, esqueci. Não posso me queixar, pois tenho uma cama quente e comida à mesa.

O tom de voz suave não ocultou a ironia.

— Não zombe de mim — ele ralhou.

— Ora, eu não me atreveria. Afinal, é meu senhor e con­quistador, não é?

— Sou, sim. — Merrick sorriu, satisfeito. — Diga-me, saxã. Seu senhor e conquistador a agradou?

Oh, o brilho daqueles olhos deveria tê-la alertado para o perigo.

— Estranho que esteja interessado em meu prazer e não apenas no seu — Alana rebateu.

A risada de Merrick soou profunda e rouca. Alana sentiu o coração bater de um jeito diferente. Podia jurar que havia ternura na expressão dele.

— Se conseguir me agradar mais, saxã, Brynwald intei­ro vai saber.

As faces de Alana ruborizaram. Então escondeu o rosto no peito largo antes que ele o visse. Porém, mais uma vez, Merrick rolou para o lado a fim de tê-la sobre si. Ela o enca­rou, confusa.

— Sim — Merrick murmurou, acariciando os cabelos sedosos e cobiçando os lábios carnudos. — Você me agrada, saxã. E certamente ainda me dará muito prazer esta noite.

E foi o que ela fez.

Merrick e Alana não foram os únicos a dormir pouco naquela noite. Geneviève vigiava seu paciente, tão dedicada quanto uma mãe que cuida de seu bebê. A febre de Radburn aumentara consideravelmente, mas ainda não era hora de perturbar Alana, já que tinha afirmado que sabia como tra­tar da febre.

Primeiro, encheu uma bacia com água morna. Molhou um pano no líquido e o passou sobre o torso nu de Radburn. As pernas do cavaleiro moveram-se. Ele chutou os lençóis. O homem usava apenas calça.

O coração de Geneviève disparou. Não era a primeira vez que via o peito nu de um homem, mas o de Radburn era impressionante. Fitou-o ao bel prazer, apesar de se sen­tir corar.

Sem dúvida, tratava-se de um cavaleiro talentoso, que sabia manusear lança e espada. Os músculos do peito, ombros e braços eram bem definidos e esculturais. Ela engoliu em seco. Seus olhos fixaram-se no rosto dele.

Os cabelos, tão negros como a noite, eram longos. Os cílios também pretos se curvavam sobre a pele pálida. O queixo era angular e o nariz também. Mas foi a boca de Radburn que a cativou por instantes infinitos. Geneviève não podia deixar de admirar as belas linhas.

Sentiu uma pontada no ventre. A respiração falhou. Os pensamentos começaram a fluir sem censura. O saxão era muito bonito. E, para ser sincera, não pensava em homem nenhum desde a morte de Philippe.

Deus, ele abriu os olhos e a encarou diretamente! Chocada, observou-o se sentar na cama.

— Não, Radburn! — Tentou obrigá-lo a deitar. — Não se levante. Está debilitado demais!

Um brilho estranho atravessou os olhos dele.

— É muito bela, senhora — Radburn murmurou. — Sim, possui uma beleza inestimável. — A voz soou rouca em demasia, mas estranhamente sensual.

Ocorreu a Geneviève que o homem estava fora de si, que não a conhecia. Ela deslizou as mãos sobre os ombros nus. Estava muito atenta à sensação da pele quente sob seus dedos.

Um arrepio a percorreu.

— Eu lhe peço — ela implorou. — Por favor, Radburn, deite-se. Do contrário, irá agravar seu estado.

Ele fitou a boca de Geneviève.

— Um beijo — pediu. — Um beijo e farei tudo o que quiser.

Radburn não lhe, deu chance de argumentar. Capturou os lábios de Geneviève sem pudor. Ela arregalou os olhos e sol­tou um gemido profundo.

Mas Geneviève nem sequer se importou. Era desejo, era fugaz. Viu-se incapaz de evocar a vontade de negá-lo. Com os lábios trêmulos, ela correspondeu à volúpia.

Mesmo quando um arrepio delicioso a percorreu, ela sen­tiu o peito se apertar. Não se sentira atraída por nenhum homem desde o falecimento de Philippe. Mas era bom demais ser desejada novamente! Ser beijada e sentir a paixão explo­dindo dentro de si.

Por que acontecia justamente agora com aquele corajoso saxão, ela não sabia. Só sabia que lhe parecia correto...

A cabeça de Geneviève girava quando Radburn interrom­peu o beijo. Tentou recuperar a compostura, já que não sabia que tipo de insanidade a possuíra.

Podia sentir que ele a fitava. De alguma maneira, encon­trou coragem para encará-lo.

— Por favor, Radburn, você precisa descansar. — Mesmo trêmula, tentou empurrá-lo de leve para que se deitasse.

Por um momento, receou que Radburn pudesse protestar. Então, de uma só vez, o cavaleiro se deitou, como se estives­se exaurido. Fechou os olhos para, subitamente, agarrar as mãos de Geneviève.

— Fique comigo, beldade — Radburn pediu com a voz rouca. — Fique...

Por fim, adormeceu. Geneviève permaneceu de vigília o restante da noite, acariciando-lhe a testa, murmurando pala­vras gentis quando ele se virava e retorcia na cama.

Então rezou com fervor em agradecimento porque pela manhã a febre havia cedido.

Os dedos de ambos continuavam entrelaçados.

Capítulo XIV

Na manhã seguinte, Merrick disse a Alana que ela poderia visitar Aubrey, mas somente com Simon como escolta.

A mudança súbita foi totalmente inesperada, porém ine­gavelmente prazerosa. Não, Alana não ousaria questionar a decisão de Merrick, pois temia que ele reconsiderasse. Além disso, gostava da companhia de Simon.

Os dias se tornaram curtos e as noites, longas. Ela passa­va o máximo de tempo possível com Aubrey, já que a frágil condição do amigo a preocupava. Em breve, o inverno espa­lharia seu frio rigoroso pela terra, congelando lagos e rios, branqueando montanhas e florestas.

Embora nem ela nem Merrick falassem a respeito, aos poucos, o passar dos dias forjou sutis mudanças no relacio­namento de ambos.

A vida com Merrick da Normandia não era o suplício insuportável que ela temera. Na verdade, agora quando olha­va para ele não mais sentia medo ou indignação.

Durante o dia, o estado de prudente cautela prevalecia. Atentos, não se magoavam mais com palavras e ironias. E à noite ambos viviam horas de intensa paixão, enquanto se exploravam e os corpos se emaranhavam.

Bastava que Merrick a olhasse para despertar em Alana um desejo profundo que se impunha para além da ânsia sexual, era algo que nascia em sua alma.

Ela, no entanto, desesperava-se com tamanha fraqueza.

Prometera a si mesma que não brigaria com ele e cumprira a promessa. À noite tentava manter distância e indiferença para que ele conquistasse apenas seu corpo e nunca seu cora­ção. Mas Merrick não era um homem para ser recusado.

E, que Deus a protegesse, Alana não possuía forças para recusá-lo.

A confiança, porém, não era fácil para nenhum dos dois.

Freqüentemente Alana o observava quando Merrick recebia os arrendatários no hall para resolver as pendên­cias daqueles que agora administrava. Ela sempre esperava encontrar falhas de julgamento, mas não conseguia.

Naquele dia em particular, no início de fevereiro, acha­va-se sentada perto da escadaria, assistindo à audiência que Merrick havia concedido a um camponês chamado Filbert.

— Dois soldados normandos bêbados confiscaram cada saco de grão de minha choupana — o aldeão, Filbert, quei­xava-se. — Rasgaram os sacos e jogaram os grãos ao ven­to. Tenho cinco bocas famintas para alimentar, meu senhor. Mas agora não restou nada para comerem.

Sentado em sua cadeira, Merrick cocava o queixo.

— Sabe a identidade desses dois soldados normandos?

— Sei, sim — Filbert proclamou, resoluto. — São aque­les dois, meu senhor. — Ele apontou dois soldados encosta­dos à parede que riam entre si enquanto o camponês falava. Quando Merrick os encarou, as risadas cessaram abrupta­mente.

— Armand. Mareei. O que têm a dizer diante das acusa­ções deste homem?

O que se chamava Armand chegou a abrir a boca, mas as palavras não saíram.

— Ora, é claro que o homem está louco, meu senhor — Mareei se apressou em dizer.

Filbert sacudiu a cabeça, convicto.

— Louco? Os outros disseram que eu devia estar mesmo louco por lhe trazer esse assunto, meu senhor. Mas eu lhes disse que é um homem justo, mesmo que tenha de contradi­zer seus próprios soldados. Vi aqueles dois me roubando e minha esposa também viu.

Merrick voltou a encarar os soldados.

— Quero a verdade agora, Armand e Mareei — ele orde­nou com a voz de aço. — Vocês roubaram os grãos deste homem?

Dessa vez, foi Armand quem deu um passo à frente.

— Roubamos, meu senhor — ele murmurou num fio de voz.

Merrick transferiu o olhar para o aldeão.

— Vou usar o estoque de Brynwald para repor os grãos que você perdeu. — Ele indicou um de seus homens. — Jean, leve-o ao depósito de grãos e faça com que seja ressarci­do. Quanto a vocês, Armand e Mareei, assim que a prima­vera chegar, irão trabalhar durante sete dias na plantação de Filbert.

Quando o próximo caso foi chamado, Alana se foi, pensativa. Na verdade, Merrick havia resolvido o impasse sem preterir um lado em função do outro. Não fizera justiça ten­der para o lado normando ou saxão.

Foi nesse momento que ela teve de admitir a maior ver­dade de todas: Merrick da Normandia não era o monstro que certa vez acusara-o de ser. Tratava-se de um homem forte, mas honrado, como seu pai havia sido, tão justo quanto pru­dente em suas ações.

Mesmo assim seu coração não lhe dava trégua. Nunca se sentira tão dividida. Dividida entre a lealdade à memória do pai e aos novos sentimentos que nutria por Merrick.

Não se atreveria a amá-lo. Ela não o amava. Porque, ape­sar de tudo, continuava a ser seu senhor e conquistador.


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