as dificuldades financeiras e sociais também nos países europeus. Desde
sistema capitalista, afirma Castel - não estão integrados socialmente, não
produzem nem consomem.
A "inutilidade social" daqueles que não têm lugar no mercado de trabalho
política. Esses indivíduos ficam desprovidos da cidadania, o que agrava as
desigualdades sociais. A sociedade de maneira geral, por meio de suas
instituições, costuma estabelecer critérios para o acesso dos cidadãos aos
sem endereço fixo, por exemplo, tende a permanecer em situação precária.
Isso ocorre na medida em que o emprego formal (que garante direitos) e o
qualificado (que remunera melhor), as vagas em escolas e creches, o acesso
ao consumo e o reconhecimento social são destinados prioritariamente àqueles
que têm como atestar suas qualificações e habilidades, suas condições de
vida, de saúde e de cidadania.
Os países desenvolvidos ainda são os que mais atraem trabalhadores de
outros países. Porém, cada vez mais trabalhadores migram das economias
avançadas, particularmente dos países europeus, para países em
desenvolvimento, à procura de trabalho que garanta melhores condições de
vida para si e suas famílias. De acordo com relatório da OIT (2013), há 231,5
milhões de pessoas vivendo em países diferentes daquele onde nasceram.
Esses grandes fluxos migratórios são provocados por diversos fatores políticos,
econômicos e culturais, entre outros (guerras, conflitos étnicos, crise, escassez
de emprego e oportunidades de trabalho, etc.) e têm aumentado neste início de
século.
Ainda segundo a OIT, embora tenha havido redução da pobreza entre os
trabalhadores do mundo, no início dos anos 2000, cerca de 900 milhões de
trabalhadores nos países em desenvolvimento ainda não atingiram uma renda
de US$ 2 por dia e permanecem pobres, representando um terço do total dos
trabalhadores.
LEGENDA: Homens de diferentes partes da África e da Ásia em campo de
refugiados em Calais, na França. Foto de 2016. Conflitos e guerras também
afetam as oportunidades de trabalho, levando milhões de pessoas a procurar
melhores condições de sobrevivência em outros países.
FONTE: Philippe Huguen/Agência France-Presse
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