particular em situações de risco fabricado. E hoje todos reconhecem o caráter
essencialmente fluido da ciência. Cada vez que uma pessoa decide o que
comer, o que tomar de café da manhã, se café descafeinado ou comum, ela
toma uma decisão no contexto de informações científicas e tecnológicas
conflitantes e mutáveis. [...] Seja qual for nossa perspectiva, vemo-nos
envolvidos num problema de administração de risco. Com a difusão do risco
fabricado, os governos não podem fingir que esse tipo de administração não
lhes compete. E eles precisam colaborar uns com os outros, uma vez que
muito poucos riscos de novo estilo têm algo a ver com as fronteiras nacionais.
Mas tampouco nós, como pessoas comuns, podemos ignorar esses novos
riscos - ou esperar a chegada de provas científicas conclusivas. Como con-
sumidores, cada um de nós tem de decidir se vai tentar evitar produtos
geneticamente modificados ou não. Esses riscos, e os dilemas que os
envolvem, penetraram profundamente em nossas vidas cotidianas. [...] mas o
equilíbrio de riscos e perigos se alterou.
GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole. 3ª ed. Rio de Janeiro: Record,
2003. p. 40-4.
LEGENDA: Obra dos artistas britânicos Tim Noble e Sue Webster exposta
durante feira de arte no Rio de Janeiro (RJ). O consumismo e o lixo gerado na
sociedade contemporânea são temas dos trabalhos da dupla.
FONTE: YASUYOSHI CHIBA/Agence France Presse
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