Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



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Juventude e autonomia

Costuma-se ensinar a crianças e jovens a necessidade de respeitar e ouvir os adultos, pois estes, segundo o senso comum, teriam mais sabedoria, experiência e, consequentemente, poder. Os jovens, por sua vez, costumam ser caracterizados como agitados, inexperientes ou até inconsequentes, e, por isso, não saberiam o que é melhor para eles ou para a sociedade. Essa concepção apenas valoriza um dos lados e retira dos jovens a chance de se desenvolverem adequadamente; não os concebe com autonomia.

Visando criar oportunidades para a juventude e levar a sociedade a reconhecer a capacidade de autonomia dos jovens, alguns grupos sociais se organizam, criando ONGs e outras associações que desenvolvem projetos em parceria com empresas, governos ou instituições internacionais. Essas ações podem ser entendidas como uma forma de estímulo ao protagonismo juvenil.

A família e as instituições sociais têm sua parcela de responsabilidade nesse processo, na medida em que se formam laços de dependência e de reciprocidade social, concebida por Max Weber (1864-1920) como garantia da continuidade da ação social.

LEGENDA: Encontro do Congresso Fora do Eixo Minas, reunião de coletivos de cultura em grande parte protagonizados por jovens. Belo Horizonte (MG), 2012.

FONTE: Fora do Eixo/Creative Commons



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Assim, o motor é a expectativa de que a ação social gere, em contrapartida, outra ação social. No contexto de uma realidade social desigual, prevalece um jogo em que os papéis sociais são definidos de acordo com a conveniência social, embora possa haver compromissos de retribuição.

Os objetivos, valores e prioridades da juventude variam ao longo da história das sociedades. As grandes transformações econômicas e sociais das últimas décadas colaboraram para a existência hoje de uma nova condição juvenil, segundo a cientista política Maria Teresa Kerbauy, relacionada a fatores como:

· o encurtamento da infância pela antecipação da adolescência, contraposto a uma maior duração da juventude (que se prolonga, muitas vezes, para depois dos 30 anos);

· a dificuldade que o jovem enfrenta para entrar no mundo adulto em razão da fragilidade de instituições como a família e a escola e das adversidades para ingressar e se firmar no mercado de trabalho;

· a influência dos meios de comunicação na formação de uma cultura juvenil, em conformidade com as exigências postas pela sociedade globalizada.

Dessa mescla de situações sociais resulta uma condição juvenil marcada pela avidez por novas experiências sociais e estimulada pelas mudanças nos hábitos culturais, no estilo de vida, na concepção de juventude. Essa condição implica a conquista precoce da maturidade mental e física - incluindo a precocidade do desenvolvimento emocional, afetivo e da sexualidade -, mas nem sempre da independência econômica em relação aos pais ou responsáveis. Hoje, particularmente em parte das sociedades ocidentais e urbanas, ocorre fenômeno denominado adolescência prolongada, em que o jovem leva mais tempo para se firmar no mercado de trabalho, permanecendo, quando possível, na condição de dependente dos pais.

As questões e os conflitos que atingem especialmente os jovens têm relação com sua condição social, com o lugar que ocupam na sociedade.




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