participação política, ou seja, a se organizar, reivindicar e cobrar do Estado seus direitos. Entre essas cobranças, foram exigidos o direito de a população se manifestar socialmente - de poder, legitimamente, pressionar por mudanças - e a garantia do voto direto nas eleições para seus representantes.
LEGENDA: Multidão reunida na Praça da Sé, em São Paulo (SP), durante evento das Diretas Já, em 1984. O público podia acompanhar no placar quais deputados votavam a favor ou contra a emenda que poderia garantir a volta das eleções diretas para presidente.
FONTE: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
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Nas últimas décadas do século XX, os movimentos sociais se multiplicaram. Em nome do direito à cidadania, pressionaram prefeitos, governadores e o governo federal a atender suas reivindicações. A transformação das necessidades da população em direitos é um dos aspectos fundamentais dos movimentos sociais.
A antropóloga e cientista política brasileira Eunice Durham (1932-) analisa que, desde a construção do Brasil como nação, o povo brasileiro esteve submetido a relações autoritárias e à política da troca de favores com seus representantes ou governantes, o que contribuiu para enfraquecer os direitos de cidadania. A importância de elevar as necessidades das classes populares à conquista de direito - à moradia, ao trabalho, à saúde, à educação, entre outros - está em assegurar que tais questões sejam tratadas na esfera pública, não na esfera privada.
LEGENDA: Professores da rede municipal de ensino ocupam plenário da Câmara municipal de Ouro Preto (MG), em paralisação pelo pagamento do piso salarial. Foto de 2014.
FONTE: Eliseu Damasceno/Futura Press
A transformação de necessidades em direitos graças à pressão legítima dos movimentos sociais redefiniu a cidadania.
Boxe complementar:
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