suas partes se integram num todo harmonioso. Em uma sociedade pré-
unem-se em torno dela.
Com o desenvolvimento da sociedade industrial moderna, ocorre a
especialização de funções - a chamada divisão do trabalho social. Para
Durkheim, nessa sociedade manifesta-se a solidariedade orgânica: como
dependem uns dos outros para complementar suas funções, os indivíduos
manteriam a coesão social. Porém, sem que se regule a divisão do trabalho, a
sociedade fica sujeita a conflitos. Por causa desse aspecto, críticos de
Durkheim alegam que sua teoria da integração estaria a serviço da ordem
social e do poder vigente.
O decorrer da história mostra que diversos obstáculos - valores, costumes,
tradições e ideologias que regem as relações entre as pessoas -
impossibilitam, muitas vezes, a integração social harmoniosa e abrangente. O
sociólogo brasileiro Florestan Fernandes (1920-1995) estudou, em 1953, o
preconceito racial e a integração do negro à sociedade paulista num momento
de transição da sociedade agrária escravista para uma capitalista urbana.
Fernandes identificou a existência tanto de condutas e crenças internalizadas,
que perpetuavam a exclusão social, quanto novas condições (como os
concursos públicos, impessoais), que abriam brechas para a integração social
dos afrodescendentes.
Os movimentos sociais reagem aos componentes de desintegração reunindo
excluídos de mesma natureza. Na sociedade globalizada, a integração ocorre
na heterogeneidade e nas particularidades locais, sociais e culturais, em uma
comunidade de interesses que não se deve mais apenas à proximidade física
ou pelo consenso nas ideias, mas pela diferenciação social e cultural.
FONTE: Filipe Rocha/Arquivo da editora
Fim do complemento.
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