em sal". Os soldados eram pagos com sal (soldo) no Império Romano.
Fim do glossário.
111
LEGENDA: Iluminura que ilustra um manuscrito do século XIII na qual os
camponeses trabalham sob a fiscalização do senhor de terras.
FONTE: Archivo Iconografico/Arquivo da editora
O momento histórico de transição do regime feudal para o modo de produção
capitalista, incluindo os contextos revolucionários estudados no Capítulo 1,
marcou uma fase de profundas transformações institucionais. Esse processo
resultou no chamado capitalismo industrial, uma sociedade em que
predominava a produção nas manufaturas e nas primeiras indústrias.
Durante a constituição do capitalismo industrial, no século XVIII, firmou-se o
trabalho assalariado, reservado aos indiví duos que não dispunham de posses.
Por isso, eles precisavam vender ou alugar sua força de trabalho - energia
física e mental despendida para realizar atividades - em troca de uma
remuneração que garantisse seu sustento. No entanto, o pagamento recebido
pelo trabalhador não correspondia ao valor daquilo que ele produziu. Essa
diferença, que é apropriada pelo detentor dos meios de produção, é
denominada mais -valia por Marx.
Aos poucos, essa transformação envolveu toda a estrutura da sociedade, que,
sendo capitalista, mercantiliza, ou seja, transforma em mercadoria muitas de
suas relações sociais, incluindo as de trabalho. O capitalismo, como um
sistema de organização da produção material que se baseia na propriedade
privada, conjuga capital e trabalho. O capital é o conjunto dos bens e meios de
produção (como as máquinas, as ferramentas, os equipamentos, a terra, as
instalações, o dinheiro, etc.) que são valorizados e multiplicados graças ao
trabalho físico e/ou mental realizado por aqueles que apenas dispõem de sua
força como moeda de troca. Por isso, dizemos que o trabalho incorpora valor
aos bens, ou seja, por meio do trabalho o ser humano transforma a natureza e
a si próprio.
A noção de que o trabalho é uma atividade dignificante foi construída
historicamente. Na obra A ética protestante e o espírito do capitalismo, o
sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) mostrou que, em países de maioria
protestante, uma conduta alinhada a essa ética religiosa impulsionou o
capitalismo. Segundo a ética católica, trabalhar ou sustentar-se com o trabalho
dos outros, como faziam os monarcas e a nobreza europeia, era indiferente à
salvação da alma após a morte. A salvação poderia ser conquistada por meio
do arrependimento dos pecados e da penitência, além da caridade e de outras
ações vistas como boas.
Glossário:
manufatura: forma de produção que reunia em galpões artesãos e artífices
que, com instrumentos e ferramentas simples, tiveram seu trabalho dividido e
posto sob a coordenação de supervisores. As manufaturas deram origem às
primeiras fábricas com a introdução de máquinas, a partir do século XVIII.
Fim do glossário.
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