Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



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Diálogos interdisciplinares

Neste capítulo, conhecemos as Ciências Sociais e uma parte significativa de sua história. A maior parte dos ramos do saber, ou seja, das ciências, foi influenciada pela mesma base de pensamento. A ideia deste projeto interdisciplinar é elaborar um olhar sociológico sobre as outras ciências: humanas, exatas e biológicas.

1. Individualmente ou em grupos, escolha um dos seguintes ramos do saber: História, Geografia, Física, Matemática, Biologia, Química, Filosofia

2. Faça uma pesquisa em bibliotecas e na internet para saber quais foram os acontecimentos relevantes na história das Ciências Sociais entre os séculos XVIII, XIX e XX.

3. Com a ajuda de colegas que pesquisaram outros ramos do saber, elabore um quadro comparativo seguindo o modelo abaixo.




Sociologia

História

Geografia

Física

Matemática

Biologia

Química

Filosofia

Biografia dos primeiros cientistas

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Século em que se formou

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Primeiro curso em universidade

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Principais descobertas

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4. Observando o quadro, discuta com seus colegas:

a) Quais ciências são as mais antigas e quais são as mais novas? Quais fatores influenciaram o momento de surgimento e consolidação de cada disciplina ou ciência?

b) O que essas ciências têm em comum umas com as outras? Por que você acha que estes aspectos são semelhantes?

Conceitos-chave:

Capitalismo, modernidade, evolucionismo, ordem social, senso comum, positivismo, dialética, fatos sociais, ação social, relações de produção, teorias sociais, teoria da integração social, funcionalismo, estruturalismo, teoria da ação social, modo de produção, teoria da acumulação.



Revisar e sistematizar

1. Analise as condições histórico-sociais que explicam o aparecimento da Sociologia.

2. Por que se diz que as Ciências Sociais são ciências históricas?

3. Em equipe, escolham um dos autores clássicos da Sociologia (Durkheim, Weber ou Marx) e apresentem a concepção do autor escolhido acerca do seu método de apreensão da realidade social. A apresentação pode utilizar formatos diferentes, como música, história em quadrinhos, teatro, etc.

4. Escreva sobre a relação entre senso comum e ciência, mostrando quando e por que eles se afastaram ou se aproximaram.

5. Qual é a importância do conhecimento sociológico para entender a sociedade e, quando necessário, propor soluções para melhorá-la?

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Teste seus conhecimentos e habilidades

1. A mente moderna se comporta de maneira cada vez mais calculista e impessoal em função das novas exigências monetárias e econômicas. O mundo é transformado em um problema aritmético, todas as suas partes e fenômenos são dispostos por meio de fórmulas matemáticas. Ainda assim, mesmo os fatores que redundam em impessoalidade promovem uma subjetividade altamente pessoal.

MARZOSCHI, Samira Feldman. O animal eletrônico: dilemas do ciberativismo verde. Caderno CRH, Salvador, v. 28, n. 73, p. 127-145, jan./abr. 2015. p. 130-131.

Sobre o fragmento de texto podemos afirmar que:

a) expressa um elogio à mente mais racional do ser humano moderno.

b) expressa uma crítica à globalização neoliberal.

c) relaciona-se ao avanço do fundamentalismo religioso e novas práticas etnocêntricas.

d) a mente moderna é fundada nas relações pessoais e em uma subjetividade capturada pelo capital.

e) a racionalidade econômica pressupõe que as ações do indivíduo contemporâneo são fundadas em cálculos marcados pelo avanço do individualismo.



2. Analise a charge e assinale a alternativa que melhor caracteriza a sociedade moderna conforme Max Weber.

LEGENDA: Charge de Biratan, de 2011.

FONTE: Biratan/Acervo do artista

a) O capitalismo refere-se à imaginação sociológica que exige de nós que pensemos fora das rotinas familiares de nossas vidas cotidianas, a fim de que as observemos de modo renovado.

b) O capitalismo é cercado de contradições, conflitos, avanços e recuos, permanências e mudanças que ocorrem no interior da sociedade.

c) O capitalismo se expandiu em paralelo com a ascensão da ciência e da burocracia. A burocracia é um modo moderno de organizar um grande número de pessoas com base em critérios de impessoalidade.

d) Weber acreditava, como Durkheim e Marx, que as estruturas na sociedade existiam externa ou independentemente dos indivíduos.

e) O capitalismo relaciona-se basicamente com o crescimento das fábricas e da produção industrial, como também das desigualdades e lutas sociais.



3. Em relação a fenômenos como as desigualdades raciais, de gênero e sociais, as Ciências Sociais têm como papel principal:

a) naturalizar os fenômenos sociais, visto que são intrínsecos à sociedade moderna.

b) mostrar a ordem natural dos fenômenos físicos, sociais e culturais.

c) buscar soluções e promover ações de assistência social às minorias sociais.

d) resguardar a memória dos povos.

e) desnaturalizar as condições de pobreza, os preconceitos e as discriminações sociais.



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Descubra mais

As Ciências Sociais na biblioteca

MARTINS, Carlos. O que é Sociologia. 57ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2001.

Este livro explicita, de forma concisa, em que consiste a disciplina da Sociologia e o seu objeto de estudo.

BAUMAN, Zygmunt; MAY, Tim. Aprendendo a pensar com a Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.

Partindo de temas do dia a dia, os autores mostram como a Sociologia pode ampliar o olhar sobre aspectos aparentemente triviais.

As Ciências Sociais no cinema

Rocco e seus irmãos, 960, Itália, direção de Luchino Visconti.

Longa-metragem de ficção que conta a saga de uma família italiana que migra para o norte do país, fugindo da miséria. Esse novo contexto de sobrevivência provoca conflitos na família.

LEGENDA: Cena do filme Rocco e seus irmãos, de 1960.

FONTE: Photononstop/Agência France-Presse



Capitalismo: uma história de amor, 2009, Estados Unidos, direção de Michael Moore.

O cenário é o do capitalismo recente sob o domínio das corporações, em plena crise financeira global de 2008, e o seu impacto na vida dos norte-americanos.



O enigma de Kaspar Hauser, 1974, Alemanha, direção de Werner Herzog.

A partir do caso de um homem que cresceu isolado da sociedade, destaca o papel da linguagem e da cultura para o desenvolvimento social do indivíduo.

As Ciências Sociais na rede

Biblioteca Virtual de Ciências Humanas. Centro Edelstein de Pesquisas Sociais. Disponível em: www.bvce.org. Acesso em: 29 jun. 2015.

Este site disponibiliza livros e artigos sobre a sociedade da informação em várias línguas. Todos os textos podem ser consultados gratuitamente.

Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Disponível em: www.cebrap.org.br. Acesso em: 29 jun. 2015.

Referência entre os centros de pesquisa da área de ciências humanas no país, desenvolve importantes estudos, disponibilizando-os para acesso na internet.



Revista Brasileira de Ciências Sociais. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?pid=0102-6909&script=sci_serial. Acesso em: 29 jun. 2015.

Periódico on-line que reúne trabalhos e pesquisas desenvolvidos recentemente na área de Ciências Sociais.



Sociedade Brasileira de Sociologia. Disponível em: www.sbsociologia.com.br. Acesso em: 29 jun. 2015.

Entidade jurídica sem fins lucrativos que busca promover o ensino e a pesquisa na área da Sociologia.



Bibliografia

ARON, Raymond. Apud CASTRO, Anna M. de; DIAS, Edmundo (Org.). Introdução ao pensamento sociológico. Rio de Janeiro: Eldorado, 1974.

ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

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BAUMAN, Zygmunt. Por uma Sociologia crítica: um ensaio sobre o senso comum e emancipação. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.

BAUMAN, Zygmunt; MAY, Tim. Aprendendo a pensar com a Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.

BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade: tratado de Sociologia do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 1973.

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LEGENDA: Capa do livro A sociedade dos indivíduos, de Norbert Elias (Jorge Zahar Ed.)

FONTE: Reprodução/Jorge Zahar Editor

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LEGENDA: Capa do livro Ensaio sobre a Dádiva, de Marcel Mauss (Ed. Cosac Naify).

FONTE: Reprodução/Ed. Cosac & Naify

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WEBER, Max. Economía y sociedad: esbozo de Sociología comprensiva. Bogotá: Fondo de Cultura Económica, 1977. v. 1.

WEBER, Max. A política como profissão e vocação. São Paulo: Folha de S.Paulo, 2015. p. 315-368.



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CAPÍTULO 2 - Viver em sociedade: desafios e perspectivas das Ciências Sociais

LEGENDA: Cruzamento movimentado em bairro comercial de Hong Kong, China, em 2015.

FONTE: AsiaTravel/Shutterstock



ESTUDAREMOS NESTE CAPÍTULO:

as motivações e as estratégias empregadas pela Sociologia, pela Antropologia e pela Ciência Política no estudo da sociedade contemporânea. Ao evidenciar e explicar fenômenos como as desigualdades sociais - demonstrando que não são "naturais", e sim sociais -, as Ciências Sociais desvendam os mecanismos de dominação social. Nas próximas páginas, você vai conhecer outros fenômenos e abordagens, bem como aprimorar a sua capacidade de investigar, indagar e refletir sobre a sociedade em que vive.

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As transformações da sociedade

De alguma maneira todos interagimos com os fatos que acontecem no mundo, seja porque os estudamos, seja por estarmos informados sobre a nossa comunidade, cidade, país e o mundo: um show, eleições, um desastre aéreo, a safra recorde de grãos, a reforma da escola, as recentes crises econômicas mundiais, entre tantas outras ocorrências.

No caminho para a escola, para o trabalho ou em outros percursos diários, mesmo sem querer, vamos sendo informados sobre notícias divulgadas pelas emissoras de rádio, pelas conversas paralelas que ouvimos nas ruas e nos transportes públicos, pelas manchetes que estampam as capas de revistas e jornais nas bancas e pelas publicações nas redes sociais. É uma quantidade enorme de informações que nos dizem e não nos dizem respeito.

A principal função dos meios de comunicação é nos manter informados sobre os acontecimentos. Na maioria dos casos, a repercussão das informações veiculadas adquire proporções gigantescas, parecendo fugir ao nosso controle. Mas como se chegou a esse ponto? É preciso ter em mente que vivemos em sociedade. Isso significa que participamos de um complexo conjunto de grupos sociais que têm laços entre si por meio do idioma, da cultura e das relações pessoais, produtivas e de trabalho entre as pessoas. Assim, indivíduo e sociedade influenciam um ao outro o tempo todo. O filósofo e sociólogo francês Edgar Morin (1921-) mobiliza nossa compreensão sobre a relação entre indivíduo e sociedade, que diz respeito à nossa própria forma de organização social.



O ser humano define-se, antes de tudo, como trindade indivíduo/sociedade/espécie: o indivíduo é um termo dessa trindade. Cada um desses termos contém os outros. Não só os indivíduos estão na espécie, mas também a espécie está nos indivíduos; não só os indivíduos estão na sociedade, mas a sociedade também está nos indivíduos, incutindo-lhes, desde o nascimento deles, a sua cultura. [...] a cultura e a sociedade permitem a realização dos indivíduos; as interações entre os indivíduos permitem a perpetuação da cultura e a auto-organização da sociedade.

MORIN, Edgar. O método 5: a humanidade da humanidade. 3ª ed. Porto Alegre: Sulina, 2005. p. 51-52.

FONTE: Felipe Rocha/Arquivo da editora

O século XX e as duas primeiras décadas do século XXI apresentaram profundas e intensas transformações no modo de viver em sociedade: fronteiras e alianças entre países se alteram; as grandes potências tentam manter sua posição dominante; muitos povos e nações clamam por paz e justiça; avanços tecnológicos surpreendem; a quantidade e a variedade de informações aumentam; artistas e ativistas buscam ser ouvidos, vistos ou lidos. As estruturas familiares se diversificam; instituições tradicionais da política ora ganham, ora perdem credibilidade; a economia se torna mundialmente interligada. Regimes políticos entram em colapso; mobilizações sociais convergem e divergem sobre problemas e soluções para os problemas



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de seu tempo. Estamos imersos em mudanças que afetam nossos hábitos, costumes, modo de pensar, estilo de vida, visão do mundo, forma de organizar a vida coletiva. As mudanças sociais resultam de fatores culturais, políticos, econômicos, religiosos que intervêm nas diversas dimensões da sociedade, dando-lhe outro sentido.

Ao analisarmos tantas e tão aceleradas mudanças, poderemos perceber o que é "ser contemporâneo". Ser contemporâneo é "estar no mundo", no presente, participar do "aqui e agora" e, de certo modo, captar os anseios do nosso tempo.

FONTE: Elio Rizzo/CB/DA Press

FONTE: Pascal Rossignol/Reuters/Latinstock

FONTE: Matt Rourke/Associated Press/Glow Images

LEGENDA DAS FOTOS: Cenas da vida contemporânea: jovens fazem grafitagem em Guará, região administrativa de Brasília (DF), em 2011; voluntária dá aula de francês para imigrantes em Calais, França, em 2015; trabalhador opera robô em indústria de produtos plásticos em Hatfield, Estados Unidos, em 2013. Entre outros aspectos, as Ciências Sociais se dedicam a estudar as características e as transformações da cultura, das tecnologias, dos direitos políticos e das relações sociais.

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Mesmo com a quantidade de notícias que recebemos, algumas mudanças passam despercebidas porque, na maioria dos casos, já estamos acostumados às transformações e ao seu ritmo e amplitude: chips minúsculos controlam grandes máquinas e sistemas; a caneta que usamos na escola muitas vezes nem é produzida em nosso país; computadores são fabricados em formatos e tamanhos variados; telefones celulares nos conectam com inúmeros lugares e pessoas. Com as constantes mudanças tecnológicas, temos a necessidade de nos adaptar a valores e situações em rápida mutação.

Embora de modo heterogêneo e em diferentes graus, as tecnologias e os processos de modernização vão aproximando, cada vez mais, campo e cidade. Tal aproximação, contudo, não significa o desaparecimento de determinados hábitos e características do mundo rural, trazendo novos desafios interpretativos para as Ciências Sociais.

Para aqueles que têm acesso à comunicação, o mundo torna-se "pequeno", muito próximo, mas não necessariamente mais igual. As relações sociais continuam assimétricas, entre pessoas e nações. Embora a realidade em nosso entorno se mostre com novas roupagens, o modo como a sociedade se organiza perdura em suas características gerais.

Os cientistas sociais indagam constantemente sobre o que se altera e o que permanece, o que rompe com estruturas antigas e o que se constitui como novo na sociedade. As Ciências Sociais analisam e tentam explicar o que está acontecendo nos âmbitos político, econômico, cultural e social da realidade complexa que existe sob a aparência das mudanças sociais.

Vida em sociedade

No jornal, uma notícia chama a atenção ao informar que uma professora do Ensino Médio passou a postar na internet os conteúdos das aulas e as atividades a serem realizadas pelos alunos. Segundo a matéria jornalística, além de fortalecer a participação dos alunos nas atividades escolares, a iniciativa estimulou a adesão de alguns pais e ex-alunos. Formou-se o que podemos chamar de um "grupo de interesse". Uma notícia como essa revela algo da sociedade em que vivemos: estamos em interação constante, cada vez mais por meio de novas formas de redes sociais de comunicação.

LEGENDA: Bate-papo com os rappers Emicida e Rael da Rima em escola estadual de São Paulo (SP), em 2015.

FONTE: Tiago Queiroz/Agência Estado



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