tiveram papel importante na produção agrícola e industrial do país. Esses
imigrantes constituíram famílias numerosas e, na condição de liberdade,
seus países de origem. Assim, agregaram à cultura local valores sociais e
famílias costumavam ser numerosas, e os filhos desde cedo compunham a
mão de obra para a lavoura.
LEGENDA: Agricultores japoneses fotografados na década de 1930, no Vale
do Ribeira, no estado de São Paulo.
FONTE: Reprodução/Museu Histórico da Imigração Japonesa, São Paulo, SP.
Com as modificações no campo - modernização e mecanização da agricultura,
diminuição da necessidade de mão de obra, antes essencialmente de origem
familiar, desenvolvimento da agroindústria -, na segunda metade do século XX,
muitas famílias migraram para os centros urbanos em busca de melhores
oportunidades. Essas famílias atuaram como agentes de mudança no Brasil
que se urbanizava, ao mesmo tempo que eram forçadas a se adaptarem à
moradia nas cidades, a novos modos de vida, ao trabalho industrial ou a
tarefas que desconheciam até então.
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Diante da impossibilidade de produzir para a própria subsistência no ambiente
urbano e das dificuldades por que passavam em razão da baixa remuneração,
esses grupos familiares se reorganizaram para viabilizar a participação de seus
membros no mercado de trabalho. Assim, enquanto os filhos mais velhos
exerciam atividades para complementar a renda das famílias, os filhos menores
de famílias pobres passaram a ser cuidados pelos irmãos mais velhos ou por
alguém da vizinhança, iam para creches ou ficavam sozinhos em casa,
dependendo da idade das crianças.
Mais que responsáveis pela reprodução biológica, as famílias são "unidades de
reprodução social". Nos espaços de convivência familiar, ocorre a socialização
permanente de seus membros, fundada em relações que reproduzem
ideologicamente e perpetuam determinados costumes, hábitos e padrões de
comportamento.
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