Tempos modernos tempos de sociologia helena bomeny

. Acesso em: maio 2016.

Laboratório de Ensino de Sociologia Florestan Fernandes (Labes) – UFRJ
Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

Laboratório de Ensino, Extensão e Pesquisa de Sociologia – UEL
Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

FGV On-line – Curso gratuito EAD de Sociologia (30 h)
Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

1.8 O uso e a presença das novas tecnologias

O acesso às novas tecnologias tem aumentado por causa do barateamento dos produtos de informática. É cada vez mais comum o uso de computadores domésticos, celulares e tablets, que podem ser conectados à internet em diversos ambientes. Os alunos são expostos cada vez mais cedo a essas novas tecnologias e recebem estímulos de informações e entretenimento multimidiáticos com mais frequência e intensidade. Tais tecnologias, presentes no cotidiano, podem ser utilizadas para tornar o processo de aprendizagem mais dinâmico e estimulante.

A internet contribuiu para que o acesso à informação se tornasse cada vez mais fácil e dinâmico. Vários sites de busca disponibilizam o conteúdo procurado em poucos segundos e de maneira atrativa. Como qualquer pessoa pode criar uma página e colocá-la na rede, é preciso tomar alguns cuidados ao usar a internet como fonte de pesquisa. Faz parte do trabalho educacional orientar os alunos em relação à natureza dos sites visitados por eles para obter informações ou buscar recursos. Nesse contexto, o letramento midiático digital é essencial.

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Esse letramento envolve um processo de compreensão e uso das mídias digitais de massa. Para ajudar os alunos, é necessário conscientizá-los da natureza dos meios digitais de massa, das técnicas utilizadas e do impacto dessas técnicas, e que sejam críticos em relação a essas mídias. O objetivo é levá-los a perceber as diferentes construções dos meios digitais, de modo a tirar proveito do que há de melhor e descartar o que não serve para o trabalho escolar.

A imagem gráfica, pictórica, televisiva, cinematográfica e digital deve ser discutida e integrada às metodologias pedagógicas. Os projetos de comunicação nas escolas devem dar ênfase ao trabalho com a imagem, não apenas por seu potencial comunicativo, mas, sobretudo, pelo universo linguístico e expressivo que mobiliza. Nesse sentido, os educadores precisam se apropriar de metodologias que desenvolvam nos alunos uma relação crítica e não ingênua com seu universo audiovisual e virtual, tornando-se capazes de dialogar com autonomia nestes campos. Os novos cidadãos que estamos formando necessitam saber “ler e interpretar” o que veem, e também produzir e se expressar em meio audiovisual e virtual.

MONTEIRO, Eduardo; FELDMAN, Márcia. Mídia – educação: formando os cidadãos da era da informação. Revista Pátio, Porto Alegre: Artmed, n. 9, p. 21, maio/jul. 1999.

Por ser dinâmica e concentrar diversas informações de naturezas diferentes e em várias linguagens, a internet possibilita a ampliação de repertório. É possível acessar músicas, vídeos, notícias e imagens de qualquer lugar do mundo apenas apertando um botão. No entanto, para que a internet não seja usada apenas como entretenimento, é necessário que nós, professores, direcionemos as pesquisas e orientemos os alunos no que diz respeito a onde e o que procurar, relacionando a pesquisa virtual com os temas trabalhados na sala de aula. Desse modo, o assunto pode ser desdobrado em várias vertentes, conforme as escolhas dos próprios alunos, que encontrarão em linguagens diferentes as informações de que precisam para cumprir a tarefa.

Na sala de aula, a tecnologia também torna o trabalho mais atrativo, mas ela pode ir além de ilustrar um tema com imagens e apresentações ou mostrar vídeos que apenas reforçam o imaginário a respeito de determinado assunto. Ela deve servir também para estimular a busca pelo conhecimento e pela pesquisa e até evidenciar que alguns tipos de textos e imagens são muito recorrentes e o que se pode inferir dessas recorrências. Trazer a tecnologia para a sala de aula aproxima o aluno dos elementos de seu cotidiano, mostrando que o ensino e a pesquisa podem ser atrativos e estimulantes e que os recursos tecnológicos auxiliam a desvendar mistérios pertencentes à própria lógica do sistema no qual ele, bem como o universo tecnológico, está inserido. No entanto, esse universo não deve substituir as experiências reais.

Conhecendo bem as tecnologias que pretende usar, você pode potencializar essa ferramenta em vez de subutilizá-la. Quanto mais o instrumento e suas linguagens são conhecidos, mais é viável explorá-los.

Além da pesquisa e comunicação, as tecnologias possibilitam aos alunos o desenvolvimento da criatividade. Atualmente, boa parte dos celulares fotografa; além disso, as câmeras digitais tornaram-se mais acessíveis. É possível, então, registrar fatos, lugares e situações, que podem ser editados e expostos ou divulgados na internet.

Com os mesmos objetos, é possível também a produção de pequenos filmes e a captura de parte da realidade pela ótica dos alunos. Softwares simples e gratuitos possibilitam a edição e montagem de imagens e vídeos. Nesse tipo de atividade, além de trabalhar a técnica e a linguagem, você tem a oportunidade de perceber como o aluno olha o mundo e o que ele quer dizer a respeito do que vê.

É possível trabalhar questões relacionadas à estética e à cultura visual na qual o aluno está inserido, além de saber quais são suas referências e experiências cotidianas no lugar onde mora e qual é a relação delas com os produtos da indústria cultural.

O acesso aos recursos tecnológicos está cada vez mais ampliado, e esses recursos tanto podem ser uma distração para o aluno, tornando desigual a “competição” entre aula e divertimento digital, quanto proporcionar momentos mais interessantes, estabelecendo vínculos entre a realidade e a escola, além de oferecer espaço para desenvolver a criatividade. Entretanto, a tarefa de dominar a tecnologia para utilizá-la a serviço do trabalho proposto e em benefício do aluno depende de você.
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2 Utilizando o livro

Parte I: Saberes cruzados

Roteiro de viagem

Orientações gerais

Objetivos

Ao longo das aulas, os alunos deverão:

• compreender que o conhecimento científico sobre o mundo social é distinto do conhecimento espontâneo (ou senso comum);

• identificar a unidade analítica da Sociologia – homo sociologicus (não apenas o indivíduo ou a sociedade, mas o coletivo que há nos indivíduos; a relação indivíduo-sociedade);

• compreender o sentido da expressão “imaginação sociológica” e a importância dessa habilidade.

Recursos e questões motivadoras

Professor, seus alunos estão no início de um percurso. Nessa trajetória, eles construirão novos conhecimentos sobre o mundo social, mas o farão com base em noções já adquiridas em outros espaços de socialização ou mesmo no ciclo fundamental da educação básica. Logo, os estudantes não são tábulas rasas. Fique atento às suas concepções sobre a vida em sociedade e explore-as ao trabalhar com a turma os conhecimentos produzidos pelas Ciências Sociais.

Desenvolvendo as aulas

O ponto central da seção de abertura do curso de Sociologia é a compreensão da especificidade do conhecimento sobre o mundo social produzido pelas Ciências Sociais em relação a outras formas de conhecimento e, mesmo, de outros campos científicos. Explore com a turma alguns termos que serão usados frequentemente ao longo do curso, tais como conhecimento, senso comum, disciplina, ciência, especialista, leigo e conceito sociológico.

Reserve espaço no planejamento para o desenvolvimento de um debate com base no texto sugerido na seção Leitura complementar (ver comentários). As atividades propostas se relacionam com a noção de “imaginação sociológica”, presente em todos os capítulos deste livro.

Recursos complementares para o professor

Leitura

MILLS, C. Wright. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1980.

______. Sobre o artesanato intelectual e outros ensaios. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

Sites

Portal FGV Ensino Médio Digital. Curso de Sociologia. Diversidade Cultural (7 aulas):