Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



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Pausa para refletir

Reflita sobre a contradição entre expectativas sobre os jovens e decisões que eles tomam, expressa nesta charge do cartunista Laerte. Discuta: quais são as responsabilidades atribuídas à juventude hoje? O que você pensa delas?

FONTE: Laerte/Acervo do cartunista

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Sociologia e juventude por Mannheim

Vimos que juventude não é um fenômeno universal e atemporal. A traumática experiência enfrentada por muitos jovens durante a Primeira Guerra Mundial colocou em evidência a contraposição juvenil às gerações adultas e permitiu que, pela primeira vez, se falasse na formação de um sentimento de geração. Karl Mannheim (1893-1947), sociólogo de origem húngara, refletiu sobre esse assunto. Ele viveu o contexto das duas guerras mundiais e dos regimes nazifascistas europeus, percebendo que os Estados em guerra mobilizavam todos os seus recursos - incluindo os jovens, bem como os demais cidadãos - para vencer o conflito.

Mannheim fez considerações sobre a função sociológica da juventude, observando como a sociedade tratava os jovens no contexto histórico-social da primeira metade do século XX. Os jovens se destacavam, então, como uma força a ser acionada quando as circunstâncias sociopolíticas os requisitassem. Esse papel social de reserva da própria cultura aparece neste trecho da obra Diagnóstico de nosso tempo, publicada pela primeira vez em 1943:

O primeiro problema que nos fere a atenção é este: será sempre o mesmo o significado da juventude na sociedade? Evidentemente, não. Há sociedades em que as pessoas mais velhas desfrutam prestígio bem maior que as mais moças, como por exemplo, na antiga China. Há outras em que, como nos Estados Unidos da América, depois de 40 anos muitas vezes o homem é considerado velho demais para um emprego e só os moços interessam. [...] O problema sociológico é que, apesar de sempre surgirem novas gerações em função dos grupos de idade mais jovem, depende de uma dada sociedade fazer ou não uso delas [...]. A juventude pertence aos recursos latentes de que toda sociedade dispõe e de cuja mobilização depende sua vitalidade.

MANNHEIM, Karl. Diagnóstico de nosso tempo. Rio de Janeiro: Zahar, 1980. p. 48-49.

LEGENDA: Karl Mannheim dedicou-se a analisar grandes processos sociais e é considerado o precursor da sociologia da juventude. Acima, em foto de 1943.

FONTE: Elliott & Fry/National Portrait Gallery, Londres.

LEGENDA: Charge de Laerte.

FONTE: Laerte/Acervo do cartunista



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Nesse livro, Mannheim defende que à juventude de sua época estariam agregados valores sociais ambivalentes: "Quando eu era jovem, a crença corrente era que a juventude é progressista por natureza. Desde então isso se revelou falacioso, pois aprendemos que os movimentos reacionários ou conservadores também podem criar movimentos de juventude" (p. 51). Será que essa observação, feita na primeira metade do século XX, ainda faz sentido para os jovens de hoje?

O jovem não é por natureza revolucionário ou conservador, afirma Mannheim, que presenciou movimentos de juventude conservadores, como a juventude hitlerista, na Alemanha, e as milícias italianas fascistas. Embora haja, na atualidade, jovens engajados na defesa de direitos do cidadão e do respeito à diversidade, grupos jovens neonazistas ainda estão presentes em diversos contextos sociais. Apesar de sua heterogeneidade, podemos dizer que os neonazistas são ultranacionalistas e intolerantes com alguns segmentos da população, como imigrantes ou migrantes de regiões menos desenvolvidas economicamente do mesmo país, afrodescendentes, homossexuais, judeus, entre outros.

Glossário:




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