Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



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Além das relações simbólicas que nos tornam "pai", "mãe", "filho" num sistema de parentesco, a Antropologia tem se dedicado também a entender de que forma a organização da vida comum em grupos de parentesco ou "famílias" influencia a construção de nossas visões de mundo. Janet Carsten, uma antropóloga britânica, diz em seu livro After Kinship ["Após o parentesco", sem publicação em português] que a "casa" tem uma dimensão física - o espaço, as paredes, os objetos -, mas também uma dimensão simbólica. Ela é formada pelas pessoas e pelas visões de mundo que orientam suas relações umas com as outras, com os objetos e com o espaço, relações essas exercitadas nos rituais do dia a dia. Segundo essa autora, a forma como a casa está organizada, a forma como seus habitantes fazem as refeições ou dividem tarefas são importantes momentos de construir, transmitir e reafirmar valores, conceitos e visões de mundo.

Pierre Bourdieu partia dessa mesma percepção utilizando a instituição familiar como objeto em estudos de variados assuntos, entre eles o de como a estrutura desigual da sociedade se mantém de forma tão sólida. As famílias e outros grupos sociais transmitem a seus membros uma série de valores, formas de se comportar e visões de mundo, criando uma identidade própria que lhes permite dizer quem são seus "semelhantes". Esse conjunto de maneiras de agir e sentir que os indivíduos de um grupo ou classe social compartilham entre si, chamado habitus, os predispõe a realizar práticas particulares semelhantes relacionadas a aspectos como ocupação, educação, renda, preferências artísticas, etc. A transmissão desse conjunto de propriedades simbólicas é uma das formas que os grupos com mais poder na sociedade têm para manter seu status. Informações sobre a vida familiar e cotidiana das pessoas são ferramentas centrais para os estudos sociológicos.

FONTE: Filipe Rocha/Arquivo da editora

A Sociologia e a Ciência Política abordam também a questão do poder e da dominação de determinados grupos familiares e sua perpetuação nos cenários políticos internacional e brasileiro, tendo por base a análise da riqueza e de genealogias que revelam as imbricações entre as redes de parentesco, a riqueza e o poder político dessas famílias. Provam, portanto, que esses grupos se utilizam de inúmeras estratégias para manter a coesão do grupo, seus valores, sua sobrevivência e, conforme o caso, seus privilégios, prestígio e poder. Exemplo literário de uma família oligárquica tradicional no Brasil está na trilogia O tempo e o vento, de Érico Veríssimo (1905-1975), que narra a histórica saga de Ana Terra e Pedro Missioneiro. Veja na página ao lado a árvore genealógica dessa família.

Vertentes da Sociologia veem a família por diversos ângulos. Os cientistas sociais que adotam a metodologia funcionalista procuram ver na família as necessidades sociais que ela satisfaz, como o controle da sexualidade e a procriação, o sustento dos seus membros e a garantia de um status social, a socialização, o cuidado e a proteção das crianças.

Glossário:


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