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Concluindo a Unidade 1
Leia os textos, reflita e depois responda às questões propostas.
TEXTO 1. Patrimônio natural, território e soberania
Numa abordagem geográfica, a história humana pode ser vista como uma progressiva apropriação da superfície terrestre pelos diferentes grupos sociais. Nesse movimento, tais grupos imprimem nos espaços que acolhem características das relações que ordenam seu modo de vida. Portanto, as formas espaciais criadas pelos homens expressam muito das relações sociais vigentes na época em que foram produzidas.
A este relacionamento contínuo e progressivo entre as sociedades e a superfície terrestre denomina-se processo de valorização do espaço. Valorização, pois a relação objetivada pelo trabalho humano implica a apropriação e criação de valores. Trata-se de riquezas naturais transformadas em objetos de consumo e de formas constituídas que se agregam ao solo sobre o qual estão erguidas. Em outras palavras, trabalho materializado na paisagem, valor depositado nos lugares - é em função disso que os espaços passam a se diferenciar: por características humanas, e não apenas por condições naturais variáveis.
MORAES, Antonio Carlos R. Meio ambiente e ciências humanas. São Paulo: Annablume, 2005. p. 35.
TEXTO 2. Geografia: sociedade-natureza
Considerando a Geografia uma ciência que estuda o espaço, no contexto da relação sociedade-natureza, sendo esse espaço formado por elementos artificiais e naturais, os que estudam tal campo do conhecimento sabem da dificuldade de "fazer geografia" e "ensinar geografia", já que é uma ciência que trabalha com fenômenos naturais e humanos.
Ao transformar a natureza por meio do trabalho, o homem começou a produzir alimentos, ferramentas, habitações, estradas, ou seja, começou a produzir o espaço geográfico. Esse espaço produzido pelo homem apresenta-se como uma segunda natureza, uma natureza social, humanizada. Assim, há a primeira natureza, aquela que é produzida sem a ação humana (rios, florestas, montanhas, etc.); e a segunda natureza, aquela produzida pela ação do homem (cidades, agricultura, estradas, etc.).
É pela apropriação e transformação da natureza que o homem produz os recursos necessários para a sua sobrevivência, pois, desde o surgimento da humanidade, a natureza sempre foi um recurso para a sobrevivência do homem. Assim, o trabalho é visto como mediador universal na relação do homem com a natureza.
A produção do espaço geográfico, sob as relações capitalistas de produção, tem originado espaços desiguais e inter-relacionados, decorrentes principalmente da ação do Estado e do capital, que cria espaços com níveis diferenciados de desenvolvimento.
É importante ressaltar que o espaço geográfico não é só resultado da produção social, mas também da ação da natureza transformando esse espaço. Assim, tem-se um espaço historicamente resultante da interação sociedade-natureza.
RODRIGUES, Auro de Jesus. Geografia: Introdução à ciência geográfica. São Paulo: Avercamp, 2008. p. 129-131.
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