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Geografia - Território e Sociedade No Mundo Globalizado Volume 2 - 2016-páginas-56-63


parte do país, opondo-se forte-
mente às influências 
do Ocidente.
Figura 18.
Homem iraquiano chora
enquanto passa por carros e 
construções destruídos após um 
ataque aéreo estadunidense em 
Bagdá (Iraque), 2003.
GORAN TOMASEVIC/REUTERS/LA
TINSTOCK
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Unidade 1 | Contexto histórico e geopolítico do mundo atual 
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As intervenções militares no Afeganistão e no Iraque foram alicerçadas por uma 
nova política, que justifica a ação dos Estados Unidos, independentemente da apro-
vação da ONU: a doutrina da guerra preventiva, popularmente conhecida como 
Doutrina Bush. Para muitos analistas, o ataque de 11 de setembro criou condições 
favoráveis e serviu de pretexto para que os Estados Unidos atuassem no mundo 
de acordo com seus próprios interesses econômicos, impondo sua presença e seu 
domínio a regiões estratégicas do planeta. Leia o Entre aspas. 
• Doutrina Bush 
Em 2002, com o pretexto de acabar com os ataques terroristas, o governo 
estadunidense de George Bush (1946-) divulgou um documento intitulado “A 
estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos”, com determinações 
para as áreas político-militar e econômica. O documento ficou conhecido como 
Doutrina Bush.
Com essa doutrina, alteraram os padrões de política 
externa típicos da Guerra Fria e do final do século XX, 
baseados na contenção ou na tentativa de dissuadir 
os adversários. A estratégia militar estabelecida previa 
a chamada guerra preventiva: ações militares frente 
às ameaças de grupos terroristas internacionais. Essas 
ações deveriam atingir os países que possivelmente 
abrigavam ou apoiavam esses grupos ou desenvolviam 
armas de destruição em massa.
Os Estados Unidos, apoiados na Doutrina Bush
aplicaram ações unilaterais agressivas para consolidar 
seus interesses econômicos. Muitas delas associa-
das à necessidade de reforçar a sua presença em re-
giões estratégicas e garantir o fornecimento de petróleo, 
matéria-prima e fonte energética fundamental para a 
economia mundial. Assim, procuravam intensificar sua 
influência no Oriente Médio e na Ásia Central, ricos em 
petróleo e gás natural, contrariando os interesses de 
outras potências nessas regiões. O Oriente Médio tam-
bém se sobressai na geopolítica internacional pela sua 
posição estratégica, ligando a Ásia à África e à Europa.
• Cidadãos sob controle 
Além das ofensivas militares no Afeganistão, no Ira-
que e em outras partes do mundo, o combate ao terro-
rismo provocou mudanças nas leis de segurança interna 
dos Estados Unidos, retirando de seus próprios cidadãos 
direitos fundamentais a uma sociedade democrática. 
Um mês após o atentado, o Congresso aprovou a 
Lei Patriota (Patriot Act), restringindo a privacidade e as liberdades individuais 
garantidas por qualquer Constituição democrática. Entre diversas outras dispo-
sições, a lei autorizava uma série de medidas que atentavam contra os direitos 
civis, como a permissão para grampear ligações telefônicas sem autorização, 
controlar ostensivamente a entrada de pessoas no país e prender estrangeiros 
suspeitos de ligações com grupos terroristas, por tempo indeterminado. A seção 
conhecida como 215 da Lei Patriótica foi usada pela administração dos presi-
dentes George Bush e Barack Obama como justificativa legal para permitir que 
a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) coletasse registros 
de milhões de telefonemas. 
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