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A religião como instituição social
Em dezembro de 2007 foi oficializada, no Brasil, a Lei n. 11 635, que criou o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A comemoração na data de 21 de janeiro lembra o enfrentamento do preconceito e visa estimular, na sociedade, a valorização da diversidade religiosa. Você imagina qual foi a razão que levou à criação dessa data? Pensando na realidade mundial, considera necessário esse tipo de ação?
DIA NACIONAL DE COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Com apoio da Fundação Cultural Palmares, Comissão de Combate à Intolerância Religiosa lança livro e DVD sobre o tema
Cerca de 300 participantes - religiosos das mais diversas vertentes, além de autoridades governamentais - prestigiaram o lançamento do livro e do DVD Caminhando a gente se entende, realizado na última segunda-feira, 23/1 [de 2012], no auditório Gilberto Freyre, no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. [... ]
O lançamento do livro integrou as comemorações pelo 21 de janeiro - Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. [... ]
O babalaô Ivanir dos Santos, interlocutor da CCIR e mediador da solenidade, anunciou que, com esse evento, o objetivo da Comissão era "compartilhar momentos de refl exão sobre o sentido da liberdade religiosa".
LEGENDA: Logotipo do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.
FONTE: Reprodução/http://www.ileorixa.com.br
Disponível em: www.palmares.gov.br/?p=17449. Acesso em: 7 dez. 2015.
Você deve ter aprendido nas aulas de História sobre o papel determinante da religião em diferentes períodos tanto na vida privada quanto nas relações políticas e econômicas e das instituições religiosas. Isso mudou? O avanço da Ciência e seus desdobramentos na vida social proporcionam o declínio das religiões? Em sua opinião, as pessoas acreditam mais ou menos nessas instituições? Podemos atribuir à religião a responsabilidade de incitar atos violentos? Existe alguma relação entre globalização e atos religiosos fundamentalistas? Como as Ciências Sociais analisam o papel da religião nas relações sociais contemporâneas? Quais são as limitações nas atuações sociais e políticas das instituições religiosas em um Estado laico, isto é, não orientado por uma religião? Essas são algumas das indagações apresentadas e esclarecidas neste capítulo.
As Ciências Sociais desmitificam ideias, concepções e preconceitos acerca das relações sociais e dos acontecimentos políticos, culturais, econômicos e religiosos. Por meio do processo de desnaturalização, elas demonstram que fenômenos aparentemente naturais têm caráter social e histórico, isto é, são produtos de relações sociais contextualizadas no tempo e no espaço. Seguindo tal linha de pensamento, vamos analisar a religião como instituição social.
Valendo-se das teorias para explicar a dimensão social, as Ciências Sociais procuram compreender quais elementos da realidade empírica e histórica e quais do pensamento lógico justificam ("tornam natural") um modo de ser de uma sociedade, de um grupo e mesmo de uma classe social.
Glossário:
babalaô: no candomblé, é a denominação dada ao sacerdote do orixá Ifá, responsável pelas adivinhações no jogo. No Brasil, é muitas vezes também babalorixá ou pai de santo, o líder espiritual de um terreiro.
Fim do glossário.
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De um lado, a religião é um fenômeno muitas vezes vivido sem questionamentos, de forma aparentemente espontânea, pelos indivíduos e grupos sociais em seu cotidiano; de outro lado, a religião é passível de explicação científica como um fato presente em muitas sociedades; nesse caso, é um fenômeno social. O trabalho da Sociologia é "desnaturalizar" os fenômenos sociais, problematizando-os e mostrando sua origem, seus elementos constitutivos e suas relações com outros fenômenos. Émile Durkheim (1858-1917) diria que a religião é um fato social por ser observável e assimilado pelos indivíduos e grupos, existindo na extensão de uma determinada sociedade.
FONTE: Filipe Rocha/Arquivo da editora
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