sentir dor.
Do encontro de diferentes grupos podem surgir afinidades, mas também
cultural. Ele é morador da Cidade de Deus, pobre e negro. Ao começar a
LEGENDA: Protagonista do filme Cidade de Deus, Buscapé (interpretado por
Alexandre Rodrigues) se vê em crise de identidade, depois que começa a
conviver com uma realidade muito diferente daquela em que cresceu.
FONTE: O2 Filmes/VideoFilmes/Hank Levine Film
É a partir da nossa identidade cultural que construímos a ideia de "eu", "nós" e
"outros". A forma como o fazemos muitas vezes põe em evidência fronteiras
sociais ligadas à classe socioeconômica, à etnia, ao gênero, ou a outros
fatores, como o bairro onde moramos, os programas de TV que gostamos, o
tipo de roupa que preferimos, etc. Por meio desses e de muitos elementos
combinados, identificamos "semelhantes" e "outros" nas pessoas com quem
compartilhamos a vida social. Essa diferenciação, porém, também pode
originar tendências etnocêntricas. Uma manifestação extrema dessa
incompreensão do outro são as chamadas "teorias" sociais racistas.
No contexto do colonialismo do século XIX, emergiram diversas "teorias"
racistas que tomaram a forma de "teorias sociais", pois procuravam
justificações imediatas sobre a realidade social e política. Os países europeus
precisavam do aval da ciência para justificar suas ações imperialistas na África
e na Ásia, bem como as ações pregressas durante a colonização das
Américas, quando subjugaram indígenas e negros, forçando-os ao trabalho
doméstico e na lavoura. Nestes casos, as teorias sociais racistas desobrigavam
os grupos dominantes europeus de tratarem como humanos os indígenas e
negros escravizados, uma vez que não eram considerados "semelhantes", e
sim "inferiores". Vejamos no quadro da próxima página algumas dessas
"teorias", que hoje são totalmente rechaçadas e recusadas pelas Ciências
Sociais, pois não têm validade científica alguma.
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