Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



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Trabalho em domicílio

No contexto da Revolução Industrial, o trabalho realizado pelo trabalhador em sua casa era uma modalidade amplamente difundida. Todos os membros da família se envolviam na produção das mercadorias, ainda que não estivessem diretamente ligados a ela. As fronteiras entre trabalho e família quase inexistiam.

Em razão da concentração do capital, da expansão da grande indústria, da ampliação do trabalho assalariado e das conquistas trabalhistas, o trabalho em domicílio tenderia a diminuir consideravelmente. O espaço do trabalho já não se confundia com a moradia do trabalhador: instrumentos de trabalho, máquinas e equipamentos integravam o ambiente próprio para as atividades laborais - o escritório, a fábrica, a loja, a oficina, etc. Essa distância física, entretanto, desde as últimas décadas do século XX, foi quebrada com o avanço das tecnologias de informação e comunicação (TIC): surgiram os trabalhadores a distância, conectados ao negócio por meio dos computadores, muitas vezes instalados em domicílio, com toda a informatização dos processos produtivos, associando ainda mais máquinas e equipamentos ao trabalhador.

Se o teletrabalho é uma das modalidades que emergiu a partir da revolução informacional desde os anos 1970, o trabalho em domicílio, isto é, quando o trabalhador o realiza em casa, também ganha espaço e, em alguns setores econômicos, torna-se uma realidade. Nesse caso, as fronteiras entre o tempo de trabalho e o de descanso desaparecem, tornando indistintos os espaços público, do trabalho, e privado, da casa.

Fim do complemento.

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Os direitos dos trabalhadores, conquistados pelas lutas sociais, visaram assegurar regras trabalhistas para conter a exploração do trabalhador. São conquistas quanto à segurança, à possibilidade de fazer carreira, de receber salários fixos ao final do mês. Acontece que esse processo se interrompeu nos anos 1970, por meio de políticas neoliberais que tentaram desconstruir os direitos do trabalhador e flexibilizar as práticas do trabalho, como resposta à série de crises que acabaram com a chamada "era dourada" do capitalismo, em curso desde 1945. Isso, somado ao processo de reorganização das empresas, que buscaram transferir a produção para novas fronteiras do trabalho, como a China e outros países de baixo custo de mão de obra, contribuiu para o aumento de formas de trabalho precário e que contrariam direitos humanos e as normas constitucionais. São exemplos disso o trabalho forçado, o trabalho infantil, as condições insalubres de trabalho, entre outros.

O geógrafo britânico David Harvey, em seu livro O novo imperialismo, destaca que vivemos hoje um regime de acumulação por espoliação. Esse processo inclui a expropriação de terras de populações pobres e a privatização de bens públicos, um processo histórico antigo que tem se atualizado como forma de acumulação do capital, e, por fim, a espoliação dos direitos da classe trabalhadora.

LEGENDA: Trabalhadores reciclam leitores de CD em uma oficina em Guiyu, na China, em 2015. A cidade é um dos principais locais de despejo de lixo eletrônico do mundo, recebendo até 15 mil toneladas de resíduos por dia. Os trabalhadores estão sujeitos a contaminação por metais pesados e a condições insalubres de trabalho e os moradores sofrem com a contaminação dos rios e solos.

FONTE: Tyrone Siu/Reuters/Latinstock


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