1 fronteiras da Globalização 1



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FONTE: THE WORLD BANK. World Development Indicators 2015. Disponível em: http://wdi.worldbank.org/table/3.12. Acesso em: 15 nov. 2015.

A industrialização e a urbanização tardia de países com elevada população total pode explicar a demora da urbanização da população mundial.

Essa industrialização tardia de alguns países não desenvolvidos e os problemas enfrentados pela sua população rural (concentração de terra, desemprego e falta de política agrária adequada) levaram ao grande e, sobretudo, rápido crescimento de sua população urbana. Por isso as cidades nesses países crescem mais do que nos países desenvolvidos.

Com exceção de Tóquio, capital do Japão, as dez maiores e mais populosas cidades do mundo estão em países não desenvolvidos: Kinshasa (República Democrática do Congo), Dacca (Bangladesh), Lagos (Nigéria), Karachi (Paquistão), Délhi (Índia), Manila (Filipinas), São Paulo (Brasil), Mumbai (Índia), Cidade do México (México) e Cairo (Egito).



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LEGENDA: Vista da cidade de Dacca, Bangladesh, em 2015.

FONTE: Munir Uz Zaman/Agência France-Presse

O processo de urbanização dos países não desenvolvidos e emergentes começou somente após a Segunda Guerra Mundial e não foi uniforme. Alguns desses países industrializaram-se; outros permanecem predominantemente agrários e com uma população rural bastante expressiva. Por esse motivo, entre os países não desenvolvidos, podemos encontrar alguns com altas taxas de população urbana; outros com altas taxas de população rural, mas também altas porcentagens de crescimento da população urbana. Observe a tabela a seguir.

Tabela: equivalente textual a seguir.

População urbana de países não desenvolvidos

Países

% de população urbana (2014)

% de crescimento (1990-2014)

Etiópia

19

4,8

Uganda

16

5,4

Venezuela

89

1,4

Bahrein

89

1,0

Burkina Fasso

29

5,8

Níger

18

5,4

Arábia Saudita

83

2,5

Malauí

16

4,1

Eritreia

22

4,2

Burundi

12

5,8

Afeganistão

26

4,6

FONTE: THE WORLD BANK. World Development Indicators 2015. Disponível em: http://wdi.worldbank.org/table/3.12. Acesso em: 15 nov. 2015.

Apesar de elevada participação da população rural, chama a atenção a relativa rapidez com que a população urbana vem aumentando nesses países. Mesmo na China, país mais populoso do mundo, em 2011 a população urbana ultrapassou pela primeira vez a população rural. Em 2015, 55,6% dos habitantes moravam nas cidades. Apenas a Índia, entre os países emergentes, nesse mesmo ano possuía elevada população rural.

Problemas urbanos

Tanto cidades de países desenvolvidos como de países não desenvolvidos apresentam problemas causados pelo crescimento acelerado da população urbana. Todos esses problemas exigem soluções urgentes. Trânsito complicado, poluição visual e auditiva, poluição do ar, do solo e das águas, violência, vida cara e difícil têm atormentado os habitantes das cidades grandes. Observe a foto a seguir.

LEGENDA: Smog causado pela poluição do ar cobre o céu de Londres, Inglaterra, no Reino Unido, em foto de maio de 2014. Um dos graves problemas das cidades dos países desenvolvidos é a poluição atmosférica.

FONTE: Velar Grant/Citizenside/Agência France-Presse

Nos países desenvolvidos, o crescimento das atividades industriais exigiu o aprimoramento e até mesmo a criação de atividades de apoio ou complementares ao setor secundário. Essa necessidade engendrou o desenvolvimento do setor terciário, estruturado - com bancos, comércio e serviços cada vez mais sofisticados - e preparado para a geração de empregos.

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Nesses países, as cidades cresceram com um planejamento mais adequado, contando ainda com um organizado sistema de transportes, além de saneamento básico, moradia, iluminação pública, pavimentação - condições que seus habitantes, muitas vezes, conseguiram por meio de lutas e reivindicações feitas ao longo de anos. Entretanto, nos últimos anos, elas têm conhecido uma escalada do crescimento da pobreza, com a presença de moradores em situação de rua e trabalhadores informais. Crises econômicas que provocam desemprego e migrações em massa têm contribuído para essa situação.

LEGENDA: Sem teto sentada na fachada de uma loja na Quinta Avenida, em Manhattan, Nova York, Estados Unidos, em 2015. No cartaz está escrito: "Sem teto e grávida: qualquer coisa ajuda". A imagem mostra a desigualdade que ainda existe no mundo, inclusive nos países desenvolvidos: no mesmo lugar onde se pode comprar artigos caros e luxuosos nas lojas de grife, pode-se ver pessoas pedindo ajuda para suprir suas necessidades básicas.

FONTE: Jewel Samad/Agência France-Presse

Nos países pobres, os setores secundário e terciário não são suficientemente fortes para oferecer emprego a todos, embora atualmente venham demonstrando maior capacidade para oferecer oportunidades. Ainda assim, o sonho de uma vida melhor na cidade muitas vezes é ilusão. A realidade é sobreviver como é possível. É grande a proporção de atividades informais (subemprego), como a exercida por vendedores ambulantes, por lavadores e guardadores de carro, entre outros.

As administrações urbanas em países pobres lutam principalmente contra a falta de recursos e de políticas públicas para realizar os melhoramentos necessários. As cidades crescem sem que haja rigor no controle e na infraestrutura, permitindo o surgimento de loteamentos clandestinos, muitos deles em áreas consideradas de risco.

A favelização, portanto, é outra marca dessas cidades, independentemente do nome que receber esse tipo de habitação com precárias condições de vida. A falta de moradia ou seu elevado preço fazem surgir comunidades, cortiços e moradores em situação de rua. Ao lado de habitações paupérrimas, erguem-se casas e prédios de luxo, como ocorre em alguns bairros do município de São Paulo, no Rio de Janeiro, ou em Mumbai, na Índia (veja imagem abaixo).

LEGENDA: Comunidade do Cantagalo, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Ao fundo, prédios residenciais do bairro de Ipanema. Foto de 2015.

FONTE: Donatas Dabravolskas/Shutterstock

Segundo a ONU, a população que vive em comunidades diminuiu razoavelmente nas últimas décadas, mas o número desses moradores continua bastante expressivo em muitas partes do mundo, como podemos ver no gráfico a seguir.

FONTE: Adaptado de: ONU. UN-Habitat 2014. Disponível em: http://mirror.unhabitat.org/pmss/listItemDetails.aspx?publicationID=3552. Acesso em: 16 nov. 2015. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

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Refletindo sobre o conteúdo

1. Identifique duas características comuns das cidades com base nas fotos.

LEGENDA: Vista da famosa praça Jemaa el-Fnaa, em Marrakech, cidade do Marrocos, muito procurada pelos turistas. Foto de 2014.

FONTE: Pavliha/iStockphoto/Getty Images

LEGENDA: Vista da famosa rua Graben, em Viena, na Áustria, com construções imponentes, lojas, cafés e restaurantes. Foto de 2015.

FONTE: Radu Bercan/Shutterstock

2. Com base no texto do capítulo, faça a distinção entre os conceitos de metrópole, cidade global e megacidade. Dê exemplos.

3. Nas metrópoles, ricos residem em amplas casas com baixo impacto da poluição e distantes do mau cheiro das fábricas. Os países ricos "exportam" para o Terceiro Mundo as fábricas mais poluidoras.

SPÓSITO, Eliseu S. A vida nas cidades. São Paulo: Contexto, 2007. p. 76.

· Que problema ambiental urbano é salientado no texto acima?

4. Leia um trecho do relatório da ONU sobre as Perspectivas da Urbanização Mundial de 2014.

Hoje, 54 por cento da população mundial vive em áreas urbanas, uma proporção que se espera venha a aumentar para 66 por cento em 2050. As projeções mostram que a urbanização associada ao crescimento da população mundial poderá trazer mais 2,5 bilhões de pessoas para as populações urbanizadas em 2050, com quase 90 por cento do crescimento centrado na Ásia e África, de acordo com o novo relatório das Nações Unidas.

CENTRO REGIONAL DE INFORMAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (UNRIC). Disponível em: www.unric.org/pt/actualidade/31537-relatorio-da-onu-mostra-populacao-mundial-cada-vez-mais-urbanizada-mais-de-metade-vive-em-zonas-urbanizadas-ao-quese-podem. Acesso em: 15 nov. 2015.

- Elabore duas conclusões a partir do trecho do relatório da ONU.

5. Nas cidades do planeta, colidem a riqueza e a pobreza. Na Índia isso é mais verdadeiro do que em qualquer outro país.

KAMDAR, Mira. Planeta Índia: a ascensão turbulenta de uma nova potência global. Rio de Janeiro: Agir, 2008. p. 236.

· Que fatores levam o autor do texto a afirmar que "nas cidades do planeta, colidem a riqueza e a pobreza"? E por que na Índia esse fato seria "mais verdadeiro"?

6. Saskia Sassen, nascida na Holanda em 1957, é uma respeitada socióloga e professora da Universidade de Colúmbia, em Nova York (Estados Unidos). Em 1991, ela escreveu o livro Cidade global, no qual descreve o conceito de uma cidade assim classificada. Esse conceito fez oposição ao de megacidades. Ela descreveu uma cidade global como a plataforma de operação de empresas transnacionais e o ponto de encontro de conhecimento e talentos que fazem a ponte entre atores globais e empresas nacionais.

· Dentro desse conceito, a autora incluiu São Paulo na categoria de cidade global. Aponte características dessa cidade que justifiquem sua inclusão na categoria descrita anteriormente. Dê exemplos.



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capítulo 18. Desenvolvimento sustentável: um desafio global

LEGENDA: Paisagem da cidade do Rio de Janeiro (RJ), onde aconteceu a Rio+20. Foto de 2015.

FONTE: Hans Von Manteuffel/Pulsar Imagens

LEGENDA: Selo do Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável.

FONTE: Reprodução/ONUBR

LEGENDA DAS IMAGENS: O Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável surgiu das discussões da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - Rio+20, realizada em 2012. Resultado de uma parceria entre o governo brasileiro e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), foi estabelecido em 2013 e tem como objetivos "influenciar políticas e práticas que levem a melhorias concretas no bem-estar humano, atuando como um centro global de referência para a promoção do desenvolvimento sustentável e equitativo" e "estimular a participação dos países do Sul nos esforços internacionais pelo desenvolvimento sustentável".

O mundo acorda para os problemas ambientais

De acordo com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês), "se todos os seres humanos adotassem o padrão de consumo de recursos naturais e emissão de gases dos Estados Unidos, seriam necessários dois planetas Terra".

Toda essa agressão à natureza não ficou impune, como já vimos. Os inúmeros impactos ambientais tornaram-se uma ameaça não só para a nossa sobrevivência na Terra como para a sobrevivência dos demais seres vivos. Em toda parte, rios, lagos e águas subterrâneas são contaminados por vários tipos de poluentes. Em quase todos os continentes grandes extensões de terra são consumidas pela desertificação. O ar das grandes cidades está irrespirável. Inúmeras espécies animais e vegetais foram extintas ou estão em vias de extinção. Calcula-se que 25% das espécies existentes na superfície terrestre podem se extinguir nos próximos cinquenta anos. Cabe à humanidade saber aproveitar os recursos oferecidos pela natureza, conhecendo-os e usando-os de forma racional. Veja quais são esses recursos no esquema a seguir.

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Boxe complementar:

Recursos naturais e atividade humana

Os recursos naturais fazem parte da atmosfera, da litosfera, da hidrosfera e da biosfera, grandes esferas da Terra que estudamos nos capítulos anteriores.

Podemos considerar três tipos de recursos naturais.

LEGENDA: Energia fotovoltaica

FONTE: zhu difeng/Shutterstock

LEGENDA: Energia dos mares e das ondas

FONTE: EpicStockMedia/Shutterstock

LEGENDA: Energia eólica

FONTE: IM_photo/Shutterstock

LEGENDA: Água doce Energia hidráulica

FONTE: Ernesto Reghran/Pulsar Imagens

LEGENDA: Ouro, ferro, cobre, bauxita, etc.

FONTE: Rogério Reis/Pulsar Imagens

LEGENDA: Carvão, gás natural, petróleo, xisto, etc.

FONTE: Kevin Frayer/Getty Images

FONTE: Adaptado de: ATLANTE geografico metodico De Agostini 2015. Novara: Istituto Geográfico De Agostini, 2015. p. 38.

Fim do complemento.

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A busca do desenvolvimento sustentável

Apesar dos protestos isolados contra as armas nucleares (depois da Segunda Guerra Mundial) e do movimento hippie, foi só a partir de 1970 que, preocupada com o futuro do planeta, a ONU passou a organizar uma série de conferências para debater questões sobre desenvolvimento e meio ambiente, em âmbito global, tentando encontrar soluções para as principais questões ecológicas que ameaçam o futuro da humanidade.

O fato de poucos anos antes os países não desenvolvidos terem iniciado seu processo de industrialização tardio e dependente intensificou os impactos ambientais, fazendo o mundo sentir mais necessidade de colocar em discussão as relações entre desenvolvimento econômico e meio ambiente.

LEGENDA: Christiania, localizada em Copenhague, Dinamarca, foi fundada na década de 1960 por adeptos do movimento flower power ou hippie. Alguns anos antes da realização da Conferência de Estocolmo, esse movimento já clamava por um mundo com paz e uma vida em comunhão com a natureza. De certa maneira (mas sem usar o termo), já pregava uma ideia próxima do que viria a ser a noção de desenvolvimento sustentável. Foto de 2014.

FONTE: Serg Zastavkin/Shutterstock

A Conferência de Estocolmo, realizada na capital sueca em 1972 e denominada oficialmente Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, foi a primeira a discutir questões sobre desenvolvimento e meio ambiente.

Nesse encontro foram discutidas duas propostas diferentes no que se refere a desenvolvimento x destruição do meio ambiente: desenvolvimento zero e desenvolvimento a qualquer preço. A primeira, defendida pelos países desenvolvidos, propunha frear o crescimento econômico em âmbito mundial, para evitar maior degradação ambiental. A segunda era sustentada por países não desenvolvidos que se industrializavam e defendiam o crescimento econômico, mesmo à custa de impactos ambientais mais graves.

Com posições tão antagônicas, a Estocolmo-72 chegou ao fim sem nenhuma solução conciliatória. Entretanto, a crise do petróleo iniciada em 1973 mostraria que os recursos naturais são esgotáveis, e o tema voltaria a ser discutido na década seguinte.

No início da década de 1980, a ONU formou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, encarregada de estudar o tema. Essa comissão publicou, em 1987, um estudo denominado Nosso Futuro Comum ou Relatório Brundtland*. Esse documento propunha uma alternativa às duas propostas apresentadas na Conferência de Estocolmo: o desenvolvimento sustentável, que busca combinar desenvolvimento e preservação do meio ambiente. Também apontava as relações entre os países ricos e pobres como a causa do desequilíbrio ecológico, estabelecia uma ligação entre pobreza e degradação ambiental e falava da necessidade da cooperação financeira e tecnológica entre os países ricos e pobres.

LEGENDA: Gro Harlem Brundtland, presidente da comissão responsável pelo relatório que definiu o conceito de desenvolvimento sustentável, em foto de sua conferência na Rio+20, junho de 2012.

FONTE: Andre Durao/Agência France-Presse

* O Relatório Brundtland leva o nome da então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, que presidiu essa Comissão.

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Segundo esse relatório, desenvolvimento sustentável é "aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras terem suas necessidades atendidas".

O conceito de desenvolvimento sustentável envolve, entre dezenas de recomendações, duas preocupações fundamentais: a preservação do meio ambiente para as gerações futuras e atuais e a diminuição da pobreza no mundo. Fica muito claro, nessa nova visão das relações entre seres humanos e meio ambiente, que não existe apenas um limite mínimo para o bem-estar da sociedade, mas também um limite máximo para a utilização dos recursos naturais, a fim de garantir que eles sejam preservados.

Com base nos resultados do Relatório Brundtland, a ONU convocou a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Cnumad), realizada em junho de 1992, no Rio de Janeiro, e que ficou conhecida como Cúpula da Terra ou Eco-92.

Eco-92

Objetivos: promover o desenvolvimento sustentável. Representantes de quase todos os países do mundo reuniram-se para decidir que providências tomar para diminuir a degradação ambiental e preservar o legado das gerações vindouras, seguindo um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico.

Resultados: redação da Carta da Terra ou Declaração do Rio (Agenda 21). Essa carta atribui aos países ricos maior responsabilidade pela conservação do meio ambiente, estabelecendo metas para a preservação da biodiversidade e para a diminuição da emissão de gases na atmosfera. As resoluções da Agenda 21, que prevê um desenvolvimento sustentável para o século XXI, podem ser resumidas nos seguintes itens:

- Dimensões sociais e econômicas: combate à miséria, mudança nos padrões de consumo, melhoria da saúde e da qualidade de vida.

- Conservação e gestão dos recursos naturais: disciplina o uso da água e o controle de resíduos e substâncias tóxicas.

- Papel da sociedade: educação e participação de toda a sociedade.

- Meios de implementação: instrumentos financeiros e legais para que projetos e programas sejam executados.

Outra resolução divulgada na Agenda 21 foi o estabelecimento de convenções para tratar de problemas que devem receber a atenção de toda a comunidade internacional: Convenção das Mudanças Climáticas, Convenção da Biodiversidade e Convenção da Desertificação.

Em razão das decisões tomadas na Eco-92, várias reuniões ou "cúpulas" foram realizadas, nos anos seguintes, para debater os principais problemas levantados nessas convenções. São as chamadas Conferências das Partes, designadas pela sigla COP mais o número que indica a sequência em que foram realizadas.

Dentro da Convenção das Mudanças Climáticas, uma das mais importantes foi a Conferência do Clima (COP-3), realizada em 1997, no Japão.

Convenção das Mudanças Climáticas e Kyoto-97

O efeito estufa e sua principal consequência, o aquecimento global, são preocupações anteriores à Eco-92. Em 1988, por determinação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), o Painel Intergovernamental sobre Mu dan ças Climáticas reuniu 2 mil cientistas do mundo todo para discutir o assunto.

Durante a Eco-92, após discussões sobre mudanças climáticas, dirigentes de mais de 150 países ratificaram o tratado Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, tornando-o lei internacional. Em consequência das resoluções desse tratado, foi realizada, em 1997, a Conferência do Clima de Kyoto, que reuniu 159 países e decidiu pela redução das emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa.

Entre os principais pontos do Protocolo de Kyoto, o documento mais importante da Convenção das Mudanças Climáticas, ressaltamos estas determinações:

- Entre 2008 e 2012, os países desenvolvidos deveriam reduzir pelo menos 5,2% dos índices de emissão dos gases responsáveis pelo efeito estufa, em relação aos índices de 1990.

- O documento previa níveis diferenciados de redução para os 38 países considerados, na época, os maiores emissores de gases estufa.

- Os Estados Unidos deveriam reduzir 7% de suas emissões; a União Europeia, 8%; e o Japão, 6%.

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- Não foram estabelecidas metas para a China nem para os países em desenvolvimento, como México, Brasil e Índia.

- Foram sugeridas várias medidas e alternativas para atingir a redução prevista, entre elas: substituir o uso de carvão e de petróleo pelo uso de gás natural; incentivar projetos de energia solar e energia eólica; melhorar o transporte público; cortar subsídios ao carvão e ao petróleo; elaborar projetos que poderiam, aos poucos, substituir motores de combustão interna.

O Protocolo, porém, ficou sujeito a ratificação posterior. O maior problema foi a decisão unilateral do ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de não ratificá-lo. Para entrar em vigor, o Protocolo de Kyoto necessitava da ratificação de 55 países responsáveis por 55% das emissões de gases estufa, em 1990. Essa meta só foi alcançada em fevereiro de 2005, com a ratificação da Rússia. O Brasil já havia ratificado o protocolo em agosto de 2002.

As discussões sobre o Protocolo

As principais críticas ao documento relacionavam-se às metas modestas de redução da emissão dos gases estufa e à indefinição de um prazo para que elas fossem alcançadas.

O Protocolo de Kyoto foi aberto à assinatura em 16 de março de 1998, em Nova York. No mesmo ano, em Buenos Aires, reuniu-se a COP-4 para discutir sua implementação e ratificação. No ano seguinte, a COP-5, realizada em Bonn, na Alemanha, deu continuidade aos trabalhos iniciados em Buenos Aires.

Em 2000, a reunião de Haia, na Holanda (COP-6), terminou sem uma decisão definitiva, em virtude de divergências entre União Europeia, Estados Unidos e Canadá sobre o fato de que reflorestamentos realizados pelos norte-americanos em seu território pudessem eximi-los de diminuir as emissões de gases estufa. Outro ponto polêmico foi a sugestão da União Europeia de adotar a "implementação conjunta", ou seja, de dois países-membros somarem suas emissões para atingir a meta exigida.

Em 2001, a Cúpula do Clima (COP-6,5), realizada em Bonn, foi marcada pela intransigência do então presidente norte-americano George W. Bush em não aceitar a proposta de redução das emissões de gases de efeito estufa pelo seu país, além de sugerir que países emergentes também tivessem cotas de redução, o que impossibilitou o sucesso da reunião.

Na COP-7, realizada em Marrakech, no Marrocos, os principais pontos discutidos foram a regulamentação dos mecanismos de compensação de redução de emissões de gases estufa, entre eles o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e a mudança do uso de florestas e da terra, evitando procedimentos que causem emissões.

O Mecanismo do Desenvolvimento Limpo beneficia os países em desenvolvimento, pois permite que um país industrializado que não atingir totalmente as metas de redução em seu próprio território invista em países não obrigados pelo Protocolo (caso do Brasil), implementando projetos que resultem em efetivas reduções, como o uso de fontes energéticas alternativas.

LEGENDA: Manifestação de diversas Organizações Não Governamentais (ONGs) contra a Conferência do Clima de Kyoto, logo após o encerramento. Kyoto, Japão, em 1997.

FONTE: Thierry Orban/Sygma/Corbis/Latinstock


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