Felipe Dittrich Ferreira (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Bela Feldman-Bianco (Orientadora), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH, UNICAMP
Indocumentado é o migrante que se encontra em situação irregular num dado país. Na categoria podem ser incluídos migrantes econômicos, refugiados não reconhecidos, “turistas” que exercem atividades remuneradas sem autorização de trabalho, etc. Nesta pesquisa, procurei observar as condições de surgimento dos fluxos irregulares de migrantes, ao mesmo tempo em que procurei analisar as condições de inserção social desses imigrantes. Escolhi a Europa como contexto principal de investigação. Quanto aos resultados há dois pontos que me parece importante destacar. 1º) “Mercado” e Estado enviam sinais opostos para potenciais imigrantes: enquanto as empresas estão dispostas a acolher a mão-de-obra “flexível” dos imigrantes “sem documentos”, os Estados continuam a patrulhar suas fronteiras (e ruas) para evitar a entrada (e permanência) de imigrantes não autorizados. Isso tende a colocar os imigrantes numa situação de enorme vulnerabilidade com relação a seus patrões (que, por outro lado, poucas vezes são punidos por empregar mão de obra em situação irregular). 2º) “Direito” e “ação estatal” nem sempre coincidem: enquanto leis de direitos humanos impedem a deportação de solicitantes de asilo, vários Estados europeus continuam a deter e a deportar sumariamente migrantes em situação irregular, sem observar que entre os irregulares pode haver um número significativo de refugiados (surge daí uma disjunção entre legalidade e legitimidade).
Migrantes indocumentados - Flexibilização do trabalho - Europa
H0619
GRUPOS SOCIAIS, JOGADORES E CLUBES NO FUTEBOL DA CIDADE DE SÃO PAULO
Elton Frias Zanoni (Bolsista PIBIC/CNPq) e Prof. Dr. Claudio Henrique de Moraes Batalha (Orientador), Departamento de História - IFCH, UNICAMP
O trabalho do cronista esportivo Thomaz Mazzoni (1900-1970), cujos escritos se referem quase que na totalidade ao futebol, freqüentemente é relegado a um segundo posto quando da análise da imprensa esportiva nas primeiras décadas do século XX. A maior parte dos estudos até agora realizados costuma atribuir a “invenção” do jornalismo esportivo no Brasil a Mario Filho, e sua atividade no periódico carioca Jornal dos Sports é tida como divisor de águas na história da imprensa esportiva. Diante disso, esta pesquisa trouxe o foco para a atuação de Mazzoni na cidade de São Paulo desde o ano de 1920, atentando, sobretudo, para seu trabalho como cronista de futebol. Sua produção se mostra importante particularmente durante a década de 1930, quando publica dois livros: O Brasil na Taça do Mundo (1938) e Problemas e aspectos do nosso futebol (1939) - ambos coletâneas de matérias produzidas em seu trabalho diário para o jornal paulistano A Gazeta. Mazzoni se envolveu intensamente nos debates sobre a prática esportiva de sua época, buscando sempre atribuir uma função social ao esporte. Neste ponto, nota-se o quanto o ideário dominante do Estado Novo esteve impregnado no futebol, bem como este ideário havia partido do próprio futebol.
Crônica esportiva - Futebol - Thomaz Mazzoni
H0620
O NEOGÓTICO NAS IGREJAS DE SÃO PAULO – UM ESTUDO A PARTIR DOS ARQUIVOS DA CÚRIA METROPOLITANA DA CIDADE DE SÃO PAULO
Eduardo Marotti Corradi (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Cristina Meneguello (Orientadora), Instituto de Filosofia e Ciência Humanas - IFCH, UNICAMP
O estilo neogótico surge na Europa do século XIX, junto com outros estilos de releitura de antigos movimentos (revivals). No Brasil, embora o estilo neocolonial se apresentasse como estilo nacional, o ecletismo se difundiu bastante. O objetivo desta pesquisa recai no levantamento dos edifícios assim considerados “neogóticos” existentes no estado de São Paulo. O local principal de pesquisa para este levantamento foi o Arquivo da Cúria Metropolitana da Cidade de São Paulo, que possui em seu Acervo mais de 3000 projetos arquitetônicos. Também foi realizado, de forma complementar, o levantamento de projetos nesse estilo localizados na biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Diversos edifícios que se encaixam nos modelos do estilo estudado foram visitados e registrados em fotografias. Observou-se que, no caso de São Paulo, os projetos caracterizados como neogóticos, em sua grande maioria, apresentam como principal característica apenas janelas com arcos ogivais; poucos possuem fidelidade aos traços do gótico puro. Dentre os mais de oitenta projetos levantados, alguns não foram construídos, alguns já foram demolidos, outros mudaram bastante a partir do seu projeto original, por vezes perdendo qualquer característica neogótica que havia sido concebida inicialmente.
História da arquitetura - Patrimônio cultural - Neogótico
H0621
BOB MARLEY - DA IMAGEM AO MITO
Ricardo de Lima Zollner Júnior (Bolsista PIBIC/CNPq) e Profa. Dra. Cristina Meneguello (Orientadora), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - IFCH, UNICAMP
Este projeto de iniciação cientifica tem como objetivo analisar o funcionamento do sistema de culto a ídolos, estrelas, vedetes da sociedade contemporânea, tendo como objeto a análise da construção histórica da imagem de Bob Marley; como os discursos sobre o cantor foram se construindo e se alterando com o tempo, e como a mídia e o funcionamento da cultura de massa têm uma influência neste sentido, de transformar imagens em mitos, em objetos de consumo, levando à um esvaziamento de conteúdos – sociais e políticos - originalmente atribuídos ao cantor e a música. A pesquisa realiza o levantamento dos dados sobre Bob Marley por meio da leitura e trato direto com fontes primárias e secundárias - livros, documentários, artigos em jornais e revistas especializadas em música. A partir disto se percebe uma dialética entre o público e o produto musical, onde um se adapta em relação ao outro, o gosto do público se adapta ao produto vendido e divulgado, e o produto se adapta ao gosto do público. Neste momento podemos dizer que o cantor, Marley, tornou-se uma vedete, um membro do “star system”, criou-se uma mitologia acerca do cantor; já que a canção é o mais cotidiano dos objetos de consumo, sendo passível de ser consumida a todo instante, todo momento, em qualquer lugar.
História - Indústria cultural - Música
H0622
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