Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim


As muitas configurações da família



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As muitas configurações da família

Entre todas as mudanças que estão se dando no mundo, nenhuma é mais importante do que aquelas que acontecem em nossas vidas pessoais - na sexualidade, nos relacionamentos, no casamento e na família.

GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole. 3ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. p. 61.

Há uma grande variedade de tipos e arranjos familiares no mundo.

Como é sua família? Que imagem vem à sua mente quando você pensa nesse assunto? Será que família é um grupo formado por pai, mãe e filhos vivendo na mesma casa? Ou você incluiria avós, tios e primos, ainda que nem todos morem juntos? Quem mais você consideraria parte da sua família?

As Ciências Sociais lançam questionamentos em relação a esse tema. O que significa dizer que a família é uma instituição social? Que papéis sociais desempenha cada um de seus membros? O que mantém a unidade familiar e como ela se configura em diferentes sociedades? Que tipos de família podem ser identificados?

A palavra família, atualmente, é usada para designar grupos bastante distintos, que vão além da estrutura antes chamada de "nuclear", composta das figuras paterna e materna e dos filhos, todos vivendo sob um mesmo teto. Durante muito tempo, perante o Estado brasileiro, somente esse modelo de família era considerado legítimo. Isso significa, por exemplo, que apenas as famílias formadas por um casal heterossexual e seus filhos tinham acesso a direitos como herança. O registro formal de casamento, feito pela Igreja católica ou pelo Estado, também era necessário para que esse grupo fosse considerado uma família aos olhos da lei. Assim, apenas uma parcela pequena da população atendia a essas exigências: em geral, as famílias mais ricas, que tinham propriedades e bens a serem herdados.

Recentemente, outros modelos de família, que sempre existiram, estão sendo reconhecidos pelo Estado, garantindo a ampliação dos direitos de pensão, divisão de bens, adoção e herança, entre outros. Assim, chegamos a uma concepção mais ampla de instituição familiar, que a caracteriza como um conjunto de pessoas que se relacionam entre si por laços afetivos, e não somente pelo casamento ou pela filiação. São os laços de parentesco e os vínculos de afinidade, como sentimentos e interesses semelhantes e/ou a necessidade de sobrevivência, que aproximam e mantêm unidos os membros de uma família, sem que obrigatoriamente esses indivíduos coabitem.

O parentesco é um sistema de alianças diretas (pais, avós, irmãos) ou colaterais (tios, primos) que ordena a vida social com especificidades no tempo e em diferentes sociedades. Os integrantes de uma rede de parentesco se reconhecem por meio de uma complexa lógica de classificação social, que varia entre os diferentes grupos, segundo o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss (1908-2009). Ou seja, os sistemas de parentesco das sociedades ocidentais (pai, mãe, filhos, avós maternos, paternos, primos, tios, etc.) tendem a se distinguir dos sistemas das sociedades indígenas, cuja diversidade das alianças e dos vínculos de consanguinidade dos grupos foi objeto de muitos estudos.

As relações de parentesco determinam, muitas vezes, a distribuição de poder econômico ou político numa sociedade, e nos dizem quem tem direitos sobre quem. No caso da sociedade brasileira atual, por exemplo, uma mãe tem direitos sobre seu filho, e esse direito é regulado pelo Estado.

FONTE: Filipe Rocha/Arquivo da editora

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