Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



Yüklə 2,99 Mb.
səhifə56/56
tarix02.08.2018
ölçüsü2,99 Mb.
#66341
1   ...   48   49   50   51   52   53   54   55   56

Pausa para refletir (Rodrigues)

1. O argumento do autor se baseia na possibilidade de pesquisas sobre doenças de animais e plantas, inclusive para proveito da população, e a necessidade de garantir a educação ambiental e a consciência ecológica das futuras gerações.

2. A construção de barragens, hidrelétricas e outras grandes obras - como rodovias que atravessam florestas e terras de comunidades tradicionais, quilombolas ou indígenas, por exemplo - nem sempre leva em conta o conhecimento do ambiente biofísico e sociocultural desses locais e também da extensão dos efeitos dessas intervenções no meio. Tal conhecimento poderia ser aproveitado tanto no apoio às populações atingidas, que terão de adaptar suas condições de sobrevivência e seus hábitos, como no uso desse conhecimento para outras situações semelhantes. Portanto, os levantamentos sobre os impactos ambientais não costumam servir de apoio a pesquisas ou estar à disposição das populações transferidas e para outras de sua própria cultura.

Pesquisa (Castelfranchi)

As respostas são pessoais e dependem da leitura do texto e da pesquisa documental proposta. Estimule a pesquisa dos estudantes em meios de comunicação impressa e na internet. Cite exemplos das emissões de dióxido de carbono na chamada "civilização do automóvel", pelo uso excessivo de combustível originário do petróleo e pela poluição ambiental de diversas espécies (originada de veículos, indústrias, descarte de lixo, etc.), que refletem na saúde humana, animal e vegetal.



Encontro com cientistas sociais (Latour)

A separação entre natureza e cultura promovida pela sociedade moderna também resultou em uma separação entre áreas do conhecimento. Com isso, observa-se diferentes discursos de diferentes áreas das ciências a respeito do processo de destruição dos recursos do planeta. A particularização desses saberes não apenas faz com que o ser humano não se sinta parte da natureza, como também dificulta a própria compreensão da questão.



Intelectuais leem o mundo social (Harvey)

Este texto apresenta ideias sobre a relação entre os seres humanos e a natureza e suas consequências para os ecossistemas e para a saúde do ser humano. Se julgar pertinente, peça aos estudantes que façam a leitura em sala de aula, e em seguida questione-os sobre até que ponto eles conheciam esses problemas e outros semelhantes de interferência humana sobre a natureza, como as mudanças climáticas, por exemplo, das quais há muita informação na mídia e estudos científicos, inclusive polêmicos.



Encontro com cientistas sociais (Beck)

Os estudantes podem buscar tanto por notícias sobre tragédias ocorridas nas duas últimas décadas quanto notícias e conteúdo de acontecimentos políticos recentes relacionados a questões ambientais, como conferências de países e campanhas de mobilização da população. Os estudantes podem apresentar suas pesquisas, e em seguida discutir as notícias trazidas.



Debate (Giddens)

1. Os resultados dos estudos e das descobertas da ciência tornam-se amplamente conhecidos mediante a divulgação nos meios de comunicação em nosso cotidiano. Diferentes segmentos

484

da população têm acesso a informações que traduzem a linguagem científica. Giddens alerta para o fato de que hoje os indivíduos têm maior possibilidade de tomar decisões e escolher produtos para seu uso pessoal levando em conta suas consequências para a saúde, o meio ambiente, as condições de trabalho, etc.



2. a) A produção de bens na sociedade capitalista prevalece, muitas vezes, sobre a preservação do meio e da vida humana. Os interesses econômicos buscam mais lucro com o aumento da produtividade do trabalho humano, utilizando, para isso, recursos da tecnologia, como a informática e a automação. Para atingir maior competitividade no mercado são realizadas permanentemente pesquisas de novos materiais, novos produtos, novos processos. Podemos afirmar que a ciência satisfaz a corrida capitalista, pois é mais financiada pelo capital privado a cada dia; a ciência dá suporte às empresas e viabiliza o aumento dos lucros, a maior produção e venda com menor custo, sobretudo de mão de obra. A ciência nesse contexto serve ao sistema econômico dominante.

b) O conhecimento científico dentro dos princípios éticos tem prolongado e propiciado melhores condições de vida. Deve-se reconhecer que a ciência unida à tecnologia, na área da medicina, por exemplo, tem salvado vidas. Porém, essa mesma conjunção exclui e discrimina populações, por meio da formação de cartéis, de pesquisas eticamente duvidosas em seres humanos, da seleção do que deve ser priorizado em termos de pesquisa, etc. - basta constatar a desigualdade nos investimentos em pesquisas contra doenças tropicais (que predominam em países em desenvolvimento) e em pesquisas contra o câncer. Além disso, as populações de países em desenvolvimento muitas vezes são submetidas a condições ambientais e de trabalho inaceitáveis nos países desenvolvidos. Portanto, os limites da ciência e da tecnologia esbarram na desigual distribuição da riqueza entre populações e no interior da estrutura das sociedades, dificultando e até impedindo o acesso de importantes frações da população a bens concretizados.



3. O autor menciona que é necessário sempre questionar os novos "achados das ciências", por causa da frequência com que as descobertas são superadas. Além disso, aponta para a conscientização da população entre escolher produtos geneticamente modificados ou não.

Pesquisa (Degradação ambiental no Brasil)

Os estudantes podem anotar os casos pesquisados de degradação ambiental no Brasil e os responsáveis por eles. No dia combinado, eles apresentam na sala de aula. Peça aos estudantes que trouxerem exemplos iguais que se apresentem juntos, dessa forma cada um pode complementar a fala dos colegas.



Se julgar pertinente, a matéria a seguir poderá trazer alguns elementos para auxiliar na condução da atividade:

O "alarmante" uso de agrotóxicos no Brasil atinge 70% dos alimentos

Imagine tomar um galão de cinco litros de veneno a cada ano. É o que os brasileiros consomem de agrotóxico anualmente, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). "Os dados sobre o consumo dessas substâncias no Brasil são alarmantes", disse Karen Friedrich, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Desde 2008, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de consumo de agrotóxicos. Enquanto nos últimos dez anos o mercado mundial desse setor cresceu 93%, no Brasil, esse crescimento foi de 190%, de acordo com dados divulgados pela Anvisa. Segundo o Dossiê Abrasco - um alerta sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde, publicado nesta terça-feira no Rio de Janeiro, 70% dos alimentos in natura consumidos no país estão contaminados por agrotóxicos. Desses, segundo a Anvisa, 28% contêm substâncias não autorizadas. "Isso sem contar os alimentos processados, que são feitos a partir de grãos geneticamente modificados e cheios dessas substâncias químicas", diz Friederich. De acordo com ela, mais da metade dos agrotóxicos usados no Brasil hoje são banidos em países da União Europeia e nos Estados Unidos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre os países em desenvolvimento, os agrotóxicos causam, anualmente, 70.000 intoxicações agudas e crônicas.

485

O uso dessas substâncias está altamente associado à incidência de doenças como o câncer e outras genéticas. Por causa da gravidade do problema, na semana passada, o Ministério Público Federal enviou um documento à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendando que seja concluída com urgência a reavaliação toxicológica de uma substância chamada glifosato e que a agência determine o banimento desse herbicida no mercado nacional. Essa mesma substância acaba de ser associada ao surgimento de câncer, segundo um estudo publicado em março deste ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS) juntamente com o Inca e a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC). Ao mesmo tempo, o glifosato foi o ingrediente mais vendido em 2013 segundo os dados mais recentes do Ibama.

Em resposta ao pedido do Ministério Público, a Anvisa diz que em 2008 já havia determinado a reavaliação do uso do glifosato e outras substâncias, impulsionada pelas pesquisas que as associam à incidência de doenças na população. Em nota, a Agência diz que naquele ano firmou um contrato com a Fiocruz para elaborar as notas técnicas para cada um dos ingredientes " 14, no total. A partir dessas notas, foi estabelecida uma ordem de análise dos ingredientes "de acordo com os indícios de toxicidade apontados pela Fiocruz e conforme a capacidade técnica da Agência".

Enquanto isso, essas substâncias são vendidas e usadas livremente no Brasil. O 24D, por exemplo, é um dos ingredientes do chamado "agente laranja", que foi pulverizado pelos Estados Unidos durante a Guerra do Vietnã, e que deixou sequelas em uma geração de crianças que, ainda hoje, nascem deformadas, sem braços e pernas. Essa substância tem seu uso permitido no Brasil e está sendo reavaliada pela Anvisa desde 2006. Ou seja, faz quase dez anos que ela está em análise inconclusa.

O que a Justiça pede é que os ingredientes que estejam sendo revistos tenham o seu uso e comércio suspensos até que os estudos sejam concluídos. Mas, embora comprovadamente perigosos, existe uma barreira forte que protege a suspensão do uso dessas substâncias no Brasil. "O apelo econômico no Brasil é muito grande", diz Friedrich. "Há uma pressão muito forte da bancada ruralista e da indústria do agrotóxico também". Fontes no Ministério Público disseram ao EL PAÍS que, ainda que a Justiça determine a suspensão desses ingredientes, eles só saem de circulação depois que os fabricantes esgotam os estoques.

O consumo de alimentos orgânicos, que não levam nenhum tipo de agrotóxico em seu cultivo, é uma alternativa para se proteger dos agrotóxicos. Porém, ela ainda é pouco acessível à maioria da população. Em média 30% mais caros, esses alimentos não estão disponíveis em todos os lugares. O produtor Rodrigo Valdetaro Bittencourt explica que o maior obstáculo para o cultivo desses alimentos livres de agrotóxicos é encontrar mão de obra. "Não é preciso nenhum maquinário ou acessórios caros, mas é preciso ter gente para mexer na terra", diz. Ele cultiva verduras e legumes em seu sítio em Juquitiba, na Grande São Paulo, com o irmão e a mãe. Segundo ele, vale a pena gastar um pouco mais para comprar esses alimentos, principalmente pelos ganhos em saúde. "O que você gasta a mais com os orgânicos, você vai economizar na farmácia em remédios", diz. Para ele, porém, a popularização desses alimentos e a acessibilidade ainda levarão uns 20 anos de briga para se equiparar aos produtos produzidos hoje com agrotóxico.

[...]


Segundo um levantamento da Anvisa, o pimentão é a hortaliça mais contaminada por agrotóxicos (segundo a Agência, 92% dos pimentões estudados estavam contaminados), seguido do morango (63%), pepino (57%), alface (54%), cenoura (49%), abacaxi (32%), beterraba (32%) e mamão (30%). Há diversos estudos que apontam que algumas substâncias estão presentes, inclusive, no leite materno.

[...]


ROSSI, Marina. O "alarmante" uso de agrotóxicos no Brasil atinge 70% dos alimentos. El País Brasil, 30 abr. 2015. Disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/04/29/politica/1430321822_851653.html. Acesso em: 12 fev. 2016.

Pausa para refletir (Pinheiro & Athayde)

1. A falta de alimentos no mundo é um problema social que atinge hoje um terço da população mundial, praticamente 2 bilhões de seres humanos. Esse debate vem à tona sempre que os interesses econômicos de grandes produtores de grãos e vegetais, destinados a formas de combustíveis, por exemplo, se sobrepõem à produção de alimentos. Com a perspectiva de necessidade de substituição do petróleo e de combustíveis fósseis, o biodiesel se apresenta como a alternativa mais imediata, o que leva à pressão dos mercados por sua produção em larga escala. Consequentemente, terrenos antes utilizados para a produção de alimentos são tomados pelas matérias-primas para o biodiesel, pois essas culturas se tornam altamente lucrativas.

2. Resposta pessoal.

Comentário: Antes de solicitar a execução da atividade, pesquise em jornais e revistas e mostre aos estudantes ao menos duas experiências que alcançaram resultados satisfatórios

486

e ecologicamente corretos, favorecendo os vários segmentos da população (crianças, idosos, mulheres, doentes e outros) e utilizando ao máximo os fatores de produção e insumos disponíveis localmente.



Pesquisa (Rio+20)

Resposta pessoal.



Comentário: Estimule os estudantes a escrever sobre suas impressões a respeito da conferência. O objetivo é que eles registrem suas conclusões e não apenas resumam o acontecimento.

Diálogos interdisciplinares

Nesta atividade, os estudantes vão precisar de orientações e revisão de conteúdos de outras disciplinas. Quanto mais integrada a supervisão da atividade, melhor. Isso significa fazer um planejamento com os professores de Biologia e Geografia, ou pedir indicações de fontes e informações que ajudem nesse projeto de Sociologia.

Todo o conteúdo de Sociologia trabalhado ao longo do Ensino Médio pode ser retomado na hora de realizar o estudo da interação entre as populações locais e os biomas escolhidos. Verifique o que é mais adequado para a turma: pode-se escolher um bioma para toda a turma, designando aos grupos a pesquisa dos diferentes aspectos dessa relação (econômico, político, biológico, etc.), ou designar um bioma diferente para cada grupo, que deverá apresentar um trabalho completo.

O objetivo do trabalho de maquete é que um modelo concreto ilustre a pesquisa realizada. Com base nessa maquete, os pesquisadores vão explicar os resultados e as sugestões elaboradas para lidar com o problema. Caso você lecione para mais de uma turma, pode realizar uma espécie de exposição em que elas possam ver e comparar os trabalhos.



Revisar e sistematizar

1. Nas sociedades do Ocidente, influenciadas pelo primado da razão que a era moderna imprimiu às atividades, o ser humano não se sente parte da natureza. As relações de produção capitalistas mercantilizam e instrumentalizam a natureza e as relações humanas, tendo como consequências a degradação ambiental e seus efeitos de longo prazo. O ser humano aliena-se e desenvolve uma relação de estranhamento com a natureza, o que também provoca conflitos sociais, desagregação de comunidades e desorganização social. Essa separação, consolidada nos dois últimos séculos, fez com que as populações das Américas, da África e da Ásia fossem submetidas à lógica de acumulação do capital, sob o pretexto de "civilizá-las".

2. As ameaças produzidas pelos seres humanos dizem respeito à forma como eles se relacionam entre si (em relações de concorrência, disputa e exploração) e com a natureza (esgotando os recursos naturais e as reservas de água e de energia), para produzir bens materiais. Para tal, desenvolvem técnicas e tecnologias, cujo uso nem sempre leva em conta a ética e as consequências ambientais e sociais. A dominação de povos põe em risco suas culturas, suas línguas e seus conhecimentos sobre plantas e usos medicinais, além do equilíbrio de ecossistemas e do clima. O uso indiscriminado de agrotóxicos, a exploração inadequada do solo e da água dos rios, dos lagos e dos mares, o desrespeito à legislação ambiental são algumas das muitas ameaças ao equilíbrio dos ecossistemas.

3. Os riscos produzidos são aqueles diretamente criados pela ação do ser humano sobre a natureza e sobre si mesmo. A sociedade sofre riscos provenientes da produção material desmesurada da sociedade industrial, os quais ameaçam a própria civilização constituída pelo pensamento racional. Uma das características dos riscos produzidos, que são diferentes dos riscos naturais (como maremotos, erupções vulcânicas e terremotos), está na dificuldade tanto em impor limites e controle aos desdobramentos de ações prejudiciais como em responsabilizar os agentes e as organizações que provocam os danos.

4. Uma inovação consiste na introdução, adoção e aplicação de uma técnica de produção, controle, administração, organização, comunicação e/ou intervenção, seja na indústria, na agricultura, no comércio, na educação, na Medicina, no Estado, na família, no trabalho, no planejamento urbano,

487

etc. Nem toda inovação pode ser considerada benéfica. A guerra tem sido um dos fatores de inovação científica, pois estimula testes e experimentos; porém, vitima a população civil e aumenta a disputa pelo poder político entre povos e nações. Também as empresas transnacionais buscam a inovação, mas o fazem para reduzir seus custos com mão de obra, levando muitos trabalhadores ao desemprego e a condições precárias de trabalho. Na lógica da inovação e do consumo do sistema capitalista também está embutida a obsolescência programada: os produtos são previstos para serem facilmente descartados, o que leva à geração de lixo em abundância. Desastres científicos e técnicos aparecem também na indústria da agrobiotecnologia, com reflexos na biodiversidade, na qualidade dos solos, águas e ar e na saúde das populações envolvidas.



5. Os movimentos sociais de consciência ecológica apostam não apenas no uso equilibrado dos recursos disponíveis, mas também, e principalmente, em um desenvolvimento com sustentabilidade. Uma proposta com cada vez maior adesão é a do paradigma do crescimento verde, no qual a ciência e a tecnologia seriam usadas conjuntamente pelas comunidades e pelos governos para o desenvolvimento sustentável social e ambientalmente. Os principais objetivos são a proteção dos ecossistemas, a redução do consumo de energia e de matérias-primas e da produção de lixo, e a geração de renda dentro das próprias comunidades.

Teste seu conhecimento e habilidades

1. a;

2. e;

3. d;

4. c.

Atividade complementar

1. Júri simulado: Transgênicos em julgamento

Divida a turma em grupos de trabalho para simular um júri popular a respeito do uso dos transgênicos na agricultura. Uma parte dos estudantes se prepara para fazer a defesa do uso de sementes transgênicas e a outra realiza a argumentação contrária. Ambas devem elaborar seus argumentos com base em fontes variadas e bibliografia pertinente.

Outros temas poderiam ser objeto de um júri simulado: os riscos produzidos pelo ser humano ao meio ambiente; o conflito entre natureza e interesses econômicos; os movimentos ecológicos.

Para realizar o júri simulado, a turma deverá preparar-se com as leituras recomendadas pelo professor, observar as regras de um debate democrático, saber justificar sua posição (argumento de defesa ou ataque do problema) e explicitar seu voto.

Leitura complementar

O texto a seguir apresenta alguns dados sobre o consumo e o descarte de objetos na sociedade contemporânea, além de mostrar as consequências disso para o meio ambiente e para as relações sociais. O texto na íntegra poderá ser lido acessando o link na referência.



Mais da metade da produção mundial de lixo urbano pertence aos cidadãos dos países desenvolvidos. A cada ano, 2,5 bilhões de fraldas são descartadas pelos britânicos, 30 milhões de câmeras fotográficas descartáveis vão para os lixos japoneses e 183 milhões de lâminas de barbear, 350 milhões de latas de spray e 2,7 bilhões de pilhas e baterias são destinadas aos lixões norte-americanos. Até as indústrias da fatia mais rica do planeta são campeãs na geração de rejeitos. Estima-se que para cada cem quilos de produtos manufaturados nos Estados Unidos, são criados 3 200 quilos de lixo. A organização indiana Centre for Science and Environment (CSE), que levantou esses dados, chegou à conclusão de que os países ricos são melhores produtores de lixo do que propriamente de bens de consumo. Os números também revelam uma faceta do sistema produtivo moderno: a quantidade de lixo produzida está diretamente associada ao grau de desenvolvimento econômico de um país. Quanto mais abastada, mais lixo a nação produz. Não é por acaso que o país mais rico do mundo, os Estados Unidos, lidera o ranking dos maiores geradores de lixo per capita do mundo, ostentando a média de quase meia tonelada de rejeitos por habitante a cada ano.

Parte da explicação desse problema está no desequilíbrio entre os povos na participação dos mercados de consumo. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) já havia levantado em 1998, em seu último relatório sobre consumo mundial, que só 20% da população do planeta é responsável por 86% dos gastos com o consumo individual. O PNUD apurou ainda que 45% das carnes e peixes consumidos no mundo vão para os pratos desse um quinto mais rico da população, o mesmo que se utiliza de 58% da energia

488

do planeta. Do outro lado, 60% das 4,4 bilhões de pessoas que habitam os países em desenvolvimento vivem sem saneamento básico, 20% mora em habitações precárias e um terço delas não tem nem água potável. Situações sociais tão díspares também resultam em impactos diferentes sobre o meio ambiente, e os resíduos sólidos, a que comumente chamamos de lixo, estão entre eles.

[...]


REYNOL. Fábio. Consumo, descarte e riqueza. ComCiência, 10 fev. 2008. Disponível em: www.comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=32&id=378. Acesso em: 12 fev. 2016.

Leituras recomendadas

ALTVATER, Elmar. Os desafios da globalização e da crise ecológica para o discurso da democracia e dos direitos humanos. In: HELLER, Agnes et al. A crise dos paradigmas em Ciências Sociais e os desafios para o século XXI. Rio de Janeiro: Contraponto, 1999. p. 109-154.

O artigo aborda questões sobre a democracia e o meio ambiente para mostrar os desafios trazidos pela globalização.

BORN, Harry (Org.). Diálogos entre as esferas global e local: contribuições de organizações não governamentais e movimentos sociais brasileiros para a sustentabilidade, equidade e democracia planetária. São Paulo: Peirópolis, 2002.

O volume traz proposições da Agenda 21 e de outros organismos internacionais sobre o consumo sustentável, novas fontes de energia e as relações local/global.

DEVASTAÇÃO do Cerrado é maior que da Amazônia. JusBrasil, 2010. Disponível em: http://pgego.jusbrasil.com.br/noticias/1867382/devastacao-do-cerrado-e-maior-que-da-amazonia. Acesso em: 12 fev. 2016.

Esse texto traz dados sobre a devastação do Cerrado e da Amazônia.

SILVA NETO, Benedito; BASSO, David. O desenvolvimento sustentável e as ciências da complexidade. ComCiência, 10 mar. 2012. Disponível em: www.comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=75&id=936. Acesso em: 12 fev. 2016.

O texto apresenta subsídios para discutir a questão do desenvolvimento sustentável.



Questões do Enem e dos vestibulares

1. E

2. A

3. B

4. B

5. C

6. C

7. A

8. D

9. A

10. E

11. D

12. D

13. A

14. C

15. 11 (01 + 02 + 08)

16. 10 (02 + 08)

17. 06 (02 + 04)

18. 21 (01 + 04 + 16)

19. 10 (02 + 08)

20. B

21. E

22. C

23. E

24. B

25. C

26. A

27. A

28. B

29. B
Yüklə 2,99 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   48   49   50   51   52   53   54   55   56




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©muhaz.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

gir | qeydiyyatdan keç
    Ana səhifə


yükləyin