do conhecimento científico e de modernas tecnologias dele derivadas.
Entretanto, riscos de outra ordem emergiram, criados pela própria ação
esgotamento de solos, risco de resíduos nucleares, assoreamento de rios e
águas pluviais, grandes enchentes, mortandade e extinção de espécies
animais e vegetais, entre outros acontecimentos.
Um exemplo recente de tragédia ambiental provocada pela ação humana
ocorreu com o rompimento de uma barragem de rejeitos de minérios em
Mariana (MG), em novembro de 2015. Nas atividades de mineração, o produto
a ser explorado economicamente (no caso, o ferro) é separado das demais
substâncias presentes nas rochas. Essas substâncias - entre as quais algumas
tóxicas, como o arsênico - são descartadas nesse tipo de barragem. Com o
rompimento da Barragem do Fundão, 35 milhões de metros cúbicos de rejeitos
foram despejados no rio Doce, um dos mais extensos da região Sudeste. Além
das mortes humanas provocadas pela enxurrada nas regiões mais próximas à
barragem, milhões de espécimes animais que viviam ao longo do rio morreram
sufocados pela falta de oxigênio, o que também prejudicou a atividade de
pescadores em todo o vale do rio Doce. Agricultores e pecuaristas que
utilizavam água desse rio foram afetados, bem como milhares de habitantes de
cidades nos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo que só tinham essa
fonte de captação de água. Ainda não se conhecem as consequências de
longo prazo deste que é considerado por muitos especialistas o maior desastre
ambiental no Brasil até hoje.
LEGENDA: Distrito de Bento Rodrigues, no município de Mariana (MG), após o
rompimento da barragem de rejeitos de uma mineradora, em novembro de
2015. O material continha substâncias altamente tóxicas.
FONTE: Hugo Cordeiro/Photograph/Nitro/Folhapress
Muitos dos riscos atuais ao ambiente resultam da intervenção humana.
O sociólogo alemão Ulrich Beck (1944-2015) interpretou que as mudanças
observadas nas últimas décadas do século XX estão nos levando a uma
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