Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



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A educação e os jovens no Brasil

São complexas as relações dos jovens com a educação no Brasil. Observando

a oferta de educação formal para os jovens, vemos que cresceu o número de

matrículas   no   Ensino   Médio:   no   início   dos   anos   1990   eram   menos   de   4




milhões,   número   que   passou   para   mais   de   9   milhões   de   estudantes

matriculados na primeira década do século XXI.

Porém, como vimos, apenas 61,1% dos 10,4 milhões de jovens entre 15 e 17

anos estavam matriculados no Ensino Médio. Dos jovens dessa faixa etária,

15,7%   sequer   estudavam,   ou   por   terem   abandonado   os   estudos   ainda   no

Ensino Fundamental, ou por nunca terem ido à escola. Os demais estavam

defasados   e   ainda   cursavam   o   Ensino   Fundamental.   Também   é   baixo   o

número de concluintes do Ensino Médio.

O   que   acontece   com   os   jovens?   A   luta   pela   sobrevivência   no   mercado   de

trabalho (ou às margens dele) os tira da escola antes da hora? A escola não

lhes desperta interesse?

Primeiramente, é preciso se perguntar qual é a finalidade do Ensino Médio em

nosso país: cultura geral ou profissional? De um lado, temos a proposta de um

ensino de caráter humanístico, que visa dar ao aluno uma formação geral e

básica.   De   outro   lado,   há   os   que   defendem   um   ensino   "profissionalizante",

destinado a encaminhar os jovens para o mercado de trabalho. Esse dilema

nos coloca face a face com a relação entre educação e trabalho, evidenciando

que juventude e formação para o trabalho são temas ainda pouco discutidos

em nossa sociedade.

Educação   e   qualificação   profissional,   no   entanto,   não   são   sinônimos.   O

trabalho significa a possibilidade de independência econômica, enquanto se

espera da escola o desenvolvimento de saberes para o aperfeiçoamento do ser

humano em vários aspectos.

Porém,   enquanto   persistirem   as   desigualdades   sociais,   muitos   jovens

continuarão   abandonando   os   estudos   para   buscar   complementar   a   renda

familiar e, assim, estarão mais restritos para se inserir profissionalmente.

Adolescentes do programa Jovem Aprendiz reformam móveis do Palácio do

Planalto,   sede   da   Presidência   da   República,   em   Brasília   (DF),   em   2010.

Programas como esse se propõem a inserir o jovem estudante no mercado de

trabalho.

FONTE: Lula Marques/Folhapress



Fim do complemento.


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