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Precarização do trabalho
A precarização do trabalho significa, entre outras coisas, instabilidade em
suas condições gerais e mudanças na atividade laboral, como ritmos
intensificados, aumento da jornada diária, situações física e psicologicamente
extenuantes para o trabalhador. Também caracteriza o trabalho precário a
introdução de novas regras salariais, como a remuneração variável, que
combina um salário fixo e um ganho extra variável, de acordo com a
produtividade alcançada. Há ainda as alterações contratuais que, ao facilitarem
os trâmites e a burocracia para a demissão de empregados, como é o caso dos
chamados temporários, aumentam a sensação de insegurança no trabalhador.
Os sociólogos franceses Luc Boltanski (1940-) e Ève Chiapello (1965-), em sua
obra O novo espírito do capitalismo (2009), afirmam que a nova política de
contratação e as novas organizações da estrutura empresarial (que é global)
permitem que o empregador, ao subcontratar a mão de obra, possa ocultar que
é o empregador. É o caso de grandes empresas norte-americanas de celulares
que transferiram sua produção para empresas fornecedoras na China. Os
estudos sobre o trabalho nessas fábricas demonstram a precariedade do
trabalho e das condições em que são produzidos modernos celulares,
computadores e outros tipos de eletrônico.
LEGENDA: A charge de Angeli, de 2013, ironiza a exploração do trabalhador
em condições análogas à escravidão.
FONTE: Angeli/Acervo do artista
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