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A religião na visão da Sociologia clássica
Um dos desafios das Ciências Sociais ao tratar do fenômeno religioso é que
ele abarca dois universos: o espaço privado, relativo à intimidade, e o espaço
público, que lhe dá o caráter social. Os autores clássicos da Sociologia
voltaram seu olhar para a religião como um fenômeno social e procuraram
interpretá-lo, sobretudo por sua capacidade de garantir a coesão social e por
produzir nos indivíduos a crença em algo que os ultrapassa.
Auguste Comte
A obra do francês Auguste Comte (1798-1857) identifica o fenômeno religioso
como um estágio relativamente "primitivo" da evolução social e cultural da
humanidade, que ele chama de "estado teológico". Nessa fase, o ser humano
tenderia a passar, gradativamente, da crença em muitos deuses (politeísmo)
para a crença em um deus único (monoteísmo). Para elaborar tal teoria de
caráter evolutivo, Comte procurou demonstrar que a História é o
desenvolvimento evolutivo-temporal do espírito humano, entendendo que, após
uma segunda fase, classificada por ele como metafísica, haveria um terceiro
estágio "mais aprimorado" da humanidade, fundado na razão e na ciência. Veja
abaixo um esquema analítico.
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