Intelectuais leem o mundo social
As reflexões do sociólogo inglês Anthony Giddens (1938-) enfocam as transformações ocorridas na modernidade. No trecho a seguir, extraído do livro Modernidade e identidade, ele nos faz pensar sobre como, por meio da aparência, é construída uma identidade.
Certos tipos de aparência e postura corporal simplesmente se tornam particularmente importantes com o advento da modernidade. Em muitas situações em culturas pré-modernas, a aparência era, em geral, padronizada em termos de critérios tradicionais. Modos de adorno facial ou de vestir, por exemplo, sempre foram até certo ponto meios de individualização; mas a medida que isso era possível ou desejável era em geral muito limitada. A aparência denotava principalmente a identidade social, mais que a identidade pessoal. A roupa e a identidade social não estão hoje inteiramente dissociadas, e a primeira continua sendo um instrumento de sinalização do gênero, da posição de classe e do status ocupacional. Modos de vestir são influenciados por pressões de grupo, propaganda, recursos socioeconômicos e outros fatores que muitas vezes promovem a padronização mais que a diferença individual. Mas o fato de que tenhamos uma palavra especial, o "uniforme", para referir estilos de vestir que são padronizados em relação a determinadas posições sociais indica que em outras situações a escolha da roupa é relativamente livre. A aparência para dizê-lo claramente [...] vira um elemento central do projeto reflexivo do eu.
GIDDENS, Anthony. Modernidade e identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. p. 95-96.
· O autor insinua em sua análise um complexo de ações e comportamento social muito próprio da juventude de hoje. Complete esse pensamento com exemplos concretos, contrastando identidade pessoal e identidade social.
Fim do complemento.
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