Tempos modernos tempos de sociologia helena bomeny



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. Acesso em: maio 2016.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos, 1948. Disponível em: . Acesso em: maio 2016.



Sites e vídeos

Freedom House: . Acesso em: maio 2016.

Anistia Internacional Brasil: . Acesso em: maio 2016.

ONU Brasil: . Acesso em: maio 2016.

Qualidade da Democracia. Univesp TV. Curso Regular de Pós-graduação em Ciência Política da USP, ministrado pelo prof. José Álvaro Moisés. 2º semestre de 2011 (9 aulas). Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

Filmes O ditador. Espanha, 2005, 125 min. Direção de Luis Llosa.

Boa noite, boa sorte. EUA, 2005, 93 min. Direção de George Clooney.

Um grito de liberdade. Inglaterra, 1987, 157 min. Direção de Richard Attenborough.

Zuzu Angel. Brasil, 2006, 110 min. Direção de Sérgio Resende.
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O que é isso companheiro? Brasil, 1987, 105 min. Direção de Fábio Barreto.

Práticas inter e multidisciplinares no ensino



Conhecendo instituições democráticas

Sugerimos uma visita à Câmara de Vereadores ou à Assembleia Legislativa (âmbito municipal ou estadual), à prefeitura do município ou à sede do governo estadual. Elabore um projeto de trabalho em parceria com os demais professores da área das Ciências Humanas. O projeto deve levar em conta aspectos formativos (educação cívica) e aspectos interdisciplinares: como os conceitos de cidadania e da democracia são abordados em cada disciplina da área e como a compreensão do fenômeno político pressupõe que as disciplinas ultrapassem suas fronteiras. A visita à instituição será o recurso para estimular a reflexão sobre o problema a ser estudado.

Como relatório de visita, os alunos poderão elaborar uma dissertação sobre a relação dos cidadãos com o local visitado: Como é possível participar da vida política de sua cidade? Que canais de participação estão disponíveis? São necessários novos espaços?

Comentários e gabaritos

Leitura complementar

Os alunos terão oportunidade de ler um fragmento de A democracia da América, em que Tocqueville aborda aspectos da democracia norte-americana no século XIX. O relato de Tocqueville nos remete ao que hoje é chamado de cultura política pelos cientistas sociais. De acordo com a descrição do autor, a relação dos cidadãos com as questões públicas, na América, era tão apaixonada quanto no trato das questões privadas; as autoridades públicas eram respeitadas; os direitos políticos eram valorizados e havia intensa educação cívica e participação. É importante conferir se os alunos relacionam esses aspectos com o processo democrático.

Um dos desafios contidos no texto é o de superar a visão que naturaliza aspectos da cultura política: os norte-americanos são “mais democráticos” porque foram colonizados pelos ingleses; e os brasileiros, pelos portugueses; lá eles são protestantes e aqui a maior parte da população é católica etc. A desnaturalização ou a superação dessas compreensões que fazem parte do senso comum pode ocorrer pela comparação histórica ou pela retomada do conceito de socialização. Nas últimas décadas, muitos cientistas políticos, como Robert Putnan, mostraram-se preocupados com a perda de “capital social” dos norte-americanos – mais envolvidos com a vida privada do que com as questões públicas. Esse aspecto indicaria um esvaziamento da cultura democrática naquele país? No Brasil, por sua vez, observamos que tem havido participação da sociedade civil na condução dos negócios públicos, por meio de organizações da sociedade civil e movimentos sociais. Estaria havendo mudanças na participação política dos brasileiros? Essas questões são relevantes, pois contribuem para a compreensão de que o contexto histórico faz diferença quando se pretende analisar a cultura política de um país. Em relação à socialização, o próprio Tocqueville oferece uma pista: “Não digo que seja fácil ensinar todos os homens a se servir dos direitos políticos, digo apenas que, quando isso é possível, os efeitos resultantes são grandes. [...] Nunca será dizer demais: não há nada mais fecundo em maravilhas do que a arte de ser livre; mas não há nada mais difícil do que o aprendizado da liberdade”. Essa afirmação, bastante lúcida, por sinal, indica que o caminho da socialização política por meio da educação cívica pode alterar, ao longo do tempo, traços indesejáveis da cultura política de uma sociedade. Tem sido essa a aposta da escola atual em seu projeto de “formar para a cidadania”.

Sessão de cinema



Jornada pela liberdade

Explore aspectos da atuação do movimento social abolicionista inglês: Quais técnicas eram empregadas para convencer as pessoas a lutar por sua causa? Essas técnicas têm alguma relação com as usadas pelos movimentos sociais atualmente?



Democracia em preto e branco

No Capítulo 19 é introduzida a discussão sobre a democracia brasileira e explorada a luta pela abertura política e redemocratização após a Ditadura Militar (1964-1985) no Brasil. Mas você pode aproveitar a discussão sobre liberdade que o capítulo propicia e debater com a turma algumas cenas do documentárioDemocracia em preto e branco, que explora duas temáticas muito próximas dos jovens: futebol e rock.



As sufragistas

Filme de conteúdo histórico que pode ser explorado visando desnaturalizar a ideia de voto, sobretudo voto feminino. Jovens brasileiros do século XXI têm o direito ao voto garantido a partir dos 16 anos, como voto facultativo até os 17.


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Talvez não tenham se dado conta de que esse direito é fruto de processos de longa duração e conflitos sociais: de um lado, grupos que reivindicavam a inclusão, e de outro, grupos com argumentos e discursos que justificavam a exclusão dos segmentos sociais de renda baixa (voto censitário), das mulheres, dos analfabetos, dos jovens do sexo masculino com idade inferior a 25 anos etc. O relato histórico do filme possibilita discutir esses processos e refletir sobre a participação política no presente.



Condor

É importante, com base na exibição do filme, que os alunos percebam como a democratização foi um processo que teve de enfrentar muitos obstáculos nos países da América do Sul. Além disso, sua institucionalização não representa uma experiência plena de direitos para os cidadãos desse continente. Discuta com os alunos a noção de “qualidade da democracia”.



No

O filme No tem o mérito de apresentar um contexto de transição democrática em um país vizinho ao Brasil – Chile – em momento muito próximo ao da redemocratização brasileira. Além disso, explora um importante instrumento político – o plebiscito. Assim como Democracia em preto e branco, pode ajudar a tornar mais concreto para os alunos o conteúdo abordado no boxe A democratização nos tempos modernos (página 138 do Livro do Aluno).

Construindo seus conhecimentos

Monitorando a aprendizagem

1. O “dilema tocquevilleano” consiste na tentativa de harmonizar, nas leis ou no convívio social, as noções de liberdade e de igualdade. Expressa a dificuldade de elaborar leis gerais, que atendam a todos os membros da coletividade de forma igualitária e, ao mesmo tempo, combiná-las com as expressões particulares das culturas, crenças etc.

2. Tocqueville chamou a atenção em seus escritos para o fato de que eleições livres, unicamente, não garantem que os eleitos serão bons governantes. Marx disse algo semelhante ao acusar a democracia burguesa de querer estabelecer uma falsa equivalência entre o direito de voto e a liberdade real. Para ambos, viver em liberdade é muito complicado. Mais importante ou tão importante quanto alcançar a democracia é cuidar diariamente para que ela possa funcionar em benefício da sociedade.

3. Tocqueville considerava que, apesar de as democracias partirem de um ponto comum – a liberdade de escolha dos representantes pelos representados, a liberdade de imprensa, de opinião, de crença –, nem sempre funcionam da mesma maneira, porque as diferentes sociedades produzem formas também diferentes de vivenciar o que entendem por democracia. Os usos e costumes de cada sociedade são aspectos que ajudam a compreender como os ideais democráticos são trabalhados nelas.

4. Em alguns momentos ouvimos pessoas dizerem que a corrupção é tão grande entre os parlamentares que seria melhor não tê-los; que votar não melhora as condições do povo; que a violência urbana é grande e que é melhor se enclausurar em ambientes fechados, com câmeras de vigilância ou controle de acesso mais ostensivo. Mas é preciso lembrar que essas situações alertam para a necessidade de vigilância e aperfeiçoamento desse modelo, que sempre conviverá com o “dilema tocquevilleano”.

De olho no Enem

As duas primeiras questões suscitam a discussão de como a cultura política pode produzir democracias com características diferentes. A segunda questão aborda aspectos culturais da sociedade norte-americana de sua época apontando a relação entre prosperidade econômica, democracia e valores morais.

A terceira questão discute um dos aspectos que se opõe aos regimes democráticos, que é o poder decisório de minorias privilegiadas: aristocracias, oligarquias, plutocracias, por exemplo. Tem-se aqui a oportunidade de discutir o governo da maioria e a soberania do povo como princípios democráticos.

A quarta questão vincula a participação política com a capacidade de decidir e a informação (enfatizando a liberdade de imprensa) como mecanismos de fortalecimento da democracia. É importante discutir com os alunos sob quais condições a imprensa livre contribui para o debate democrático. Sugerimos debater a frase de Tocqueville abordada no texto didático: “Amo-a [a imprensa livre] mais por considerar os males que impede que pelo bem que faz”.

A quinta questão conduz a uma reflexão sobre os conceitos de democratização e desenvolvimento (crescimento econômico). Em relação à democratização deve-se chamar a atenção dos alunos para o fato de que ela pode ocorrer em pelo menos dois sentidos: como processo de conversão de uma sociedade não democrática em sociedade democrática; e como o processo que torna uma sociedade democrática mais democrática aumentando, assim, a qualidade da democracia – o que se relaciona com a noção de inclusão nos direitos da cidadania e de consolidação da democracia.
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A última questão introduz o tema da conquista de direitos por minorias sociais, muito debatido nos dias de hoje. Ela aborda o caso norte-americano, mas o mesmo fenômeno ocorre no Brasil e em outras partes do globo. A mudança não se passou apenas no plano cultural e dos costumes – essas transformações vêm impactando a condição desses grupos em relação aos direitos civis, sociais, políticos, econômicos etc. Discuta com os alunos a mudança e sua temporalidade (algumas mais rápidas, outras de longa duração). Embora possa parecer aos olhos dos jovens que o mundo sempre foi do jeito que eles conhecem, a história social mostra que algumas transformações levam séculos para se consolidar.



Assimilando conceitos

O conceito central que deve ser trabalhado com os alunos é o de direito político e sua estreita relação com a cidadania plena. Como exercício de desnaturalização, seria interessante reforçar a ideia de que os direitos políticos não são inatos, mas resultam de profundas transformações na sociedade, lutas e conflitos que possibilitaram que hoje, no século XXI, um jovem brasileiro com 16 anos possa votar. A questão central é mostrar que, sem a participação (de várias formas) e sem o voto, cometemos um ato político com duas consequências: outros tomarão decisões que impactarão nossa vida, sem considerar nossos interesses; e contribuiremos para o statu quo.



Olhares sobre a sociedade

1. a) Parte da América do Norte foi colonizada por ingleses, mas, assim como o Brasil, foi povoada por pessoas de outras nacionalidades que viam no Novo Mundo a oportunidade de realizar seu sonho de liberdade, igualdade e prosperidade. Em uma cidade cosmopolita como Nova York, essa característica da sociedade norte-americana fica muito evidenciada. De modo geral, os imigrantes italianos, irlandeses, holandeses, armênios, hispânicos etc. e seus descendentes preservam suas tradições culturais.

b) A diversidade foi um tema que sempre esteve presente na cultura norte-americana e foi fortemente protegida por leis. Desde crianças os norte-americanos aprendem a conviver com diversos grupos sociais e a respeitar suas particularidades. Os diferentes grupos étnicos enriquecem a cultura norte-americana em muitos aspectos. O traço negativo é a existência de segregação espacial – bairros de italianos, de negros, de hispânicos, chineses etc. Dessa segregação espacial, surgem, às vezes, preconceitos e agressões.

Exercitando a imaginação sociológica

O tema “Participação política: indispensável ou superada?” não é completamente estranho aos alunos. Diariamente ouve-se nos meios de comunicação avaliações sobre o comportamento político dos cidadãos. Em geral, essas notícias articulam-se com outras sobre casos de corrupção em cargos públicos ou eletivos, desigualdade como fator antidemocrático e outros casos sobre organizações da sociedade civil que rompem o padrão de apatia ao promoverem ações que levam à transformação da legislação ou ao cumprimento da lei. Assim, os alunos são submetidos constantemente a dois aspectos da democracia: a participação dos cidadãos e os entraves para a melhoria de sua qualidade. O ponto central nessa atividade é contribuir para que eles, em seu texto, superem o debate do senso comum e demonstrem domínio do conteúdo construído nas aulas. Por isso, as discussões que porventura surgirem sobre corrupção, apatia, desigualdade etc. devem ser encaminhadas para abordar o problema com o aporte conceitual das Ciências Sociais: cultura política, qualidade da democracia, democracia representativa, direito à oposição política etc.

O texto do sociólogo Zygmunt Bauman, na proposta de dissertação, exigirá sua atenção para esclarecer as ideias do autor aos alunos.

Capítulo 10: As muitas faces do poder

Orientações gerais

Objetivos

Ao longo das aulas, os alunos deverão:

• compreender a concepção de poder de Foucault: o poder circula nas redes sociais e existe como prática, como sujeições contínuas e multiplicadas;


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• analisar os processos históricos que geraram as novas instituições de controle modernas e a formação das sociedades disciplinares;

• relacionar o saber especializado, a autoridade, a verdade e o poder;

• identificar situações concretas relacionadas ao poder e biopoder, de acordo com Michel Foucault;

• entender as relações de poder no cotidiano – entre o controle e a resistência;

• analisar a atuação dos movimentos sociais nos processos de disputa ou enfrentamento do poder;

• propor intervenções na realidade;

• recorrer aos conhecimentos desenvolvidos para elaborar propostas de intervenção na realidade respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

Recursos e questões motivadoras

A concepção de poder de Michel Foucault é enriquecedora para a formação dos alunos de Ensino Médio. Primeiro porque toma uma direção diferente do discurso comum, em que o poder está fortemente relacionado com as esferas política e econômica. Frequentemente, quando alguém critica a pobreza, o analfabetismo, a corrupção etc., ouve-se algo semelhante a: “As coisas não mudam porque eles não querem” ou “Eles não deixam”. Apesar de “eles” parecer indefinido e difuso, a frase sugere que o poder é detido por alguém (ou grupo) e está em algum lugar.

Em seus estudos, Foucault procurou definir o poder como uma rede em que cada sujeito (indivíduo) vive a experiência de sujeitado e de “sujeitador”. Uma de suas principais ideias é a de que as subjetividades dos indivíduos são formadas nessas relações de poder em múltiplas direções.

Ao desenvolver estudos sobre as sociedades disciplinares, alguns críticos o interpelaram sobre as possibilidades de enfrentamento do poder, tendo em vista a característica difusa que defendia. Os questionamentos contribuíram para que Foucault introduzisse em sua agenda de reflexões as formas de resistência e de crítica social presentes no cotidiano. Ele via nas lutas pontuais o caminho para a emancipação dos indivíduos, sem, no entanto, afirmar que daí viria uma “vitória definitiva”: tais lutas seriam permanentes e marcadas por conquistas parciais.

O material de trabalho desse capítulo possibilita o acompanhamento destes dois trânsitos teóricos de Foucault: dos micropoderes disciplinares aos micropoderes de resistência.

Desenvolvimento das aulas

Explore cenas do filme. Em Tempos modernos há várias cenas que mostram instituições de controle social, como a fábrica, o manicômio, o orfanato e o sistema policial e prisional. Para os jovens, essas instituições podem parecer absolutamente naturais, afinal as “casas” e os “lares” especiais existem desde que eles se “entendem por gente”, abrigando, corrigindo, sarando ou “ressocializando” pessoas. O desafio de suas aulas será construir novos saberes sobre as instituições, com base no conhecimento prévio dos alunos, e levá-los a compreender como elas estão relacionadas com o poder, a verdade e a disciplina na construção teórica de Foucault.

Explore as imagens. A pintura de Hieronymus Bosch é um excelente recurso didático. As discussões sobre as “diferenças” estão presentes na escola e fazem parte dos temas transversais da educação básica. Certamente os alunos são capazes de identificar grupos sociais considerados “insensatos” ou “anormais” em nossa época. Entretanto, procure conduzi-los à seguinte reflexão: Pessoas consideradas “diferentes” existem em todas as sociedades, mas como nossa sociedade constrói justificativas para a segregação? No capítulo anterior, vimos com Tocqueville como a liberdade pode ser recusada em determinadas circunstâncias. Nesse capítulo temos a chance de explorar os dilemas da igualdade. Quando a igualdade extrapola o campo jurídico (igualdade perante a lei) e passa a ser reivindicada no terreno das escolhas (gostos, cultura, moral etc.) e daquilo que não se pode escolher (tipo físico e saúde, por exemplo), ela pode representar uma nivelação, padronização ou massificação indesejável. Nesse sentido, “ser igual” torna-se sinônimo de “ser normal” – o que pode reforçar os mecanismos de desigualdade social.

Explore os conceitos. Aproveite a discussão sobre os dilemas da igualdade e explore a noção de poder de Foucault explicando que há, no cotidiano, múltiplos jogos de poder relacionados a certas formas de classificação, como os iguais e os diferentes.

Um dos pontos centrais do conceito de disciplina de Foucault é a “docilização” do corpo, portanto explore as demais imagens do capítulo que abordam o desenvolvimento de saberes médicos, a domesticação do corpo dos alunos nas escolas, as padronizações estéticas e a sujeição do corpo à vigilância.


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Há outras imagens nos exercícios que podem ser usadas para estimular a imaginação sociológica dos alunos e a fixação de conceitos.

Use filmes e músicas. Você pode selecionar trechos dos filmes sugeridos e exibi-los nas aulas, de modo que provoque debate e reflexão sobre pontos tratados no texto didático.

Recursos complementares para o professor



Leituras

ALVAREZ, Marcos César. Controle social: notas em torno de uma noção polêmica. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 18, n. 1, p. 168-176, 2004.

CASTELO BRANCO, Guilherme. As resistências ao poder em Michel Foucault. Trans/Form/Ação, v. 24, n. 1, p. 237-248, 2001. Disponível em: . Acesso em: maio 2016.

FOUCAULT, Michel. Ditos & escritos: estratégia, poder, saber. 3. ed. São Paulo: Forense Universitária, v. 4, 2012.

ORWELL, George. 1984. São Paulo: Companhia das Letras, [s.d.].

POGREBINSCHI, Thamy. Foucault, para além do poder disciplinar e do biopoder. Lua Nova, São Paulo, n. 63, p. 179-201, 2004.



Filmes

Oliver Twist. EUA, 2005, 130 min. Direção de Roman Polanski.

Um dia de fúria. EUA, 1993, 112 min. Direção de Joel Schumacher.

A vida dos outros. Alemanha, 2007, 137 min. Direção de Florian Henckel von Donnersmarck.

Práticas inter e multidisciplinares no ensino



Instituição social e memória

Hospitais, abrigos, orfanatos e fábricas são instituições que possivelmente existem em sua cidade. Os alunos conhecem a história de algumas delas? Quando foram fundadas? Por quem? Quais foram as motivações? Escolha uma dessas instituições e proponha a eles uma visita e a elaboração de um relatório sobre aquilo que observarem. Estimule-os a refletir sobre a seguinte questão: Como a instituição visitada marcou a vida da cidade?

Essa atividade pode ser realizada em parceria com outras disciplinas. Se a visita for a um abrigo de idosos, por exemplo, seria bom explorar os olhares de disciplinas como Biologia e Filosofia a respeito do envelhecimento. Para fazer o registro da visita, o professor de Arte pode desenvolver um trabalho com imagens (fotografias ou filmagens) produzidas pelos alunos. É importante que o projeto possibilite o diálogo interdisciplinar sobre um problema específico relacionado com a instituição e que a visita de campo ajude os alunos a perceber a complexidade do fenômeno social que ela abarca.

Comentários e gabaritos

Leitura complementar

Os alunos terão oportunidade de entrar em contato com um dos textos mais conhecidos de Foucault, que se encontra no livro Vigiar e punir. Ele descreve detalhadamente a tecnologia de poder desenvolvida por Jeremy Bentham, no século XVIII, que serviu de inspiração para a construção de várias instituições “de sequestro” ou disciplinares. Explore com a turma aspectos dessa forma de exercer o poder por meio de exemplos como: organização do espaço escolar (professor vigiando provas), hospitais e suas alas de enfermos (prontuários, fichas etc.), organização do espaço público etc. Você também pode abordar o conceito de “sociedade de controle”, que remete ao exercício de poder em espaços abertos, sem que os indivíduos estejam confinados. Faça perguntas provocativas que conduzam os alunos a encontrar exemplos em seus contextos sociais (sistemas de segurança, mídias,marketing, técnicas de comunicação visual etc.). As diversas versões de reality shows – fenômenos televisivos recentes – levam às últimas conse quências a ideia de vigilância dos indivíduos enclausurados: O que temos ali é uma sociedade disciplinar ou uma sociedade do controle? Lembramos que, por meio de perguntas como essas – respondidas oralmente, propiciando o debate –, os alunos podem familiarizar-se com os conceitos sem usar a memorização mecânica como recurso para o estudo e a aprendizagem.

Sessão de cinema

Juízo

Chame a atenção dos alunos para o modo pelo qual os personagens constroem a ideia de juventude “normal” e juventude “anormal” (desviante). Mostre-lhes que o exercício do poder e o controle social estão relacionados às definições de “normal” e “patológico”.


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Orientações para o debate: incite-os a responder se é possível identificar, ao analisar as acusações feitas pelo sistema legal aos jovens do filme, sinais de uma forma específica de exercício de poder e se esse poder explicita uma concepção de disciplina.



Sem pena

Um dos temas da vasta obra de Foucault foi a constituição do sistema prisional como um dos suportes da sociedade disciplinar. O documentário propicia uma reflexão sobre as justificativas atuais para esse sistema, os argumentos contrários a ele e as possibilidades de inclusão social dos detentos. Um ponto rico para o debate é o próprio título do documentário.



Nise – O coração da loucura

No filme há o encontro de algumas temáticas abordadas por Foucault: a loucura, a ciência, a medicina e a violência. A obra biográfica da psiquiatra Nise da Silveira pode contribuir para diversas reflexões: a violência legitimada como método de cura; a participação da mulher na vida em sociedade e a ocupação de espaços considerados masculinos; a humanização da loucura e inclusão social dos indivíduos com transtornos psíquicos; o “normal” e o “anormal”; as mudanças nos pressupostos científicos, entre outros temas. Você pode organizar a turma em grupos, propor que cada um assista ao filme orientado por uma das questões relacionadas anteriormente e elaborar um painel para que cada grupo apresente o filme com base em sua questão mobilizadora.

Construindo seus conhecimentos


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