social.
FONTE: Filipe Rocha/Arquivo da editora
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Tanto o tema das classes sociais quanto o da estratificação social são muito
discutidos na literatura sociológica, por comportarem diferentes concepções de
divisão da sociedade. As sociedades ocidentais e algumas não ocidentais são
apresentadas divididas em estratos e/ou camadas, ou seja, indivíduos e grupos
estão dispostos de modo hierárquico na estrutura social.
LEGENDA: Charge de Samuca. A divisão em classes segundo a faixa de renda
é considerada insuficiente pela maioria dos cientistas sociais.
FONTE: Samuca/Acervo do artista
Uma das diferenças notáveis na concepção de classe social entre autores
clássicos é que, para Weber, de algum modo, o fenômeno de estratificação
social traduz, de modo simplificado, a presença de classes sociais na
sociedade ocidental em diferentes tempos históricos: na sociedade antiga
(escravos e senhores), na medieval (servos e senhores) e na moderna
(trabalhadores e capitalistas). Marx, por sua vez, via o surgimento das classes
sociais como um fenômeno histórico próprio da sociedade capitalista moderna,
que comporta uma estrutura de classes: as relações fundamentais entre os
burgueses (capitalistas) e o proletariado (trabalhadores). Assim, a estratificação
social seria um artifício para explicar a sociedade dividida, e não se confunde
com o fenômeno das classes sociais.
O quadro a seguir sintetiza os critérios adotados por Marx e por Weber ao
analisar as classes sociais, além de trazer a contribuição de dois sociólogos
contemporâneos, o estadunidense Erik Olin Wright (1947-) e o francês Pierre
Bourdieu (1930-2002), que acrescentam novos fatores ao estudo das classes
sociais. Entre esses fatores, estão as diferenças de poder que Olin Wright
assinala dentro da classe trabalhadora, de acordo com o cargo ocupado, e a
visão de Bourdieu sobre o papel do conhecimento e da cultura na sociedade
moderna.
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