Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



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b) Elaborem um quadro que sintetize as principais contribuições do(s) autor(es) pesquisado(s) com relação a esse tema. Apresentem, também, uma biografia resumida dele(s), destacando sua trajetória, principais obras publicadas e outros temas estudados por ele(s).

Globalização e novas questões sociais

Novas questões sociais têm sido colocadas pelo acelerado processo de mudanças nas últimas décadas, relacionadas à globalização econômica, à exclusão social, ao crescimento do desemprego e aos avanços da ciência e das tecnologias de informação. Outras questões também ganham espaço nas discussões das Ciências Sociais, como o esgotamento dos recursos naturais do planeta, os desafios para chegar ao respeito à diversidade, à coexistência pacífica e à integração entre as diferentes etnias, além da preocupação com o aprofundamento das desigualdades no interior das nações e entre os países.

LEGENDA DAS FOTOS: Bairro de baixa renda em Mumbai, Índia, ao lado (foto de 2014), e fila em agência de recolocação profissional em Madri, Espanha, acima (foto de 2015). As aceleradas mudanças vistas nas últimas décadas ainda não se refletiram em soluções abrangentes para os problemas de infraestrutura, desemprego, baixa remuneração e falta de serviços sociais de qualidade que afetam bilhões de pessoas no mundo.

FONTE DAS FOTOS: Andrea Comas/Reuters/Latinstock; Danish Siddiqui/Reuters/Latinstock



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Ainda que apareçam novas questões sociais, como a da globalização, muitos problemas que a sociedade de hoje enfrenta provêm de fenômenos anteriores, entre eles a desigualdade social e as alterações no mundo do trabalho. Leia este trecho do cientista político argentino Atílio Boron (1943-).



Ainda vivemos num mundo onde metade da humanidade deve sobreviver com pouco mais de um dólar por dia, ou em que o trabalho infantil sob regime de servidão supera com folga o número total de escravos existentes durante o apogeu da escravidão entre os séculos XVII e XVIII; onde pouco mais da metade da população mundial carece de acesso a água potável; ou onde o ambiente e a natureza são agredidos de modo selvagem.

BORON, Atílio. Filosofia política marxista. São Paulo: Cortez; Buenos Aires: Clacso, 2003. p. 43-44.

A globalização é um fenômeno político-social com dimensões culturais, acentuado a partir das últimas décadas do século XX. Caracteriza-se pela internacionalização das economias, possibilitada pelas novas tecnologias de informação, como a rede mundial de computadores. Nesse processo em escala mundial, as relações sociais se intensificam; localidades distantes se ligam, e acontecimentos locais interferem e sofrem interferência de fatores de outras partes do mundo.

Teorias recentes sobre a desigualdade social e econômica responsabilizam as consequências da globalização por mudanças nas condições de vida e na posição social dos indivíduos e grupos sociais.

LEGENDA: Charge do cartunista neozelandês Evans que expõe um lado das diferenças na sociedade contemporânea.

FONTE: Malcolm Evans/Acervo Do Cartunista

Matizes da globalização

Embora a globalização possa ser associada a comportamentos sociais que se difundem e tendem a se padronizar, esses movimentos não se dão de forma linear e unilateral e as diferenças entre as sociedades contemporâneas são evidenciadas. O intercâmbio cultural favorece a reflexão sobre processos econômicos e sociais e sobre a cultura do próprio país. Questionamentos que trazem à tona realidades diferentes permitem também o aprendizado de colocar-se no lugar do outro, daquele que é diferente, e respeitar outros grupos e culturas.

Nas sociedades contemporâneas, coexistem várias possibilidades de organização familiar, de trabalho, de partido político, de relações de gênero, de religiões, de agrupamentos étnico-culturais, de cidades e de empresas, sem que uma só predomine. As múltiplas globalizações são um fenômeno de grandes proporções; a economia corporativa global é a forma econômica dominante e mais estudada de globalização, mas é apenas uma delas. Relações sociais mais próximas permitem que movimentos contra-hegemônicos se organizem em escala global, como é o exemplo do Fórum Social Mundial. Esse fórum conta com a participação de movimentos sociais em favor de diversas causas (ambientalistas, feministas, trabalhistas internacionais, de defesa dos direitos humanos, entre outras) na construção de formas de resistência ao projeto de globalização econômica liderado pelos países ricos, como veremos no Capítulo 9.

Glossário:



movimento contra-hegemônico: iniciativa na esfera local que tende a resistir a poderes transnacionais e globais de variadas maneiras.

Fim do glossário.



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As Ciências Sociais investigam esse conjunto de processos e instituições em escala global e dão-nos a conhecer os matizes dessa dimensão ampliada da sociedade.

O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos (1940-) reconhece duas principais formas de globalização: a) o localismo globalizado, em que um fenômeno local é disseminado com sucesso, como a alimentação fast-food estadunidense, que foi levada ao resto do mundo; b) o globalismo localizado, que é um reflexo de práticas transnacionais nas condições de vida locais. Essas são práticas que ultrapassam o espaço de um único país, como a instalação de grandes empresas numa região, o que, às vezes, modifica ou até destrói a economia local.

Nessa linha de raciocínio, Santos identificou uma divisão internacional dos países em relação à globalização. Os países desenvolvidos, aqueles que historicamente têm garantida sua posição na economia mundial, especializam-se nos localismos globalizados, isto é, eles disseminam valores, comportamentos e hábitos culturais, bem como empresas e domínios econômicos. Já os países em desenvolvimento estão sob os efeitos da globalização e sofrem com as imposições de fora para dentro. São países que recebem influências externas e também exercem, em maior ou menor grau, alguma influência para além de seus territórios. O Brasil é um desses países onde coexistem localismos globalizados e globalismos localizados. Nesse caso, é um país emergente que está se inserindo de forma mais efetiva na economia globalizada nas últimas décadas, e cria localismos globalizados em países de maior fragilidade política, social e econômica, como alguns países vizinhos, latino-americanos, ou países africanos com quem divide laços linguísticos.

Boxe complementar:

Encontro com cientistas sociais

A socióloga holandesa Saskia Sassen (1949-) tem discutido no meio intelectual sobre o fenômeno da globalização relacionado às grandes cidades, criando uma dinâmica ampla e envolvente em termos institucionais e de movimentos sociais. Leia o texto a seguir e faça a atividade proposta.



O que estamos tentando nomear com a palavra globalização? [...] ela abrange dois conjuntos distintos de dinâmicas. O primeiro envolve a formação de processos e instituições explicitamente globais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), mercados financeiros globais, o novo cosmopolitismo e os Tribunais Penais Internacionais de Guerra. As práticas e formas de organização pelas quais operam essas dinâmicas constituem o que geralmente se concebe como global. Embora ocorram parcialmente na escala nacional, são, em larga medida, formações globais novas e evidentemente globais.

O segundo conjunto de dinâmicas envolve [...] redes e entidades transfronteiriças que conectam diversos processos e atores locais ou "nacionais", ou a recorrência de questões ou dinâmicas específicas em um número cada vez maior de países ou localidades. Entre essas entidades e processos, estão, por exemplo, redes transfronteiriças de ativistas envolvidos em disputas específicas e localizadas com uma agenda global explícita ou implícita, como ocorre com muitas organizações de direitos humanos e ambientais; determinados aspectos do trabalho nos Estados Unidos - por exemplo, a implementação de certas políticas monetárias e fiscais em um número crescente de países, muitas vezes com grande pressão do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos Estados Unidos.

SASSEN, Saskia. Sociologia da globalização. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 11-12.

· Você conhece alguma experiência de produção ou trabalho local que tenha referência global? Ou mesmo alguma iniciativa ou campanha em rede midiática com repercussão global? Relate-as em um texto sucinto e apresente-as aos colegas de turma.

Fim do complemento.



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LEGENDA: Os países desenvolvidos tendem a exportar seus hábitos e comportamentos para os países em desenvolvimento. Na foto de 2015, tirada em Belo Horizonte (MG), pessoas aproveitam as promoções da Black Friday, data típica de liquidações nas redes de varejo dos Estados Unidos e que foi recentemente adotada por lojas no Brasil.

FONTE: Denilton Dias/O Tempo/Folhapress

A globalização se mostra um campo de conflitos entre os grupos sociais, os Estados e aqueles que se encontram em posição subalterna. Mas os processos de globalização não acontecem sem resistências. Ao contrário, Estados-Nações, regiões, classes ou grupos sociais lutam contra as trocas desiguais entre os países, a exclusão social, a dependência e a desintegração.

As Ciências Sociais explicam e caracterizam o processo e as mudanças sociais decorrentes da globalização. Vivemos um turbilhão de situações e informações e somos instados a ter consciência dos fatos ao mesmo tempo que eles acontecem. Assim, as novas questões sociais, como a desigualdade crescente entre as nações, as grandes migrações de populações, o desemprego no mundo, os conflitos sociais de diferentes origens, também devem ser pensados pelos cientistas sociais.

LEGENDA DAS FOTOS: Acima e à esquerda, protesto de manifestantes do Occupy Wall Street, em Nova York, Estados Unidos, em 2012. À direita, manifestação contra medidas de austeridade em Barcelona, Espanha, em 2013. As desigualdades e o desemprego agravados pela globalização ocasionam esses protestos.

FONTE DAS FOTOS: Lucas Jackson/Reuters/Latinstock; Albert Gea/Reuters/Latinstock

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Pesquisa

O cientista político italiano Norberto Bobbio (1909-2004) refletiu sobre uma questão importante na atualidade: os movimentos migratórios. Diz ele:



O fenômeno da globalização caminha em todos os países economicamente adiantados junto com o fenôme-no do deslocamento de populações dos países mais pobres para os mais ricos. Se há um fenômeno que repropõe a distinção entre igualitários e inigualitários ou, como foi dito diversas vezes, entre aqueles que optam por uma política de inclusão e aqueles que optam por uma política de exclusão, é precisamente o fenômeno da emigração.

BOBBIO, Norberto.Direita e esquerda: razões e significados de uma distinção política. 2ª ed. São Paulo: Ed. da Unesp, 2001. p. 15-16.

· Leia jornais e revistas semanais recentes e colete notícias sobre fluxos migratórios internacionais no Brasil ou em outros países. Fique atento para as questões abordadas: os locais de origem das pessoas que emigraram, sua etnia e sua condição social; as soluções de acolhimento e busca de sobrevivência coletiva, como políticas de trabalho, abrigo, etc., nos países que recebem grupos de migrantes. Apresente os resultados de sua pesquisa à turma.

As contribuições das Ciências Sociais

Com sua proposta de imaginação sociológica, o sociólogo norte-americano Charles Wright Mills (1916-1962) exemplifica um modo de diferenciarmos a relação entre a sociedade que se organiza e os acontecimentos cotidianos na vida dos indivíduos:



Quando, numa cidade de 100 mil habitantes, somente um homem está desempregado, isso é seu problema pessoal, [...] mas quando numa nação de 50 milhões de empregados, 15 milhões de homens não encontram trabalho, isso é uma questão pública e as soluções não podem ser individuais.

WRIGHT MILLS, Charles. A imaginação sociológica. 3ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1972. p. 15.

Estudar Sociologia aprimora a nossa capacidade de observar o universo das relações sociais e nos torna, de um modo geral, mais atuantes e participantes nas questões que envolvem a comunidade. Os seus apoios conceituais são históricos e contextualizados, relacionados à compreensão das necessidades locais e coletivas em diferentes momentos. Procuramos estabelecer nesta obra pontes de entendimento entre as realidades local e global, os níveis individual e coletivo, a teoria e a realidade empírico-prática, a sociedade ampla e os pequenos grupos sociais, mantendo a ideia de totalidade e das inter-relações que constituem a sociedade.

Para discutir, por exemplo, problemas como inclusão e exclusão sociais, desemprego, violência urbana e no campo, participação política, segurança, cidadania, consumo, individualismo, educação e saúde, a Sociologia Crítica articula-os teoricamente a fenômenos amplos: a mundialização da economia, o capitalismo transnacional, as condições do trabalho, a degradação ambiental, o Estado neoliberal, a mercantilização posta nas relações sociais, os conflitos étnico-raciais, a cultura de massa, os estilos de vida.

A produção sociológica traz para o debate diferentes concepções teóricas que buscam compreender e explicar questões que a sociedade se coloca ao longo do tempo. Por isso, não está livre de contradições. O pensamento sobre a sociedade tem sido construído na contraposição dessas variadas formas de se apreender e compreender o real. Mas essa característica do conhecimento sociológico, antes de ser uma fragilidade, mostra como a Sociologia, em diferentes épocas, localiza problemas e aponta condições para superá-los.

A Sociologia está ligada ao tempo presente e às questões sociais emergentes, mas atenta à estrutura social que permanece, dialogando com a Ciência Política, a Antropologia e outras ciências, como a História, a Economia e a Geografia, que se ocupam do ser humano em sociedade, no tempo e no espaço.



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Cabe ao sociólogo, como agente social ativo, desenvolver uma reflexão para criticar, de modo coerente, a sociedade em que vive, instigando os indivíduos a pensarem a sua realidade social, experimentando uma avaliação de valores e compreendendo o sentido cultural das Ciências Sociais. O filósofo italiano Antonio Gramsci (1891-1937) dizia que todo ser humano é um intelectual, pois participa do mundo em que vive e pensa sobre ele. Assim, podemos afirmar que aquele que desenvolve consciência do espaço social que ocupa também pode ser considerado um crítico da sociedade, assim como os cientistas.

LEGENDA: Moradores de rua escolhem peças de vestuário e calçados durante evento de doação em Belo Horizonte (MG), em 2015.

FONTE: Cristina Horta/EM/DA Press)

Boxe complementar:

Intelectuais leem o mundo social

O texto a seguir aborda um dos muitos desafios para as Ciências Sociais na atualidade. Após a leitura, reflita e responda à questão.



A globalização do mundo recria o objeto da Sociologia [...]. Como a globalização abala os quadros sociais e mentais de referência, os horizontes que se abrem com esse vasto, complexo e surpreendente processo permitem repensar criticamente os conhecimentos já acumulados sobre a sociedade nacional e o indivíduo [...]. A Sociologia pode ser vista como uma forma de autoconsciência da realidade social. Essa realidade pode ser local, nacional, regional ou mundial, micro ou macro, mas cabe sempre a possibilidade de que ela possa pensar-se criticamente, com base nos recursos metodológicos e epistemológicos que constituem a Sociologia como uma disciplina científica. Isto significa que a Sociologia tem contribuído para pensar e constituir a sociedade nacional em várias modalidades, compreendendo a sociedade civil e o Estado, os grupos sociais e as classes sociais, os movimentos sociais e as correntes de opinião pública, as formas de integração e os modos de antagonismos, as tensões e as lutas, as reformas e as revoluções, as tiranias e as democracias.

IANNI, Octavio. A Sociologia numa época de globalismo. In: FERREIRA, Leila (Org.). A Sociologia no horizonte do século XXI. São Paulo: Boitempo, 2002. p. 24-25.

FONTE: Filipe Rocha/Arquivo da editora

· Você concorda com o autor quando ele afirma que "a globalização do mundo recria o objeto da Sociologia"? Justifique sua posição.

Fim do complemento.

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Diálogos interdisciplinares

Neste capítulo vimos que as diferentes inquietações das Ciências Sociais estão relacionadas a situações de desigualdade e de disputas na sociedade em cada época. Neste exercício, você vai utilizar ferramentas e conhecimentos da disciplina História para investigar as Ciências Sociais.

1. Em grupo ou individualmente, acesse pela internet ou visite presencialmente o arquivo público de seu estado ou de outro estado do Brasil. Se acessar pela internet, verifique se há coleções digitalizadas do arquivo disponíveis para visualização on-line.

2. Escolha um período ou década da história do Brasil no século XX. Faça uma pesquisa em jornais e revistas da época, prestando atenção às questões sociais e políticas mais discutidas naqueles anos. Escolha uma das temáticas sociais ou políticas que mais chamaram a sua atenção.

3. Com a ajuda de seu professor de Sociologia e de pesquisas na internet, faça uma lista dos principais autores que abordaram o assunto e procure alguns textos de sua autoria. Faça uma leitura com seus colegas, sistematizando as ideias mais importantes sobre o tema escolhido.

4. Compare as informações obtidas nas etapas anteriores do trabalho com o que você conhece sobre o assunto e a situação atual dessa questão no Brasil. Busque responder às seguintes perguntas:

a) A abordagem da mídia sobre o assunto mudou de uma época para outra?

b) Como os cientistas sociais se posicionavam naquele momento? Isso também mudou com o tempo?

c) A forma como abordamos a questão nos dias de hoje pode ter sido influenciada pelas Ciências Sociais de antes?



Conceitos-chave:

Mudanças sociais, sociedade, sociabilidade, interação social, relações sociais, relações de poder, Sociologia, Antropologia, Ciência Política, teoria social, Sociologia clássica, identidade, Sociologia contemporânea, desigualdades sociais, pobreza, estrutura social, mobilidade social, classes sociais, exclusão social, sociedade capitalista, capital, status, estratificação social, dominação social, classes dominantes, elite, globalização, práticas transnacionais, imaginação sociológica.



Revisar e sistematizar

1. Com base no estudo deste capítulo, como você definiria sociedade? Em que momentos de sua vida há evidência de sociedade?

2. De que modo as Ciências Sociais demonstraram que as desigualdades não são algo natural?

3. As novas tecnologias e a comunicação em rede afetaram a sociedade e os estudos das Ciências Sociais nas últimas décadas? Justifique e exemplifique.

4. Por que as classes sociais são um fenômeno estudado pelas Ciências Sociais? Sintetize algumas das principais teorias a respeito das classes sociais.

5. O que significa dizer que a desigualdade não se define apenas pela dimensão econômica? Desenvolva o raciocínio tomando como base o tópico que trata da sociedade brasileira.

6. De que modo as classes dominantes se mantêm nessa posição social? Apresente algumas das estratégias abordadas no capítulo.

7. A globalização é um processo unilateral? Seus interesses são divergentes? Reflita sobre a realidade em que vivemos, estudada neste capítulo, e justifique sua posição.

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Teste seus conhecimentos e habilidades

1. [Desigualdade] define a assimetria de acesso a bens significativos (para usufruto de bens materiais e espirituais) entre indivíduos e grupos diferentes em uma sociedade. Caracteriza uma estrutura social na qual as diferentes posições sociais oferecem aos grupos e indivíduos que as ocupam oportunidades de ascender a bem-estar, pres-tígio e poder.

PIETRO, Mayra Espina. Desigualdade e desenvolvimento. In: IVO, A. (Coord.) et al. Dicionário temático desenvolvimento e questão social. São Paulo: Annablume; Brasília: CNPq; Salvador: Fapesb, 2013. p. 162.

Relacionando o conceito de desigualdade com o contexto brasileiro, assinale a alternativa correta.

a) A desigualdade no Brasil tem relação fundamental com as carências de políticas educacionais e a crise econômica recente.

b) A desigualdade no Brasil tem relação com o seu passado histórico, político e o modelo econômico que se estabeleceu.

c) A desigualdade está concentrada apenas na região Norte do Brasil, uma vez que nas demais regiões brasileiras esse processo se limitou às populações rurais.

d) O aprofundamento da desigualdade tem relação com a organização da legislação trabalhista do Brasil no Governo Vargas.

e) A desigualdade foi aprofundada a partir da Constituição de 1988, que manteve a ampla maioria dos trabalhadores rurais sem direitos previdenciários e de acesso à saúde.



2. A análise do mapa abaixo nos permite observar o fenômeno da exclusão social no Brasil, a partir dos indicadores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

FONTE: Adaptado de: GUERRA, Alexandre; POCHMANN, Marcio; SILVA, Ronnie A. (Org.). Atlas da exclusão social no Brasil: dez anos depois. São Paulo: Cortez, 2014. Créditos: Banco de imagens/Arquivo da editora



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A análise desses indicadores no mapa nos permite afirmar que:

a) o Brasil apresenta um IDH homogêneo em suas diferentes regiões.

b) a região Sudeste apresenta piores índices, ou seja, as grandes cidades estão associadas a maiores níveis de exclusão social.

c) as regiões Sul e Norte do Brasil são semelhantes no que se refere aos indicadores do IDH.

d) o mapa demonstra que as regiões Norte e Nordeste possuem os piores indicadores de exclusão do país em razão da seca que domina aquelas regiões, registradas desde os tempos do Brasil colônia.

e) os níveis reduzidos de IDH estão concentrados nas regiões Norte e Nordeste.

3. O pedreiro Jorge Sinésio de Almeida, 52 anos, tem más lembranças das viagens de ônibus que fez de São Paulo até a cidade natal, na Paraíba. "É um trajeto de três dias em estradas horríveis. Os passageiros sempre correm o risco de assaltos." Atualmente, ele conta os dias para a primeira viagem que fará de avião, em dezembro. "Quero embarcar logo. Vão ser só três horas de viagem", ele conta. "Acho que não vou ter medo. Todos os meus amigos gostaram". Pelo nível de renda, Almeida se enquadra na nova classe média brasileira, segundo um novo relatório do Banco Mundial. O estudo define classe média como a parcela da população que ganha entre US$ 10 e US$ 50 por pessoa (entre R$ 20 e R$ 102) ao dia.

Disponível em: www.worldbank.org/pt/news/feature/2012/11/13/middle-class-in-Brazil-Latin-America-report. Acesso em: 15 jul. 2015.

O crescimento da "classe média" ou da chamada "classe C", no Brasil, de acordo com o texto, se deve:

a) ao incremento exclusivamente da escolarização básica da população brasileira na última década.

b) ao crescimento da renda da população alavancada pelo crescimento econômico do século XXI e às políticas sociais e de valorização do salário mínimo.

c) às políticas desenvolvimentistas, de austeridade e de atendimento à população carente nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff.

d) às ações dos organismos internacionais que realizaram fortes investimentos no Brasil.

e) à política de ajuste fiscal com vistas a deter a crise econômica, no início do segundo mandato do governo de Dilma Rousseff.



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