sedução e até a própria educação, os valores e a moral. Essas relações
A concepção hegemônica de família que tem persistido nos últimos séculos é a
de um grupo social constituído, basicamente, pelas figuras do pai, da mãe e
dos filhos, o que se convencionou denominar família nuclear. Nos dias de
hoje, porém, o Estado reconhece como famílias outros tipos de grupo: mães e
pais solteiros, cada qual com seus filhos, crianças criadas por seus avós e
casais sem filhos. Outra configuração familiar hoje reconhecida pelo Estado é
aquela em que a relação afetiva se dá entre pessoas adultas do mesmo sexo,
além de famílias com filhos de outras uniões.
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O grupo familiar tende a se manter unido por relações sociais, econômicas e
afetivas, mesmo quando seus membros não residem no mesmo domicílio. Se
incluirmos nesse conjunto os ascendentes, os descendentes e os que se
agregam ao grupo familiar indiretamente, estaremos nos referindo à família
extensa.
Também se discute nas Ciências Sociais o sentido de outros tipos de laços
familiares extensivos, como as relações profissionais entre patrões e
empregados domésticos, muitas vezes incluídos na ideia de família. Um
exemplo disso são casos em que empregadas domésticas vivem com a família
que as contrata, participando ativamente da vida familiar e com ela se
envolvendo emocionalmente. Embora essas dimensões de trabalho e
afetividade encontrem-se misturadas e estejam presentes em muitas famílias
na sociedade brasileira, serviram também para disfarçar uma relação de
emprego e manter as trabalhadoras domésticas distantes dos direitos do
trabalho. O filme Doméstica, dirigido por Gabriel Mascaro em 2012, nos faz
refletir sobre essa realidade.
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