viabilizam a sobrevivência dos indivíduos. Valem-se do grupo doméstico e, em
alguns casos específicos, da vizinhança e de outros tipos de comunidade,
como clubes e associações de bairro, para garantir sua manutenção. A
antropóloga brasileira Cynthia Sarti (1941-) observou famílias de trabalhadores
de baixa renda e percebeu que aquele que era responsável por prover o
sustento da casa teria a preferência para alimentar-se (quando havia
alimentos), e os demais comeriam depois. Tal costume seria uma forma de
assegurar àqueles indivíduos as condições mínimas necessárias para o
trabalho e, assim, garantir a sobrevivência de toda a família. Esse exemplo
ilustra bem a forma como o interesse do coletivo (família) pode se sobrepor ao
interesse individual.
Outros estudos das Ciências Sociais mostram que, em famílias de classe
média e alta, existem formas de o grupo investir coletivamente em seus
membros, o que garante a manutenção ou ascensão de seu status social. Os
pais podem priorizar que apenas um dos filhos frequente uma escola particular
ou possa cursar o ensino superior sem precisar trabalhar simultaneamente, por
exemplo, por entenderem que esse investimento terá retorno em benefício do
coletivo. Algumas mães de classe média também optam por não dar
continuidade a suas carreiras profissionais, pensando que seu tempo pode ser
mais bem empregado cuidando das atividades voltadas à família e ao
desenvolvimento dos filhos.
LEGENDA: Em muitas famílias, a noção de comunidade é importante, por
exemplo, para criar vínculos que permitam que os pais trabalhem enquanto os
filhos ficam em casa. Na foto, crianças brincam na rua na região administrativa
de Ceilândia, no Distrito Federal. Foto de 2012.
FONTE: Iano Andrade/CB/D.A Press
Fim do complemento.
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