Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim


Juventude: um tempo de preparação e responsabilidades



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Juventude: um tempo de preparação e responsabilidades

FONTE: Filipe Rocha/Arquivo da editora

Atualmente, a condição de adulto é reconhecida socialmente quando se supõe que o indivíduo completou seu desenvolvimento biológico, psíquico e emocional, bem como atingiu um potencial para exercer a cidadania plena. Assim, o adulto é aquele considerado capaz de trabalhar para sustentar a si e a outros; de maneira geral, está pronto para gerar e cuidar de filhos e para tomar decisões na sociedade, o que implica uma mudança tanto nos direitos como nos deveres.

No século XX, diante das exigências da sociedade industrial, análises sociológicas e históricas consideraram a juventude um tempo de preparação para tarefas complexas, relativas à produção e a relações sociais mais diversificadas. Ultimamente, atribui-se à escola o papel de preparar as pessoas para a vida adulta e, com isso, desenvolveu-se a ideia de que os jovens, até certa idade, deveriam ficar livres das obrigações produtivas e do trabalho, mas com o dever e a oportunidade de estudar. Nesse sentido, a juventude seria um tempo socialmente dedicado à formação para a cidadania, e o Estado deveria garantir as condições para tal.

Muitos autores, porém, criticaram essa ideia, afirmando que ela tem um viés classista. Isso porque ela se aplica apenas aos filhos das classes socialmente privilegiadas, enquanto filhos de trabalhadores pobres têm dificuldades de acesso à escola e muitas vezes precisam trabalhar desde a infância.

Cabe-nos, portanto, fazer uma distinção entre condição juvenil e situação juvenil:



Condição juvenil é o modo como uma sociedade constitui e atribui significado a esse momento do ciclo da vida, que alcança uma abrangência social maior, referida a uma dimensão histórico-geracional.

Situação juvenil diz respeito à maneira como tal condição é vivida a partir dos diversos recortes referidos às diferenças sociais - classe, gênero, etnia, etc.

ABRAMO, Helena. Condição juvenil no Brasil contemporâneo. In: ABRAMO, Helena; BRANCO, Pedro (Org.). Retratos da juventude brasileira: análises de uma pesquisa nacional. São Paulo: Fundação Perseu Abramo/Instituto Cidadania, 2005. p. 42.

LEGENDA: Jovem faz seu título de eleitor em Ribeirão Preto (SP), em 2012.

FONTE: Alfredo Risk/Futura Press



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Podemos, então, nos referir a "juventudes", e não apenas a uma "juventude", compreendendo que diferenças e desigualdades sociais tornam essa condição heterogênea. Diversos perfis de jovens surgem de acordo com a classe social, a situação econômica, o acesso à educação e ocupações variáveis; enfim, conforme a sociedade e suas conjunturas.

Em alguns contextos, grupos jovens de diferentes gerações podem ser caracterizados na sociedade como pertencendo a um mesmo "movimento". Um exemplo dessas caracterizações é a expressão "juventude transviada", usada para se referir aos jovens que iam contra as regras de comportamento dominantes para chocar as gerações mais velhas e se afirmar como "diferentes" na década de 1950, nos Estados Unidos.

LEGENDA: Encontro de motociclistas em São Francisco, Estados Unidos, em meados dos anos 1950. Jaqueta de couro, motocicleta e rock'n'roll faziam parte do cotidiano da "juventude transviada" naquele país.

FONTE: Underwood Archives/Getty Images


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